Com a proximidade do dia dos
namorados, algumas temáticas emergem como necessárias e fundamentais para serem
discutidas. Entre essas está a prática sexual.
Esse é um assunto bastante
delicado porque, mesmo em pleno século XXI, muitos são os tabus que envolvem a
temática.
Estudos evidenciam que a
atividade sexual tem início na adolescência, e quanto menor a escolaridade
serão maiores os riscos relacionados ao início da atividade. É fundamental que
se possa entender que os riscos não estão relacionados apenas as possibilidades
de infecções de inúmeras doenças, mas a exposição a diversas formas de violência
e de gestação indesejada (Gonçalves et al, 2015; Castro, 2017).
Habitualmente, quando se fala em
sexo seguro, pensa-se em sexo protegido, que se configura em um conjunto de
práticas que têm como função reduzir o risco de infecção durante a relação
sexual, e impeça o desenvolvimento de doenças sexualmente transmissíveis.
De fato, as infecções sexualmente
transmissíveis representam um grave problema de saúde pública, e não são apenas
as infecções por HIV, e Hepatite B. As doenças antigas como gonorreia e sífilis
ainda se mantém em alta, entre outras graves infecções. Para que se tenha ideia
da dimensão do problema o principal motivo de hospitalização de recém-nascidos
é a sífilis congênita, ou seja, infecção adquirida durante a gestação devido a
infecção materna.
Então o uso de preservativos de
barreira (camisinha masculina e feminina) são essenciais para evitar doenças.
Mas, é igualmente essencial
discutir a violência nas relações de gênero. Estudos evidenciam associação
mecânica entre o ser masculino e o ser violento, e a construção e reprodução a
partir de uma lógica em que a violência seria a referência para se diferenciar
o homem da mulher, isso desde a adolescência (Bitar, Nakano, 2017).
“À luz do conceito de dominação
masculina, podemos dizer que não é conferida à mulher – representada por
atributos de delicadeza e submissão de seus atos – uma postura e atitudes
próprias, legítimas no namoro, que possam ferir esses atributos; enquanto, ao
homem, é conferida uma postura de masculinidade e poder, claramente presente e
forte no relacionamento afetivo-sexual dos adolescentes, além de reafirmada por
ambos os gêneros” (Bitar, Nakano, 2017).
Rosemeire dos Santos Vieira - Coordenadora dos Cursos de Especialização
em Enfermagem Pediátrica e UTI Pediátrica, e Especialização em Enfermagem em
Neonatologia e UTI Neonatal, e Professora do Curso de Graduação em Enfermagem
da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Contato: rosemeire.vieira@fcmsantacasasp.edu.br
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