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sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Inteligência Artificial na saúde: os desafios da construção de regulamentação específica

A inteligência artificial (IA) chegou à saúde com a promessa de agilizar diagnósticos, democratizar o acesso e reduzir custos. Mas, na prática, observa-se uma tendência preocupante: empresas que pretendem abarcar toda a cadeia de cuidados em uma única operação, do primeiro clique à entrega do produto final.

A jornada começa, muitas vezes, com uma anamnese virtual conduzida por robôs ou sistemas de IA. Em seguida, um profissional de saúde, quase sempre em modalidade assíncrona, analisa o prontuário digital, aprova (ou apenas confirma) a conduta sugerida pelo algoritmo e, a partir daí, nasce uma prescrição.

Essa prescrição geralmente envolve fórmulas personalizadas de medicamentos, cosméticos, suplementos ou fitoterápicos, que são manipuladas em farmácias magistrais ou fornecidas em drogarias com produtos prontos, muitas vezes dentro de um mesmo ecossistema digital.

Há plataformas que funcionam como verdadeiros marketplaces de saúde, reunindo consulta, prescrição e venda num único fluxo operacional. Parece eficiente. Mas, sob a ótica jurídica, a fronteira entre serviço de saúde e atividade comercial desaparece.

O paciente deixa de ser paciente e passa a ser um consumidor capturado dentro de um funil de vendas em que o “tratamento” já vem acoplado ao produto.
Essa integração vertical — consulta, prescrição, manipulação e entrega — traz riscos regulatórios importantes e recoloca antigas discussões sobre conflito de interesses na medicina. 

Do ponto de vista sanitário, a Lei nº 5.991/1973, alterada pela Lei 11951/09 proíbe expressamente a intermediação comercial de formulas de manipulação com drogarias, por exemplo. Quando a consulta, prescrição e dispensação ocorrem dentro da mesma estrutura empresarial (ou em arranjos de parceria digital), há indício de captação indevida de receitas ou de venda casada, o que também potencialmente afrontaria a ética profissional dos profissionais de saude, a exemplo do Código de Ética Médica.

Há ainda o problema da responsabilidade: se o algoritmo participa da decisão terapêutica, quem responde por um erro? O profissional que apenas “valida” a conduta sugerida pela máquina? A empresa proprietária da plataforma? Ou a farmácia que manipula ou entrega o produto?

No Brasil, a Anvisa ainda não regulamentou especificamente o uso da inteligência artificial em produtos e serviços de saúde. Entretanto, os softwares médicos já são controlados pela Agência, por meio da Resolução RDC 657/2022, que trata do Software como Dispositivo Médico (SaMD). Essa norma define que qualquer software com finalidade diagnóstica, terapêutica ou de monitoramento deve ser regularizado junto à Anvisa, com base em critérios de segurança, rastreabilidade e avaliação clínica. Assim, um sistema de IA que analisa sintomas, sugere condutas ou prescreve medicamentos pode ser enquadrado como dispositivo médico, exigindo registro ou notificação.

Contudo, a RDC 657 foi elaborada para softwares estáticos, aqueles que mantêm o mesmo desempenho após a aprovação, e não cobre integralmente as novas tecnologias de aprendizado contínuo, capazes de se reconfigurar a partir de dados do mundo real. Esse é o chamado algoritmo adaptável, que pode alterar seu comportamento sem intervenção direta do fabricante. E, portanto, mudar seu perfil de risco após a aprovação inicial.

Nem todo software que parece “médico” possui essa finalidade regulada. Muitos sistemas são vendidos como softwares de bem-estar (wellness apps), aplicados à promoção da saúde, bem-estar ou monitoramento leve, e ficam fora do regime de dispositivo médico da Anvisa, justamente porque não realizam diagnósticos ou tratamentos formais.

Essa diferenciação “cria zonas cinzentas de regulação”, permitindo que plataformas apresentadas como “bem-estar conectado” funcionem, na prática, como porta de entrada para prescrições e vendas.

A Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (ABIMED) informou que a Anvisa já trabalha na revisão da RDC 657/2022. A minuta propõe incluir dois novos conceitos: o de software adaptável e o de software específico, voltado a soluções ajustadas a pacientes, grupos ou populações específicas, incluindo sistemas de IA com aprendizado contínuo. Embora ainda não haja consulta pública formal, o movimento sinaliza que a Agência pretende avançar na regulação dessas tecnologias, hoje em zona cinzenta.

Há ainda o tema sensível dos dados pessoais de saúde, tutelados pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Em plataformas que acumulam papéis de triagem, prescrição, manipulação e entrega, os dados do paciente circulam entre diferentes CNPJs, muitas vezes sem o devido controle de consentimento e finalidade. 
Pior: as informações clínicas podem alimentar o próprio algoritmo que define novos tratamentos ou ofertas comerciais, transformando o histórico médico em ativo de marketing.

A digitalização da saúde é inevitável e desejável. A IA pode auxiliar diagnósticos, ampliar o acesso e otimizar recursos. Mas inovação sem governança é risco disfarçado de eficiência. O Direito precisa acompanhar não apenas o avanço tecnológico, mas a fusão entre o cuidado e o comércio. Toda vez que uma IA recomenda um tratamento e, na sequência, oferece o produto correspondente, a ética do cuidado se transforma em estratégia de conversão. A inteligência artificial pode e deve ser uma aliada poderosa da medicina, mas deve servir à ciência antes da conveniência de mercado.



Claudia de Lucca Mano - advogada e consultora empresarial atuando desde 1999 na área de vigilância sanitária e assuntos regulatórios.


A seca de humanidade nos dados da crise climática


O que as decisões da COP 30 têm a ver com a história de uma senhora, colhedora de açaí na Amazônia, que precisou escolher alimentar somente os netos menores enquanto os outros ficam sem comer?

O açaí é fonte de renda para diversas famílias na região Amazônica, que garantem algum sustento com a colheita do fruto durante os seis meses de safra. Nos outros seis meses, porém, a realidade é de insegurança alimentar, já que, para muitos ribeirinhos, o açaí é a única fonte de renda.

