Levantamento inédito do Ministério da Saúde indica
que, em seis anos, houve queda de 27,4% dos óbitos no trânsito das capitais
brasileiras
As mortes por acidentes de trânsito no país estão
em queda. Um levantamento inédito do Ministério da Saúde divulgado na
terça-feira (18), que marca o início da Semana Nacional do Trânsito, aponta que, em seis
anos, houve uma redução de 27,4% dos óbitos nas capitais do país. Em 2010 foram
registrados 7.952 óbitos, contra 5.773 em 2016, o que representa uma diminuição
de 2,1 mil mortes no período.
Cinco capitais se destacaram, em termos
percentuais, com as maiores reduções: Aracaju (SE), com 57,1%; Natal (RN), com
45,9%; Porto Velho (RO), com 43,5%; Salvador (BA), com 42,4% e Vitória (ES) com
42,1%. Os dados são do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).
Entre os tipos de vítimas, as mortes em pedestres
tiveram a maior redução (44,7%), quando comparado os mesmos anos. Os ocupantes
de automóveis e os motociclistas apresentaram queda de 18% e 8%,
respectivamente.
A redução dos óbitos pode estar relacionada às
ações de fiscalização após a Lei Seca, que neste ano completou 10 anos de
vigência. Além de mudar os hábitos dos brasileiros, a lei trouxe um maior rigor
na punição e no bolso de quem a desobedece, com regras mais severas para quem
misturar bebida com direção.
A diretora do Departamento de Vigilância de Doenças
e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Maria
de Fátima Marinho, avalia que a diminuição das mortes no trânsito mostra que o
brasileiro tem mudado, aos poucos, as atitudes, prezando cada vez mais pela
segurança.
“Houve um aprimoramento da Legislação, aumento na
fiscalização e alguns programas estratégicos, como o Vida no Trânsito. No
entanto, o número de óbitos e internações ainda preocupa, especialmente os de
motociclistas. Precisamos avançar na mobilidade segura para reduzir esses
números”, enfatizou Maria de Fátima Marinho.
VIDA NO
TRÂNSITO
Outra estratégia que está impactando para a redução
de óbitos é o Programa Vida no Trânsito. Realizado desde 2010, em parceria com
estados e municípios, o Ministério da Saúde desenvolve ações para fortalecer
políticas de vigilância, prevenção de lesões e mortes no trânsito e promoção da
saúde. Desde a implantação, já foram investidos mais de R$ 90 milhões.
O Programa envolve a melhoria da qualificação,
planejamento, monitoramento, acompanhamento e avaliação das ações com foco em
dois fatores de risco nacionais: associação álcool e direção e velocidade
excessiva e/ou inadequada e outros a níveis locais a depender dos resultados
obtidos a partir das análises dos dados.
As ações iniciaram em cinco capitais: Belo
Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Palmas (TO) e Teresina (PI) e
já apresentou resultados expressivos, reduzindo em pelo menos 20% a taxa
de mortalidade por acidentes de trânsito. A partir de 2012, foi implantado nas
demais capitais, e em alguns municípios (Guarulhos-SP, Campinas-SP, São
Gonçalo-RJ, São José dos Pinhais-PR e Foz do Iguaçu-PR). Hoje está sendo
executado em cerca de 40 municípios.
ACIDENTES
Em 2017, os acidentes de trânsito causaram 35.036
internações ao custo de R$ 48 milhões nas capitais e no DF. O número é menor do
que o de 2016, onde os acidentes registraram 37.890 internações ao custo de R$
54 milhões.
Segunda causa de morte entre as causas externas, os
acidentes de trânsito têm maior ocorrência entre os homens jovens, com idades
entre 20 a 39 anos. As principais vítimas fatais são os motociclistas, seguidos
pelos ocupantes de automóveis e pedestres.
Confira os dados por capital
Levantamento do Ministério da Saúde aponta redução
de 27,4% de mortes em consequência das lesões no trânsito nas capitais do país.
Em 2010 foram registrados 7.952 óbitos, contra 5.773 em 2016, o que representa
uma diminuição de 2,1 mil mortes no período. Os dados são do Sistema de
Informações sobre Mortalidade (SIM). Confira os números em cada capital:
Capital
|
Óbitos em 2010
|
Óbitos em 2016
|
Redução
|
Aracaju
|
154
|
66
|
57,1%
|
Natal
|
98
|
53
|
45,9%
|
Porto Velho
|
177
|
100
|
43,5%
|
Salvador
|
309
|
178
|
42,4%
|
Vitória
|
57
|
33
|
42,1%
|
Rio Branco
|
88
|
54
|
38,6%
|
Belo Horizonte
|
459
|
311
|
32,2%
|
São Paulo
|
1555
|
1066
|
31,4%
|
Recife
|
254
|
175
|
31,1%
|
Boa Vista
|
105
|
74
|
29,5%
|
Florianópolis
|
89
|
63
|
29,2%
|
Goiânia
|
405
|
287
|
29,1%
|
Campo Grande
|
224
|
167
|
25,4%
|
Cuiabá
|
186
|
139
|
25,3%
|
Maceió
|
179
|
134
|
25,1%
|
Macapá
|
81
|
61
|
24,7%
|
Rio de Janeiro
|
903
|
681
|
24,6%
|
Teresina
|
258
|
200
|
22,5%
|
Manaus
|
344
|
269
|
21,8%
|
Brasília
|
555
|
435
|
21,6%
|
São Luís
|
162
|
129
|
20,4%
|
Porto Alegre
|
189
|
151
|
20,1%
|
Curitiba
|
310
|
252
|
18,7%
|
Belém
|
190
|
157
|
17,4%
|
Fortaleza
|
406
|
339
|
16,5%
|
Palmas
|
72
|
65
|
9,7%
|
João Pessoa
|
143
|
134
|
6,3%
|
TOTAL
|
7.952
|
5.773
|
27,4%
|
Victor Maciel
Agência Saúde
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