Ministério da Saúde alerta sobre a importância de hábitos saudáveis e alimentação balanceada desde cedo para prevenir doenças
Hábitos saudáveis têm mais chances de
acompanhar a população durante a vida se começarem logo na infância. Por isso,
é preciso chamar atenção para a qualidade de vida e rotina alimentar balanceada
nesta quinta-feira (3), Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida
Infantil. A estimativa é que 6,4 milhões de crianças tenham excesso de peso no
Brasil e 3,1 milhões já evoluíram para obesidade.
A doença afeta 13,2% das crianças
entre 5 e 9 anos acompanhadas no Sistema Único de Saúde (SUS), do Ministério da
Saúde, e pode trazer consequências preocupantes ao longo da vida. Nessa
faixa-etária, 28% das crianças apresentam excesso de peso, um sinal de alerta
para o risco de obesidade ainda na infância ou no futuro. Entre os menores de 5
anos, o índice de sobrepeso é de 14,8, sendo 7% já apresentam obesidade. Os
dados são de 2019, baseados no Índice de Massa Corporal (IMC) de crianças que
são atendidas na Atenção Primária à Saúde (SAPS).
Esses números reforçam a importância
da educação alimentar desde cedo para evitar as consequências que podem
acompanhar esses jovens pela vida toda, afetando o desempenho escolar e
aumentando o risco de várias doenças, como hipertensão e diabetes.
A pandemia da Covid-19 também agravou
a situação e teve impacto importante na alimentação das crianças e
adolescentes, além do aumento do sedentarismo. A interrupção significativa na
rotina das crianças pode gerar impacto negativo na saúde mental e bem-estar, o
que pode provocar um índice ainda maior de jovens com excesso de peso. Os
cuidados com a saúde de forma multidisciplinar devem ser intensificados, como a
prática de atividade física e escolhas mais saudáveis na alimentação.
Em 2016, foi proclamada a Década de
Ação das Nações Unidas sobre Nutrição (2016 a 2025) e o Brasil lidera as ações,
em conjunto com outros governos, para enfrentar os problemas decorrentes da má
nutrição, principalmente para o excesso de peso em crianças menores de cinco
anos de idade.
No SUS, o atendimento
multidisciplinar garante várias abordagens necessárias para o acompanhamento e
tratamento da doença, já que isso também envolve uma mudança de comportamento
em casa. O Ministério da Saúde tem investido em diretrizes e ações de prevenção
e controle e para melhorar a alimentação na infância. Em 2021, a pasta lançou o
Guia Alimentar de bolso para menores de 2 anos, com orientações para introdução
alimentar correta a partir dos seis meses.
Prevenção
A obesidade infantil é resultado de
uma série complexa de fatores genéticos, comportamentais, que atuam em vários
contextos: familiar, escolar, social. Fatores que podem ocorrer ainda na
gestação podem influenciar, como a nutrição inadequada da mãe e o excesso de
peso. Também pode envolver um aleitamento materno de curta duração e introdução
de alimentos de forma inadequada.
Crianças com obesidade correm riscos
de desenvolverem doenças nas articulações e nos ossos, diabetes e doenças
cardíacas. Para evitar esses riscos, é essencial que a introdução alimentar
seja feita no período correto (a partir dos 6 meses, após o período de
aleitamento materno exclusivo) e com os alimentos balanceados. Se esse período
não tiver o cuidado e atenção necessários, as crianças ficam expostas cada vez
mais cedo aos alimentos ultraprocessados e industrializados.
Os salgadinhos, refrigerantes,
biscoitos recheados devem sair de cena e dar mais espaço aos alimentos que já
conhecemos bem, como arroz, feijão, legumes e frutas. Portanto, o acesso à
informação sobre escolhas mais saudáveis para as famílias, profissionais de
saúde, cuidadores e responsáveis é fundamental para combater o problema.
Ações
estratégicas
O Ministério da Saúde lançará, em
julho, a Estratégia de Prevenção e Atenção à Obesidade Infantil (Proteja) e a
Campanha Nacional de Prevenção à Obesidade Infantil. O objetivo da pasta é
investir ainda mais na melhoria da saúde e da nutrição das crianças
brasileiras. As ações apoiarão os municípios no planejamento, implementação,
monitoramento de ações e intervenções na Atenção Primária à Saúde.
Também será lançado um sistema online
que permitirá que os gestores municipais de saúde façam o acompanhamento das
ações e cumprimento de metas.
Nathan Victor
Ministério da Saúde
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