Autor de um estudo com jogadores da Confederação Paulista de Futebol,
oftalmologista afirma que para a medicina exercícios melhoram desempenho em
campo
A frustrante estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo tem
razões que os olhos do torcedor e da equipe técnica não conseguem ver. Isso
porque, um estudo realizado pelo oftalmologista do Instituto Penido
Burnier, Leôncio Queiroz Neto, com 80 jogadores da Confederação Paulista de
Futebol mostra que 36% não enxergam bem. Desses só 10 (36%) usam lentes de
contato durante os treinos e jogos. Os outros 64% entram em campo sem correção
visual - 46% usam óculos quando estão em outras atividades e 18% não corrigem a
visão.
Óculos em campo, nem pensar. É um tabu entre atletas do mundo todo mesmo
depois da FIFA liberar o uso. Segundo os jogadores é melhor esconder até uma
pequena dificuldade de enxergar para não
correr o risco de ser eliminado do time. “Atletas que não enxergam bem podem
usar lente de contato com toda segurança até completarem 21 anos e o grau
estabilizar. Depois disso, o ideal é a cirurgia que elimina a miopia, hipermetropia ou astigmatismo além de diminuir o risco de
contaminação da córnea”, poderá.
Queiroz Neto afirma que 85% de nossa interação
com o meio ambiente depende da visão. Por isso, jogadores que não
enxergam bem têm queda no rendimento quando não corrigem a visão. Os problemas
não param por aí. O acompanhamento oftalmológico só faz parte da rotina dos
grandes clubes. Um em cada quatro participantes do estudo nunca foi ao
oftalmologista. As alterações oculares dificilmente são percebidas logo no
início. “No futebol é comum o jogador sofrer diversos traumas oculares que
aumentam o risco de desenvolver glaucoma. Entre míopes a chance de ter a
doença, rompimento ou deslocamento da retina é ainda
maior”, adverte.
Treino da visão
A boa notícia é que a visão de jogo não é um
dom. Queiroz Neto afirma que exercícios simples melhoram as habilidades visuais inclusive de quem enxerga
bem e fazem grande diferença em campo, embora não eliminem a necessidade de
acompanhamento médico nem substituam os óculos, lentes de contato ou cirurgia
refrativa.
O especialista ressalta que hoje existem
aplicativos disponíveis na internet, como o Eye Test Peripheral Vision,
ThunderCats o UltimEyes com esta proposta. Ele elenca uma
série de exercícios que podem ser feitos em grupo ou isoladamente. Os principais
efeitos são:
Melhora da visão de jogo
Segundo o oftalmologista é a visão periférica que permite ao jogador
olhar para o gol e perceber a movimentação dos outros jogadores em campo
simultaneamente. Queiroz Neto afirma que esta habilidade que é conquistada em
uma sequência de exercícios visuais divididos em três etapas. A primeira é
bastante similar à leitura dinâmica. Consiste em fazer a leitura em um único
golpe de vista de várias palavras impressas com alguns centímetros de
distância. Deve ser repetido diariamente durante 45 dias ou até a leitura
simultânea se tornar automática.
“A segunda já é bastante conhecida pelos
jogadores. São as embaixadinhas em que o craque chuta a bola sem deixar cair no
chão ao mesmo tempo que olha para o gol”
afirma
A terceira, explica, é o treino de cobrança de
escanteio em que no momento do chute o jogador tem de girar a cabeça
para o lado oposto e ler palavras escritas em uma tabuleta.
Reflexo rápido
O oftalmologista afirma que o reflexo rápido, ou
seja, a capacidade de antecipar jogadas está relacionada à visão de contraste
que fica comprometida quando a iluminação do estádio é inadequada ou quando o
jogador precisa usar lentes com grau para corrigir miopia, hipermetropia ou
astigmatismo. O treino que melhora a visão de contraste e o reflexo consiste em
identificar imagens semelhantes sobre um fundo de baixo contraste, fazendo a
troca das imagens rapidamente.
Finalizações
Bola fora da rede significa falta de mira. Para
desenvolver a capacidade de foco o especialista diz que treino é feito com o
“teste do polegar”. Trata-se de um exercício simples em que os dois braços são
levados para frente, na altura do ombro, e os polegares são colocados em
posição vertical. O teste consiste em mudar rapidamente o foco entre as unhas
dos polegares, notando se ocorrem falhas na fixação. Outra dica é que
independente da idade, toda pessoa tem um olho dominante, ou seja,
que enxerga melhor. No campo, saber qual é seu olho dominante pode
fazer toda diferença em um chute ao gol. Isso porque, explica, o jogador pode
manter a visão deste olho desobstruída.
Para descobrir qual o olho dominante a dica é
estender os braços e formar um triângulo com os polegares e indicadores
posicionando um objeto nesta janela, Em seguida fecha um olho de cada vez. O
olho que mantiver o objeto alinhado na janela é o dominante e pode fazer a
diferença nesta COPA.
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