86%
das contas vencidas que causaram a restrição estão em atraso há mais de 90
dias; 50% dos consumidores possuem até duas contas vencidas (no 2º semestre de
2017 eram 40%)
Ao longo do último um ano e meio, o
desemprego apresentou um crescimento de 13 pontos percentuais entre os
principais motivos que levaram à restrição dos consumidores brasileiros. A constatação
é da Pesquisa Perfil do Consumidor, elaborada pela Boa Vista SCPC, no decorrer
do 1º semestre de 2018, com cerca de 1.700 pessoas, em todo o país.
No 1º semestre de 2017, 32% alegaram
que a falta de renda ocasionada pelo desemprego prejudicou o pagamento das
contas e, consecutivamente, os levaram à inadimplência. Já no 1º semestre deste
ano, foram 45%. O desemprego historicamente se mantém na liderança dos motivos
que levam à inadimplência, de acordo com levantamentos da Boa Vista
SCPC.
O descontrole financeiro ficou em
segundo lugar dentre os motivos responsáveis pela restrição. Dos 20% de
respondentes no 1º semestre de 2017, no mesmo período deste ano foram 18% os
que informaram ter ficado com o ‘nome sujo’ por gastar mais do que ganha. O
empréstimo do nome a terceiros veio logo em seguida, como o terceiro principal
motivo da inadimplência. Eram 11% no 1º semestre de 2017 e na última pesquisa
18% informaram ter ficado com o nome negativado ao obter crédito para ajudar
uma outra pessoa. A imagem abaixo ilustra os dados.
Fonte: Boa Vista SCPC
Parentes e familiares
são os mais procurados pelos consumidores no momento do aperto financeiro, e
representam 46% das menções. Em segundo lugar estão os bancos (29%), depois as
Financeiras (25%) e amigos/colegas (23%). Mesmo assim, somente 10% conseguem a ajuda
esperada por parte dos familiares, e apenas 3% dos bancos.
De acordo com a pesquisa da Boa Vista
SCPC, o comprometimento com o pagamento de contas diversas e os gastos com
itens de vestuário e calçados foram os que mais pesaram no orçamento dos consumidores.
O primeiro passou de 23% para os atuais 26%, e o segundo fator dos 15% para os
19%, respectivamente, na comparação entre o 1º semestre de 2018 e o 2º semestre
de 2017.
Já entre as contas diversas citadas
acima que deixaram de ser pagas: 33% referem-se à educação (colégio, cursos
etc); 19% a compra de aparelho celular/smartphone; 15% com saúde (plano médico
etc); 12% com taxas e tarifas (IPTU, IPVA, condomínio etc), 11% com outras
contas (consertos de carro, despesas extras etc) e 10% com lazer.
Segundo o estudo, 86% das contas
vencidas que causaram a restrição estão em atraso há mais de 90 dias. 11% de 30
a 60 dias e apenas 3% estão com o vencimento atrasado a menos de 30 dias. 50%
dos consumidores possuem até duas contas vencidas (no 2º semestre de 2017 eram
40%). 31% têm três ou quatro contas e 19% têm mais de quatro contas com
pagamentos vencidos.
Dos meios de pagamento utilizados nas
compras dos bens ou serviços que geraram a restrição, 31% dos consumidores
usaram o boleto bancário. Destes, 34% referentes a contas de telefone
(celular/fixo); 25% às despesas com educação; 21% às contas de concessionárias
(água, luz, gás); 10% a taxas e tarifas diversas (IPTU, IPVA, condomínio etc) e
1% a despesas médicas. O cartão de crédito foi citado como o segundo meio de
pagamento (25%), seguido do cartão de loja (15%), carnê de
financiamento/crediário (12%), empréstimo pessoal (8%), cheque especial (6%) e
cheque pré-datado (3%).
66% dos consumidores inadimplentes
possuem dívidas de até R$ 3.000 (contra 56% do semestre passado). 32% deles
possuem dívidas de até R$ 1.000 (contra 24% anteriores). 34% deles possuem
dívidas com valores acima de R$ 1.000 até R$ 3.000 (contra 32%). Já o
percentual de consumidores com dívidas acima de R$ 5.000 caiu de 29% para 18%. Quanto
maior o volume de dívidas, maior é o valor devido (46% possuem cinco contas ou
mais que geraram a restrição e, nestes casos, os valores devidos superam R$
4.000).
O percentual de consumidores
inadimplentes que pretende priorizar o pagamento das compras com o cartão de
crédito no 1º semestre de 2018 subiu de 21% para 36%. Já 22% priorizarão o
pagamento dos boletos (no segundo semestre eram 27%). Destes, 41% referem-se às
despesas com educação, 29% com contas de telefone, 14% concessionárias, 11%
taxas e tarifas e 5% com planos médicos. No semestre passado, 27% disseram que
iriam priorizar o pagamento de contas feitas com boleto.
Sobre o nível de endividamento, dos
consumidores que estão inadimplentes, 70% afirmaram estar muito endividados
neste último semestre, contra 73% dos respondentes na comparação com o mesmo
período do ano passado. E destes, 81% disseram ser difícil manter as contas em
dia, contra 88% no mesmo período de 2017. E mais, 56% informaram que estão com
mais de 50% da renda comprometida com o pagamento de dívidas (vencidas ou não).
No mesmo período de 2017, eram 66%.
Metodologia
Pouco mais de 1.700 consumidores, em
todo o Brasil, participaram da Pesquisa Perfil do Consumidor, da Boa Vista
SCPC, realizada por meio de questionário eletrônico no 1º semestre de 2018. A
série histórica deste estudo teve início no 1º semestre de 2017. Os resultados
consideraram 2,3% de margem de erro e 95% de grau de confiança.
A série histórica do indicador está
disponível em:
http://www.boavistaservicos.com.br/economia/recuperacao-de-credito/
http://www.boavistaservicos.com.br/economia/recuperacao-de-credito/
BOA VISTA SCPC
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