Entre os pacientes
que passam por uma cirurgia no abdome, cerca de 15% desenvolvem uma hérnia no
local da incisão cirúrgica. Quando o procedimento é realizado de forma
minimamente invasiva, com as tecnologias laparoscópica e robótica, esse risco cai
para 1% devido aos cortes menores, de acordo com a Sociedade Brasileira de
Hérnia, representando redução de 93%.
Segundo o cirurgião e presidente da SBH, Christiano Claus, o risco existe para
todos os tipos de procedimentos que exigem incisões no abdome. "Seja
retirada da vesícula, cirurgia de apêndice, intestino ou estômago. Uma incisão
feita na parede abdominal que não cicatriza de forma adequada pode resultar em
uma hérnia incisional", explica.
Ela acontece devido a separação precoce da fáscia muscular no pós-operatório. O
Dr. Marcelo Furtado e vice-presidente da SBH afirma que existem fatores de
risco para o desenvolvimento da doença. "Durante o primeiro mês após a
cirurgia a resistência da ferida à tração é menor, o que resulta na dependência
da sutura. Pessoas com anemia, desnutridas, que fazem uso de corticoides, com
tosse crônica e, principalmente, aquelas com infecção na ferida cirúrgica,
obesidade e tabagismo têm maiores chances de desenvolver hérnias
incisionais".
Quando a hérnia ocorre o paciente apresenta um caroço na região, com dor que
aumenta durante a prática de exercícios físicos e melhora com o repouso. O
diagnóstico é simples e acontece com exames clínicos associados a exames de
imagem.
RISCOS DA HÉRNIA - As hérnias abdominais correm risco de complicações
como o encarceramento e o estrangulamento, que são quadros de emergência
médica. O diretor da SBH, Dr. Gustavo Soares, alerta para os sintomas:
"Dor intensa e aumento de volume mais acentuado no local da hérnia,
obstrução do intestino, vômitos e estufamento abdominal também podem estar
presentes".
Nesses casos é essencial buscar uma unidade de pronto-atendimento.
DADOS - Apenas no Sistema Único de Saúde (SUS) foram feitas 25,1 mil
cirurgias para reparos de hérnias incisionais em 2019 e 12,6 mil, em 2020 - ano
de pandemia e paralisação dos procedimentos eletivos.
Estima-se que sejam realizadas aproximadamente 600 mil operações para reparos
de hérnias abdominais ao ano no Brasil, fora de época de pandemia, levando em
consideração o sistema público e privado de saúde.
Para saber mais, acesse: sbhernia.org.br
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sexta-feira, 18 de junho de 2021
Tecnologias minimamente invasivas reduzem em 93% risco de hérnia após cirurgia abdominal
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