É significativo o aumento na procura por procedimentos de harmonização facial, mas o que fazer quando o resultado não sai como o esperado?
Rosto
simétrico, traços perfeitos e pele impecável. A procura pelos resultados
estéticos “milagrosos” da harmonização facial tem feito com que o procedimento
seja um dos mais populares do país. Apesar de ser uma intervenção feita em
consultório sem necessidade de cirurgia, aspectos como médico escolhido,
realismo quanto ao procedimento e local onde será realizado devem ser levados
em consideração, haja vista o percentual cada vez maior de pessoas que buscam
reverter o processo.
Recentemente,
em um programa do horário nobre, o cantor Lucas Lucco foi sincero ao relatar
que estava revertendo o processo de harmonização facial, pois não se reconhecia
mais depois da interversão. “Você se olha e simplesmente não consegue enxergar
mais seus traços. Isso é muito ruim. Abala muito a nossa autoestima e eu não
gosto nem de olhar para minhas fotos do noivado”, relatou.
Segundo
a dermatologista Dra. Hellisse Bastos, uma reação que vem se tornando
corriqueira em consultórios devido à popularidade do procedimento e ao grande
número de profissionais que oferecem o serviço. Para ela, a harmonização está
se tornando banalizada, o que faz com que muitas pessoas a adotem sem pensar
muito, argumenta.
“É
uma intervenção que cai muito bem em peles com sinais envelhecimento,
preenchendo não só espaços causados pelo passar da idade, mas preservando a
belezas individual de cada um. Porém, o que vemos não é essa estética sendo
usada como prevenção ou melhoramento. São pacientes cada vez mais jovens que
estão transformando seus rostos , o que contribui para a perda de identidade”,
diz.
Além
de faces que se distanciam cada vez mais dos traços originais da pessoa, há
inclusive profissionais que estão usando PMMA, uma substância não absorvível,
liberada pela ANVISA para casos de lipodistrofia, causada pelo AIDS , mas que
em uma pessoa comum pode causar complicações em qualquer etapa da vida, até
mesmo de 10 a 20 anos após ter sido realizado o procedimento. Como é produto
não absorvível, torna a reversão do procedimento possível apenas com cirurgia.
“Quanto há vontade de optar pela harmonização, além de pesquisar um médico
capacitado e a forma como trabalha, respeitando traços, é preciso estar atento
ao material utilizado”, alerta a dermatologista.
Quando
é usado, de fato, um ácido hialurônico, o processo de reversão ocorre por
meio da ministração da enzima Hialuronidase, que provoca a eliminação
praticamente imediata, do produto. “ O ácido hialurônico ministrado para fins
estéticos deve ser usado com parcimônia, pois a transformação do rosto com
traços que não são próprios do paciente culminam nessa perda de identidade,
podendo haver até mesmo consequências psicológicas. O resultado não deve ser
espelhado em outra pessoa, em um famoso, mas no seu rosto e seus traços”,
alerta Hellisse Bastos.
Fabiano de Abreu
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