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quinta-feira, 4 de setembro de 2025

9 DE SETEMBRO – DIA MUNDIAL DE PREVENÇÃO DA SÍNDROME ALCOÓLICA FETAL

 São Paulo e Rio de Janeiro unidos pela prevenção dos Transtornos do Espectro Alcoólico Fetal

Webinário sobre o tema contará com a participação de Secretários Estaduais de Saúde e presidentes das Sociedades de Ginecologia e Pediatria de SP e RJ

 

O webinário é aberto e gratuito. Inscrições no link https://us02web.zoom.us/meeting/register/DWE9sS-LT5yeRNpDujHN7A#/registration 

 

A combinação entre o álcool e a gravidez está relacionada a diversos transtornos do espectro alcoólico fetal e ainda é desconhecida para muitas pessoas. Por este motivo, no dia 9 de setembro, foi instituído o Dia Mundial de Prevenção da Síndrome Alcoólica Fetal. A data é lembrada por instituições ao redor do mundo, assim como o Instituto Olinto Marques de Paulo (OMP), entidades médicas e organizações da sociedade civil no Brasil, que reforçam campanhas de conscientização sobre a SAF, ou Síndrome Alcoólica Fetal.

 

Assim, em 9 de setembro, a partir das 14h, como parte das ações de conscientização, será promovido o webinário “Gestação Saudável – Futuro Protegido”, idealizado pelo Dr. Corintio Mariani Neto, professor titular do Curso de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), vice-presidente da Comissão Nacional de Aleitamento Materno da Febrasgo, vice-presidente do Núcleo de Estudos sobre os Mil Dias e membro do Núcleo de Estudos sobre a SAF da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).

 

O evento contará com a apresentação “Prevenção dos Transtornos do Espectro Alcoólico Fetal”, do Dr. José Mauro Braz, professor associado de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na ocasião, o especialista também receberá uma homenagem, ao lado da Dra. Conceição de Mattos Segre, professora visitante do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual, professora e editora executiva do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, por suas trajetórias de enfrentamento aos Transtornos do Espectro Alcoólico Fetal.

 

Participam desta transmissão a Dra. Helenilce Paula Fiod Costa, diretora do Serviço de Neonatologia do Hospital do Servidor Público Estadual de SP e coordenadora da Unidade Neonatal do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP); Dr. Edmund Chada Baracat e Dr. Antonio Braga, respectivamente Coordenadores Estaduais da Saúde da Mulher de São Paulo e do Rio de Janeiro; Dra. Maria Rita de Souza Mesquita e Dr. Silvio Silva Fernandes, presidentes das Sociedades de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro; Dr. Sulim Abramovici e Dra. Patrícia Barreto, presidentes das Sociedades de Pediatria do Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro; Dr. Eleuses Vieira de Paiva e Dra. Claudia Mello, Secretários de Estado de Saúde de São Paulo e do Rio de Janeiro.

 

 

PROGRAMAÇÃO


Abertura

Dr. Corintio Mariani Neto

 

Fala de Honra

• Dra. Helenilce Paula Fiod Costa

• Dr. Edmund Chada Baracat e Dr. Antonio Braga

Coordenadores Estaduais da Saúde da Mulher de São Paulo e do Rio de Janeiro

• Dra. Maria Rita de Souza Mesquita e Dr. Silvio Silva Fernandes

Presidentes das Sociedades de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro

• Dr. Sulim Abramovici e Dra. Patrícia Barreto

Presidentes das Sociedades de Pediatria do Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro

• Dr. Eleuses Paiva e Dra. Claudia Mello

Secretários de Estado de Saúde de São Paulo e do Rio de Janeiro

 

Prevenção dos Transtornos do Espectro Alcoólico Fetal

Dr. José Mauro Braz

 

Homenagem aos Próceres do Enfrentamento aos Transtornos do Espectro Alcoólico Fetal

• Dra. Conceição de Mattos Segre

• Dr. José Mauro Braz

 

Encerramento

• Dr. Corintio Mariani Neto

 

Campanha SAF 2025

 

A abstinência é a única forma de prevenção da SAF. Por este motivo, desde 2023, o Instituto OMP realiza a campanha de conscientização sobre a doença, atuando em prol da saúde de crianças desde o ventre materno.

 

“Em pouco mais de um ano, mais de 3 milhões de pessoas foram alcançadas com a campanha, que reproduziu vídeos informativos mais de 500 mil vezes”, revela Sara.

