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terça-feira, 9 de março de 2021

11/03/2021 - Dia Mundial do Rim

 

Dia Mundial do Rim traz alerta sobre as doenças renais que atingem 25 milhões de brasileiros

Especialistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz explicam quais os principais fatores de risco para o desenvolvimento da Doença Renal Crônica (DRC), sequelas da Covid-19 e a importância do acompanhamento nutricional


Cerca de 850 milhões de pessoas no mundo são afetadas pelas Doenças Renais Crônicas (DRC), de acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia. Para conscientizar a população sobre a importância da prevenção e apoiar pacientes que vivem com esse tipo de disfunção, em toda segunda quinta-feira de março ocorre o Dia Mundial do Rim. Para a data, a Sociedade Brasileira de Nefrologia promove campanha com o tema "Vivendo Bem com a Doença Renal", que busca orientar os pacientes com medidas de autocuidado e dicas de nutrição, ressaltando que é possível ter qualidade de vida com a doença.

As enfermidades que acometem os rins muitas vezes são assintomáticas em estágios iniciais. Dessa forma, apoiar o paciente é fundamental para que o diagnostico precoce seja possível. Segundo o Dr. Américo Cuvello, Coordenador do Centro Especializado em Nefrologia e Diálise do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, só no Brasil, cerca de 25 milhões de pessoas são doentes renais e 130 mil passam pelo programa de hemodiálise, principal tratamento das DRC.

Pertencem aos grupos de risco as pessoas com doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, obesidade, tabagistas e os idosos. "Importante também levar em conta o fator genético. Quem tem familiares com problemas renais e ou algum risco descrito acima devem incluir nos check-ups de rotina os exames de urina do tipo 1 e creatinina para avaliar o funcionamento dos rins", explica o especialista. No Brasil, o principal fator de risco é a hipertensão, enquanto nos Estados Unidos e em países europeus, o diabetes está em primeiro lugar.


Doenças renais e Covid-19

A pandemia do novo coronavirus trouxe impacto na vida dos pacientes portadores de doença renal crônica, com o aumento do tempo de internação e risco de mortalidade em nesses pacientes, segundo dados de estudo promovido pela Sociedade Brasileira de Nefrologia. Para evitar esses quadros, as medidas de distanciamento social, uso adequado de máscaras cobrindo boca e nariz e uso frenquente de álcool em gel são fundamentais no enfrentamento da pandemia.

Além disso, o acometimento agudo dos rins em pacientes com Covid-19 acarreta em impacto negativo na sobrevida. Existem vários estudos na literatura médica demonstrando a lesão direta do virus em células renais. "Os rins podem ser acometidos pelo quadro de desidratação, lesão muscular, inflamação generalizada e a formação de microcoágulos que entopem os pequenos vasos acarretando em perda da função dos rins e necessidade de diálise. Felizmente, o acometimento agudo dos rins é reversível na maioria dos pacientes", explica o especialista.


Alimentação

Segundo Thamara Spada, nutricionista do Centro Especializado em Nefrologia e Diálise do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a alimentação do paciente renal crônico é individualizada de acordo com cada necessidade. "O paciente com insuficiência renal em tratamento conservador, por exemplo, necessita de restrição proteica na dieta em algumas fases mais avançada da doença, mas já o que inicia diálise necessita de uma quantidade maior de proteína. O ideal é que eles busquem acompanhamento de um nutricionista especializado em nefrologia, para que possa adaptar toda a alimentação de acordo com cada quadro clínico", diz.

Apesar da dieta individualizada, existe um alimento que é restrito para todos que apresentam doenças renais: a carambola. "O consumo da fruta pode ser maléfico devido à presença da toxina caramboxina, que é filtrada e eliminada pelos rins. Assim, pessoas com redução da função renal, ao ingerirem geleia de carambola, a fruta in natura ou o suco, terão o aumento dessa toxina no sangue, que pode causar soluços, vômito, convulsões e até mesmo óbito", alerta a nutricionista.

Com diversos fatores de risco para as doenças renais, a dieta é fundamental no tratamento dessas comorbidades. "Seguir adequadamente as orientações nutricionais é tão importante quanto o uso correto dos medicamentos prescritos, porque auxilia na manutenção da saúde, bem-estar e evita futuras complicações e doenças associadas", conclui Thamara.


Hidratação

Dúvidas são comuns acerca da hidratação de quem sofre com alguma disfunção renal. Sobre isso, o Dr. Américo Cuvello explica que a função da água para os pacientes está diretamente ligada aos casos de cálculos renais e na redução da possibilidade de infecções urinárias, a urina mais diluida evita a precipitação dos cristais e a formação dos cálculos renais. "Não há uma quantidade exata de litros de água que as pessoas devem tomar por dia. O ideal é que não sintam sede, porque é uma indicação de desidratação. Para ter uma ideia se estão bem hidratados ou não, devem prestar atenção na quantidade de vezes que urinam ao longo do dia. O ideal é que as idas ao banheiro ocorram uma a duas vezes por período e que a urina seja clara e sem odor", explica.


 


Hospital Alemão Oswaldo Cruz

 http://www.hospitaloswaldocruz.org.br/


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