Em uma reportagem à Record em 2021, essa avó revelou, em lágrimas, que só tinha um pouco de mingau de trigo com açaí verde, para dar de comer somente aos dois netos mais novos. A situação ocorreu fora de um cenário de crise climática extrema — era apenas o período de entressafra, realidade comum no Norte do Brasil.

Em 2024, porém, a Amazônia enfrentou a maior seca da história. Rios secaram por completo, faltou água potável, o peixe desapareceu e comunidades inteiras ficaram isoladas, sem ter como buscar ajuda ou fontes alternativas de alimento. O episódio mostrou o quanto a crise climática aprofunda vulnerabilidades já existentes. Agora imagine o impacto dessa seca histórica na produção de um fruto, como o açaí, que demanda abundância de água para o seu desenvolvimento?

Essa senhora provavelmente não estará na COP 30, mas histórias como a dela precisariam estar. Em vez de decisões baseadas apenas em números e gráficos — que frequentemente desumanizam os afetados — é urgente incluir as vozes das populações que já vivem uma vulnerabilidade social, que será agravada com os impactos da crise climática.

Se a COP 30 não gerar ações concretas, episódios como esse não ocorrerão, exclusivamente, na entressafra do açaí: eventos extremos deixarão de ser exceção e se tornarão rotina. Deixaremos de discutir justiça climática para falar em sobrevivência climática. E, como sempre, quem tem dinheiro e influência sobreviverá; quem não tem, virará estatística — vítima da fome, das doenças e de um planeta cada vez mais hostil, hostilidade essa causada pelo próprio homem.

 

Niara Su - autora do livro “Ouro da Floresta”, um romance ambientado na Amazônia com o objetivo de transmitir um chamado à preservação da vida e da floresta.


Confraternizações empresariais: 5 dicas de como organizar o espaço do restaurante para receber festas de fim de ano

 

O fim do ano é o momento em que as empresas se reúnem para celebrar conquistas, fortalecer laços e renovar a energia para o próximo ciclo. E, para os donos de bares e restaurantes, essa época representa uma oportunidade estratégica de ampliar o faturamento. Segundo dados da Abrasel, o setor de alimentação fora do lar chega a registrar um aumento de até 20% nas vendas em dezembro, impulsionado pelas confraternizações corporativas e pelo pagamento do 13º salário. 

Além disso, a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc) aponta que o segmento de eventos corporativos deve crescer cerca de 12% neste ano, com destaque para as festas de fim de ano. De olho nesse movimento, muitos empreendedores têm investido na ambientação e personalização dos seus espaços para conquistar empresas que buscam locais para confraternizar. 

“O restaurante que se posiciona como parceiro das empresas nesse momento agrega valor ao negócio, não apenas oferecendo um jantar, mas uma experiência completa de celebração”, explica Rafael Fraga, supervisor e chef da Prática, empresa referência em soluções para o setor de food service. Confira a seguir cinco dicas do especialista para preparar o seu restaurante e aproveitar ao máximo esse período de alta demanda.

 

1. Prepare o ambiente para receber grupos corporativos: o primeiro passo é adaptar o espaço para receber grupos maiores de forma confortável. Reserve áreas exclusivas e organize o layout para garantir boa circulação e integração entre os convidados. A decoração deve transmitir o clima de festa sem perder o tom profissional: aposte em iluminação aconchegante, arranjos sutis e cores neutras com toques natalinos. Também é interessante personalizar o ambiente com o nome ou o logotipo da empresa contratante, o que valoriza a experiência e gera boas fotos para as redes sociais.
 

2. Monte cardápios e pacotes personalizados: as confraternizações pedem cardápios diferenciados. Ofereça menus fechados, com opções de entrada, prato principal, sobremesa e bebidas, definidos por pessoa ou por pacote. Além de facilitar o orçamento da empresa, esse formato otimiza a operação do restaurante. Para eventos mais informais, finger foods e ilhas temáticas são boas apostas. Não esqueça de incluir alternativas vegetarianas e bebidas variadas de coquetéis personalizados a drinks sem álcool. “Para que a confraternização seja memorável, não bastam pratos bonitos. É preciso entregar fluidez no atendimento e um ambiente acolhedor”, reforça Rafael Fraga.
 

3. Ajuste a operação e o atendimento: durante o fim de ano, o movimento aumenta e o ritmo de trabalho se intensifica. Planeje o estoque com antecedência, especialmente para ingredientes sazonais como carnes nobres, frutas secas e chocolates. A equipe também precisa estar reforçada e treinada para lidar com grupos grandes e demandas simultâneas. Avalie a possibilidade de estender o horário de funcionamento ou reservar turnos específicos para confraternizações, garantindo exclusividade para cada empresa.
 

4. Invista na divulgação e nas parcerias corporativas: divulgar os pacotes de confraternização nas redes sociais e no site é essencial para atrair reservas antecipadas. Use fotos do ambiente decorado, vídeos curtos e depoimentos de clientes que já realizaram eventos. Outra estratégia é buscar parcerias com empresas da região. Envie propostas com cardápios, valores e serviços inclusos. “Quando o empreendedor se posiciona como parceiro de eventos corporativos, e não apenas como fornecedor de jantar, o valor percebido sobe e o ticket médio também”, comenta Fraga.
 

5. Fidelize e mantenha o relacionamento para o próximo ano: a festa termina, mas o relacionamento pode continuar. Aproveite o evento para registrar contatos e oferecer benefícios para futuras reservas. Um desconto para o próximo evento, um brinde especial ou um programa de fidelidade para empresas são formas de transformar a confraternização em uma parceria duradoura. Também é importante pedir feedbacks para ajustar detalhes e aprimorar a experiência nos próximos anos.

 

Mais do que um jantar de encerramento, as confraternizações empresariais são um momento de conexão e reconhecimento e os restaurantes que conseguem traduzir isso em experiência se destacam. Com planejamento, atenção aos detalhes e um toque de criatividade, é possível transformar essa época em uma das mais lucrativas do ano. 

