O Brasil vive mais um momento
de tensão política. O período eleitoral, na maioria dos países, já é
considerado uma época complicada. Mudanças de administração geram inseguranças,
muitas vezes infundadas, mas por vezes justificáveis. No caso do Brasil, que já
vem enfrentando instabilidades, o medo é compreensível e isso afeta ainda mais
o país, em um ciclo vicioso de receios e inações de quem mais movimenta a
econômica, o empresariado.
Justamente por isso, a
despeito das eleições, é preciso que empresários de todo o país tenham planos
para blindar suas empresas para o período de incerteza, e se foquem na
continuidade dos negócios. A verdade é que problemas econômicos não são
novidade, e o Brasil sempre os superou, e continuará superando. Parte disso se
deve justamente aos empresários que quebram o ciclo de inação e de forma
planejada e segura lidam com qualquer crise, e não simplesmente a temem.
A situação política tende a
tomar destaque na mídia e na mente dos cidadãos, mas na maioria das vezes ela
nem mesmo é a culpada por uma queda de vendas. Na maior parte das vezes as
eleições não apresentam se quer uma ameaça, independente de qualquer vencedor.
O problema é que é mais fácil culpar a tensão política, do que prestar atenção
na própria empresa, estar bem planejado e pronto a se esforçar para consertar problemas
sistêmicos de épocas muito anteriores ao ano eleitoral.
Um exemplo claro é que na
época das “vacas gordas” as empresas tendem a não dar a devida importância à
prospecção ativa de clientes. Nessa época onde as pessoas estão mais
tranquilas, elas costumam vir às empresas, e isso gera uma falsa segurança de
que não há necessidade de ativamente buscar novos clientes. É somente quando a
situação aperta que as empresas voltam a buscar clientes, porém, o timming de
iniciar relacionamentos já passou, e a prospecção se torna mais difícil.
Ao invés de aproveitar o bom
tempo para ter contatos devidamente próximos e relacionados com a empresa, para
enfrentar o tempo de dificuldade, os gestores costumam relaxar. Parte do
problema é justamente essa falta de visão planejada a longo prazo, que precisa
começar imediatamente a tomar conta dos empresários. Se pararmos para refletir,
é justamente no momento em que as coisas vão bem que as empresas deveriam atuar
mais fortemente na busca por clientes.
Dessa maneira, cria-se mais
condições de se sustentar e um plano financeiro para segurar em épocas de
baixa. Aquela famosa sensação de “nadar e não sair do lugar” pode surgir,
enquanto se investe esse saldo de emergência na empresa, mas muitas vezes não
sair do lugar é o necessário para não ir para trás ou afundar de vez, se
mantendo até que novas oportunidades surjam.
Claro que esses são apenas
dois pontos de atenção e ação para lidar com o período eleitoral, existem
muitos outros movimentos possíveis, inclusive coisas que parecem intimidadoras,
como investimento em capacitações novas, novos produtos, estudo, e até mesmo um
auxílio na gestão empresarial. Essas ações podem ajudar a melhor direcionar a
empresa para fazer mais com menos inclusive superar a crise de maneira mais competitiva.
Denis Luna -
empresário, treinador de empresários e sócio da ActionCOACH São Paulo.
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