No dia 7 de outubro decide-se o rumo que
a nação irá percorrer pelos próximos quatro anos. Como se sabe, a correção de
quaisquer erros decorrentes dessa escolha envolve prolongadas crises e
instabilidades que afetam negativamente a vida de todos. Os corruptos do
“mecanismo” estão bem identificados e aptos a serem rejeitados nas urnas. O
autorrotulado progressismo quebrou o Brasil, derrubou a economia nacional,
criou verdadeiro caos moral e entregou o povo à bandidagem das ruas e das
estruturas do poder.
A conhecida hegemonia cultural da
esquerda e o efeito político das fake analysis nos meios de comunicação vêm
sendo impactados pela força da direita nas redes sociais. Ideias liberais e
princípios conservadores prosperam junto à opinião pública e é razoável esperar
uma reversão da gangorra. Trata-se então, principalmente, de convocar os eleitores
às urnas, convencê-los de que chegou a hora de escolherem bem e de se
empenharem pela vitória dos melhores. Em contrapartida e num cenário tão
adverso, os inimigos do país, que madrugarão nas filas de votação –
sublinhe-se! -, sonham com que os bons cidadãos não apareçam nas seções
eleitorais.
No entanto, em orquestrado coro, os
intervencionistas vêm proclamando não só a vulnerabilidade das urnas
eletrônicas, mas afirmam, como coisa decidida e consabida, a inutilidade da
eleição. Certo? Errado! Errado e exagerado. Você acredita que os eleitores da
tropa de choque petista ficarão em casa no dia 7 de outubro? Dirão eles, a si
mesmos, que “é inútil votar em urnas fraudadas”? Ou, tão pueril quanto isso,
considerar-se-ão dispensados porque, afinal, as urnas serão fraudadas em favor
deles mesmos?
A greve dos caminhoneiros, ao se tornar
um cardápio político acompanhado de desastre econômico, pôs uma pedra no meio
do caminho. Os esquerdistas queriam o
caos porque sabiam o quanto ele sempre os beneficiou em sucessivas experiências
históricas; os intervencionistas queriam o mesmo caos na expectativa de que uma
salvadora ruptura institucional resolvesse os problemas do Brasil. Suposto
antagonismo em esforço conjunto...
Na
Economia, removida a pedra, colheu-se apenas o caos com sua inexorável planilha
de custos e preços. O PIB perdeu cerca de 80 bilhões, as expectativas de
crescimento para o ano caíram abaixo de 2%, os preços subiram 1% em 30 dias
(sinalizando para uma elevação do custo de vida), a Petrobras perdeu 14% de seu
valor, o dólar disparou, a bolsa caiu. Ligeirinho, os 86% a favor da
paralização viraram 70% contra. E até a demanda por frete, claro, diminuiu com
a desaceleração dos negócios.
Na política, removida a pedra, não ficou
mais barato. A mídia militante, aquela que soluça ao noticiar vitórias
eleitorais da direita, encontrou na mobilização dos intervencionistas motivos
para empacotar num único discurso o “golpe” contra Dilma, a eleição sem Lula, a
“extrema-direita raivosa”, e o “golpe” de 1964. Resultado: ao colocar todas as
fichas numa ruptura institucional sem futuro, que a caserna rejeita eloquente e
reiteradamente, os intervencionistas estão ajudando a esquerda, criando
antagonismos com o grupo do centro ideológico, semeando desânimo à direita e
afastando da eleição milhões de agentes de uma necessária renovação de quadros
políticos.
Motivados pela necessidade de renovação,
bons candidatos liberais e conservadores disputarão esta eleição em todos os
Estados. Se há algo de que eles não precisam é que seus potenciais eleitores
fiquem em casa. A esperança vã numa solução que não vem, tanto quanto o
desalento, só serve aos corruptos, aos incompetentes e aos artesãos do caos.
Percival Puggina -
membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor
e titular do site www.puggina.org,
colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o
totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil,
integrante do grupo Pensar+.
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