“Essa é a chance de o empreendedor mostrar que o restaurante pode ser o cenário ideal para momentos especiais. Quando há acolhimento, boa comida e uma atmosfera de celebração, o cliente volta e indica”, finaliza Rafael Fraga, da Prática. 

Essas e outras dicas e receitas exclusivas para empreendedores do setor de food service estão disponíveis no blog da Prática: Link

 

Prática


Casamento infantil: uma chaga que resiste ao tempo


O Censo 2022 do IBGE revelou um dado que, a despeito de parecer anacrônico, ainda mancha o retrato da sociedade brasileira: mais de 34 mil crianças e adolescentes de até 14 anos vivem em uniões conjugais no país.

A informação é oficial, resultado da autodeclaração dos próprios domicílios. E o número impressiona: são meninos e, sobretudo, meninas que já vivem experiências típicas da vida adulta — sem que tenham concluído sequer a infância.

Entre esses jovens, o Censo mostra que cerca de 87% dessas uniões são consensuais, ou seja, sem formalização civil ou religiosa, o que agrava a vulnerabilidade dessas meninas. O dado está detalhado pela Agência Patrícia Galvão, e demonstra que a naturalização das chamadas “uniões precoces” persiste no Brasil profundo, sobretudo em regiões marcadas por desigualdade, baixa escolaridade e ausência de políticas públicas.
 

O retrocesso travestido de tradição

Há quem tente justificar tais uniões sob o argumento da “cultura local” ou da “autonomia da família”. Mas não se trata de tradição: é violação de direitos. É a negação da infância e da juventude — um tempo que deveria ser dedicado à formação escolar, à construção da identidade e ao amadurecimento emocional.

A Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU são explícitos em proteger o desenvolvimento integral do menor de 18 anos. Nada, portanto, justifica o Estado tolerar, e menos ainda legitimar, uniões de adolescentes — muito menos de crianças.
 

O avanço de 2019: a correção de uma distorção

Até pouco tempo atrás, o próprio Código Civil brasileiro previa exceções que permitiam o casamento de menores de 16 anos em “casos excepcionais”, como gravidez. Era o inciso II do artigo 1.521, interpretado em conjunto com o artigo 1.517. Essa brecha legal legitimava uma prática social e cultural perigosa: a ideia de que a maternidade precoce “justificaria” o casamento infantil.

Felizmente, a Lei 13.811/2019 corrigiu o equívoco histórico, proibindo o casamento de pessoas com menos de 16 anos, sem exceção. Ainda assim, o número de uniões precoces, como demonstram os dados recentes do IBGE, mostra que a mudança legislativa não foi suficiente para alterar práticas enraizadas.
 

União estável não é salvo-conduto

Alguns argumentam que a proibição legal se limita ao casamento formal, e não à união estável. Essa leitura é perigosa e distorce o espírito da lei. O Censo do IBGE mostra que as uniões consensuais (sem formalização civil ou religiosa) já superaram os casamentos no Brasil. Quando envolvem menores de idade, não há nada de
“consenso”: há desigualdade etária, dependência econômica e, muitas vezes, coerção.

Sob o ponto de vista jurídico, tais uniões não produzem efeitos válidos — especialmente quando há incapacidade civil. Não se pode falar em “união estável” entre uma criança e um adulto, ainda que haja convivência.

A própria noção de consentimento perde sentido quando o suposto consentidor não tem maturidade para compreender o alcance de sua decisão.
 

O desafio cultural e jurídico

A persistência de uniões infantis revela que a lei sozinha não basta. É preciso atuação integrada do Estado: educação sexual nas escolas, campanhas públicas de conscientização, fortalecimento das redes de proteção e responsabilização de adultos que se envolvam com menores.

Trata-se de uma questão de direitos humanos, não de costumes. E, do ponto de vista jurídico, o casamento infantil é nulo — ou deveria ser tratado como tal em qualquer esfera. Nenhuma tradição pode se sobrepor ao direito fundamental à infância e à dignidade da pessoa humana.

 

O futuro que não pode esperar

Quando uma menina de 13 ou 14 anos entra numa “união conjugal”, o que ela perde não é apenas o tempo: perde oportunidades, escolaridade, saúde, liberdade e voz. Cada uma dessas 34 mil crianças em situação conjugal representa um fracasso coletivo — da sociedade, do Estado e de todos nós que silenciamos diante do inaceitável.

A infância não é lugar de contrato, de partilha de bens ou de compromissos matrimoniais. É tempo de brincar, aprender e sonhar. Enquanto houver uma única criança brasileira vivendo sob a aparência de um casamento,
não poderemos dizer que somos uma nação civilizada.

 

Marcelo Santoro Almeida - professor de Direito de Família da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio


“Chute”?: Ele pode derrubar sua nota em um concurso, mas pode ser usado com estratégia



Estudar é a base para ir bem e toda prova, mas isso deve ser usado com estratégia, e ser estratégico inclui lidar também com as questões com as quais você tiver dificuldade, afirma Caio Temponi, jovem aprovado 18 vezes em vestibulares

 


Em provas de concurso, cada ponto conta e cada erro também. Por isso, o famoso “chute” é um recurso que, apesar de parecer muito tentador em momentos de dúvida, pode ser uma armadilha para quem não sabe usá-lo com inteligência.

De acordo com Caio Temponi, jovem aprovado 18 vezes em vestibulares e especialista em técnicas de estudo para concursos, o chute deve ser o último recurso de um candidato,  nunca um plano principal, pois isso pode prejudicar a nota final do candidato.

“O ideal é chegar à prova com segurança no conteúdo, estudando de forma direcionada ao edital e com base em provas anteriores. Mas é claro que, em algum momento, o candidato pode se deparar com uma questão mais desafiadora”.

