Brincar na natureza é essencial para o desenvolvimento das crianças
Pesquisas mostram
que a falta de contato com ambientes naturais pode levar a problemas de saúde e
aprendizado na infância e adolescência
Incentivar o contato com a natureza desde cedo é
essencial para o melhor desenvolvimento das crianças. Pesquisas mostram que a
falta de oportunidades de brincar e aprender junto aos ambientes naturais está
relacionada a problemas como obesidade, baixo rendimento escolar, miopia, baixa
autoestima e falta de equilíbrio e habilidade física. De acordo com um estudo
da University College London, com alunos da rede primária, 79% das crianças que
participaram de experimento ao ar livre relataram sentirem-se mais confiantes
nelas mesmas. Além disso, cerca de 80% concordaram que o contato com a natureza
os ajudava a ter uma relação melhor com professores e colegas.
“A pandemia do coronavírus impôs um nível de
isolamento social nunca antes visto, afastando as pessoas da natureza. É
essencial que essa conexão seja retomada, fortalecida e, no caso das crianças,
estimulada desde cedo, por meio de atividades e brincadeiras”, explica a
coordenadora de Comunicação e Engajamento da Fundação Grupo Boticário de
Proteção à Natureza, Melissa Barbosa, reforçando a importância dessa conexão
para que meninos e meninas também valorizem a natureza e compreendam a
importância de protegê-la.
Em 2019, o Instituto Alana e a Sociedade Brasileira
de Pediatria lançaram um manual com dicas de atividades para crianças,
adolescentes, famílias, educadores e pediatras. “Apesar de o bom senso e a
experiência na clínica pediátrica reconhecerem os benefícios que a criança e o
adolescente obtêm através do brincar e das atividades de lazer e aprendizado ao
ar livre, em contato com a natureza, o fato é que em contextos urbanos eles têm
cada dia menos oportunidades de usufruir desse direito universal”, alerta a publicação,
coordenada pela membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza
(RECN) e coordenadora do programa Criança e Natureza do Instituto Alana, Laís
Fleury.
Entre as ações recomendadas pelo manual estão:
estimular as crianças a explorar e conhecer seus bairros, fazer fora de casa as
atividades que se costuma fazer dentro, organizar encontros e festas ao ar
livre, cultivar plantas e hortas, dar preferências a destinos naturais durante
as férias escolares e oferecer livros e revistas sobre natureza às crianças e
adolescentes. “Os livros podem inspirar o amor e a curiosidade pela vida lá
fora, ao ar livre. Exemplo: guias de campo sobre as aves e plantas, livros
sobre aventuras na natureza e sobre sua beleza inspiradora”, diz a publicação.
“A literatura e demais manifestações artísticas
também fazem parte do processo de construção de uma cultura voltada para o
cuidado com a natureza e a biodiversidade”, diz Melissa. Ela destaca como
exemplo a coleção “Meu Ambiente”, lançada
digitalmente neste ano pela Fundação Grupo Boticário. Contendo nove livros
paradidáticos – do primeiro ao último ano do ensino fundamental – e com
referencial teórico, a coleção ajuda professores e alunos a trabalharem
assuntos de maneira transversal com outras disciplinas.
Imagem: Neil
Dodhia/Pixabay
Fundação Grupo Boticário
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