O que está acontecendo nos Estados Unidos nos dias de hoje? Com a crise e diversos tipos de benefícios, muitos americanos estão preferindo ficar em casa do que ir trabalhar. Vemos o número gigantesco de desemprego no país e a tendência é que esse número aumente ainda mais.
Embora algumas pessoas pensem que seja temporário
por conta das notícias, é importante explicar que há 3 categorias de demissões
nos Estados Unidos e entre elas está o furlough, que é válido para as
pessoas que foram dispensadas com licença devido a pandemia e que serão
recontratadas após o período de quarentena. Isso significa que elas não estavam
definitivamente desempregadas. Entre 30 milhões, aproximadamente 1.400 milhões
estavam em furlough, o que mostra uma grande disparidade quanto ao
número de desempregados atualmente.
Outra questão que deve ser lembrada é que o país
está passando por um ano eleitoral e que existem algumas coisas que precisam
ser apontadas. O presidente Donald Trump assinou uma nova ordem executiva e,
aparentemente, esse é o modo dele de governar, algo que pessoalmente não acho
interessante. Uma comparação simples seria viver no Brasil em que um presidente
governa por meio de decretos, o que impede o trabalho do congresso e acaba
fazendo com que o regime democrático deixe de existir. Afinal, quando há alguém
tomando todas as decisões sem a análise dos demais, em conjunto, é bem fácil de
declarar uma ditadura.
O que vem acontecendo nos Estados Unidos é que, ao
ter uma decisão contrária ao congresso americano, o presidente leva a frente
sua perspectiva da mesma forma, desconsiderando as razões para que ocorra um
veto.
Há algumas semanas, a ABC News publicou uma
reportagem que me trouxe uma certa apreensão. Eles citam que a adoção de ações
executivas por Trump para contornar o congresso contrasta fortemente com as
críticas dele ao uso do mesmo método pelo ex-presidente Barack Obama. Antes,
algo que ele condenava e tratava como tirania, hoje é o modo usado
extensivamente para governar, o que demonstra o enfraquecimento da democracia,
preocupando também os empresários, uma vez que alguns decretos impactam na
imigração e, muitas vezes, falta mão de obra necessária para executar
determinados trabalhos.
Ainda assim, visto que é ano de eleição, Trump, que
já não fala com Nancy Pelosi, a líder dos democratas na câmara, buscou desde o
ano passado aumentar suas chances oferecendo uma ajuda semanal de U$ 600, entre
outros benefícios.
Por mais que não pareça, isso gera um enorme
problema para o país: fazendo uma conta simples, nota-se que um adulto que opta
pelo auxílio recebe U$ 1600 ao mês. Ao adicionar o seguro desemprego de
aproximadamente U$ 600, o cidadão receberia U$ 2400. Quando se trata de
parceiros, juntos teriam U$ 4800 e, caso tenham algum filho, também teriam
acesso a mais um auxílio.
Somando esses valores, para algumas famílias pode
ser muito mais vantajoso permanecer desempregado ou fazendo pequenos trabalhos
para agregar a renda. Esse ponto impacta também nas empresas, uma vez que não é
possível contratar a mão de obra de profissionais de outros países, e as
pessoas que estão aptas a realizar o trabalho dentro dos Estados Unidos,
preferem não trabalhar para receber a ajuda do governamental.
Algo também citada na reportagem da ABC é sobre a
decisão do presidente e de alguns governadores de impedir que ocorram despejos
durante o período de crise. Imagine a situação de algumas pessoas, que dependem
do aluguel de imóveis residenciais para pagar suas contas e continuar a viver,
mas tem que lidar com um cenário em que os inquilinos deixam de cumprir essa
obrigação simplesmente porque o governo decidiu que eles não podem ser
despejados. Independentemente do que venha a acontecer após a pandemia, nesse
momento já há inúmeros prejudicados.
Alguns podem pensar que a intenção do presidente é
realmente ajudar as pessoas, mas é fundamental ter discernimento entre
benfeitorias e a autopromoção que esse momento pede para que ocorra uma
reeleição. Sempre fui a favor de capitalismo e em muitas vezes concordei com
Trump, pois é necessário ter pulso firme para governar um país como os Estados
Unidos. No entanto, algumas atitudes dele parecem desesperadas, pois essa
estratégia está gerando desemprego e até mesmo a possibilidade da
desvalorização do dólar, o que pode ser um grande problema no próximo
ano.
Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em direito internacional, consultor de negócios internacionais e palestrante. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br ou entre em contato por e-mail daniel@toledoeassociados.com.br. Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 73 mil seguidores https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente.
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