“Nesses casos o ideal é se apegar a qualquer referência prévia do tema que você tenha para eliminar o máximo de alternativas ou definir a mais provável, mas nos casos raros de ser um tema muito específico do qual você nunca teve contato é importante ter em mente que pode ser o tipo de questão que desempata, nesses casos é preciso ser bastante estratégico”, explica.



Estudo direcionado antes de tudo


De acordo com Caio Temponi, não existe estratégia de chute que substitua o estudo consistente.

“Quem tenta se apoiar apenas na sorte dificilmente vai longe. O que dá resultado é estudar de maneira planejada, entender o formato da banca, revisar os conteúdos mais cobrados e treinar o tempo de prova. O chute é uma exceção, não a regra”, reforça.

Ele lembra que estudar com base no edital é o que garante eficiência no aprendizado.
 
“O edital é como o mapa da prova. Se o candidato dominar o que está ali, ele reduz as chances de precisar chutar e aumenta a probabilidade de acertar por conhecimento real”, diz.



Quando e como recorrer ao chute?


Em provas de múltipla escolha, principalmente as de grande volume, é comum que o candidato se depare com questões inesperadas. Nesses casos, há técnicas que podem ajudar a minimizar o erro.

“Quando não há nenhuma referência prévia para se basear, o candidato pode analisar o enunciado com calma, eliminar alternativas absurdas que sempre estão presentes e observar o padrão de linguagem da banca. Às vezes, a forma como a questão é redigida já indica o caminho mais provável”, comenta.

Ainda assim, ele reforça que o chute deve ser sempre calculado e usado apenas quando todas as possibilidades de raciocínio se esgotarem.

“Chutar por desespero ou marcar aleatoriamente pode derrubar sua nota, especialmente em provas que têm penalidade por erro”, alerta.



Gestão emocional e foco


Para Caio Temponi, outro ponto fundamental para o concurseiro é o controle emocional durante a prova.

“Muitos candidatos erram não por falta de conhecimento, mas por ansiedade. Quando o nervosismo domina, o raciocínio trava e o chute vira um impulso, não uma estratégia. Por isso, manter a calma e saber administrar o tempo é tão importante quanto dominar o conteúdo”, destaca.

  

Caio Temponi - pesquisador pelo CPAH - Centro de Pesquisa e Análise Heráclito - mentor e palestrante com altas habilidades. Foi aprovado em 1º no vestibular da EPCAR aos 12 anos, aos 13, em Medicina, totalizando 5 aprovações, também em Direito na UFRRJ, aos 14 anos, foi aprovado no ITA, um dos maiores vestibulares do Brasil, totalizando 18 aprovações como o mais jovem do Brasil, o que lhe renderam 2 títulos no Livro dos Recordes. Além disso, Caio é membro da Intertel, sociedade de pessoas com QI acima de 99 de percentil

 

Conhecer o perfil de cada prova é chave para se sair bem nas provas do Enem e no vestibular

Planejamento, prática e atenção aos detalhes de cada exame ajudam candidatos a alcançar melhores resultados


Mais do que decorar fórmulas ou revisar conteúdos, compreender o perfil de cada prova é o que diferencia quem apenas estuda daqueles que realmente alcançam boas pontuações. Segundo Daniela Coccaro, diretora pedagógica do Ensino Médio da Escola Lourenço Castanho, cada exame, do Enem aos vestibulares tradicionais, segue uma lógica própria, que define desde o tipo de questão até a forma de avaliar raciocínio e interpretação. Ignorar essas particularidades pode custar pontos preciosos.

“Um erro frequente é acreditar que assistir a muitas aulas, por si só, garante preparo adequado. Fazer prova é como treinar para uma maratona: exige planejamento, disciplina e conhecimento técnico. É preciso praticar com regularidade, controlar o tempo, revisar conteúdos e entender profundamente o estilo e as exigências das instituições”, explica Daniela.

Ela reforça que a organização é essencial. É importante não apenas definir horários de estudo, mas também equilibrar toda a rotina diária, incluindo descanso, lazer e atividades físicas. “Um plano eficiente reserva tempo para aulas, revisões e resolução de provas anteriores. Registrar compromissos, seja em planner físico ou digital, ajuda a manter o foco. Durante o treino, deve-se evitar distrações como celular e redes sociais, assim como o uso de calculadora em momentos de prática”, acrescenta.


Provas nacionais e internacionais

Durante a preparação, é essencial, ainda, definir quais processos seletivos seguir, nacionais ou internacionais, analisando de forma honesta as universidades que oferecem os cursos desejados e o grau de exigência de cada exame. “O tamanho do sonho precisa vir acompanhado do esforço que a pessoa está disposta a investir”, afirma Daniela. Questões práticas também devem ser consideradas, como disposição para mudar de cidade ou país, custos envolvidos e domínio do idioma exigido, além de perfil acadêmico, metodologia de ensino e suporte oferecido. Tudo isso precisa se alinhar a objetivos e valores pessoais.

Quando o assunto é conciliar a preparação para exames nacionais e internacionais ao mesmo tempo, uma estratégia é identificar o que há de comum entre diferentes avaliações e aproveitar essas intersecções. Disciplinas básicas, como Matemática e Ciências da Natureza, podem ser estudadas de forma integrada, enquanto conteúdos específicos, como a redação do Enem ou o essay em exames internacionais, demandam atenção dedicada e prática direcionada.

Outro aspecto importante é a flexibilidade. A cada mês, vale reavaliar o progresso e ajustar o foco, intensificando, por exemplo, o estudo para a prova mais próxima ou que exige mais preparo linguístico. Essa autoavaliação constante é o que permite conciliar demandas diferentes sem se perder no processo.

Maria Cecília Pastorelli, coordenadora pedagógica do International Baccalaureate (IB) da Escola Lourenço Castanho, lembra que atividades extracurriculares, trabalhos voluntários e projetos pessoais podem ser decisivos em candidaturas internacionais. “Nos Estados Unidos, as universidades analisam o perfil de forma holística. Um aluno de Finanças que seja bailarino pode ver essa atividade artística valorizar sua aplicação”, explica. Já instituições europeias priorizam o desempenho acadêmico. “Apenas experiências relacionadas ao curso pretendido têm peso. Em ambos os casos, o histórico escolar é determinante, as notas ao longo de todo o Ensino Médio são o mais importante”, acrescenta.

