● As mudanças climáticas não criam terroristas, mas
ajudam a criar um ambiente em que os terroristas prosperam e operam mais
livremente.
● Grupos terroristas exploram a escassez de água e alimentos para
controlar as populações
●
A mudança climática destrói os meios de vida tornando as pessoas mais
vulneráveis ao recrutamento por parte de grupos terroristas
Um novo relatório lançado
hoje na Alemanha mostra como os impactos das mudanças climáticas contribuem com
o surgimento e crescimento de grupos terroristas, como Boko Haram e o Estado
Islâmico. Elaborado pelo think-tank
alemão Adelphi, o estudo Insurreição,
Terrorismo e Crime Organizado em um Mundo em Aquecimento concluiu que as
alterações do clima multiplicam e interagem com ameaças, riscos e pressões já
existentes, como a escassez de recursos, o crescimento populacional e a
urbanização. Segundo Lukas Rüttinger,
autor do relatório, a junção desses fatores leva à fragilidade e conflitos
violentos nos quais esses grupos podem prosperar.
Cada vez mais os grupos terroristas estão usando recursos naturais - como a água - como arma de guerra, controlando o acesso a ela, agravando ainda mais e exacerbando sua escassez. Quanto mais escassos os recursos se tornam, maior poder é dado àqueles que os controlam, especialmente em regiões onde as pessoas dependem particularmente dos recursos naturais para sua subsistência.
Por exemplo, ao redor do Lago Chade, as alterações climáticas contribuem para a escassez de recursos que aumentam a concorrência local por terra e água. Esta competição, por sua vez, muitas vezes alimenta tensões sociais e até conflitos violentos. Ao mesmo tempo, esta escassez de recursos erode os meios de subsistência de muitas pessoas, agrava a pobreza e o desemprego e leva ao deslocamento populacional. Grupos terroristas como Boko Haram ganham poder neste ambiente frágil.
À medida que as alterações climáticas vão afetando a segurança alimentar e a disponibilidade de água e de terra, as pessoas se tornam mais vulneráveis não só aos impactos negativos do clima mas também ao recrutamento por grupos terroristas que oferecem meios de subsistência e incentivos econômicos alternativos.
Cada vez mais os grupos terroristas estão usando recursos naturais - como a água - como arma de guerra, controlando o acesso a ela, agravando ainda mais e exacerbando sua escassez. Quanto mais escassos os recursos se tornam, maior poder é dado àqueles que os controlam, especialmente em regiões onde as pessoas dependem particularmente dos recursos naturais para sua subsistência.
Por exemplo, ao redor do Lago Chade, as alterações climáticas contribuem para a escassez de recursos que aumentam a concorrência local por terra e água. Esta competição, por sua vez, muitas vezes alimenta tensões sociais e até conflitos violentos. Ao mesmo tempo, esta escassez de recursos erode os meios de subsistência de muitas pessoas, agrava a pobreza e o desemprego e leva ao deslocamento populacional. Grupos terroristas como Boko Haram ganham poder neste ambiente frágil.
À medida que as alterações climáticas vão afetando a segurança alimentar e a disponibilidade de água e de terra, as pessoas se tornam mais vulneráveis não só aos impactos negativos do clima mas também ao recrutamento por grupos terroristas que oferecem meios de subsistência e incentivos econômicos alternativos.
"As áreas já
vulneráveis podem ser colocadas em um ciclo vicioso, que torna mais fácil a
operação do terrorismo, o que, por sua vez, leva ao surgimento desses grupos,
com conseqüências para todos", resume Rüttinger.
Às vezes, os grupos terroristas tentam preencher a lacuna deixada pelo Estado, fornecendo serviços básicos para ganhar apoio da população local. À medida que os impactos do clima se agravarem, alguns Estados terão que lutar cada vez mais para conseguir fornecer serviços e manter sua legitimidade.
Às vezes, os grupos terroristas tentam preencher a lacuna deixada pelo Estado, fornecendo serviços básicos para ganhar apoio da população local. À medida que os impactos do clima se agravarem, alguns Estados terão que lutar cada vez mais para conseguir fornecer serviços e manter sua legitimidade.
Este relatório coincide com
a ameaça da fome, da seca e da guerra sobre milhões de pessoas na região em
torno do lago Chade, na África. Em 31 de março, o Conselho de Segurança das
Nações Unidas (CSNU) aprovou uma resolução sobre essa região, onde o Boko Haram
atua, a qual destacada a preocupação com a interação dos fatores que levam à
crise e pedindo uma melhor colaboração entre os membros das Nações Unidas para
lidar com a situação. A resolução, que também solicita que o Secretário Geral
da ONU emita um relatório sobre a crise, veio depois que os embaixadores do
CSNU visitaram a região recentemente.
O relatório lançado hoje
confirma algumas das conclusões da ONU:
● Lidar com a mudança do clima, impulsionar o desenvolvimento e fortalecer os governos reduzirá a ameaça do terrorismo.
● A ação climática, o desenvolvimento, as estratégias de luta contra o terrorismo e a consolidação da paz devem ser conduzidas de forma holística e não isoladamente, como acontece frequentemente e que gera o risco de agravar cada um dos fatores.
● Melhorar o Estado de Direito e fortalecer as instituições locais ajudará a reduzir o risco que a mudança climática representa para o crescimento e crescimento de grupos terroristas, além de ser um componente essencial da adaptação e construção da paz.
● As pessoas que são vulneráveis ao recrutamento por grupos terroristas dependem frequentemente da agricultura para a sua subsistência, pelo que os esforços de desenvolvimento devem centrar-se na garantia de que esses meios de subsistência são sustentáveis diante de um clima em mudança.
● As cidades são frequentemente a válvula de pressão quando o clima, conflito e fragilidade ocorrem - a construção de cidades resilientes minimizará as chances de as tensões se derramarem.
"Uma perspectiva mais ampla ajudará a enfrentar melhor as causas do surgimento e o crescimento de grupos armados não estatais", disse Rüttinger.
● Lidar com a mudança do clima, impulsionar o desenvolvimento e fortalecer os governos reduzirá a ameaça do terrorismo.
● A ação climática, o desenvolvimento, as estratégias de luta contra o terrorismo e a consolidação da paz devem ser conduzidas de forma holística e não isoladamente, como acontece frequentemente e que gera o risco de agravar cada um dos fatores.
● Melhorar o Estado de Direito e fortalecer as instituições locais ajudará a reduzir o risco que a mudança climática representa para o crescimento e crescimento de grupos terroristas, além de ser um componente essencial da adaptação e construção da paz.
● As pessoas que são vulneráveis ao recrutamento por grupos terroristas dependem frequentemente da agricultura para a sua subsistência, pelo que os esforços de desenvolvimento devem centrar-se na garantia de que esses meios de subsistência são sustentáveis diante de um clima em mudança.
● As cidades são frequentemente a válvula de pressão quando o clima, conflito e fragilidade ocorrem - a construção de cidades resilientes minimizará as chances de as tensões se derramarem.
"Uma perspectiva mais ampla ajudará a enfrentar melhor as causas do surgimento e o crescimento de grupos armados não estatais", disse Rüttinger.
Adelphi