Mulheres têm engravidado cada vez
mais tarde, especialista explica riscos e alternativas para as futuras mãespixabay
Ter filhos após os 35/40 anos é
uma tendência da mulher moderna. As brasileiras, por exemplo, têm engravidado
cada vez mais tarde, segundo o IBGE. Porém, especialistas alertam que
a gravidez após 40 anos pode trazer alguns riscos, tanto para a mãe quanto para
o bebê.
“Em geral, a gestação após os 40
anos é de risco, pois essa idade predispõe alguns problemas de saúde. A citar:
hipertensão, sobrepeso, obesidade, alterações de tireoide e diabetes”, comenta
a especialista em reprodução assistida, Cláudia Navarro, diretora clínica da Life Search.
“A gravidez tardia também aumenta chances de complicações como diabetes
gestacional, pré-eclâmpsia, prematuridade e malformações genéticas”.
Alternativas
O ideal, segundo a especialista, é que a mulher busque engravidar de
forma natural no auge de sua idade fértil. Isso porque, depois dos 35 anos, a
qualidade dos óvulos cai e a possibilidade de se ter um filho com problemas
genéticos é maior. Entretanto, se engravidar após essa faixa etária for um
desejo, existem alternativas para aumentar as chances de uma gestação saudável.
Uma delas é a escolha pelo congelamento de gametas. “A preservação da fertilidade é uma das possibilidades que contribui muito para melhores chances de gravidez em idade avançada”, diz a médica. Entretanto, não diminui as complicações maternas da gestação tardia.
“Se a mulher está se aproximando dos 30/35 anos e não pretende
engravidar tão cedo, ela pode aproveitar enquanto seus óvulos estão saudáveis e
congelá-los. Depois, ela usa no momento adequado, por meio de Fertilização
In Vitro”, sugere. “A coleta deve ser feita até os 35 anos e o limite
máximo para transferir o embrião deve ser 50, seguindo recomendação do Conselho
Federal de Medicina”, pondera.
Já quando a mulher não tem óvulos
congelados para utilizar, há a opção de realizar o diagnóstico genético do
embrião. Após a fertilização in vitro com seu próprio material
genético, é feita uma biópsia embrionária e um exame de células. Esse exame
permite um mapeamento cromossômico, que vai analisar a saúde dos embriões.
“Ele identifica os embriões com alterações cromossômicas e, assim, apenas aqueles sem essas alterações são selecionados para serem transferidos para o útero da mãe”, diz Cláudia.
Barriga solidária
Em casos de mulheres que, por algum motivo, não podem gerar o filho no próprio ventre, há a possibilidade de optar pela barriga solidária. Ou seja, outra mulher, de grau de parentesco próximo, empresta seu próprio útero para receber o embrião fertilizado In Vitro no laboratório. Essa é uma alternativa para diversos casos relacionados à idade, como:
- para a mulher que congelou
seus próprios óvulos mas, depois de alguns anos, por algum motivo
específico, não pode gerar no próprio útero.
- para a mulher que tem óvulos
saudáveis mas, por problemas de saúde adquiridos com o tempo, pode ter uma
gestação complicada, que ofereça risco de morte para mãe e bebê.
- para a mulher que não tem óvulos saudáveis nem
pode gerar a criança. Nesse caso, os óvulos são recebidos por doação.
Tratamento individualizado
A especialista reforça ainda a
importância de individualizar o tratamento. “Existem mulheres que não terão
qualquer problema na gestação após os 40 anos, enquanto outras precisarão de
muitos cuidados”, compara. “De toda forma, caso a mulher nessa faixa etária
deseje engravidar, é muito importante o acompanhamento com médico
especialista”, alerta.
Cláudia Navarro - especialista em
reprodução assistida, diretora clínica da Life Search e membro das Sociedades
Americana de Medicina Reprodutiva - ASRM e Europeia de Reprodução Humana e
Embriologia – ESHRE. Graduada em Medicina pela UFMG em 1988, titulou-se mestre
e doutora em medicina (obstetrícia e ginecologia) pela mesma instituição federal.
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