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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Campanha de Crowdfunding da Pró-Rim continua para compra de máquina de hemodiáli






Meta é de R$ 60 mil e prazo para arrecadação foi prorrogado para 15/09
Presidente da Fundação explica a importância da máquina de hemodiálise


A Fundação Pró-Rim, referência nacional no tratamento de pacientes renais, continuará até o dia 15/09 com a campanha de Financiamento Coletivo (crowdfunding)para a compra de uma nova máquina de hemodiálise. 
A máquina de hemodiálise é fundamental no tratamento dos pacientes que perderam as funções renais. Ela substitui os rins na filtragem do sangue. Graças a esta máquina, os pacientes são mantidos vivos e com qualidade de vida, enquanto aguardam pelo transplante.
Quem quiser ajudar a Fundação Pró-Rim nesta ação, poderá entrar no site kickante.com.br/prorim e doar a partir de R$10 até o valor de R$1.000. A quantia escolhida poderá ser impressa no boleto disponibilizado no site para pagamento na rede bancária ou debitada no cartão de crédito.
 Cada doador (Kickador), receberá uma recompensa, que vai de certificado, copo de acrílico, camiseta e livro Histórias de Amor à Vida (digital). Dependendo do valor, todos os itens poderão ser arrematados. Mas, independentemente da recompensa, que é uma forma de agradecimento, a satisfação maior será o sentimento de salvar vidas.
Até o momento, mais de 60% da meta foi alcançado e mais de 470 pessoas contribuíram. Fabio Kopp, sócio proprietário da empresa Efetintas, de Joinville (SC), fez a sua doação. “Sem esta máquina não tem como as pessoas sobreviverem. Por isso, acho extremamente importante a doação para salvar vidas”, explica o empresário.
Já para o Sr. Osmar Vieira, que mora em Maringá (PR), a doação vem pela confiança que tem na Instituição. “Sou admirador do trabalho da Pró-Rim, não só pelo transplante que lá realizei, mas também pelo atendimento que prestam para todas as pessoas que os procuram. Sei do sofrimento das pessoas que precisam fazer hemodiálise e quando o atendimento é feito, como faz a Pró-Rim, o sofrimento se torna esperança”, enfatiza
O quê: Campanha de financiamento coletivo Máquina que Salva Vidas
Quem: Pró-Rim

  
ENTREVISTA COM PRESIDENTE DA PRÓ-RIM
O presidente da Fundação Pró-Rim, médico Dr. Hercílio Alexandre da Luz Filho, fala sobre a importância desta campanha.

Porque a Pró-Rim precisa de novas máquinas?
Dr. Hercilio – Houve um crescimento de 40 por cento nos transplantes em pacientes de outros estados. Eles precisam de hemodiálise enquanto não acontece o procedimento. Além disso, aumenta expressivamente o número de pacientes renais. O tempo médio de cada máquina é de 10 anos e a reposição destes equipamentos tem de ser freqüente.

A reposição das máquinas é atribuição da Pró-Rim?
Dr. Hercílio - Todas as máquinas são compradas pela Fundação Pró-Rim que é uma instituição filantrópica. O SUS cobre o custeio com o tratamento de hemodiálise. A Pró-Rim complementa investindo na equipe multidisciplinar e em outros benefícios indispensáveis para os pacientes. Para isso, contamos com a comunidade que nos ajuda com pequenos valores nas contas de luz e de telefone.

A qualidade das máquinas influencia no índice de mortalidade?
Dr. Hercílio – Claro que sim. Quanto melhor a qualidade da diálise menor é a taxa da mortalidade dos pacientes. Este índice na Pró-Rim é de apenas 8% enquanto no Brasil atinge 19% e nos Estados Unidos chega a 21%.

Qual o alcance da campanha?
Dr. Hercílio - Muito significativo, porque além da arrecadação que mobiliza a sociedade, as pessoas estão conhecendo a realidade dos pacientes renais e o trabalho desenvolvido na Fundação Pró-Rim. Isso cria um vínculo e todos se sentem responsáveis e compreendem a importância desta contribuição.

Como as pessoas podem contribuir?
Dr. Hercílio - É muito simples. Basta acessar kickante.com.br/prorim e escolher o valor para doar, entre R$10 e R$1.000 através de boleto bancário ou cartão de crédito. Dependendo do valor, os doadores receberão recompensas que vão de certificado digital de agradecimento, adesivos, copos e camisetas.
Para finalizar, o médico declara: “Agradecemos a todos que estão nos apoiando para esse objetivo”.


