Planejamento,
prática e atenção aos detalhes de cada exame ajudam candidatos a alcançar melhores
resultados
Mais do que decorar fórmulas ou revisar
conteúdos, compreender o perfil de cada prova é o que diferencia quem apenas
estuda daqueles que realmente alcançam boas pontuações. Segundo Daniela
Coccaro, diretora pedagógica do Ensino Médio da Escola Lourenço Castanho,
cada exame, do Enem aos vestibulares tradicionais, segue uma lógica própria,
que define desde o tipo de questão até a forma de avaliar raciocínio e
interpretação. Ignorar essas particularidades pode custar pontos preciosos.
“Um erro frequente é acreditar que
assistir a muitas aulas, por si só, garante preparo adequado. Fazer prova é
como treinar para uma maratona: exige planejamento, disciplina e conhecimento
técnico. É preciso praticar com regularidade, controlar o tempo, revisar conteúdos
e entender profundamente o estilo e as exigências das instituições”, explica
Daniela.
Ela reforça que a organização é
essencial. É importante não apenas definir horários de estudo, mas também
equilibrar toda a rotina diária, incluindo descanso, lazer e atividades
físicas. “Um plano eficiente reserva tempo para aulas, revisões e resolução de
provas anteriores. Registrar compromissos, seja em planner físico ou digital,
ajuda a manter o foco. Durante o treino, deve-se evitar distrações como celular
e redes sociais, assim como o uso de calculadora em momentos de prática”,
acrescenta.
Provas nacionais e internacionais
Durante a preparação, é essencial,
ainda, definir quais processos seletivos seguir, nacionais ou internacionais,
analisando de forma honesta as universidades que oferecem os cursos desejados e
o grau de exigência de cada exame. “O tamanho do sonho precisa vir acompanhado
do esforço que a pessoa está disposta a investir”, afirma Daniela. Questões
práticas também devem ser consideradas, como disposição para mudar de cidade ou
país, custos envolvidos e domínio do idioma exigido, além de perfil acadêmico,
metodologia de ensino e suporte oferecido. Tudo isso precisa se alinhar a
objetivos e valores pessoais.
Quando o assunto é conciliar a
preparação para exames nacionais e internacionais ao mesmo tempo, uma
estratégia é identificar o que há de comum entre diferentes avaliações e
aproveitar essas intersecções. Disciplinas básicas, como Matemática e Ciências
da Natureza, podem ser estudadas de forma integrada, enquanto conteúdos
específicos, como a redação do Enem ou o essay em exames internacionais,
demandam atenção dedicada e prática direcionada.
Outro aspecto importante é a
flexibilidade. A cada mês, vale reavaliar o progresso e ajustar o foco,
intensificando, por exemplo, o estudo para a prova mais próxima ou que exige
mais preparo linguístico. Essa autoavaliação constante é o que permite
conciliar demandas diferentes sem se perder no processo.
Maria Cecília Pastorelli, coordenadora
pedagógica do International Baccalaureate (IB) da Escola Lourenço Castanho, lembra que atividades extracurriculares, trabalhos
voluntários e projetos pessoais podem ser decisivos em candidaturas
internacionais. “Nos Estados Unidos, as universidades analisam o perfil de
forma holística. Um aluno de Finanças que seja bailarino pode ver essa
atividade artística valorizar sua aplicação”, explica. Já instituições
europeias priorizam o desempenho acadêmico. “Apenas experiências relacionadas
ao curso pretendido têm peso. Em ambos os casos, o histórico escolar é
determinante, as notas ao longo de todo o Ensino Médio são o mais importante”,
acrescenta.
Ela destaca, ainda, que certificações
internacionais, como IB, Abitur, AP, A-levels e GCSEs, são reconhecidas e
valorizadas, mas não garantem aprovação automática. “Alunos do Ensino Médio
brasileiro também podem se candidatar. As escolas fornecem informações
detalhadas sobre o programa cursado, regras de avaliação e escalas de notas.
Muitas vezes, é preciso fazer exames de proficiência no idioma e provas
específicas em disciplinas como Matemática”, conclui.
A seguir, quatro dicas que podem ser
usadas na preparação para vestibulares:
Conheça a prova: entenda o estilo das questões e critérios de
avaliação;
Planeje-se com equilíbrio: inclua estudos, revisões, descanso e lazer;
Estude de forma estratégica: foque em conteúdos comuns e dedique atenção a matérias
específicas;
Avalie objetivos e diferenciais: considere universidades, custos, idioma e atividades
extracurriculares.
Daniela Coccaro - Graduada em Química e mestre em Biomonitoração Ambiental e Tecnologia Nuclear pela Universidade de São Paulo, é professora de Química desde 1996. Foi coordenadora de série e de Projeto Científico do Ensino Médio da Escola Lourenço Castanho e atua como diretora pedagógica do Ensino Médio e orientadora educacional da 3ª série na mesma instituição.
Maria Cecília Pastorelli - Graduada em Letras – Inglês e
Português pela Universidade de São Paulo (USP) e especialista em Tradução pela
mesma universidade. É coordenadora pedagógica do International Baccalaureate
(IB) da Escola Lourenço Castanho.
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