O
corrimento vaginal ainda é um tabu para muitas mulheres. Tratado como assunto
íntimo, ele é discutido aos sussurros com as amigas mais próximas e até mesmo
com o médico. Muitas vezes negligenciado, o corrimento nem sempre é notado pela
mulher. Segundo o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli, ele só é
exteriorizado quando já está grave. “O corrimento, muitas vezes, fica no colo
do útero e ela não sabe que tem. Quando fazemos o exame de Papanicolau é que
detectamos a presença de feridas no colo do útero e, ao colher o material,
descobrimos qual foi o agente causador do problema, que pode trazer infecção
urinárias e inflamação desse colo”, explica Mantelli.
Mas,
como reconhecer o corrimento? De acordo com o ginecologista, ele é uma secreção
diferente da lubrificação natural da vagina, que é incolor e inodora, pode ser
mais espessa do que clara de ovo, ter coloração que vai do amarelado ao
esverdeado e causar coceira ou ardência. Além disso, o estresse provoca o
aumento de uma série de hormônios, como cortisol, adrenalina e noradrenalina,
substâncias que mexem com o organismo, modificam a imunidade e o pH da vagina,
favorecendo o corrimento vaginal.
E
não é preciso vergonha: até bebês recém-nascidos podem padecer deste mal quando
têm mães desnutridas ou são HIV positivo. “O corrimento pode acontecer por
transmissão sexual, por usar banheiro público, por compartilhar roupa íntima e
até mesmo pela simples queda da imunidade que altera a flora vaginal e torna
algumas bactérias patogênicas”, diz o médico. Nos Estados Unidos, de acordo com
ele, há kits para descobrir se o corrimento é normal ou causado por alguma
doença. “São tirinhas de papel que, quando colocadas na vagina, reagem e mudam
de cor indicando o problema. Todavia, não substituem a visita ao ginecologista
para o correto diagnóstico e indicação de tratamento do problema”, frisa o
médico.
Dr.
Domingos Mantelli - ginecologista e obstetra,
com formação em neurolinguística e atuação na área de medicina psicossomática.
É formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro (UNISA) e
possui residência médica na área de ginecologia e obstetrícia pela mesma
instituição. Também é autor do livro “Gestação: mitos e verdades sob o olhar do
obstetra”.
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