Este ano, a campanha continua e será reforçada neste mês de setembro, com a frase:

“No trânsito, álcool traz risco. Na gravidez, também. Proteja seu bebê”.

 

Isso porque, mesmo bastante difundidas, as consequências do consumo de bebidas alcoólicas seguem fazendo milhares de vítimas todos os anos no Brasil. Somente em 2023, foram mais de 12 mil vítimas de acidentes de trânsito ligados ao consumo de álcool. Já as consequências do álcool na gravidez, menos conhecidas, impactam diretamente o desenvolvimento do feto, trazendo consequências graves para a criança

Para saber mais sobre a campanha e a SAF, acesse as redes sociais do Instituto OMP e das entidades parceiras.

 

A campanha é realizada pelo Instituto OMP e diversas entidades médicas, instituições da sociedade civil e organizações não governamentais. Para saber mais, acesse https://www.instituto-omp.org.br/gravidezsemalcool.

 

 

Transtornos do Espectro Alcoólico Fetal (TEAF)

 

A SAF é uma doença pouco conhecida e de difícil diagnóstico, caracterizada por uma série de manifestações físicas, comportamentais, emocionais, sociais e de aprendizagem, diagnosticadas na criança. Trata-se do quadro mais grave e completo dos chamados Transtornos do Espectro Alcoólico Fetal (TEAF). Este espectro abrange todas as manifestações físicas, inclusive malformações de diversos órgãos, cognitivas, comportamentais e de desenvolvimento, de leves a severas, que os indivíduos podem apresentar se expostos ao álcool na vida intrauterina.

 

No Brasil, não há dados oficiais, mas estudo realizado na periferia de São Paulo aponta que 38 a cada 1.000 nascidos sofriam de algum transtorno relacionado ao uso de álcool pela mãe. Este número pode ser ainda maior, visto que estimativas indicam que sequer 1% das crianças afetadas são diagnosticadas. 

 

“A única causa da SAF é o consumo de álcool na gravidez. Hoje, sabemos que mais de 450 mil gestantes no Brasil mantêm esse hábito, expondo seus bebês a riscos graves e permanentes, muitas vezes por desconhecimento dos impactos causados. O consumo de álcool na gravidez não é seguro em nenhuma quantidade. A abstinência é o único caminho para prevenir todos os transtornos do espectro alcoólico fetal e proteger a vida e o futuro de milhares de crianças, alerta Sara Assis, gestora da campanha.

 

Os riscos da SAF

 

Beber durante a gestação pode elevar o risco de alterações no feto em até 65 vezes e não se estabeleceu até hoje limites seguros para o consumo de bebidas alcoólicas ao longo de toda a gravidez.

 

A SAF pode acarretar vários tipos de malformações congênitas e não há nível seguro para o consumo de bebidas alcoólicas na gestação. Por isso, a recomendação é evitar qualquer tipo e quantidade de bebida alcóolica.

 

A exposição do feto ao álcool ingerido pela mãe ao longo da gravidez pode trazer malformações faciais, neurológicas, cardíacas e renais, acarretando problemas físicos, como deformidades na face, dedos e juntas, restrição de desenvolvimento em crânio e cérebro, crescimento lento, problemas de visão e audição, malformações em rins, coração e ossos.

 

O diagnóstico precoce da doença e a instituição de tratamento ainda na primeira infância pode abrandar as manifestações da SAF, mas não há como reverter os efeitos da ingestão materna de bebidas alcoólicas durante a gestação, pois a SAF não tem cura. Uma vez diagnosticados, alguns destes problemas são irreversíveis.

 

SERVIÇO


Webinário “Gestação Saudável – Futuro Protegido”

Data: 9 de setembro de 2025

Horário: 14h

Local: Plataforma ZOOM

Inscrições: gratuitas através do link:

https://us02web.zoom.us/meeting/register/DWE9sS-LT5yeRNpDujHN7A#/registration


Setembro Vermelho: o poder do movimento na prevenção das doenças do coração

O segredo não está em mudanças radicais, mas em pequenas escolhas diárias; incorporar minutos de movimento na rotina é um investimento poderoso para ganhar anos de vida saudável



No Brasil, um a cada três brasileiros vive com obesidade e cerca da metade da população adulta não pratica atividade física na frequência e intensidade recomendadas, segundo dados do Atlas Mundial da Obesidade 2025 (World Obesity Atlas 2024), da Federac
̧ão Mundial da Obesidade (World Obesity Federation – WOF). O sobrepeso e a obesidade podem trazer diversos riscos à saúde, como acidente vascular cerebral e infarto, mas esses problemas podem ser evitados com pequenas mudanças no dia a dia, capazes de serem aderidos até por aqueles com estilos de vidas acelerados. 

Um estudo publicado pela revista International Archives of Occupational and Environmental Health revelou que pequenas sessões diárias de exercícios foram capazes de melhorar indicadores-chave de saúde em apenas seis semanas. Os participantes tiveram redução da gordura corporal (-3,5% a -5,5%), da pressão arterial (-3,5% a -5,5%) e da frequência cardíaca durante teste submáximo -14%, além de aumento da força muscular (10-20%), da vitalidade (41,3%) e da satisfação com a vida (21,5%).

“Esta pesquisa foi conduzida com profissionais da saúde, mas podemos extrapolar seus resultados para toda a população. Eles mostram que mudanças pequenas e consistentes geram efeitos profundos. Exercícios simples, feitos diariamente, ajudam a controlar fatores de risco como pressão alta, obesidade e sedentarismo, todos associados às doenças cardiovasculares”, ressalta a cardiologista do Hcor, Dra. Cristina Milagre. 

Para conseguir esses resultados, o grupo utilizou apenas uma cadeira para praticar exercícios combinados (incluindo alongamentos, exercícios de força, equilíbrio e dança aeróbica); 5 dias por semana, 30 a 40 minutos por dia, em duas sessões diárias de 15 a 20 minutos cada. 

No mundo, as doenças cardiovasculares matam 17,9 milhões de pessoas por ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, uma em cada três mortes está ligada a problemas no coração e na circulação. “Começar essa jornada e dar o primeiro passo é importante porque se em poucas semanas já vemos esse impacto positivo, imagine o efeito ao longo de meses ou anos. Estamos falando de evitar infartos, AVCs e insuficiência cardíaca — doenças que ainda matam mais de 400 mil brasileiros por ano”, reforça. 

A prevenção é o melhor caminho, mas ainda é preciso saber reconhecer os sintomas de alteração cardiovascular para buscar ajuda rapidamente. Entre os principais sinais de alerta estão: 

  • Dor ou pressão no peito, que pode irradiar para braço, costas ou mandíbula;
  • Falta de ar repentina;
  • Cansaço excessivo ou sem explicação;
  • Palpitações ou batimentos irregulares;
  • Inchaço em pernas e tornozelos;
  • Desmaios ou tonturas frequentes.

 

Cada passo conta: 30 dias para colocar seu coração em ação

Durante o mês de setembro, em celebração ao Dia Mundial do Coração (29/9), o Hcor lança uma campanha para incentivar hábitos mais saudáveis, estimular disciplina e continuidade na prática do autocuidado. O objetivo é mostrar que pequenas ações já fazem diferença, seja optando pela escada em vez do elevador, andando no quintal de casa ou até respirando fundo em um momento de grande estresse.

A iniciativa inclui a parceria com o influenciador Mohamad Hindi (@mohindi), e um pelotão de caminhada na Avenida Paulista com colaboradores (28/9), que serão acompanhados e orientados ao longo do período. Além disso, a campanha contará com conteúdos exclusivos de renomados especialistas, distribuídos por todos os canais digitais do hospital.


Einstein lidera estudo inédito com tecnologia que detecta câncer em tempo real durante cirurgias

Organização é a primeira fora dos Estados Unidos a testar caneta conectada a espectrômetro de massas para diagnóstico instantâneo de tumores durante procedimentos cirúrgicos

 

O Einstein iniciou um estudo clínico pioneiro no Brasil com uma tecnologia capaz de diagnosticar câncer em tempo real, durante a cirurgia. Trata-se do MasSpec Pen System, um dispositivo portátil em formato de caneta que "lê" a assinatura molecular dos tecidos e indica, em segundos, se são cancerígenos ou saudáveis. A inovação tem o potencial de tornar as cirurgias oncológicas mais rápidas, seguras e eficazes. 

A pesquisa, inédita fora dos Estados Unidos, é fruto de uma colaboração entre o Einstein, a Thermo Fisher Scientific, líder mundial a serviço da ciência e proprietária do espectrômetro de massas de alta resolução ao qual a caneta é acoplada, e a startup norte-americana MS Pen Technologies, fundada pela química brasileira Lívia Eberlin, professora na Baylor College of Medicine e idealizadora da tecnologia. 

