Dia Mundial do Rim traz alerta sobre as doenças
renais que atingem 25 milhões de brasileiros
Especialistas
do Hospital Alemão Oswaldo Cruz explicam quais os principais fatores de risco
para o desenvolvimento da Doença Renal Crônica (DRC), sequelas da Covid-19 e a
importância do acompanhamento nutricional
Cerca de 850 milhões
de pessoas no mundo são afetadas pelas Doenças Renais Crônicas (DRC), de acordo
com a Sociedade Brasileira de Nefrologia. Para conscientizar a população sobre
a importância da prevenção e apoiar pacientes que vivem com esse tipo de
disfunção, em toda segunda quinta-feira de março ocorre o Dia Mundial do Rim. Para a data, a
Sociedade Brasileira de Nefrologia promove campanha com o tema "Vivendo
Bem com a Doença Renal", que busca orientar os pacientes com medidas de
autocuidado e dicas de nutrição, ressaltando que é possível ter qualidade de
vida com a doença.
As enfermidades que
acometem os rins muitas vezes são assintomáticas em estágios iniciais. Dessa
forma, apoiar o paciente é fundamental para que o diagnostico precoce seja
possível. Segundo o Dr. Américo Cuvello, Coordenador do Centro Especializado em
Nefrologia e Diálise do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, só no Brasil, cerca de 25
milhões de pessoas são doentes renais e 130 mil passam pelo programa de
hemodiálise, principal tratamento das DRC.
Pertencem aos grupos
de risco as pessoas com doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes,
obesidade, tabagistas e os idosos. "Importante também levar em conta o fator genético. Quem
tem familiares com problemas renais e ou algum risco descrito acima devem
incluir nos check-ups de rotina os exames de urina do tipo 1 e
creatinina para avaliar o funcionamento dos rins", explica o especialista.
No Brasil, o principal fator de risco é a hipertensão, enquanto nos Estados
Unidos e em países europeus, o diabetes está em primeiro lugar.
Doenças renais e
Covid-19
A pandemia do novo
coronavirus trouxe impacto na vida dos pacientes portadores de doença renal
crônica, com o aumento do tempo de internação e risco de mortalidade em nesses
pacientes, segundo dados de estudo promovido pela Sociedade Brasileira de
Nefrologia. Para evitar esses quadros, as medidas de distanciamento social, uso
adequado de máscaras cobrindo boca e nariz e uso frenquente de álcool em gel
são fundamentais no enfrentamento da pandemia.
Além disso, o
acometimento agudo dos rins em pacientes com Covid-19 acarreta em impacto
negativo na sobrevida. Existem vários estudos na literatura médica demonstrando
a lesão direta do virus em células renais. "Os rins podem ser acometidos
pelo quadro de desidratação, lesão muscular, inflamação generalizada e a
formação de microcoágulos que entopem os pequenos vasos acarretando em perda da
função dos rins e necessidade de diálise. Felizmente, o acometimento agudo dos
rins é reversível na maioria dos pacientes", explica o especialista.
Alimentação
Segundo Thamara Spada,
nutricionista do Centro Especializado em Nefrologia e Diálise do Hospital
Alemão Oswaldo Cruz, a alimentação do paciente renal crônico é individualizada
de acordo com cada necessidade. "O paciente com insuficiência renal em
tratamento conservador, por exemplo, necessita de restrição proteica na dieta
em algumas fases mais avançada da doença, mas já o que inicia diálise necessita
de uma quantidade maior de proteína. O ideal é que eles busquem acompanhamento
de um nutricionista especializado em nefrologia, para que possa adaptar toda a
alimentação de acordo com cada quadro clínico", diz.
Apesar da dieta
individualizada, existe um alimento que é restrito para todos que apresentam
doenças renais: a carambola. "O consumo da fruta pode ser maléfico devido
à presença da toxina caramboxina, que é filtrada e eliminada pelos rins. Assim,
pessoas com redução da função renal, ao ingerirem geleia de carambola, a fruta in
natura ou o suco, terão o aumento dessa toxina no sangue, que pode causar
soluços, vômito, convulsões e até mesmo óbito", alerta a nutricionista.
Com diversos fatores
de risco para as doenças renais, a dieta é fundamental no tratamento dessas
comorbidades. "Seguir adequadamente as orientações nutricionais é tão
importante quanto o uso correto dos medicamentos prescritos, porque auxilia na
manutenção da saúde, bem-estar e evita futuras complicações e doenças
associadas", conclui Thamara.
Hidratação
Dúvidas são comuns
acerca da hidratação de quem sofre com alguma disfunção renal. Sobre isso, o
Dr. Américo Cuvello explica que a função da água para os pacientes está
diretamente ligada aos casos de cálculos renais e na redução da possibilidade
de infecções urinárias, a urina mais diluida evita a precipitação dos cristais
e a formação dos cálculos renais. "Não há uma quantidade exata de litros
de água que as pessoas devem tomar por dia. O ideal é que não sintam sede,
porque é uma indicação de desidratação. Para ter uma ideia se estão bem
hidratados ou não, devem prestar atenção na quantidade de vezes que urinam ao
longo do dia. O ideal é que as idas ao banheiro ocorram uma a duas vezes por
período e que a urina seja clara e sem odor", explica.
Hospital Alemão
Oswaldo Cruz
http://www.hospitaloswaldocruz.org.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário