Spams cada vez mais pessoais, uso de inteligência
artificial para implementar ataques e autenticação sem senha são algumas das
principais tendências para o setor de cibersegurança em 2019. O prognóstico é
da Cyxtera, multinacional dedicada à detecção e prevenção de fraudes
eletrônicas em todos os dispositivos, canais e serviços na nuvem.
“Governos e organizações precisam levar em conta que seus
dados estão espalhados por data centers particulares e nuvens públicas e
privadas, entre outros. Além disso, os usuários acessam seus dados de qualquer
lugar e qualquer dispositivo. Portanto, é preciso desenvolver uma defesa para
essa infraestrutura híbrida”, alerta afirma Ricardo Villadiego, diretor de
Segurança da Cyxtera.
A empresa, que já avaliou mais de 32 bilhões de conexões
globais em busca de ameaças, listou os principais ciberataques que as
organizações devem enfrentar no próximo ano, além das ferramentas e tendências
mais eficientes para combatê-los.
1) Spam cada vez mais pessoal
Os serviços de geolocalização permitem que os phishers
abordem pessoas de diversas áreas com ofertas fraudulentas especificamente
desenhadas para para atrair um determinado público. Os especialistas da Cyxtera
avaliam que, em 2019, os phishers combinarão cada vez mais táticas na criação
de campanhas avançadas, como anúncios no Google Ads de trabalho voluntário no
Super Bowl para homens entre 18 e 24, por exemplo. “Em 2018, a combinação de
postagens em redes sociais, e-mails e anúncios de publicidade foi usada na
composição de campanhas avançadas. Os phishers devem elaborar mensagens direcionadas
por geolocalização cada vez mais complexas. É preciso ter muito cuidado com
e-mails em 2019”, alerta Villadiego;
2) Confiança digital será decisiva
para instituições financeiras
Com quase dois terços dos
consumidores preocupados com a possibilidade de suas contas e seus cartões
serem hackeados, a conquista da confiança digital tem a ver tanto com cultura
como com tecnologias antifraude. Segundo o executivo, ainda não vivenciamos uma
mudança cultural, e a conscientização sobre prevenção de fraude é geralmente
tratada como uma preocupação secundária. “Em 2019, as instituições financeiras
terão a oportunidade de engajar o cliente por meio do desenvolvimento de
serviços que alcancem um equilíbrio entre segurança robusta e simplicidade”,
explica. “As organizações precisam ter uma visão unificada e empregar
tecnologias antifraude que sejam efetivas em curto e longo prazo, pois essa é a
única maneira de alcançar a confiança digital”, afirma;
2) Para quem trabalha a inteligência
artificial?
Já sabemos que a inteligência artificial (IA) pode ser
criada e usada pelos fraudadores para incrementar seus ataques cibernéticos. Em
2019, os fraudadores não dependerão de inteligência artificial própria. A
Cyxtera prevê que os fraudadores criarão uma quantidade imensa de ataques
falsos, de phishing ou malware, causando desvios na aprendizagem do algoritmo,
que passará a acreditar que este é o modo como os ataques estão trabalhando
agora. “Assim, eles serão capazes de lançar ataques altamente direcionados e
que não serão sinalizados pelo algoritmo envenenado, escapando da detecção e
conseguindo obter lucros”, explica Villadiego;
3) Autenticação sem senha promete
maior segurança - se isso for feito da maneira correta
As senhas não irão desaparecer completamente, mas a
quantidade de plataformas online eliminando o seu uso deve crescer cada vez
mais. Quando feita corretamente, a autenticação sem senha pode ser uma
ferramenta poderosa e segura. No entanto, a Cyxtera afirma que organizações que
usam canais não criptografados como fatores alternativos de autenticação enfrentarão
muito mais vulnerabilidades inerentes. “Veja as senhas de uso único enviadas
por e-mail, por exemplo, que, como já se sabe há algum tempo, são altamente inseguras. Incorporá-las ao processo de autenticação sem senha torna o
procedimento facilmente interceptável pelos cibercriminosos. Em 2019, quando
adotarem métodos alternativos de autenticação, as organizações precisam ter
certeza de que estão fazendo isso de maneira segura”, alerta;
4) Lojas de aplicativos como