Ela destaca, ainda, que certificações internacionais, como IB, Abitur, AP, A-levels e GCSEs, são reconhecidas e valorizadas, mas não garantem aprovação automática. “Alunos do Ensino Médio brasileiro também podem se candidatar. As escolas fornecem informações detalhadas sobre o programa cursado, regras de avaliação e escalas de notas. Muitas vezes, é preciso fazer exames de proficiência no idioma e provas específicas em disciplinas como Matemática”, conclui.

A seguir, quatro dicas que podem ser usadas na preparação para vestibulares:

Conheça a prova: entenda o estilo das questões e critérios de avaliação;

Planeje-se com equilíbrio: inclua estudos, revisões, descanso e lazer;

Estude de forma estratégica: foque em conteúdos comuns e dedique atenção a matérias específicas;

Avalie objetivos e diferenciais: considere universidades, custos, idioma e atividades extracurriculares.

 

 Daniela Coccaro - Graduada em Química e mestre em Biomonitoração Ambiental e Tecnologia Nuclear pela Universidade de São Paulo, é professora de Química desde 1996. Foi coordenadora de série e de Projeto Científico do Ensino Médio da Escola Lourenço Castanho e atua como diretora pedagógica do Ensino Médio e orientadora educacional da 3ª série na mesma instituição. 

Maria Cecília Pastorelli - Graduada em Letras – Inglês e Português pela Universidade de São Paulo (USP) e especialista em Tradução pela mesma universidade. É coordenadora pedagógica do International Baccalaureate (IB) da Escola Lourenço Castanho.


Ansiedade escolar, transformações e escolhas: a travessia entre escola e futuro

 

Transformações da adolescência e pressão na vida acadêmica tornam
os últimos anos escolares um período intenso para os jovens

Os últimos anos escolares representam uma etapa decisiva no processo de formação integral dos estudantes, especialmente durante a transição entre os ensinos fundamental e médio. Neste período, é comum que surjam sinais de ansiedade escolar, quando os jovens demonstram preocupação excessiva com o desempenho, medo de não corresponder às expectativas e insegurança diante das novas exigências acadêmicas. 

Trata-se de um momento de descobertas e escolhas, em que o adolescente vislumbra seu futuro e as novas responsabilidades podem gerar sobrecarga emocional se não houver uma rede de apoio sólida. Consequentemente, a rotina de aprendizagem também é impactada, pois, além das transformações internas típicas da adolescência, as novas dinâmicas escolares e sociais exigem adaptação, equilíbrio e acompanhamento próximo por parte da escola e da família. 

Esses desafios podem repercutir profundamente no bem-estar emocional dos estudantes, exigindo atenção e acolhimento por parte da escola, da família e da sociedade. De acordo com um levantamento realizado pelo Ministério da Saúde, desde 2015, os atendimentos relacionados a transtornos de ansiedade no SUS aumentaram 1.575% entre as crianças de 10 a 14 anos. Quanto aos adolescentes de 15 a 19 anos, o avanço foi ainda mais acentuado, com mais de 3.300%, saltando de 1.534 atendimentos, em 2014, para 53.514 em 2024. Os dados evidenciam uma realidade que ultrapassa o ambiente escolar e reforçam a importância de ações integradas que promovam o equilíbrio emocional e o desenvolvimento saudável dos jovens. 

Diante disto, torna-se essencial que educadores e famílias mantenham um olhar atento e sensível a esses desafios, reconhecendo que o processo de aprendizagem vai além do desempenho acadêmico. Entre as principais dificuldades vivenciadas pelos estudantes, destacam-se o aumento da complexidade dos conteúdos, a necessidade de maior autonomia nos estudos e a preparação para ingressar no Ensino Médio. 

Contudo, os aspectos emocionais exercem um papel ainda mais preocupante, pois impactam diretamente a motivação, a autoconfiança e a capacidade de concentração. Promover um ambiente de escuta, diálogo e apoio mútuo é fundamental para que o estudante se sinta acolhido e preparado para enfrentar essa fase com equilíbrio e segurança.
 

Como apoiar os estudantes que enfrentam a ansiedade escolar? 

O apoio aos adolescentes nesse processo de transição é fundamental, e deve vir de diferentes frentes de atuação. As atividades extracurriculares promovidas nas escolas, como esportes, música, teatro e artes visuais, exercem um papel importante nesse processo de desenvolvimento integral. Esses projetos ampliam as possibilidades de expressão, estimulam a criatividade e fortalecem os vínculos sociais entre os estudantes. Ao vivenciarem essas experiências, os jovens descobrem talentos, desenvolvem senso de pertencimento e encontram motivação e propósito dentro do ambiente escolar. 

Além disso, é fundamental que os professores atuem como mediadores do conhecimento e do desenvolvimento dos estudantes, acolhendo suas necessidades e incentivando o protagonismo em sala de aula. Por meio de metodologias dinâmicas, que conectam os conteúdos à realidade cotidiana, o educador contribui para tornar o aprendizado mais significativo e inspirador. 

Outro pilar essencial nesse processo é o apoio da família, cuja presença e acompanhamento das rotinas de estudo, do interesse pela vida escolar e da oferta de um ambiente seguro e acolhedor em casa. É essencial que os responsáveis se mantenham disponíveis para conversas e conselhos, especialmente no momento da escolha profissional, uma das decisões mais significativas dessa etapa da vida.
 

O lado positivo desse momento 

Apesar das dificuldades, essa etapa representa uma valiosa oportunidade de crescimento e amadurecimento para o jovem. Como apoio atento familiar e escolar, o estudante pode desenvolver maior consciência de si, compreender seus limites e potencialidades e fortalecer sua autonomia. É também um momento propício para aprimorar hábitos de estudo, cultivar a disciplina e refletir sobre seu futuro e suas escolhas. 

