A SIGBIC causa sintomas clínico específicos e afeta o sistema imunológico
O
médico e pesquisador Dr. Eduardo Fleury, radiologista e coordenador da equipe
de Imaginologia Mamária do IBCC Oncologia, descobriu uma doença associada aos
implantes mamários, denominada SIGBIC (granuloma induzido por silicone na
cápsula).
Os
principais sintomas da doença são:
manchas na pele, dores articulares, colites, endurecimento das próteses,
aumento das mamas e sinais inflamatórios no seio comprometido.
A maioria das pacientes avaliadas apresentou alterações clínicas
características, muitas vezes ignoradas pelos médicos delas, sobretudo, por não
existir relatos na literatura médica sobre o tema.
A
descoberta aconteceu em várias etapas e após diversas constatações em um período
de quase três anos. Foram intensos estudos e avaliações em resultados de
imagens radiológicas, mamográficas, ultrassonográficas e, agora, de
ressonâncias magnéticas mamárias de aproximadamente três mil mulheres.
De
acordo com o Dr. Fleury, a doença começa a se desenvolver bem próximo ao
período de vencimento da prótese de silicone a qual tem vida útil de 7 a 10
anos. “As cápsulas fibrosas podem ficar comprometidas pela reação com o
silicone e a retirada da prótese, em muitos casos, apresenta melhora no
quadro”, afirma o médico ao acrescentar que as próteses não precisam ter sido
rompidas para que ocorra o aparecimento da doença.
De
acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgias Plásticas (SBCP), a intervenção
cirúrgica para aumento dos seios é a mais procurada pelas brasileiras. O último
levantamento realizado pela SBCP, com dados de 2017 a 2018, mostrou que a
cirúrgica para colocar seio representa 18,8% de todas as operações
plásticas realizadas no Brasil o que equivale a 319 mil e 600 próteses de silicone
colocadas no período de 12 meses.
Sendo
dessa maneira, ao período o tempo de vida útil da prótese que é de 7 a 10 anos,
podemos dizer que 229 mil brasileiras podem estar com a doença SIGBIC. Isso
pelo fato de o Brasil ter realizado 12,9% do total de cirurgias de prótese de
silicone feitas no mundo. Ou seja, há 7 anos (2013) houve o registro de 1
milhão 773 mil e 584 intervenções cirúrgicas desse tipo globalmente. Os dados
foram captados pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS).
A
descoberta da doença SIGBIC pelo médico brasileiro tem recebido destaque em
várias publicações cientificas pelo mundo. Nas últimas semanas, as revistas
PLOS One e Science Direct reconheceram e aprovaram duas das etapas detalhadas
pelo pesquisador.
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