Brasil e
Argentina assinaram, em 21 de dezembro de 2017, o contrato que define a
participação dos dois países, no projeto do Reator Multipropósito Brasileiro
(RMB), que trará grande contribuição à medicina nuclear, à indústria e a
setores acadêmicos. As negociações foram concluídas, durante a 51ª. Cúpula de
Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados. O início da operação do RMB
está previsto para 2023.
Idealizados
no âmbito da Comissão Binacional de Energia Nuclear (COBEN), os reatores
brasileiro e argentino contarão com projetos de engenharia semelhantes. A
Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia vinculada ao Ministério
da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, responsável pelo projeto do
RMB, trabalha em parceria com a AMAZUL (Amazônia Azul Tecnologias de Defesa
S.A.), empresa pública vinculada à Marinha do Brasil e com a Fundação PATRIA (Parque
de Alta Tecnologia da Região de Iperó e Adjacências). Esse contrato é
financiado com recursos de convênio da Financiadora de Estudos e Projetos
(FINEP).
O RMB trará
benefícios sociais importantes para a sociedade brasileira, pois garantirá a
produção autônoma de radioisótopos, principalmente, o Molibdênio-99, permitindo
a ampliação do uso da medicina nuclear no Brasil. Hoje, o País depende,
integralmente, da importação do insumo para a produção de radiofármacos,
utilizados, entre outros, no combate ao câncer. O reator auxiliará, ainda,
projetos na área científica, por meio da utilização de feixes de nêutron para a
pesquisa e testes de materiais combustíveis nucleares.
O reator
será instalado no munícipio de Iperó, SP, em uma área de 2,04 milhões de metros
quadrados, sendo 1,2 milhões de metros quadrados cedidos à CNEN pela Marinha do
Brasil. A área complementar foi desapropriada e cedida à CNEN, pelo Governo do
Estado de São Paulo. Tais cessões decorreram da importância do empreendimento
RMB para o desenvolvimento tecnológico e da saúde no país.
O terreno
onde será instalado o RMB é vizinho a Aramar, onde são conduzidas diversas
atividades do Programa Nuclear da Marinha, incluindo o domínio completo do
ciclo do combustível nuclear e o desenvolvimento do programa de propulsão
nuclear, que se destinará ao futuro submarino nuclear brasileiro. Para esse
programa, está sendo construído no local o Laboratório de Geração
Nucleoelétrica (LABGENE), que é um protótipo em terra do propulsor do submarino.
Dessa forma,
o RMB e as instalações da Marinha do Brasil em Aramar consolidarão a formação
de um polo de desenvolvimento de tecnologia nuclear entre as cidades de Iperó e
Sorocaba, no estado de São Paulo, pois terá dois reatores nucleares de pesquisa
(RMB e LABGENE) e toda uma importante infraestrutura laboratorial de tecnologia
nuclear.
Os
elementos combustíveis que abastecerão o RMB já começaram a ser produzidos no
Centro Industrial Nuclear de Aramar (Marinha do Brasil), em uma cascata
exclusiva inaugurada em 2016. Este é um exemplo de parcerias que são
implementadas, aproveitando as tecnologias nucleares desenvolvidas em prol do
Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário