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segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Como aliviar os desconfortos provocados pela gestação?



Carregar uma vida dentro do próprio ventre é uma experiência divina. Muitas mulheres sonham com esse momento. No entanto, junto com a magia de ser mãe, chegam também muitos desconfortos. A maioria se queixa praticamente das mesmas coisas, como inchaço, tensão muscular e dificuldade para dormir devido ao tamanho da barriga.

Por esse motivo, uma técnica que vem sendo muito procurada pelas gestantes é a flutuação. A prática foi desenvolvida nos anos 50, nos Estados Unidos, pelo neurocientista e psicanalista John C. Lilly. Foram anos e anos de pesquisa para se chegar nos modelos atuais de tanques de flutuação. Com o passar do tempo a flutuação vem sendo praticada por cada vez mais pessoas.

No caso das gestantes, a prática é recomendada a partir do segundo ou terceiro trimestre. Logicamente, cada gestação é diferente da outra, mesmo quando se trata da mesma mulher. Por esse motivo, é sempre importante alinhar essa questão com o médico. Normalmente, os benefícios são percebidos logo na primeira sessão.

A flutuação é muito simples e não requer conhecimento prévio. A gestante entra num tanque - que lembra muito uma banheira grande, mas com tampa - composto por água com sal Epsom, ou sal amargo, como é mais conhecido no Brasil. Essa alta concentração do sal possibilita a flutuação pela densidade elevada da água, dando a sensação de falta de gravidade.

A água fica a 35,5 graus, a mesma temperatura média da pele de nosso corpo, tornando a experiência muito agradável. A gestante pode ficar na escuridão total ou, se preferir, sob as luzes de cromoterapia, o que também impacta no seu relaxamento e bem estar. O silêncio é total.

A técnica atua fortemente no controle do cortisol, o hormônio regulador do estresse e ansiedade. O magnésio reduz a pressão das juntas e articulações, o que por si só já é um alívio. Essa redução da pressão pode ajudar a reduzir edemas ou prevenir inchaços. Alguns médicos até recomendam a ingestão de suplementos de magnésio para essa finalidade.

A pressão sanguínea também está diretamente ligada aos níveis de estresse. Então, faz sentido pensar que o relaxamento profundo do tanque de flutuação pode ajudar a baixá-la. Além disso, quando o corpo está aliviado do peso da gravidade, os vasos sanguíneos podem se dilatar, reduzindo assim a pressão e melhorando o fluxo sanguíneo.

Outra questão importante está relacionada ao estresse. Muitas gestantes ficam ansiosas com a chegada do bebê e com os preparativos que envolvem a chegada de um novo membro à família. A sala de flutuação é um refúgio, um ambiente só seu e onde nada, nem ninguém pode atrapalhar.

Quando entra no tanque, a gestante emerge dentro de um ambiente acolhedor, seguro e de uma tranquilidade ímpar. É possível esquecer todas as dores e incômodos. A mente se tranquiliza e o corpo relaxa. A respiração e o batimento cardíaco se acalmam. A noção de tempo e espaço se diluem. Muitas mulheres acabam entrando em estados meditativos profundos, mesmo sem esforço algum para isso.

A tensão muscular praticamente desaparece. O esforço para carregar o peso extra que habita em seu ventre faz com que as mães fiquem em constante alerta. A tensão para corrigir o peso na coluna, ombros e pernas é constante. Mesmo deitadas, muitas não conseguem relaxar. No tanque, a gravidade zero e a absorção do magnésio tiram essa tensão. É possível até ficar de bruços, algo impossível de ser feito fora da água, nas últimas semanas de gestação.

Outro benefício surpreendente está na conexão entre mãe e filho. Muitos flutuadores relatam uma experiência intrauterina. No caso de uma gestante, ambos estão dentro de um ventre ainda maior. O som é reduzido à sua própria respiração e batimento cardíaco. Algumas gestantes conseguem escutar até o batimento cardíaco da pequena vida em seu ventre.

A percepção das funções fisiológicas da mãe fica aguçada e os laços com seu bebê só aumentam. Esse ambiente único permite à mãe imaginar com muito mais clareza como deve ser a experiência do seu bebê em seu útero. Assim, conectados, ambos ficam muito mais prontos e preparados para a nova vida que terão juntos.





Tobias Nold - empresário e idealizador da Flutuar Float Center, primeiro centro de flutuação em São Paulo.

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