Brigas
entre manifestantes, discussões acaloradas em redes sociais, amizades rompidas
por questões políticas. O cenário recente de debate não só gera incômodos, mas
mostra também a falta de tolerância no dia a dia do brasileiro. Nem as crianças
passam incólumes, o que fica claro em brigas no recreio e piadinhas em sala de
aula.
“As
crianças têm sentido o efeito da crise e da polarização. Sentimos isso
claramente em nosso dia a dia”, explica Marco Gregori, criador da rede viaE,
método educacional vivenciado por cerca de três mil alunos na Grande São Paulo,
cuja proposta é estimular competências e habilidades demandadas para o século
21, como empreendedorismo, tecnologia, colaboracionismo e a própria tolerância.
“Quando
mais educação, maior a tolerância, que, muitos confundem, não é se adaptar ao
que os outros querem, mas sim ter a capacidade de compreender, lidar com
avaliações diferentes e conviver com estas opiniões divergentes de modo
respeitoso”, explica Gregori.
Segundo
ele, assim como a capacidade de pensar criticamente e de resolver problemas, a
tolerância é essencial para os jovens que desejam estar preparados para a vida
e as demandas do futuro.
“Certamente
os pais sentem de modo intenso a necessidade de serem tolerantes em seu dia a
dia. O motivo é que esta não é uma habilidade qualquer, mas algo que o mercado
de trabalho e a vida pedem. Um líder tolerante, por exemplo, tende a ser muito
mais valorizado. Eles conseguem formar equipes de trabalho mais efetivas ao
reunir gente diferente, com pensamentos e lógica distintas, o que garante uma
visão maior do mundo, maior capacidade de solução de problemas e de pensar fora
da caixa”, diz.
E como
desenvolver esta habilidade nas crianças? “Este é um ensinamento que passa pela
educação focada em empatia, respeito, resiliência e pensamento crítico”, diz
Gregori. “Por isso, a educação que traga não apenas elementos tradicionais,
como matemática e gramática, mas também itens emocionais é a melhor opção”,
completa.
Abaixo, as
dicas de Gregori para promover a tolerância entre as crianças:
1.
Dê o exemplo:
mostre que você – mãe, pai, avó, avô, tio, tia, padrinho, madrinha - pode lidar
com opiniões distintas da sua, com maturidade e respeito.
2.
Ensine empatia: é
fundamental ajudar as crianças a pensar no que se passa na cabeça do outro,
apoiá-las no ato de se colocarem nos sapatos alheios e entenderem que há
lógicas distintas. Explique que é impossível ser o outro, mas o exercício de
tentar, com certeza, é rico.
3.
Lembre situações
positivas de tolerância – traga à memória dos pequenos casos em que eles
lidaram com gente de posição diferente, sem estresse. Pode ser o amiguinho de
outro time, o primo de outra religião, não importa: o que se busca é que ele
tenha em mente uma lembrança positiva de um momento de tolerância.
4.
Fundamente no
pensamento crítico: ajude as crianças por meio da adoção da racionalidade.
Pergunte se faz sentido que elas maltratem outras crianças por conta de
questões políticas ou posições sobre o cenário econômico que são de seus pais.
Ao pensar racionalmente, a resposta fica obvia.
5.
Contextualize e
pacifique – a crise do Brasil é ampla. Não será resolvida por brigas e
discussões. Explique e lembre isso aos pequenos e o incentive a ter uma posição
construtiva. “Se todos adotarmos essa linha de raciocínio, teremos um ótimo
começo”, finaliza Gregori.
Marco Gregori - empreendedor e CEO da holding
educacional Eduinvest e da Rede VIAe – método de aprendizagem que
promove e estimula competências e habilidades em sintonia com as demandas do
século 21 na educação básica e técnica. Também é investidor e conselheiro do Canal
Revisão - que leva pelo YouTube temas didáticos aos estudantes de
modo transdisciplinar e inovador - e fundador do Programa Futuro,
projeto que prepara adolescentes por meio de práticas colaborativas e de
cunho social. Formado pelo ITA, Gregori tem extensão por Harvard e MBA em
estratégia de negócios e empreendedorismo pela Wharton Business
School. Acredita que a educação precisa ser revista e priorizada para ser
o eixo da revolução que transformará a sociedade e isso o motiva a atuar na
formação de jovens e a promover educação que os faça protagonistas da sua
própria vida e carreira.
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