Conduzido de forma interdisciplinar, integrando os departamentos de pesquisa, diagnóstico clínico e cirurgia, o estudo é coordenado por Kenneth Gollob, líder em pesquisa imunológica do câncer no Einstein, com apoio de Gustavo Gonçalves Silva, bolsista da FAPESP e responsável pela interlocução científica com a equipe da MS Pen. 

“O Einstein tem como missão antecipar o futuro da medicina, investindo em tecnologias que ampliam a segurança e a eficácia dos tratamentos. Ser a primeira organização fora dos Estados Unidos a conduzir um estudo clínico com essa inovação reforça nosso compromisso com a excelência, a pesquisa científica e o cuidado centrado no paciente”, afirma Sidney Klajner, presidente do Einstein. 

Durante o procedimento, o cirurgião toca a ponta da caneta no tecido que será analisado. O dispositivo libera uma gota de água estéril para coletar moléculas da superfície e, em seguida, as aspira para análise imediata no espectrômetro de massas da Thermo Fisher. Utilizando inteligência artificial, o sistema compara o perfil molecular com um banco de dados e entrega o diagnóstico em até 90 segundos. 

“A espectrometria de massas direta é o futuro do diagnóstico no local de atendimento e a integração da tecnologia da MasSpec ao espectrômetro de massas Orbitrap permite obter a alta resolução, precisão e sensibilidade necessárias para uma detecção e análise rápidas, garantindo um diagnóstico preciso no menor tempo possível”, explica Dionísio Ottoboni, diretor de Instrumentos Analíticos da Thermo Fisher Scientific para América Latina. 

A análise é feita diretamente na sala cirúrgica, sem necessidade de biópsias convencionais ou envio de amostras ao laboratório. Isso permite ao cirurgião tomar decisões imediatas sobre a identidade do tecido e as margens de ressecção, garantindo maior precisão na remoção do tumor e preservação de tecido saudável. 

“A incorporação da MasSpec Pen ao centro cirúrgico, ainda que em protocolo de pesquisa, pode transformar a forma como conduzimos cirurgias oncológicas. A capacidade de obter diagnósticos em tempo real torna o procedimento mais preciso e direcionado, contribuindo para melhores desfechos clínicos e um cuidado mais seguro e individualizado”, diz Eliezer Silva, diretor de sistemas de saúde do Einstein.

 

Foco em câncer de pulmão e tireoide

O estudo clínico terá duração de 24 meses e incluirá 60 pacientes oncológicos, sendo 30 com câncer de pulmão e 30 com câncer de tireoide. Esses tumores foram selecionados com base na acessibilidade cirúrgica, complexidade diagnóstica intraoperatória e a maturidade do algoritmo para identificação destes tumores. 

Os dados obtidos com a MasSpec Pen serão comparados com o padrão ouro atual, o exame anatomopatológico, com o objetivo de validar sua acurácia, sensibilidade e especificidade. Além da detecção de células malignas, a tecnologia está sendo estudada para identificar biomarcadores imunológicos, o que pode ampliar as possibilidades de personalização e eficácia do tratamento oncológico. 

Para a startup MS Pen, a colaboração com o Einstein é a primeira parceria internacional no uso cirúrgico da tecnologia, e representa um passo significativo em demonstrar a robustez e potencial da inovação na prática médica. “Como brasileira e idealizadora da tecnologia, estou muito feliz de ter o Brasil como o primeiro local internacional dos nossos estudos. Tem sido um privilégio trabalhar com a equipe fantástica do Einstein, que é referência mundial em inovação e excelência em pesquisa e no tratamento de pacientes”, afirma Lívia Eberlin. 

A implementação da pesquisa é resultado de uma articulação internacional envolvendo instituições de referência. A Thermo Fisher Scientific, além de fornecer o espectrômetro utilizado no estudo, mantém parceria científica com o Einstein há mais de uma década. Já a MS Pen tem sua tecnologia validada em estudos clínicos realizados em instituições americanas de prestígio como Johns Hopkins University, UCLA, MD Anderson Cancer Center e Baylor College of Medicine. 

A experiência acumulada com a tecnologia em centros internacionais reforça seu potencial clínico. Já aplicada em procedimentos envolvendo tumores de mama, cérebro, ovário e próstata, a abordagem demonstrou resultados consistentes. No Brasil, o objetivo é adaptar o uso à realidade local, avaliando a eficácia diagnóstica em cânceres de pulmão e tireoide.


Você pode enxergar mal e nem perceber

 Imagem de 8photo no Freepik
Desconforto nos olhos, dor de cabeça e sonolência podem ser sinais de problemas na visão


Algumas pessoas podem passar anos sem perceber que enxergam mal. Por terem se habituado ou sempre terem visto o mundo daquela forma, acreditam que é normal ter dificuldade para reconhecer rostos à distância, precisar de mais luz para ler, sentir dor de cabeça após longos períodos de estudo ou até mesmo ter sono e peso nos olhos ao fim do dia. Esses sinais, no entanto, podem indicar os chamados erros refrativos – alterações na visão que comprometem a formação da imagem na retina. 

De acordo com o Dr. Edvaldo Figueirôa, oftalmologista do H.Olhos, Hospital de Olhos da Rede Vision One, os erros refrativos mais comuns são miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia. “Não existe um grau mínimo a partir do qual seja necessário utilizar óculos. O que realmente importa é se o paciente sente dificuldade para enxergar bem, tem limitações nas atividades do dia a dia ou apresenta sintomas ocasionados pelo esforço da musculatura ocular para compensar o erro refracional”, explica o médico. Esse esforço excessivo é conhecido como astenopia, um conjunto de sinais e sintomas que incluem dor de cabeça, visão turva, desconforto na região frontal e até sonolência. 

Em crianças, a situação pode ser ainda mais silenciosa. Muitas convivem com alterações visuais sem saber. “Às vezes, crianças hipermétropes têm acuidade visual de 100% por causa do esforço da musculatura, e isso faz com que não apresentem sintomas aparentes. Em alguns casos, o problema pode estar em apenas um olho e a visão binocular mascara a alteração”, alerta o oftalmologista do H.Olhos. Por isso é fundamental que os pais observem sinais como proximidade excessiva dos objetos, vermelhidão ocular e desvios dos olhos. Mas, segundo o especialista, a conduta mais segura é realizar a primeira consulta oftalmológica já a partir dos 18 meses, garantindo diagnóstico precoce. 

Um mito comum é acreditar que os óculos “viciam” ou que a visão piora após começar a usá-los. Dr. Figueirôa esclarece: “O que acontece é que o paciente se acostuma a enxergar bem com a correção e não tolera mais a ausência dela. A visão não piorou, ela apenas foi comparada ao que deveria ser o normal.” 

Os óculos e as lentes de contato têm o mesmo objetivo: focalizar corretamente os objetos no fundo do olho para que o cérebro interprete a imagem sem esforço. A escolha entre um e outro, no entanto, deve ser feita com cautela. “As lentes de contato, na maioria das vezes, não substituem os óculos. A decisão pelo uso precisa ser individualizada, levando em conta a indicação médica e o desejo do paciente”, reforça o médico do H.Olhos. 

Para quem deseja se livrar dos óculos, a cirurgia refrativa é uma alternativa. “Esse procedimento corrige definitivamente os erros refrativos, mas só pode ser indicado após avaliação detalhada. O candidato precisa preencher critérios como idade, estabilidade do grau, magnitude da deficiência visual e condições anatômicas da córnea”, explica Dr. Edvaldo. 

O oftalmologista reforça que cada caso é único e que a avaliação com oftalmologista é indispensável. “Quando o paciente apresenta sintomas como dor de cabeça, fadiga ocular e dificuldade para enxergar em determinadas situações, é o momento de procurar o especialista. Só assim conseguimos identificar corretamente o problema e indicar o melhor tratamento para devolver qualidade à visão”, finaliza o Dr. Edvaldo Figueirôa.


Novo remédio para Alzheimer é aprovado no Brasil e pode beneficiar pacientes em fase inicial

Segundo neurologista da Afya, o donanemabe representa um marco após 30 anos de pesquisas, mas seu uso exige avaliação cuidadosa e acesso precoce ao diagnóstico

 

Com a chegada de setembro, mês mundial de conscientização sobre a Doença de Alzheimer — atualmente a sétima principal causa de morte no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) —, um novo avanço no tratamento da doença acende uma luz de esperança para pacientes, famílias e profissionais de saúde. Recentemente, a Anvisa aprovou o donanemabe, primeiro medicamento no Brasil com potencial para modificar a progressão da doença, especialmente em estágios iniciais. 

