Condição atinge até 5% da população e é corrigida com cirurgia plástica
Com
mais de um ano usando máscara e sem perspectiva de deixá-la de lado — afinal,
mesmo após a vacinação os médicos recomendam seu uso — ainda há dúvida se o uso
constante de máscara pode deixar as orelhas mais aparentes para sempre, ou
seja, afastadas da cabeça, condição apelidada de "orelhas de abano".
Arnaldo Korn, diretor do Centro Nacional - Cirurgia Plástica, comenta que
embora a máscara possa tracionar as orelhas, não deve haver alteração na
anatomia. "Pode-se perceber nesse período que, mesmo usando máscara o dia
todo, quem trabalha fora de casa, quando a tira, as orelhas voltam à condição
normal", afirma Korn.
O que mantém a estrutura das orelhas são as cartilagens, estruturas fortes que
já são bem definidas em adultos, sendo dificilmente alteradas. As orelhas de
abano são praticamente uma condição de nascença, uma anormalidade congênita
causada pela genética, ou seja, não têm influência de fatores externos.
No entanto, Korn ressalta que é preciso atenção com as crianças, por estarem
com o corpo em formação. "Nesse caso, é preciso estar atento ao tipo de
máscara e à pressão do elástico, observando se há lacerações, pois a cartilagem
não está firme e definida como a de um adulto", explica.
Na infância e adolescência, devido ao incômodo pessoal e também por bullying,
só em 2015 mais de 48 mil ostoplastias (cirurgia plástica que corrige a
anomalia) foram feitas segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica (SBCP). O procedimento pode ser realizado a partir dos seis anos e
visa deixar as orelhas mais "coladas" na cabeça.
Korn alerta que, ao optar pela cirurgia, deve-se escolher o mais seguro, e não
apenas o mais barato. "É possível contar com empresas que fazem a
intermediação financeira e oferecem crédito com condições especiais de
pagamento", lembra o diretor, afirmando que saúde e estética precisam, mais
do que nunca, andar de mãos dadas.
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