As descobertas, os desafios e as inseguranças são naturais e desempenham um papel importante para que as decisões sejam tomadas de maneira cautelosa. O importante é não permitir que a ansiedade escolar paralise os estudantes e que essa fase se torne mais pesada e cansativa do que ela já é. 


Marcelle Alvim - Coordenadora Pedagógica da unidade de Muriaé (MG) da Rede de Colégios Santa Marcelina, instituição que alia tradição à uma proposta educacional sociointeracionista e alinhada às principais tendências do mercado de educação.

 

Governo de SP lança Carreta do Cozinhalimento com investimento de R$ 3,3 milhões para capacitar 5 mil pessoas até o final de 2026

Por meio da Secretaria de Agricultura, governo paulista levará carreta com cursos de educação alimentar e aumento da renda por todo o estado

 

O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, lança nesta segunda-feira (10), em Cajamar, a Carreta do Cozinhalimento, iniciativa voltada para o treinamento e geração de renda para pequenos e microempreendedores. 

Com um investimento total de R$ 3,3 milhões, o projeto da Subsecretaria de Abastecimento e operacionalizado pela Diretoria de Segurança Alimentar da Pasta tem como meta capacitar mais de 5 mil pessoas até o final de 2026, oferecendo treinamentos gratuitos de culinária em diferentes regiões do Estado. A ação integra o conjunto de políticas públicas do Governo de SP voltadas à geração de renda, inclusão produtiva e fortalecimento da agricultura paulista. 

Nesta primeira etapa, até o final de 2025, a carreta percorrerá diversos municípios oferecendo oficinas de panetones e ceias natalinas para cerca de 500 pessoas, com investimento de R$ 450 mil. O objetivo é estimular o empreendedorismo e gerar renda extra para as famílias, especialmente neste período de fim de ano. 

“O Cozinhalimento é um projeto que transforma o conhecimento em oportunidade. É o Governo de São Paulo investindo na vida das pessoas e na valorização do trabalho, para que cada aluno possa transformar o que aprende em renda e dignidade”, afirma o secretário de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai.

 

Estrutura interna da Carreta do Programa Cozinhalimento

Programa consolidado ganha versão itinerante

 

O Cozinhalimento já é uma política consolidada da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, presente em unidades fixas distribuídas por todo o Estado de São Paulo. Desde o início do programa, 258 cozinhas foram inauguradas, em um investimento total de R$ 25,5 milhões, voltadas ao treinamento de comunidades, promoção da segurança alimentar e valorização dos produtos da agricultura paulista. 

Com a chegada da carreta itinerante, o projeto amplia seu alcance e mobilidade, levando qualificação gratuita a municípios que ainda não possuem unidades físicas, fortalecendo o compromisso do Governo de SP com a formação técnica e a geração de renda no campo e na cidade.

 

Carreta percorrerá cidades do interior garantindo treinamento aos munícipes


Evento: Lançamento da Carreta Cozinhalimento
Data: Segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Horário: 10h
Local: Ginásio de Esportes do Polvilho
Endereço: Rua Creusa Ferreira Lima de Sousa Araújo, 120 – Polvilho, Cajamar/SP
Informações: imprensa.agricultura@sp.gov.br / (11)50670069


Estação Itaquaquecetuba da CPTM recebe Bancada Literária nesta sexta-feira (7)

Divulgação CPTM


Atividade incentiva a leitura por meio da distribuição de livros aos passageiros

 

A Estação Itaquaquecetuba da CPTM recebe, nesta sexta-feira (07/11), a ‘Bancada Literária’, uma ação realizada em parceria com a Secretaria Municipal da Cultura da Prefeitura da cidade.

A iniciativa pretende incentivar a leitura e democratizar o acesso aos livros para os passageiros, tornando a literatura mais acessível no dia a dia. 

Durante a ação, que acontece das 10h às 12h, serão distribuídos 100 livros de literatura com temas e títulos diversos para os passageiros que circulam pela estação. 

Como parte da atividade cultural, haverá também oficina de origami, arte japonesa de dobrar papel para criar figuras sem o uso de cortes ou colas, realizada pela professora e artista Solange Rodrigues Borges. A prática da arte milenar japonesa, cuja origem significa “ori” (dobrar) e “kami” (papel), estimula a concentração, paciência e criatividade, além de ser aplicada como recurso pedagógico e terapêutico. 

 

Serviço

Bancada Literária
Data: sexta-feira (07/11)
Local: Estação Itaquaquecetuba (Linha 12-Safira)
Horário: das 10h às 12h


quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Novembro Azul: diagnóstico precoce garante até 98% de cura do câncer de próstata, alerta urologista

Divulgação MedSênior
Campanha reforça a importância do rastreamento e da conversa aberta sobre a saúde do homem

  

Durante o mês de novembro, o movimento Novembro Azul ganha destaque para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata, o tipo de câncer mais comum entre os homens brasileiros, depois do câncer de pele não melanoma. 

Segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2025 devem ser registrados 71.730 novos casos da doença no Brasil. Ainda de acordo com o INCA, o câncer de próstata é a segunda principal causa de morte por câncer em homens, ficando atrás apenas do câncer de pulmão. Em 2023, foram 17.093 óbitos em decorrência da doença, o equivalente a 47 mortes por dia, conforme dados do Ministério da Saúde. 

O urologista da MedSênior, Bruno Costa do Prado, alerta que a detecção precoce é o fator mais determinante para o sucesso do tratamento. “A taxa de cura pode chegar a 98% quando o câncer de próstata é diagnosticado em estágios iniciais. Por isso, o acompanhamento médico regular é essencial, especialmente a partir dos 50 anos ou antes, no caso dos grupos de risco”, ressalta o especialista. 

A probabilidade de surgimento da doença aumenta com a idade, e cerca de 75% dos diagnósticos ocorrem após os 60 anos. Outros fatores importantes são o histórico familiar e mutações genéticas. O estilo de vida também influencia: dieta rica em gorduras saturadas, obesidade e sedentarismo estão associados a maior risco e piores desfechos. 