 

Atualmente, o Alzheimer e outras demências afetam cerca de 55 milhões de pessoas no mundo, número que pode ultrapassar 150 milhões até 2050. No Brasil, 1,2 milhão de pessoas convivem com algum tipo de demência, sendo o Alzheimer responsável por até 60% desses casos. Estima-se que 8,5% da população idosa brasileira já seja afetada pela doença, e as projeções apontam para mais de 5,7 milhões de casos até 2050.

 

O neurologista da Afya Educação Médica de Belo Horizonte, Dr Drusus Pérez Marques, explica que os primeiros sinais da Doença de Alzheimer geralmente envolvem esquecimentos ligados a fatos recentes, como compromissos do dia, conversas ou tarefas simples e que a memória mais antiga, como lembranças da juventude, costuma permanecer preservada no início. 

 

“É comum, ainda, certa desorientação em relação ao tempo e ao espaço, ou a repetição de histórias em um curto intervalo. A história familiar também tem um peso importante, já que fatores genéticos podem influenciar o risco, principalmente em casos em que há parentes de primeiro grau com a doença. Além disso, condições como hipertensão, diabetes, colesterol alto, sedentarismo, tabagismo e consumo excessivo de álcool também estão associadas a um risco maior de desenvolvimento da condição”, detalha o médico. 

 

Para o neurologista da Afya, um dos maiores desafios no enfrentamento do  Alzheimer é o diagnóstico precoce. A falta de informação sobre os sintomas iniciais,  muitas vezes confundidos com sinais naturais do envelhecimento, retarda a busca por atendimento médico e dificulta o início precoce de intervenções que poderiam preservar a autonomia e a qualidade de vida do paciente.

 

“Normalmente os primeiros sinais, como esquecimentos leves e lentidão no raciocínio, são vistos como parte normal do envelhecimento. Mas, ao contrário das mudanças cognitivas esperadas com a idade, no Alzheimer esses sintomas evoluem e começam a interferir na rotina, comprometendo a capacidade da pessoa de manter sua independência. Quando isso acontece, estamos diante de um quadro de demência, sendo o Alzheimer a causa mais frequente”, explica.


 

Avanço no tratamento

 

O Alzheimer é a forma mais comum de demência no mundo, respondendo por cerca de 60% a 80% dos casos. Recentemente, a Anvisa aprovou um novo medicamento para o tratamento do Alzheimer: o donanemabe. A autorização foi baseada em um estudo clínico envolvendo 1.736 pacientes  em estágio inicial, incluindo casos de comprometimento cognitivo leve e demência leve, todos com evidência de acúmulo de proteína beta-amiloide, característica da doença.

 

Durante a pesquisa, os participantes receberam 700 mg de donanemabe a cada quatro semanas nas três primeiras doses, seguidos por 1.400 mg mensais (em 860 pacientes) ou placebo (em 876 pacientes), por um período de até 72 semanas. O estudo avaliou as mudanças na cognição e na funcionalidade dos pacientes ao longo do tratamento, oferecendo novos dados promissores no enfrentamento da doença. 

 

Segundo o professor de neurologia, pela primeira vez, temos medicamentos que não apenas aliviam os sintomas, como era feito até então, mas que demonstram potencial para alterar a progressão da doença.“Infelizmente os medicamentos ainda não estão disponíveis no Brasil, eles atuam melhor em fases pré-clínicas ou em estágios muito leves da doença, como o comprometimento cognitivo leve. Para isso, contamos com exames mais avançados, como a análise do líquor e exames de imagem com PET scan que detectam o acúmulo da proteína beta-amiloide, uma das características da doença. Com esses métodos, conseguimos identificar pacientes que podem se beneficiar da medicação antes que os sintomas se agravem.”

 

O médico da Afya BH conclui que apesar de esses medicamentos representarem uma conquista após mais de 30 anos de pesquisa, os benefícios clínicos ainda são modestos. Eles não curam a doença, mas podem desacelerar sua progressão. Por isso, é fundamental que as famílias e os profissionais de saúde discutam com clareza os prós e contras antes de iniciar o tratamento. A decisão deve ser individualizada, considerando o estágio da doença, a expectativa de resposta e os recursos disponíveis. 





Afya
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Reconstrução 3D revoluciona planejamento cirúrgico, com procedimentos menos invasivos e mais precisos

Tecnologia de ponta utiliza de tomografias ou ressonâncias para construir uma imagem 3D que permite localizar lesões e tumores com mais facilidade

Reconstrução 3D feita pelo Dr. Henrique Guenka para auxiliar em uma remoção de tumor no rim
 

Os exames de imagem revolucionaram a medicina por permitirem visualizar o interior do corpo humano sem a necessidade de cirurgias invasivas. O diagnóstico, tratamento e acompanhamento de diversas doenças só é possível por conta de tomografias, ressonâncias, ultrassonografias ou radiografias. 

