Vitamina D já tem papel cientificamente comprovado na prevenção de algumas infecções respiratórias como pneumonia e influenza (gripe)
Pesquisa
brasileira investiga nível de vitamina D em 200 pacientes idosos, internados
por Covid-19, no Hospital Israelita Albert Einstein
A vitamina D, também
conhecida como “vitamina do sol”, é fundamental para auxiliar na absorção de
cálcio pelo organismo, porém não é de hoje que diversos estudos científicos vem
demonstrando sua ação positiva sobre o sistema imunológico das pessoas,
principalmente contra infecções do trato respiratório, como pneumonia,
tuberculose e influenza (gripe).
A partir deste histórico,
pesquisadores de diversos países passaram a investigar a ação da vitamina D no
combate às infecções causadas pelo novo coronavírus, incluindo especialistas no
Brasil, para entender a atuação na prevenção ou no tratamento da Covid-19.
“Estudos tem demonstrado que
a suplementação de vitamina D de longo prazo e de forma adequada parece
auxiliar na prevenção de infecções respiratórias agudas de algumas populações”,
afirma o geriatra Alberto Frisoli Jr., professor da Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp).
“Já com relação à atuação na
Covid-19, embora possa ter sintomas semelhantes, os mecanismos da doença ainda
não são completamente conhecidos, daí o interesse científico em buscar as
respostas sobre o papel dessa vitamina na pandemia”, acrescenta.
Segundo o especialista,
descobertas interessantes já foram feitas pela comunidade científica global.
Frisoli Jr. conduz um estudo brasileiro, no Hospital Israelita Albert Einstein,
que tem como foco a síndrome da fragilidade e o quanto os níveis de vitamina D
interferem no período de hospitalização, complicações intra-hospitalares,
internação em unidades de terapia intensiva e mortalidade em idosos com
infecção aguda de SARS-Cov 2.
Confira o resumo das
pesquisas:
Dupla função -
Segundo artigo publicado pela centenária revista científica britânica The
Lancet1, o papel da vitamina D na resposta à infecção por Covid-19
pode ser duplo: apoiar a primeira defesa do organismo ao vírus, que inclui por
exemplo, a produção de peptídeos antimicrobianos no epitélio (tecido) das vias
respiratórias, ou seja, protegendo o organismo da invasão do vírus causador de
Covid-19 e, no segundo momento, promovendo a redução da resposta inflamatória à
infecção.
Maior risco de infecção na
deficiência - Estudo desenvolvido por pesquisadores do
Departamento de Medicina da Universidade de Chicago2 analisou 489
pacientes que fizeram teste molecular (PCR) para Covid-19, e apontou que
aqueles com deficiência de vitamina D poderiam ter uma chance 77% maior de
infecção pela Covid-19 do que os pacientes com quantidade suficiente da mesma
vitamina. Os resultados foram publicados na revista médica Journal of the
American Medical Association (JAMA).
Estudo brasileiro - Um
estudo conduzido no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, vem
investigando a relação entre os níveis séricos de vitamina D e o Covid 19 em
200 pacientes hospitalizados, com 60 anos ou mais. A intenção é entender se a
deficiência deste nutriente potencializa a ação da fragilidade ou atua de forma
independente, sobre as chances do idoso com Covid-19 apresentar evolução
clínica grave, segundo o coordenador do estudo, Alberto Frisoli Jr.
Referências
1 Fiona
Mitchell; et al. Vitamin-D and COVID-19: do deficient risk a poorer outcome?.
2020. https://www.thelancet.com/journals/landia/article/PIIS2213-8587(20)30183-2/fulltext#%20.%20Acesso%20em%2002.06.2020
2 David O. Meltzer, MD, PhDThomas J. Best, PhDHui Zhang, PhD; et al. Association of Vitamin D Status and Other Clinical
Characteristics With COVID-19 Test Results. 2020. https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/10.1001/jamanetworkopen.2020.19722?utm_source=For_The_Media&utm_medium=referral&utm_campaign=ftm_links&utm_term=090320
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