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segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Estudo global da Adecco aponta preferência de 71% das pessoas por modelo híbrido de trabalho

Com mais de 14 mil respondentes em 25 países, a pesquisa trouxe dados sobre a preocupação com a saúde mental, liderança e organização do trabalho


A pandemia adiantou tendências, acelerou a transformação digital e mostrou que, sim, é possível ser produtivo no trabalho remoto. Uma pesquisa global realizada pela Adecco, multinacional de recursos humanos presente em 60 países, mostrou que a união entre o conforto do trabalho em casa e a convivência com colegas de equipe é o que grande parte dos colaboradores espera do futuro do trabalho, ou seja, o modelo híbrido está consolidado como opção real no formato de trabalho para cerca de 71% dos respondentes do estudo.

Com 14.800 pessoas entrevistadas em 25 países, incluindo o Brasil, o estudo também fez uma análise considerando todos os entrevistados e incluiu quem não teve a experiência do remoto e como resultado geral, as pessoas querem passar 53% da semana trabalhando de forma remota, após a pandemia, e 47% do tempo no escritório. Já quando analisado por geração, 56% dos nascidos entre 1995 e 2010, os famosos gerações Z, preferem passar a maior parte da semana no escritório, o que mostra necessidade de socialização com o colega. Já os nascidos em meados dos anos 1960, os conhecidos como Baby Boomers, querem ter 44% do seu tempo trabalhando na empresa.

Para o diretor geral da Adecco Brasil, André Vicente: "os jovens, em sua maioria que estão no começo da carreira, sentem mais falta da socialização, do dia a dia de observação do trabalho dos colegas e líderes, para aprender mais e poder criar conexões, o que explica essa necessidade de estar no escritório mais tempo do que os profissionais experientes, que já possuem, em sua maioria, um ritmo de trabalho estabelecido".

Ainda falando sobre traços geracionais, mas agora, citando as prioridades da vida profissional de cada geração, a geração Z, se atrai por um bom salário, por empresas que tenham cultura corporativa forte e engajada e gosta de se sentir confiável para fazer suas tarefas; os Baby Boomers têm como prioridade a flexibilidade sobre as horas de trabalho, ser capaz de manter um bom equilíbrio entre vida pessoal e trabalho e também um bom salário; já os famosos Millennials, nascidos até 1990, têm como principal foco sentir que seu emprego está seguro, também ter flexibilidade sobre horas de trabalho e um bom salário.

A pesquisa trouxe resultados analisando o ambiente de trabalho em casa e do total dos mais de 14 mil respondentes, 71% afirmam terem encontrado um espaço organizado para se dedicar ao trabalho. O destaque vai para países como Estados Unidos, Austrália e Brasil que a média gira em 80%. André comenta que esse número alto é consequência de muitas empresas que ofereceram suporte aos seus colaboradores. "No começo da pandemia, havia muito preconceito em torno do sistema remoto de trabalho e como as pessoas iriam performar, mas passando o susto inicial, foi-se entendendo que o colaborador ganhou agilidade e soube criar seu espaço dentro de casa e com isso as empresas começaram a incorporar benefícios de ajuda aos colaboradores como envio de computadores, cadeiras, material de escritório, entre outros, contribuindo ainda mais com nessa dinâmica de organização", comenta.


Saúde mental como protagonista

Outro ponto debatido no estudo foi a saúde mental em consequência da pandemia do coronavírus. A síndrome de burnout ganhou ainda mais espaço, pois no começo houve uma dificuldade em organizar a rotina para manter a produtividade, o que levou a mais horas de trabalho. A Adecco mostrou que houve um aumento de 14% na jornada de trabalho desde o início da pandemia e 63% dos respondentes afirmam que tiveram sua carga horária de trabalho aumentada em mais de 40 horas semanais no último ano. Já quando falamos em sentirem uma piora na saúde mental, 33% dos participantes admitem que sentiram uma piora na saúde emocional nos últimos 12 meses. No Brasil, sobe para 43% dos respondentes.

O diretor-geral da Adecco comenta que os números altos refletem o desafio de equilibrar vida pessoal com profissional. "Nossos dados escancaram um problema que é a dificuldade em lidar com a disponibilidade 100%. Com tudo girando no meio online, é difícil colocar barreiras e saber a hora de parar de trabalhar para aproveitar a vida pessoal." Questionados sobre a síndrome de burnout, 40% dos respondentes de todo os 25 países admitem se preocupar com isso.


Liderança

Gestão de times com novas formas de trabalho e as expectativas em relação à performance diante da crise foi um tema perguntado aos participantes do estudo. Há um abismo de habilidades sociais diante dos desafios da gestão. A liderança, desenvolvimento e aprimoramento de performance precisaram ser conectados com uma gestão da inteligência emocional, principalmente por parte dos líderes.

Quando o estudo analisa as relações entre colaborador e gestão, houve uma piora global. Cerca de 33% dos respondentes que não têm cargos de gestão sentem que estão recebendo o devido reconhecimento por parte de seus chefes; 45% dos não gerentes sentem que seu relacionamento com líderes é bom. No Brasil, a confiança na liderança é especialmente alta, indo na contramão do restante do mundo.

Porém, cerca de 74% dos pesquisados afirma que é importante ter gerentes que promovam a cultura de equipe. Porém, dos que não têm cargos de gestão, apenas 37% dos respondentes sentem que seus líderes estão conseguindo encorajar um bom trabalho, um ambiente engajado e uma cultura colaborativa.

André finaliza falando que o estudo tem o intuito de mostrar como os países ao redor do mundo se adaptaram ao novo modelo de trabalho. "A Adecco tem como objetivo mostrar para líderes, empresas e profissionais de RH que a preocupação com o dia a dia na sua empresa deve ser constante", finaliza.

 

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