No entanto, essas imagens, especialmente para um médico sem especialidade em Radiologia, podem dificultar a visão de algumas lesões ou alterações e impedir uma localização espacial dos órgãos e partes do corpo. É nesse contexto que surgem as tecnologias de ponta de reconstrução 3D para oferecer mais clareza na visualização do corpo humano, com menor grau invasivo e mais precisão. 

“A principal vantagem da reconstrução 3D é a localização espacial das lesões, principalmente tumorais, para o cirurgião conseguir enxergar. Porque o profissional visualiza aquela imagem planar (2D) como uma tomografia ou uma ressonância em escala de cinza e pode ter uma certa dificuldade em se localizar espacialmente. O radiologista tem essa expertise. Então o que a gente faz é facilitar essa visão espacial no plano tridimensional”, afirma o Dr. Henrique Guenka, coordenador do Centro de Diagnóstico por Imagem e do Laboratório de Reconstrução 3D da Casa de Saúde São José. 

A ferramenta é geralmente utilizada para visualizar a relação de uma lesão com estruturas nobres ao redor, como artérias, veias ou outros órgãos próximos. A tecnologia de ponta permite que os cirurgiões e médicos tenham noção exata da distância: se a lesão encosta ou não encosta em algum órgão específico, por exemplo. Outro fator importante é poder avaliar tumores com maior precisão e entender melhor seu tamanho e formação específica. 

O radiologista é criador de um método próprio patenteado de reconstrução 3D e explica que a ferramenta usada no hospital trabalha, principalmente, com imagens tomográficas ou ressonâncias magnéticas para desenvolver as reconstruções. A partir dessas imagens volumétricas é feita uma segmentação das estruturas anatômicas, separadas órgão por órgão com auxílio de algoritmos de inteligência artificial por Machine Learning. “O importante é fazer um double check para saber se o contorno do que o software marcou está correto, para então fazer o processamento das imagens até chegar a um modelo 3D, tridimensional”, complementa o médico. 

Além disso, o Dr. Henrique relata um caso específico recente em que as reconstruções 3D foram fundamentais para um procedimento mais preciso e menos invasivo. “O último caso foi um tumor renal que eu reconstruí. O feedback que o urologista nos deu é que a reconstrução foi tão importante que sem ela, ele não conseguiria enxergar a lesão a olho nu durante o ato cirúrgico, já que ela estava encapsulada no rim. Quando reconstruímos, eu mostrei para ele a posição exata e ele conseguiu apalpar a lesão no rim e retirá-la. Segundo o médico, se não fosse a reconstrução, ele teria que tirar o rim inteiro”, conclui o radiologista da Casa de Saúde São José.

 

Regeneração óssea com enxerto sintético personalizado


Com o avanço das tecnologias, as inovações podem alcançar novas áreas e propiciar soluções que facilitem a vida dos especialistas da saúde e seus pacientes. Hoje em dia é possível contar com uma solução sob medida para reconstruções ósseas, proporcionando mais previsibilidade e eficiência para os profissionais da área. 

Os benefícios para cirurgiões e pacientes são expressivos. No caso da Plenum, o OSS 3DFIT conta com um encaixe preciso que melhora os índices de sucesso da reabilitação, tornando os resultados mais previsíveis. Sem necessidade de remoção de enxertos do próprio paciente, o pós-operatório se torna mais confortável e seguro. Além disso, o custo é equivalente ao investimento de uma reabilitação convencional, porém com ganhos expressivos em eficiência e resultados, e podem ser concluídos em até quatro vezes menos tempo, comparado a enxertos autógenos. 

“Diferente dos enxertos convencionais, a inovação é produzida especificamente para cada paciente, dispensando modelagens ou adaptações. Além disso, elimina a necessidade de áreas doadoras, como ocorre nos enxertos autógenos, reduzindo a invasividade e o desconforto pós-operatório. Fabricado em Beta fosfato tricálcio (b-TCP), um material altamente biocompatível, o enxerto personalizado se integra de forma otimizada ao organismo. Sua estabilidade e adaptação perfeita ao leito ósseo favorecem a nutrição e a migração celular, acelerando a incorporação ao tecido natural.", conta Alberto Blay, presidente da Plenum Bioengenharia, responsável pelo produto. 

