Problema
pouco conhecido, porém, muito frequente na menopausa, deve ser levado a sério e
tratado com médico
A menopausa chega para a
mulher entre seus 45 e 55 anos, começando após o fim definitivo de seu ciclo
menstrual e ovulatório. Esse processo é natural de todas as mulheres e ocorre
devido a uma diminuição dos estrogênios – hormônios responsáveis por manter o
pH da vagina estável e saudável – nessa fase. Essa redução de estrogênios pode
levar à atrofia vaginal.
Para
se entender melhor, o fim do ciclo reprodutivo é o principal fator de risco
para os sintomas decorrentes da atrofia vaginal. Ela acontece após o
agravamento do ressecamento da vagina, que ocorre durante a pré-menopausa.
Quando a mulher chega definitivamente à menopausa, o problema pode piorar, pois
há uma diminuição de 3% na produção
dos estrogênios, em comparação ao período de início de sua vida reprodutiva¹. No
pós-menopausa (três anos), nota-se um nível de ressecamento 47% maior em
relação ao climatério (transição entre o período de menstruação para o de não
menstruação), aumentando as chances de atrofia.
“Na
prática, as mulheres sentem os efeitos da atrofia quando percebem que a região
íntima está mais seca. As reclamações normalmente são sobre a falta da
lubrificação natural da vagina no momento das relações sexuais, bem como a
baixa da libido”, comenta Lucia Alves, coordenadora do Serviço de Medicina
Sexual do setor de Reprodução Humana do departamento de Ginecologia e Obstetrícia
da FMRP/USP. No entanto os sintomas da atrofia vão além e podem afetar a
rotina das mulheres na menopausa e na pós-menopausa. As principais
consequências da atrofia vaginal são:
Infeções
e corrimentos: com a
desregulação do pH vaginal, a região fica menos ácida. Isso torna o ambiente
favorável para a proliferação de bactérias que causam infeções e corrimentos.
Incontinência urinária e dor ao
urinar: a atrofia
vaginal pode vir acompanhada pela atrofia do sistema urinário, causando
descontrole na vontade de urinar e também dores nesse momento.
Coceira: a secura com a falta de secreção pode
causar irritação e coceiras. Em caso de infecções, esse quadro pode piorar
ainda mais.
Ressecamento
vaginal: quando há
menos produção de estrogênio, ocorre diminuição da formação de células na
parede da vagina, deixando-a mais fina, o que pode levar ao ressecamento
vaginal. Assim, a região íntima fica menos lubrificada.
Dor e ardência na relação sexual: por causa da falta de lubrificação
causada pelo ressecamento, as relações sexuais podem se tornar mais dolorosas e
até mesmo ocorrer ardência após o ato.
Deslocamentos genitais: em casos mais graves, pode ocorrer a perda da sustentação mecânica que mantém no lugar o útero, a
bexiga e o intestino, e seu consequente deslocamento para baixo e para fora da
pelve.
Existem
tratamentos para que a mulher sofra menos com as consequências da atrofia, que
consistem em reposição de estrogênios. Segundo a Sociedade Americana de
Menopausa (NAMS), o tratamento mais adequado para uso na atrofia genital é
aquele que possui pouca ou nenhuma absorção sistêmica². A baixa absorção é
importante para não correrem efeitos colaterais.
O uso de
promestrieno é um exemplo de tratamento com essa característica. Esse princípio
ativo exerce papel semelhante ao estrogênio na região íntima, restaurando a
nutrição das mucosas do trato genital feminino. Há outras opções de estrogênio
vaginal para tratar a atrofia genital, como os estrogênios equinos conjugados e
o estriol. “O importante é a mulher saber que os sintomas não são normais e
precisam ser reportados ao ginecologista”, finaliza a ginecologista.
Referências
¹ Baker TG. Proc R Soc Lond. 1963;158:417-23.
² NAMS POSITION STATEMENT. Menopause, Vol.
20, No. 9, 2013.
Sobre o
promestrieno
O promestrieno
trata determinados distúrbios da vulva e da vagina, causados pela redução ou
falta de estrogênio no organismo, além de acelerar a cicatrização de lesões na
vagina e no colo do útero. É apresentado em duas formas farmacêuticas: cápsula
e creme. Exerce papel semelhante ao estrogênio no local, restaurando a nutrição
das mucosas do trato genital feminino inferior. O tempo médio para início da
ação do medicamento é de aproximadamente sete dias.
Teva Farmacêutica
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