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domingo, 18 de abril de 2021

Projeto conecta tutores de pets deficientes para doações de cadeiras de rodas


Em pouco mais de 1 ano, “Faz o Bem Circular” já distribuiu 16 cadeiras em diversos estados brasileiros. Além dos equipamentos, projeto oferece dicas de cuidados para melhorar a qualidade de vida dos animais e apoio emocional para tutores


Imagine a seguinte cena: um cachorro consegue escapar do petshop, corre para a rua assustado e bang! É atropelado. Veterinário daqui, exame dali, vem o diagnóstico: o cachorro ficou paraplégico. Ou ainda, tem aqueles tutores que descartam seus amigos de quatro patas quando ficam velhos e com alguma dificuldade de locomoção. Seja por não saber o que fazer ou pelo simples descaso, muitos tutores acabam decidindo pela eutanásia do animal.

As situações descritas, infelizmente, não são tão raras como gostaríamos. O que está mudando, no entanto, é o resultado. Hoje, veterinários e tutores têm deixado de sacrificar animais deficientes ou com dificuldades de locomoção. Terapias, tratamentos e uma oferta maior de cadeiras de rodas desenvolvidas especialmente para os pets estão fazendo com que os animais deficientes tenham cada vez mais longevidade e qualidade de vida.

“O desenvolvimento tecnológico das cadeiras de rodas para animais nos últimos anos foi muito grande aqui no Brasil. Até pouco tempo, só tínhamos opções de equipamentos artesanais, feitos com tubos de PVC adaptados, ou de material muito pesado. Hoje, temos profissionais, como engenheiros, engajados no desenvolvimento de cadeiras e até fabricantes com modelos impressos em 3D sob medida”, diz a advogada Flavia Panella, idealizadora do projeto Faz o Bem Circular e tutora da Olívia, uma cachorrinha paraplégica que faz sucesso no Instagram.

O custo de uma cadeira de rodas especialmente desenvolvida para determinado animal não é baixo, muitas vezes se tornando inacessível para muitos tutores. É neste momento que entra o projeto. “Os pedidos de ajuda são constantes, mas também tem muita gente querendo contribuir. O que eu faço é conectar essas pessoas. Recebo as doações e encaminho para os animais que estão precisando, ou procuro cadeiras de porte compatível em outros projetos parceiros, como Cão de Rodinhas e Amigos do Chico, ambos de Curitiba-PR, e campanha #aishados, de Santos-SP. Essa rede, que hoje chega a cerca de 500 pessoas e que chamamos carinhosamente de corrente do bem, só vem crescendo”, diz a advogada.

Em pouco mais de um ano, o Faz o Bem Circular já doou 16 cadeiras de rodas e diversos outros itens como órteses, coletes para hidroterapia, fraldas e remédios nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Pernambuco, Goiás e Paraná. Além das doações, a tutora da Olivinha dá dicas de cuidados como o esvaziamento da bexiga, evitar machucados devido à locomoção, como o arrasto, e prevenir assaduras e escaras, entre outras. Ela também participa de palestras sobre o tema, com foco na visibilidade da causa dos animais deficientes. “Muitas vezes as pessoas não têm a mínima ideia de como lidar com o animal com deficiência. Em muitos lugares nem veterinários estão preparados”, diz Flavia, que também oferece apoio emocional a muitos tutores.


Histórias de amor e superação

Com 16 cadeiras doadas em 1 ano e 5 meses, o projeto Faz o Bem Circular coleciona não só boas ações, mas também histórias emocionantes. A vira-latas idosa Laika foi uma das beneficiadas pelo projeto em parceria com o projeto Cão de Rodinhas. Devido a idade, a cachorrinha perdeu completamente a mobilidade das quatro patas, mas não a altivez. Tutora da Laika, dona Lourdes, de 70 anos, também não conseguia mais carregá-la. “Estava difícil, eu ficava triste mas não conseguia ajudá-la mais. Só tenho a agradecer a todos do projeto” diz dona Lourdes.

A cadeira é de quatro apoios, desenvolvida para animais que, como a Laika, não movimenta nenhum membro. “A cadeirinha foi essencial para trazer mais qualidade de vida a Laika. porque assim ela não fica o tempo todo deitada e pode auxiliar até na alimentação, evitando que ela se engasgue, como em outros casos já relatados por tutores”, diz Flavia Panella.

A Jujuba é outra que está se adaptando muito bem a sua nova vida de “cãodeirante”. Vítima de atropelamento, a vira-latas ficou paraplégica da cintura para baixo. “Tinha muito medo dela ficar em depressão porque era uma cachorrinha muito ativa. Mas só foi colocar ela na cadeirinha que ela saiu correndo de novo”, diz Gabriela Gonçalves, tutora da Jujuba.

No mês passado, a cadeira da Jujuba saiu de Curitiba via Correios até o bairro de Interlagos, em São Paulo, e contou com o engajamento de várias pessoas. “A rede é assim, uma doa a cadeira, outra posta no Correio, outro doa o frete, é uma ação que mobiliza em média 5 a 7 pessoas”, diz Flavia.

 


Redes Sociais (Instagram):

@fazobemcircular

@oliviaderodinhas

@cao_de_rodinhas

@projetoamigosdochico

@aishafrenchie_giani


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