Hacker do
bem ensina como identificar perfis suspeitos
Com as campanhas eleitorais cada vez mais aquecidas
e face aos últimos acontecimentos, como o ocorrido ao candidato à Presidência
da República, Jair Bolsonaro, é importante ficar atento às postagens e
comentários nas redes sociais. Afinal, nem tudo que foi postado, compartilhado
e comentado é verdade. Nestes canais de comunicação, há a atuação de robôs,
também chamados de bots.
Como é a atuação dos robôs ou bots
Estes robôs são programas conectados na Internet
com a finalidade de postar, curtir, compartilhar e seguir, simulando interações
de pessoas reais. Podem compartilhar e postar conteúdo viral para atrair
seguidores e curtidas, assim como curtir e seguir contas para que as pessoas os
sigam de volta. Uma postagem pode ganhar popularidade pela atuação de um bot,
que a impulsiona imitando os movimentos virais de curtir, comentar e
compartilhar. Além disso, os mais maléficos podem denunciar contas de pessoas
que utilizam corretamente as redes sociais, para que estas sejam suspensas.
Os robôs e as eleições
Em tempos de eleições, os bots
podem ajudar na viralização de post de propaganda, de fake news
ou mesmo fazer difamações ao curtir, comentar e compartilhar postagens. E ação
vai além, uma vez estes que podem influenciar na popularidade de um candidato,
trazendo mais seguidores quando curtem e seguem outras pessoas.
Para evitar problemas, Fernando Azevedo, sócio da
empresa de reputação online Silicon Minds, defende que “a
população deve se conscientizar de que robôs existem e são atuantes. Já os
candidatos e suas equipes de comunicação devem ficar atentos para detectar
contas suspeitas, fake news, difamação e calúnia nas redes sociais o mais
rápido possível, e avisar à imprensa e o TSE. Também podem pedir aos seus
eleitores que reportem às redes postagens com similar conteúdo”.
Vale ressaltar que difamação, calúnia e fake news
podem gerar um grande escândalo, não importa se feitas por robôs ou contas
anônimas criadas manualmente por pessoas.
Identificando robôs nas redes sociais
Segundo o especialista, “o Facebook e o Twitter
estão trabalhando na detecção destas contas e ações realizadas por estas”.
Geralmente, estes perfis são provenientes do mesmo IP e/ ou originados de
endereços de emails temporários, ficam ativas 24/7 (vinte e quatro horas
por dia/ sete dias por semana), repetem os comentários incessantemente, curtem
e seguem pessoas que interagem com determinadas contas e podem fazer posts
programados todos os dias sobre um único assunto.
Para ajudar a identificar perfis suspeitos, Azevedo
preparou um passo a passo:
1) Verifique se o nome de conta tem nome de pessoa
ou empresa que pareça ser séria.
Robôs usam números e símbolos para registrar nomes
de usuários ainda não existentes, por exemplo “Azevedo49524”;
2) Pesquise se é conta recente;
3) Analise se tem site, descrição, foto pessoal e
outros dados e informações que uma pessoa teria o tempo e cuidado para colocar
no perfil;
4) Se a conta fala de um único assunto é grande a
probabilidade dela ser falsa;
5) Investigue se a conta utiliza sempre os mesmos
textos nos comentários;
6) Analise se a conta fica comentando, postando e
curtindo o tempo todo, inclusive em horários de pouquíssimo movimento, como as
madrugadas de segunda-feira;
7) Verificar se a conta interage com a sua se você
curtir ou comentar um perfil que ela parece estar tentando promover.
Fernando Azevedo - sócio da Silicon
Minds, empresa de marketing digital e reputação online.
É engenheiro eletrônico, elétrico e industrial formado pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro, e graduado em MBA Fundação Getúlio
Vargas. Em 2014, foi para os Estados Unidos, onde estudou Desenvolvimento na
Web e Tecnologias da Internet na University of California Santa Cruz - Extensão
do Vale do Silício e também Certificação de Inovação e Empreendedorismo da
Universidade de Stanford. É autor dos livros "Os segredos de Reputação
Online", "O negócio sujo das Fake News", "Como se defender
de cyberbullies e trolls" e "Hackers Expostos: Descubra o mundo
secreto dos crimes virtuais”.
Silicon-Minds
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