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segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Obesidade infantil necessita de mais atenção em tempos de isolamento

Nutrólogo Eduardo Rauen faz alerta para pais encararem problema de forma consciente

 

“Temos que encarar e tratar de forma objetiva, com informação de qualidade, a obesidade infantil”, alerta o médico nutrólogo Eduardo Rauen, chamando atenção para um problema de saúde pública. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que haverá, em 2025, 75 milhões de crianças obesas no mundo - a entidade indica que o Brasil deve ocupar a 5ª posição entre os países com maior quantidade de crianças e adolescentes obesos em 2030.  

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma em cada três crianças entre 5 e 9 anos está acima do peso no Brasil. O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional de 2019 constatou que 16,33% das crianças nesta faixa etária têm sobrepeso, 9,38% obesidade e 5,22% tem obesidade grave. Nos adolescentes, os números apontam 18% com sobrepeso, 9,53% obesos e 3,98% com obesidade grave. 

O agravamento deste problema pode ser uma das consequências do isolamento prolongado pelo qual as crianças brasileiras estão passando. A maioria delas têm praticado menos atividade física e ficam mais tempo em casa, podem aumentar a quantidade de ingestão de alimentos e, especialmente, abusar de comidas não saudáveis. “Precisamos olhar para dentro da nossa casa, cuidar dos nossos filhos e dar atenção à obesidade”, explica o médico.

Rauen destaca que a obesidade infantil aumentou dez vezes em 40 anos. “Quando a criança é obesa na primeira infância, ela tem 74% de chance de ser um adolescente obeso. O adolescente obeso tem 89% de chance de se tornar um adulto obeso”. 

Esses dados são considerados cruciais pelo nutrólogo, para que os pais e familiares comecem a tratar imediatamente a obesidade infantil. “Vejo a dificuldade dos pais de entenderem. Muitos dizem que uma criança precisa ter ‘um bolinho’ em casa e que quando o filho crescer vai ‘esticar’, terá o chamado estirão e vai emagrecer, mas na realidade não é assim. Precisamos tratar com seriedade a obesidade infantil”. O médico lembra que o excesso de gordura corporal é fator de risco para uma série de doenças como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes, problemas físicos e diversos tipos de câncer.



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