A Santa Casa de Mauá chama a atenção da população para a
Esclerose Múltipla, uma doença autoimune que afeta o cérebro, nervos ópticos e
o sistema nervoso central. De acordo com o neurologista Carlos Roberto Zambom,
cerca de 2,5 milhões de pessoas no mundo e aproximadamente 35 mil no Brasil
possuem a doença, sendo a maior incidência em mulheres de 20 a 40 anos. “A
patologia não é contagiosa e nem mental, não tem prevenção e nem cura. O
tratamento visa reduzir a progressão”, ressalta o especialista.
As principais causas são desconhecidas, mas dados mostram
que o ambiente, a genética e alguns vírus podem desenvolvê-la. Sabe-se que o
sistema imune desgasta a bainha protetora que cobre os nervos, a mielina, o que
causa problemas na comunicação entre o cérebro, medula espinhal e outras áreas
do sistema nervoso central. Tal condição resulta na deterioração dos nervos, em
um processo irreversível. Ao longo do tempo, essa degeneração causa lesões no
cérebro, que podem levar à atrofia ou perda de massa cerebral, até cinco vezes
mais rápido do que o normal.
Os sintomas variam de acordo com a quantidade de nervos
afetados e entre os principais estão fadiga intensa, depressão, fraqueza
muscular, alteração do equilíbrio, coordenação motora, visão e fala, dores
articulares, transtornos cognitivos e emocionais, além de disfunção intestinal
e da bexiga.
“Nos estágios iniciais a esclerose múltipla pode
dificultar o diagnóstico, uma vez que os sintomas se assemelham com os de
outras doenças e aparecem com intervalos. O paciente pode ficar meses ou anos
sem qualquer sinal da doença”, explica Carlos Roberto Zambom,
O diagnóstico de esclerose múltipla pode ser difícil e
devem ser considerados os relatos do paciente, sintomas, exames clínicos e de
ressonância magnética - que avaliará se há lesões no cérebro e pelo exame do líquor.
O profissional também poderá solicitar vários outros exames para excluir
condições que podem ter sinais e sintomas semelhantes.
Embora a esclerose múltipla não tenha cura, ela pode ser
controlada por meio de um tratamento que ameniza as crises, sintomas e a
progressão. O tratamento pode envolver medicação oral diária ou injeções.
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