playground virtual para malware
Lojas não oficiais de aplicativos oferecem o ambiente
perfeito para a disseminação de malwares ao proporcionarem aos usuários uma
falsa sensação de segurança. Villadiego aponta que nem mesmo a Google Play
Store está imune. “Apesar de o Google ter medidas de segurança para impedir que
códigos maliciosos sejam carregados para a loja oficial, os fraudadores
recentemente começaram a usar arquivos APK não maliciosos como porta de entrada
para o download de cargas externas e ações maliciosas no dispositivo do
usuário”, explica. Em 2019, ele prevê que haverá um aumento acentuado no volume
de aplicativos maliciosos distribuídos para os telefones dos usuários por meio
de lojas legítimas de aplicativos;
5) Força bruta automatizada
Os fraudadores sabem que a maioria das pessoas reutiliza
combinações de nome de usuário e senha em diferentes sites. Ataques de
credential stuffing oferecem uma maneira simples e rápida de verificar quais
são os pares válidos de nome de usuário e senha. Isso pode ser usado tanto em
ataques direcionados para grupos específicos como para catapultar os preços dos
dados do usuário no mercado negro após a verificação. Segundo a Cyxtera, bancos
internacionais de grande porte foram atingidos por uma onda de tentativas de
ataques desse tipo, e essa tendência deve aumentar em 2019;
6) As empresas seguirão os passos dos
bancos
À medida em que as empresas reforçam suas estratégias de
defesa, técnicas modernas de autenticação, como push e biometria, com as quais
os bancos já estão satisfeitos, também serão adotadas por elas;
7) Riscos da IoT
A preocupação com a segurança da IoT foi para o topo da
lista de prioridades, mas a maioria desses dispositivos continua altamente
vulnerável. Os riscos são maiores do que nunca, especialmente no que se refere
aos processos de autenticação. As empresas precisam ter controle sobre esses
riscos, estabelecendo requisitos de verificação de identidade, implementando
sistemas seguros de proteção e desenvolvendo ferramentas para medição e
acompanhamento;
8) Falsos posts políticos trarão
lucros reais
Um assunto quente nos últimos anos tem sido a influência
política de contas falsas ou “bots” no Twitter e outras redes sociais, usadas
para manipular a percepção e a opinião do público sobre eventos atuais. Agora,
os fraudadores estão começando a perceber que é possível tirar vantagem da
escalada de tensões e das divisões políticas em diferentes países, usando as
redes sociais como vetor de ataques. “Os fraudadores postam artigos que parecem
ser de um determinado posicionamento, levando o público a seguir certas contas
ou postagens que irão, em algum momento, enganá-los para que forneçam dinheiro
ou dados de acesso”, afirma Villadiego.
9) Quando “seguro” não significa
segurança
“Todo mundo vê, quando acessa a Internet, um pequeno ícone
indicando que é “seguro” ou “não seguro” navegar por aquela página.
Infelizmente, muitos usuários acreditam que aquele símbolo significa que o site
usa comunicação criptografada e, por isso, não poderia ser malicioso”, explica
o executivo. Ele alerta que os fraudadores já estão usando certificados que
aparentam ser legítimos (o que pode levar o navegador a exibir o ícone de
“seguro”) para mascarar suas tentativas de phishing e malware. “Em apenas um
ano, o uso de certificados como disfarce para tráfego malicioso dobrou. Não há
indícios de que essa tendência diminuirá, uma vez que os certificados oferecem
uma maneira simples de enganar os usuários, que acabam confiando no website e fornecendo
suas credenciais”, adverte;
10) Resoluções de ano novo
Com tantas mudanças previstas para o cenário de fraude no
próximo ano, a Cyxtera recomenda que as organizações implementem uma solução de
prevenção de fraude que aproveite o potencial do aprendizado adversário, que
possua várias camadas e aborde as ameaças de uma maneira holística - e não
individualmente. “Também aconselhamos que as organizações implementem
autenticação multifatorial forte e moderna e assegurem-se de que o plano de
segurança da empresa cubra ameaças internas e externas”, finaliza Villadiego.
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