A Sociedade Brasileira de Urologia não recomenda somente o rastreamento universal, mas orienta que cada caso seja avaliado individualmente. Os exames mais utilizados são o PSA (Antígeno Prostático Específico) e o toque retal, realizados após discussão entre médico e paciente sobre riscos e benefícios. O rastreamento deve ser feito anualmente ou conforme orientação médica. 

O PSA isolado não é suficiente para confirmar o diagnóstico”, explica o médico. “É preciso correlacionar os resultados com o exame físico e, quando necessário, recorrer a exames de imagem ou biópsia prostática. A combinação dessas ferramentas permite identificar a doença mais cedo, quando há maior chance de cura”, completa Bruno. 

Apesar de sua alta incidência, a mortalidade por câncer de próstata vem diminuindo nas últimas décadas, resultado do avanço nos tratamentos e do diagnóstico precoce. 

O câncer de próstata é uma doença frequente, mas com grandes chances de cura quando descoberta cedo. O mais importante é que os homens percam o medo e conversem com seus médicos sobre o momento certo de começar o rastreamento”, reforça o urologista.
  

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14 de novembro – Dia Mundial do Diabetes

O cuidado não começa na ponta da insulina, mas no fluxo do sangue já que o açúcar em excesso é como ferrugem para os vasos: corrói silenciosamente, até causar uma ruptura


O diabetes é conhecido por afetar o açúcar no sangue, mas seus efeitos vão muito além da glicose. Nos bastidores da doença, há uma silenciosa deterioração da circulação, que compromete o coração, o cérebro e as pernas — e, em casos mais graves, pode levar à amputação de membros. No Dia Mundial do Diabetes (14 de novembro), Dr. Caio Focassio, cirurgião vascular e Membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, reforça que o grande desafio da doença é justamente o que não se vê: o desgaste dos vasos sanguíneos.

“O diabetes não afeta só o sangue — ele muda o caminho por onde o sangue passa”, explica o especialista. “É uma doença vascular sistêmica. Quando o açúcar se acumula, ele danifica as paredes internas das artérias e acelera o envelhecimento dos vasos, mesmo em pessoas jovens”, alerta o médico que afirma que estudos recentes já apontam que pacientes diabéticos de 40 anos podem ter vasos equivalentes aos de uma pessoa de 60 – é o que explica por que tantos desenvolvem problemas cardiovasculares precocemente.

E os sinais desse comprometimento circulatório começam bem antes — e muitas vezes, nos pés.
 

O pé diabético: um risco evitável que começa pequeno

A falta de sensibilidade nos pés, causada pela neuropatia diabética, faz com que pequenas feridas passem despercebidas. Sem boa irrigação sanguínea, essas lesões não cicatrizam e podem evoluir para infecções graves.
O resultado? No Brasil, o diabetes é responsável por mais de 70% das amputações não traumáticas, e 85% delas poderiam ser evitadas com diagnóstico vascular precoce e acompanhamento médico regular.

“A amputação é o fim de uma história que poderia ser reescrita com prevenção, controle da glicemia e avaliação vascular regular”, alerta Dr. Caio.

O cirurgião explica que o autoexame diário dos pés é um ato de autocuidado que salva vidas. “Observar a pele, secar bem entre os dedos, evitar andar descalço e procurar um vascular diante de qualquer ferida são atitudes simples que fazem diferença”, alerta.
 

A importância de checar a circulação — e não só a glicemia

Enquanto o controle do açúcar no sangue é rotina, a avaliação da circulação ainda é negligenciada.
Exames simples, como a palpação de pulso e o Doppler vascular, são capazes de detectar obstruções arteriais precoces, muito antes dos sintomas aparecerem.

“O check-up vascular deveria ser tão comum quanto o exame de glicemia. Ele mostra se o sangue realmente está chegando onde precisa”, afirma o médico.

Essa avaliação é especialmente importante porque o diabetes também compromete a microcirculação, prejudicando a oxigenação dos tecidos e dificultando a cicatrização. “Uma bolha em um pé diabético não é apenas uma bolha. É um sinal de que a microcirculação está em alerta”, explica o cirurgião que completa: “O açúcar em excesso é como ferrugem para os vasos: corrói silenciosamente, até causar uma ruptura. A prevenção é o melhor remédio”, resume Dr. Caio Focássio.  



FONTE: Dr. Caio Focássio - Cirurgião vascular formado pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e Membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Pós graduado em Cirurgia Endovascular pelo Hospiten – Tenrife (Espanha). Médico assistente da Cirurgia Vascular da Santa Casa de São Paulo.
Link
www.drcaio.com.br
Instagram: @drcaiofocassiovascular

 

Da trend ao risco: como as redes sociais estão mudando a forma de cuidar da pele

Pesquisa revela que 70% dos jovens nunca foram ao dermatologista, enquanto as trends banalizam até mesmo o uso do protetor solar

 

Às vésperas do verão, quando a exposição solar aumenta e os cuidados com a pele ganham destaque, um novo alerta preocupa os especialistas: sete em cada dez jovens brasileiros nunca passaram por uma consulta com um dermatologista. 

O dado faz parte de uma pesquisa inédita da L’Oréal Beleza Dermatológica, em parceria com o Datafolha, apresentada no Congresso Brasileiro de Dermatologia de 2025. O levantamento aponta um distanciamento crescente entre a população — especialmente os mais jovens — e o cuidado com a saúde da pele. 

Para a médica pós-graduada em dermatologia Dra. Camila Mazza, a desinformação nas redes sociais se tornou um obstáculo real à prevenção. “Tendências que desestimulam o uso de protetor solar ou incentivam práticas caseiras sem respaldo científico têm impacto direto na saúde pública. O avanço das redes sociais trouxe acesso sem precedentes à informação — mas também abriu espaço para um fenômeno perigoso: a popularização de conteúdos sem base científica”, alerta.

