Um pouco de estultícia (esperteza), para a sabedoria e
para a honra é como uma mosca morta que o perfumista utiliza para fabricar o
unguento que exala mau cheiro.
A estultícia deteriora a honra e macula a sabedoria. Ela
é antagônica a sabedoria pois o coração do homem sábio se inclina para o lado
direito, mas o do estulto, para o lado esquerdo.
Prezado leitor, não se ausentes quando se levantar contra
ti a indignação de pessoas poderosas. Isso já aconteceu comigo, e lembro que o
ânimo sereno sempre acalma os grandes opressores.
É comum observarmos pessoas poderosas reservarem altos
cargos a tolos e néscios, enquanto sábios são designados a posições inferiores.
Situações assim sempre fazem o povo perecer. E sofrem mais, aqueles que menos
tem.
Se o ferro possui alguma ferrugem, e não se lhe afia o
corte, é preciso multiplicar a força; mas a sabedoria resolve a questão com bom
êxito.
Numa conversa informal é fácil observar que as primeiras
palavras na boca de um tolo são estultícia, porém as últimas são loucura
perversa.
O estulto fala muito, e por muito falar, enreda-se em
suas próprias palavras.
A preguiça fará desabar o teto, e pela frouxidão das mãos
goteja a casa. Porém, ditosa é a casa onde seus membros sentam-se à mesa a seu
tempo, para refazerem suas forças, e não para a bebedice.
Nunca amaldiçoes aquele que detém o poder e nem tampouco
o rico. Não faça isso nem mesmo no interior de teus aposentos porque as aves do
céu poderiam levar a tua voz, e o que tem asas daria notícias de tuas palavras.
Seja sempre pacífico... Aprenda a viver em paz com todos.
João Antonio Pagliosa
Engenheiro Agrônomo
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