Um estudo realizado em 2017,
pelo pesquisador Fredy Machado, mostra que 40% dos executivos brasileiros
estão infelizes no trabalho. Além disso, existe o fato que 64% afirmam que
gostaria de fazer algo diferente do que faz atualmente para ser mais feliz. A
pesquisa foi realizada com mais de 300 profissionais, em 21 estados
brasileiros e também fora do país.
A maior insatisfação dos
executivos está em “não dar conta” de tudo o que precisam fazer. As jornadas
excessivas, reuniões intermináveis, bem como o ritmo frenético de trabalho, faz
com que os profissionais não se sintam plenamente realizados. A sensação de
estar sempre correndo contra o tempo traz uma grande frustração.
O clima organizacional
também é decisivo nessa questão. Empresas que não oferecem boas condições de
trabalho, em ambientes muito competitivos ou com pessoas de difícil
relacionamento, tendem a ser cercadas de profissionais insatisfeitos. Isso
afeta a produtividade e mina as possibilidades de crescimento.
Outro ponto que leva à
insatisfação é o profissional não fazer o que realmente gosta. Infelizmente,
muitas pessoas não conseguem seguir a carreira que escolheu, se vendo obrigadas
a buscar alternativas. Nesses casos, se não houver alguém que apoie a transição
de carreira, é importante ter um hobby (plano B) paralelo, ainda que
voluntário. Ter esse tipo de realização pode até tornar o trabalho oficial mais
prazeroso.
Logicamente, salário e
benefícios são importantes, mas eles não podem nos escravizar. “Existem muitas
pessoas inseguras trabalhando além do necessário para comprar o que não
precisam e impressionar a sociedade”. Viver nesse ciclo de superficialidade é
extremamente desgastante e desmotivador. Profissionais precisam de um
propósito, uma razão para desempenharem seu trabalho com qualidade e
felicidade.
É importante também manter
equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. Todos precisamos de tempo para
investirmos e cuidarmos da saúde, dos filhos e até dos estudos. Empresas
que demandam que os profissionais fiquem ativos 24 horas por dia, sete dias por
semana, acabam impossibilitando a programação de atividades fora da empresa,
como frequentar uma academia ou fazer um curso.
Muitos profissionais
precisam aprender a ressignificar seu papel, se perguntando se realmente gostam
do que fazem, onde fazem e com quem fazem. Todos esses elementos são
determinantes para a felicidade no trabalho. Se um deles não estiver bom,
talvez seja hora de buscar outra alternativa. A infelicidade no trabalho pode
até existir, mas ela precisa ser provisória. Nunca definitiva. Nós temos que
ser os protagonistas das nossas carreiras.
Fernanda Andrade -
Gerente de Hunting e Outplacement da NVH - Human Intelligence.
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