Muitos pais
acreditam que seus filhos, aparentemente, são mais magros do que realmente eles
são
Uma revisão de estudos publicada na
revista Pediatrics revelou que dois terços dos pais subestimam o peso de
sua prole. "O dado é preocupante, pois, em estado de negação, os pais não
são capazes de reconhecer que seus filhos estão acima do peso, assim, eles não
podem tomar as atitudes necessárias para prevenir ou tratar a obesidade”,
avalia o pediatra Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).
Para chegar aos dados
finais da meta-análise, os pesquisadores revisaram dados de 121 estudos que
incluíram mais de 80.000 estimativas de peso de crianças e adolescentes, entre
2-19 anos, feitas por seus pais. Mais da metade dos pais de crianças com
sobrepeso e obesidade subestimaram o peso dos filhos, como também o fizeram
cerca de 14% dos pais de crianças com peso normal. Os pais tinham maior
probabilidade de subestimar o peso de crianças entre 2-5 anos.
As razões para essa
atitude não foram estudadas, mas os cientistas sugerem que os meios de
comunicação apresentam uma imagem estereotipada de crianças com sobrepeso como
severamente obesas e que isso distorce a compreensão dos pais. Outra hipótese é
a de que os pais são resistentes a estigmatizar seus filhos como “gordos”. E há
também os pais que simplesmente não acreditam que seus filhos possam estar
acima do peso porque eles são fisicamente ativos e não têm problemas de saúde
óbvios. "É nesses casos que o papel do pediatra é essencial, pois ele é o
profissional de saúde indicado para corrigir a ‘falsa impressão dos pais’ e
promover a adoção de hábitos saudáveis”, defende Chencinski.
O que as
famílias podem fazer
O sobrepeso e a
obesidade infantil são problemas de saúde significativos para as famílias e
muitos pais se sentem sobrecarregados e angustiados com essa situação, não
sabem por onde começar a ajudar os filhos... Segundo o pediatra isso é
totalmente compreensível, dada a complexidade associada às causas e ao
tratamento dessas condições.
“No entanto, há muitas
coisas que as famílias podem fazer para promover um estilo de vida mais ativo e
saudável e para apoiar uns aos outros com o objetivo de se manterem saudáveis.
Por exemplo, elas podem se concentrar na criação de um ambiente familiar que
incentive e apoie as escolhas alimentares saudáveis; podem comunicar-se regularmente com seu pediatra
para entender melhor o que significa o percentual do IMC (índice de massa
corporal) e podem também unir-se à comunidade na defesa de lanches mais
saudáveis nas escolas”, enumera Moises Chencinski, membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados
Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).
Além do que o médico
mencionou, a comunidade científica concorda que cada uma das seguintes opções
pode impactar positivamente sobre o sobrepeso e a obesidade em crianças e / ou
adolescentes:
- Comer 5 porções de frutas e vegetais por dia;
- Fazer pelo menos 1 hora de atividade física por dia (não precisa ser consecutiva);
- Limitar o tempo de tela (TV, tablet, celular) para menos de 2 horas por dia;
- Limitar o consumo de açúcar e de bebidas adoçadas;
- Tomar o café da manhã diariamente;
- Optar por produtos lácteos com baixo teor de gordura;
- Fazer regularmente as refeições em família;
- Limitar as refeições fast food e as saídas para comer fora;
- Preparar os alimentos em casa;
- Comer uma dieta rica em cálcio;
- Comer uma dieta rica em fibras;
- Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e manutenção do aleitamento após a introdução de alimentos sólidos até os 12 meses de idade.
O que os
pediatras podem fazer
Para Moises Chencinski,
pais e pediatras podem formar uma parceria importante na prevenção de sobrepeso
e obesidade. “É uma ótima ideia para os pais manterem um contato regular com o
pediatra do seu filho sobre nutrição adequada e atividade física. Além disso, o
pediatra pode ajudar os pais, avaliando o risco da criança e monitorando seu
IMC. O pediatra deve informar aos pais quando a criança está em risco de
excesso de peso ou quando já está acima do peso ou obesa. Trabalhando em equipe
com o pediatra do filho, os pais poderão identificar as melhores formas para
que a criança adote e / ou mantenha um estilo de vida ativo e saudável”,
defende o médico.
Moises Chencinski - www.drmoises.com.br
- Email:
fale_comigo@doutormoises.com.br
- http://www.youtube.com/user/DoutorMoises
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