Conclusão é de estudantes do Colégio Sesc São José, que fizeram uma pesquisa para criar o protótipo do adesivo dentro do Programa de Iniciação Científica do Colégio Bom Jesus
Grandes soluções para os problemas da humanidade
só podem ser encontradas com muito estudo e investigação baseados na ciência. E
os alunos do Sesc São José, em Curitiba (PR), estão contribuindo com ideias que
podem se transformar em invenções muito úteis para a sociedade. Por meio do
Programa de Iniciação Científica do Colégio Bom Jesus (o Sesc São José é uma
das unidades do Bom Jesus), os estudantes da 3ª série Guilherme Stabel e Luiz
Gustavo Misga estão propondo a criação de um adesivo transdérmico à base de
cafeína que tem como objetivo minimizar os sintomas da depressão e da
ansiedade. A pesquisa bibliográfica sobre o tema já foi concluída, e neste ano
a equipe pretende elaborar o protótipo do adesivo.
Os estudantes iniciaram a investigação em 2019.
Em 2020, a pandemia do novo coronavírus surgiu e fragilizou os planos da dupla,
mas ainda assim se tornou um grande incentivo para que eles continuassem a
pesquisar, já que os problemas de ansiedade e depressão ficaram mais evidentes
na sociedade. Agora, os alunos querem produzir o protótipo do adesivo, pois não
têm dúvidas dos benefícios. “Descobrimos que a cafeína pode atuar nos
neurotransmissores do cérebro e aliviar os sintomas da depressão e da
ansiedade”, explicou Guilherme.
De início, eles pensaram em diversas
possibilidades práticas, mas logo perceberam que a cafeína é uma matéria-prima
acessível e relativamente barata, como explica a orientadora deles, Stephanie
Todesco. “O primeiro passo foi a pesquisa bibliográfica, para entender como a
cafeína atua. Agora, estamos na segunda parte do projeto, investigando como
criar o adesivo. Mas precisamos pensar no custo e na viabilidade para que a
ideia saia do papel”, explica a professora. Para fazer o primeiro molde, os
estudantes terão os laboratórios do Colégio Bom Jesus à disposição, e depois
pretendem partir para outros centros de pesquisa.
Guilherme contou que o trajeto para chegar ao
adesivo foi longo. Eles pesquisaram algumas opções, até que decidiram por um
modelo parecido com um curativo simples, daqueles que se usa comumente na pele.
“Poderíamos fazer algo para ingerir, mas na pesquisa entendemos que os adesivos
têm absorção mais rápida”, explicou. A cafeína seria armazenada em uma película
na parte interna do curativo, que controlaria a dosagem a ser liberada no corpo
da pessoa. “Queremos minimizar o stress de quem sofre com ansiedade e
depressão, principalmente os estudantes que estão em fase de prestar
vestibular, um período bem difícil”, comenta Guilherme. Segundo Luiz, o formato
de adesivo foi escolhido se baseando na praticidade e nos impactos ao meio
ambiente. “A película será feita de um material que não agrida o meio ambiente
quando for descartada”, afirmou.
Iniciação científica é para a vida
Para os dois estudantes, ter a possibilidade de
participar de pesquisas científicas, mesmo antes de entrar na faculdade, será
decisivo para o futuro. “Na Iniciação Científica, entendemos como funcionam as
pesquisas, que temos que ser pacientes, pois às vezes temos muita coisa na mão,
mas no decorrer dos estudos muda tudo, e temos que persistir”, disse
Luiz.
Para Guilherme, pesquisar desde cedo no colégio
auxiliará no futuro acadêmico e profissional, pois no projeto os estudantes
tiveram a oportunidade de estudar a bibliografia sobre o tema, elaborar
hipóteses e ideias de desenvolvimento. “A pesquisa me ajudou a escolher o curso
da faculdade, que provavelmente será Medicina”, revelou Guilherme.
Stephanie lembrou da importância de os estudantes
conhecerem e entenderem cada vez mais a ciência, ainda mais em um momento em
que algumas investigações científicas são desvalorizadas. “Eles fizeram
ciência no meio da pandemia, e tudo que desenvolveram só trouxe experiências
enriquecedoras para eles”, afirmou.
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