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quinta-feira, 20 de setembro de 2018

SETEMBRO AMARELO E A ABORDAGEM DE SAÚDE MENTAL COM CRIANÇAS


Setembro é o mês voltado para a reflexão acerca do suicídio e outras questões sobre saúde mental que afetam grande parte da população mundial. Um ponto ainda mais delicado nesta área é a abordagem destes tópicos com as crianças. Os números assustam: dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) mostram que o suicídio é a terceira maior causa de morte entre os jovens de 15 a 29 anos, e a sétima entre crianças de 10 a 14 anos.

Nos Estados Unidos o cenário é ainda mais grave. Por exemplo, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças do país, a morte de meninas entre 15 e 19 anos atingiu o recorde em 40 anos. Como conversar com as crianças da melhor forma sobre este assunto? Para a CEO e fundadora do aplicativo psicossocial Timokids Fabiany Lima, este tema deve ser tratado com calma e muito diálogo.
Seguem alguns pontos elencados por Fabiany para que a conversa sobre saúde mental flua da melhor forma possível no ambiente familiar:

Diálogo primeiro - Não temos muito controle de quando este tema pode surgir. Obviamente, saber onde e como nossos filhos ficaram sabendo sobre isso é importante. No entanto, o primeiro passo deve ser não julgar e ouvir. Portanto, ao invés de inicialmente ficarmos preocupados para saber a origem de algum questionamento, devemos ouvir as crianças e depois orientá-las. Muitas vezes, um leve apavoramento pode calar algo que ela queira contar e cortar um vínculo de honestidade muito poderoso; 
 

Orientação - Criar um ambiente sadio e seguro para que as crianças possam se expressar é muito importante. Parece tarefa simples, mas isso significa falar com franqueza e com a linguagem apropriada sobre temas difíceis os quais eles terão contato ao longo da vida. Bullying e assédios, por exemplo, são tópicos atrelados às condições psicológicas e devemos orientar sempre. Compreender o contexto em que elas estão inseridas para darmos os melhores conselhos ou as mais apropriadas advertências; 
 

Valores - A cobrança por ter uma vida que não é sua é um tema que surge muito forte com o advento das redes sociais. Nossos filhos são nativos digitais, portanto, os gadgets fazem parte de suas vidas desde sempre. Eles crescem com um nocivo culto ao modo de vida perfeito, com fotos e vídeos de objetos e estilos de vida ostentados como se o acesso a isso fosse comum. É preciso ter fortes valores dentro de casa para que haja segurança em ser quem é, em um universo onde tudo te diz para se adequar;


Sem julgamentos - Não utilizar termos pejorativos quando nos referimos à certas condições psicológicas é essencial para que não limitemos os horizontes de nossos filhos. Também não devemos falar opiniões muito particulares a respeito de alguém que possa ter tirado a própria vida. Temos que deixar nossos preconceitos de lado para que eles não os reproduzam. Nós ensinamos nossos filhos e eles nos ensinam muito mais.







Fabiany Lima - empreendedora, mãe de gêmeas, fundadora e CEO do Timokids, ferramenta multilíngue psicossocial utilizada em 197 países.


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