Evitar situações conflituosas é algo normal na
natureza humana. De modo geral, buscamos ambientes onde nos sentimos seguros e
em harmonia, preferencialmente ao lado de pessoas que compartilhem ideias e
valores semelhantes aos nossos. Entretanto, não podemos viver fugindo da
divergência. O mundo à nossa volta está repleto de gente que pensa e age de
forma muito diferente das que consideramos adequadas.
Mesmo que selecionemos a dedo as nossas amizades,
temos de aprender a lidar com a diversidade, primeiro porque não tem
como evitá-la e depois porque é ela que nos tira do lugar comum. Em alguns
espaços entretanto fica mais difícil essa convivência com expectativas
diferentes e o local de trabalho é o principal deles. Quando pessoas com
diferentes ideias, costumes, valores e outros se encontram sem entender o que
as une, o conflito é inevitável.
Mas é importante frisar que esse tipo de situação
não precisa necessariamente gerar problemas. Discussões acaloradas e até mesmo
violência física são fruto da falta de ferramentas para lidar com
circunstâncias conflituosas. Se soubermos aproveitar a pluralidade de um grupo,
temos em mãos um instrumento poderoso para buscar soluções inovadoras e
disruptivas.
O primeiro passo para isso é tomarmos consciência
de que conflito é um fenômeno absolutamente normal e esperado dentro do
convívio em sociedade. Se ignorarmos essa questão, passamos a encarar as divergências
como uma afronta, situação muito comum na vida cotidiana. A partir daí, nosso
ego infla e acionamos o que há de pior em nós visando a autopreservação.
Como o evento se torna pessoal atuamos de forma revanchista, por isso é tão
comum que haja fofocas, falta de comprometimento, atrasos nas entregas e várias
outras situações desagradáveis encontradas mundo corporativo.
Ao tomarmos consciência do conflito como um
processo natural fruto do choque de ideias, valores e opiniões. temos a
oportunidade de baixar a guarda e tentarmos construir juntos uma forma de
entendimento. Caso um funcionário se comporte de uma maneira considerada
inadequada por um líder, cabe a esse contextualizar a questão para contornar o
problema. “Por que o meu colaborador está agindo assim?”, “será que não fui
claro nas minhas demandas?”, “será que para ele o que pedi não faz
sentido?”, “O que será que ele está vendo de diferente, e não está me
comunicando, que poderá contribuir com uma nova percepção sobre esse assunto?” são
questões que ajudam o bom profissional a encontrar soluções em vez de partir
para o enfrentamento.
O mesmo serve na outra ponta da hierarquia. Em vez
de encarar as demandas como “ordem” ou “perseguição”, os funcionários precisam
entender as divergências com os chefes como um processo natural e buscar o
entendimento.
O respeito, portanto, é a palavra que deve permear
as relações humanas. Pensar no próximo como alguém que simplesmente pensa e age
de uma maneira diferente é um passo importante para a conciliação. Se
em vez da bronca o líder praticar a escuta ativa, pode receber aportes
importantíssimos dos colaboradores de forma a agregar ações inovadoras dentro
da empresa. Opiniões diferentes são o ponto fundamental para construir um novo
conhecimento.
Saliento que dificilmente consegue-se agradar a
todos ao mesmo tempo. Pessoas têm maturidades diferentes e infelizmente ainda
interpretam muito do que acontece no ambiente de trabalho como algo pessoal.
Por essa razão, não devemos “baixar a guarda”. Ao menor sinal de desavença ou
insatisfação, deve-se buscar imediatamente entender a origem do
conflito e resolvê-lo ou pelo menos minimizá-lo.
Na Unipaz São Paulo, instituição onde
leciono em parceria com a TransCiente, oferecemos o curso de Autogestão
- Criando Resultados Significativos, que visa trazer elementos para
que os aprendizes desenvolvam a maturidade necessária para se comunicar de
forma assertiva e entender que uma opinião diferente é só uma outra
perspectiva a ser considerada pelo grupo. A forma de conduzir o aprendizado,
além de estar pautado em uma sólida base teórica, se utiliza de atividades
vivenciais que possibilita gerar uma atuação eficaz e criar relações saudáveis.
Como consequência produz-se resultados de qualidade em um ambiente de alta
performance. Todos saem ganhando.
Monica Baliu - educadora
integrante da Equipe Pedagógica da Unipaz São Paulo. Atua como Coach
de Transição e consultora de empresas especializada na área de gestão de
pessoas, atuando em diversas frentes, como gestão de tempo e de conflitos,
comunicação, prevenção de problemas, imunidade à mudança e processos de
transição de carreira. É cofundadora e diretora da TransCiente - Gestão de
Processos de Transição e Desenvolvimento Human.
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