Quando
olhamos para o atual cenário político do Brasil, entre acusações e negações,
malas de dinheiro, e os mais variados problemas hoje enfrentados, logo vem à
cabeça de céticos
e críticos do sistema, que veem a política como arte da dissimulação:
“A política é uma grande
mentira!”. E eles não estão longe da verdade, porque (ressalvadas algumas
poucas exceções) governantes, políticos, dirigentes de partidos e demais
envolvidos nesse meio, usam abusivamente desse expediente imaginando ser o povo
ignorante e incapaz de perceber.
Mentem por interesse pessoal,
para encobrir malfeitorias, para eximir-se de responsabilidades na tentativa de
justificar erros e fracassos. Mentem por qualquer motivo, sem a menor
preocupação. O que muitos não entendem é que a mentira desgasta, logo a verdade
aparece e aprofunda o descrédito do mentiroso. Há casos de governadores que no
período eleitoral apresentavam cenário excepcional em seus Estados e hoje
enfrentam manifestações e protestos.
Há algum tempo, um governador
teve o nome de um parente envolvido em irregularidades. Em vez de aceitar o
fato e dizer que a apuração policial e a decisão judicial, em caso de culpa,
deveriam ser cumpridas e respeitadas, preferiu negar. Dias depois as denúncias
se confirmaram, o governante se viu em saia-justa e não mais pôde justificar o
injustificável. E esse é um simples exemplo, de casos que são quase rotineiros
na mídia.
O que os políticos deveriam
entender, é que o recomendável é não mentir, e sim dizer a verdade com
sinceridade e com isso agregar apoios nos momentos difíceis. Deveriam, também,
lembrar-se do dito popular que afirma: “a mentira tem pernas curtas”. Tão
curtas que para alguns ela é pega dias ou semanas depois, para outros perdura
até a próxima eleição, que aliás está chegando.
Luiz Carlos Borges da Silveira - empresário,
médico e professor. Foi Ministro da Saúde e Deputado Federal.
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