 

Desinformação e vulnerabilidade digital 

Nas redes, influenciadores sugerem “rotinas naturais”, questionam o uso de protetor solar e estimulam comportamentos de risco em nome da “autenticidade”. Segundo a médica, essas práticas podem gerar danos cumulativos à pele, atrasar diagnósticos e aumentar a incidência de doenças. “Não existe bronzeado seguro. A exposição solar desprotegida causa alterações celulares progressivas, que podem evoluir para o câncer de pele”, explica.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil registra mais de 180 mil novos casos anuais de câncer de pele não melanoma. “É o tipo mais incidente no país, e ainda assim a prevenção segue sendo negligenciada”, complementa.

 

Outros dados preocupantes 

A pesquisa revela ainda que:

      •     46% dos idosos com mais de 60 anos nunca foram ao dermatologista — justamente o grupo mais vulnerável ao câncer de pele;

      •     Apenas 6% da população realiza consultas regulares com o especialista;

      •     55% das mulheres já se consultaram ao menos uma vez, contra 37% dos homens;

      •     17% dos entrevistados não reconhecem o dermatologista como profissional de saúde. 

Esses números mostram que o cuidado com a pele ainda é visto como uma questão estética, quando na verdade está diretamente ligado à prevenção de doenças e à qualidade de vida. “A pele é o maior órgão do corpo humano e desempenha funções vitais. Cuidar dela não é vaidade — é saúde pública”, reforça Dra. Camila.

 

Entre ciência e influência 

Com a chegada do verão e o aumento da radiação solar, reforçar hábitos simples e eficazes é essencial.

Usar protetor solar diariamente, hidratar a pele e realizar avaliações médicas periódicas são atitudes acessíveis e capazes de evitar complicações sérias. Para a médica, democratizar o acesso à dermatologia passa também pela educação em saúde. “Campanhas públicas, orientação nas escolas e capacitação de profissionais da atenção básica podem ajudar a reduzir o número de diagnósticos tardios. Informação é a primeira forma de prevenção”, afirma. 

Diante da força das redes sociais, o desafio da dermatologia moderna é equilibrar inovação, comunicação digital e responsabilidade científica. “É preciso transformar informação em ação. A internet pode ser uma aliada — desde que usada para educar e empoderar com base em evidências”, conclui a médica.

 

Dicas de como proteger sua pele

      •     Use protetor solar com FPS 30 ou superior todos os dias, inclusive em dias nublados;

      •     Reaplique a cada 2 horas, ou após suar e entrar na água;

      •     Evite receitas caseiras e produtos sem registro da Anvisa;

      •     Observe sinais e manchas que mudem de cor, tamanho ou formato — e procure um dermatologista.

  

Dra. Camila Mazza - médica pós-graduada em dermatologia clínica e estética. Integra o corpo clínico da SkinLaser e do Caroline Aguiar Institute — unidades de referência em dermatologia e estética médica em São Paulo. | @dracamilamazza


NOVEMBRO AZUL E DIA MUNDIAL DO DIABETES REFORÇAM O PAPEL DO EXERCÍCIO NA PREVENÇÃO E NO CONTROLE DA DOENÇA


Movimento, regularidade e equilíbrio: três pilares que fortalecem o corpo e ajudam a prevenir doenças crônicas, destaca especialista


A coincidência das campanhas de Novembro Azul e do Dia Mundial do Diabetes (14 de novembro) reforça uma mensagem comum: o corpo em movimento é um poderoso aliado da saúde do homem. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), manter-se fisicamente ativo por, pelo menos, 150 minutos por semana reduz significativamente o risco de doenças crônicas, como diabetes tipo 2, hipertensão e cânceres associados à obesidade — entre eles, o de próstata.
 

Estudos internacionais mostram que a atividade física regular também fortalece o sistema imunológico, melhora a saúde cardiovascular e reduz inflamações sistêmicas, efeitos que ajudam a prevenir e controlar múltiplas condições de forma integrada. 

A American Diabetes Association (ADA) destaca que a atividade física melhora a sensibilidade à insulina e contribui para o controle dos níveis de glicose no sangue, sendo uma das estratégias mais eficazes na prevenção e no manejo do diabetes tipo 2. Já o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos (NCI) indica que pessoas fisicamente ativas têm menor risco de desenvolver cânceres relacionados à obesidade, como o de próstata. 

“O exercício funciona quase como um remédio natural. Ele ensina o corpo a usar melhor a insulina, controla o açúcar no sangue e ainda protege o coração. Caminhar todo dia e fazer força duas vezes por semana já muda o futuro da saúde masculina”, Aline Turazzi, diretora de operação da rede Azzurro Fitness.  

 

MOVIMENTO É PREVENÇÃO 

Turazzi explica que a combinação entre exercícios aeróbicos e de força é a forma mais eficaz de promover o controle glicêmico e o equilíbrio metabólico. “A caminhada baixa o açúcar do sangue agora, e a musculação cria músculo para armazenar esse açúcar de forma segura. Juntos, eles ajudam também a controlar o peso, reduzir gordura abdominal e melhorar a pressão arterial.” 

Mais do que controlar o metabolismo, o movimento também protege. O especialista lembra que estar ativo reduz inflamações e fortalece o sistema imunológico — mecanismos que ajudam o corpo a reagir melhor a doenças como o câncer de próstata. 

“Exercício não é vacina contra o câncer, mas ajuda o corpo a trabalhar em um estado menos inflamado, com menos gordura abdominal e um sistema imunológico mais forte. E, nos homens que já têm câncer, estar ativo está ligado a viver mais e viver melhor durante o tratamento”, diz. 

Apesar de todos os benefícios conhecidos, as barreiras para a prática regular de exercícios ainda persistem entre os homens, especialmente após os 40 anos. A rotina exaustiva e a sensação de que “já é tarde para começar” estão entre os principais obstáculos. Para Turazzi, o desafio é mudar essa mentalidade. “Ninguém precisa virar atleta. O corpo melhora pela repetição, não pelo heroísmo. Se você saiu do zero, já venceu.” 



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