16% aceitariam um emprego no exterior
com atuação presencial, entretanto esperam receber ajuda com visto e permissão
de trabalho, moradia e realocação
O Boston Consulting Group (BCG) acaba de lançar a nova edição do Decoding Global Talent, pesquisa mundial realizada a cada três ou quatro anos para identificar onde, como e por que as pessoas querem trabalhar. Com base em 150 mil respostas de mais de 180 países, o estudo de 2024, realizado em parceria com a The Network e o The Stepstone Group, revela os destinos países mais atrativos para atuar e a disposição global para essa mudança.
Segundo o material, um em cada quatro respondentes está ativamente procurando emprego no exterior e, dentre os locais mais desejados, as nações que têm a língua inglesa como principal idioma continuam liderando a lista, ocupando as quatro primeiras posições (Austrália, Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, respectivamente), seguidos por vários países europeus e destinos asiáticos-chave (Alemanha, Japão, Suíça, Singapura, França e Espanha).
“A Austrália está emergindo como novidades no cenário da mobilidade internacional devido ao seu momento econômico interessante, uso predominante do inglês e busca por talentos qualificados, além de ser percebido como um país de alta qualidade de vida. Por outro lado, Londres tem se mantido como a cidade mais desejada, principalmente devido ao idioma e à ampla rede de relacionamentos globais que a cidade oferece”, explica Santino Lacanna, sócio do BCG.
No Brasil, no entanto, essa realidade difere. Apenas 16% dos 5.539 respondentes estão dispostos a atuar no exterior (contra 70% no levantamento anterior, realizado em 2020), mas 78% gostariam de trabalhar para um estrangeiro se pudesse permanecer no país. Dentre os destinos mais atrativos, os brasileiros elegem, em ordem: Portugal, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Itália, França, Espanha, Alemanha, Argentina e Reino Unido.
“Fatores como cultura e sentimento de pertencimento desempenham um papel crucial na escolha de um emprego global, porém, a perspectiva de trabalhar remotamente pode se tornar uma alternativa viável, com o potencial de salários mais altos em moedas estrangeiras sendo um aspecto significativo para os profissionais brasileiros”, comenta o executivo.
De acordo com o estudo, atualmente os brasileiros mais propensos a sair do país são os que exercem funções relacionadas com sustentabilidade (50%), ciência de dados (27%) e engenharia (27%), principalmente por conta de considerações gerais de carreira (76%), crescimento pessoal e experiência cultural (75%) e melhor qualidade de vida (73%).
Eles planejam uma estadia de longo prazo (39%), ou seja, por
período indeterminado, mas, em contrapartida, esperam que seus empregadores do
país de destino os ajudem com visto e permissão de trabalho (81%), moradia
(80%) e realocação (71%).
Brasil para estrangeiros
Assim como os brasileiros, os estrangeiros também estão vendo potencial de trabalho no Brasil, fazendo com que o país subisse 6 posições entre a última pesquisa e a atual, passando a ocupar a 28ª posição entre os locais mais atrativos. Isso se deve, sobretudo, a qualidade das oportunidades de emprego (52%), qualidade de vida (44%) e cultura acolhedora e inclusiva (39%). Dentre as nações que mais desejam se alocar no Brasil estão: Argentina (15%), Chile (7%), Índia (5%), África do Sul (5%) e México (5%).
“Para acolher esses imigrantes, espera-se que os empregadores os apoiem com as questões oriundas da mudança e que considerem instituir o inglês ou outro idioma no dia a dia operacional”, finaliza Lacanna.
O estudo com os números globais está disponível, em inglês, no site
do BCG.
Boston Consulting Group
www.bcg.com
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