Assédio Moral, Mobbing e Burnout





Durante todo o mês de Julho e Agosto está sendo divulgada em rede nacional uma Campanha de Combate ao Assédio Moral. O Ministério Público do Trabalho em São Paulo (MPT-SP) lançou a campanha dia 2 de Julho.
Assédio Moral é uma insistência, perseguição e uma espécie de dano à integridade e à moral de um indivíduo. O assediado muitas vezes sente-se humilhado, diminuído e menosprezado diante do outro. O assédio possui como base a supremacia e a imposição numa situação de hierarquia autoritária e é muito presente no ambiente de trabalho, no qual se denomina ‘mobbing’. Consiste numa conduta abusiva, através de palavras, gestos, insinuações ofensivas, ameaças, comportamentos agressivos e repetitivos, causando constrangimento e situações vexatórias, degradando o clima de trabalho e colocando em risco o emprego da vítima.
Fenômeno antigo tanto quanto o próprio trabalho, este tipo de assédio moral poderia ser considerado um bullying no ambiente de trabalho. Foi estudado inicialmente na década de 80 pelo professor Heinz Leymann, o primeiro a usar o termo mobbing. A Dra. Margarida Barreto, médica ginecologista e do trabalho, pesquisadora do Núcleo de Estudos Psicossociais de Exclusão e Inclusão Social (Nexin PUC/São Paulo) trouxe a tona este tema aqui no Brasil no ano de 2000 em sua dissertação de mestrado intitulado ‘Uma jornada de humilhações’.
A primeira lei do país que tipificou o assédio moral foi no estado de Pernambuco, lei estadual nº 13.314 de 15 de Outubro de 2007, de autoria deputado Isaltino Nascimento. Hoje em dia o assédio moral é tipificado como crime de acordo com a lei 10.224/2001 do código penal, de 15 de Maio de 2001.
O mobbing, que deriva do verbo ‘to mob’, significa ‘tratar mal’, cercar, rodear. Pode acontecer de três maneiras distintas, do chefe para com seus subalternos, entre colegas ou grupos específicos de colaboradores e também, quando o ato de assediar acontece dos subordinados para com o chefe. Através de críticas, desqualificação e isolamento, este assédio moral no ambiente de trabalho é aviltante e visa intimidar e manipular o empregado através do medo do desemprego. O sofrimento é gradativo. Sutilmente a vítima se sente angustiada, triste e deprimida. As relações aéticas estabelecidas são desumanas e pode causar instabilidade a ponto do profissional pedir demissão.
A experiência ao mobbing é subjetiva, ou seja, depende de como cada profissional vivencia as imposições sofridas no ambiente de trabalho. Muitos podem se adaptar por medo de ser despedido e força-se a trabalhar além da própria capacidade. Abre-se mão de uma vida social, do lazer e até mesmo da família para dedicar-se intensamente e exclusivamente ao trabalho. Não existe um propósito de crescimento e amadurecimento na profissão, mas a dedicação está atrelada ao receio de ser julgado como um mal profissional, perder o emprego e não sofrer as humilhações que outros colegas sofrem. A competitividade é estimulada de maneira destrutiva e muitos profissionais reproduzem os abusos e excessos do assediador.
Em uma sociedade na qual o individualismo vem se perpetuando como uma cultura social busca-se cada vez mais enaltecer que o bom profissional deve ser autônomo, independente, criativo, ambicioso, flexível e agressivo. A qualificação é de inteira responsabilidade do profissional, bem como a culpa por não apresentar tais características. Em prol de uma identidade, capacitação e principalmente de conforto financeiro, o profissional se sujeita às condições mais inóspitas no ambiente de trabalho. Esta competição é perversa e distorce a realidade. O mobbing acontece diante deste abuso de poder.
Metas a cumprir, melhorias dos resultados, aumento na carga de horas e de trabalho podem ser classificadas como assédio moral, associado à diminuição de salário ou ameaças de demissão. O assédio pode ocasionar um estresse severo ao profissional, um verdadeiro terror psicológico.
Neste sentido, a Síndrome de Burnout é uma consequência às pessoas que são assediadas moralmente. Burnout significa ‘estar acabado’. Predominante no âmbito de trabalho, a síndrome é uma cronificação do estresse, uma ruptura da integridade e afetividade do indivíduo. Comum aos profissionais da área da educação, principalmente em professores e da saúde, acometendo mais os enfermeiros. A questão é tão séria que esta síndrome pode levar a pessoa ao suicídio.
É importante salientar que a disputa, a cobrança eleva o profissional. Metas a cumprir e aumento de produção não viola os direitos do trabalhador, desde que não sejam abusivas e absurdas. O mobbing é um fenômeno silencioso e uma realidade no mercado de trabalho. Severo, assim como o capitalismo se apresenta.

Breno Rosostolato - psicólogo e professor da Faculdade Santa Marcelina - FASM

TEMPO SECO

Foto de Senado Federal.

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