Indicado para reconstrução e preenchimento de defeitos ósseos na região crânio-maxilo-facial, é uma solução eficaz para regeneração tecidual guiada, aumento e reconstrução do rebordo alveolar atrófico, além de defeitos ósseos pós-traumáticos e deformidades. Os primeiros casos já estão sendo monitorados, além de aplicações documentadas em pesquisas clínicas que demonstram os benefícios da tecnologia. 



Plenum Bioengenharia
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HPV PROVOCA 5% DOS CÂNCERES NO MUNDO

A imunização é oferecida pela rede pública
para várias faixas etárias
No Brasil, o câncer de colo de útero lidera o ranking de neoplasias causadas pelo vírus. O oncologista Eduardo Paulino, da Oncologia D’Or, adverte que a vacinação é o melhor meio de prevenir a infecção.

 

A infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) responde por 5% dos casos globais de câncer por ano, acometendo mais de 625 mil mulheres e 69 mil homens1. No Brasil, o câncer de colo de útero é a principal neoplasia provocada pelo HPV, com 17.010 novos casos previstos até o final de 20252. É o terceiro câncer mais incidente nas mulheres, sem considerar o tumor de pele não melanoma. O vírus também causa câncer nas regiões da orofaringe, do ânus e dos órgãos genitais.
 

Em países desenvolvidos, a vacinação contra o HPV e a intensificação do rastreamento estão contribuindo para o declínio do câncer nas mulheres3. Em contrapartida, os tumores na região da orofaringe, provocados pelo HPV, estão crescendo entre os homens. Representam 71% dos casos nos Estados Unidos e 51,8% no Reino Unidos4.
 

Embora no Brasil o câncer uterino continue no topo do ranking de neoplasias associadas ao HPV, especialistas acreditam que o vírus esteja por trás do aumento dos casos de câncer de cabeça e pescoço — termo genérico usado para classificar tumores malignos que surgem na boca e nas regiões da orofaringe e nasofaringe, da laringe e dos seios nasais.
 

Por anos, o tabagismo foi considerado o principal fator de risco para o câncer nesta região. Dados do Ministério da Saúde revelam que esse hábito tem apresentado queda no País5. Já os casos de câncer de orofaringe têm aumentado no território nacional, principalmente em jovens. Um estudo publicado na revista científica Plos One apontou uma tendência de crescimento nos casos de câncer de orofaringe associados ao HPV na cidade de São Paulo. Entre 1.997 e 2.013, eles passaram de 3,8% para 8,6%6.
 

Prevenção

“A transmissão do HPV ocorre principalmente por via sexual, não necessariamente com penetração”, explica o médico Eduardo Paulino, da Oncologia D’Or. “O vírus pode ser transmitido pelo sexo oral ou pelo contato direto pele a pele ou mucosa com uma pessoa infectada”, complementa.
 

Por isso, o médico argumenta que a melhor forma de prevenção é a vacinação contra o HPV, que deve ser feita preferencialmente antes do início da atividade sexual ou da possibilidade de contrair o vírus. O uso de preservativos não elimina totalmente a transmissão”, adverte o especialista.
 

A vacina quadrivalente é oferecida na rede pública para meninos e meninas entre 9 e 14 anos, além de homens e mulheres até 46 anos que convivem com o HIV, realizaram transplantes ou estão em tratamento contra o câncer. As clínicas particulares oferecem a vacina nonavalente, que pode ser administrada em pessoas de 9 a 45 anos, a critério médico.

O HPV

O HPV é um grupo formado por mais de 200 subtipos de vírus. Aqueles transmitidos por contato sexual são divididos em dois grupos: baixo e alto risco. Embora não sejam responsáveis pelo câncer, os subtipos de baixo risco podem causar verrugas nos órgãos genitais, no ânus, na boca e na garganta. Dos 14 subtipos de alto risco, dois deles — 16 e 18 — respondem por sete a cada dez casos de câncer associados a esse vírus.
 

A infecção por HPV é muito comum. Quase todas as pessoas sexualmente ativas são infectadas por esse vírus meses ou anos após a iniciação sexual. Entretanto, a maioria das infecções é combatida pelo sistema imunológico. Apenas em um pequeno porcentual de pessoas o HPV de alto risco persiste por muitos anos no organismo, levando a alterações celulares, que resultam em câncer.

 

Tratamento

O tratamento para o câncer uterino depende da extensão da doença — se é localizada ou passou para outros órgãos. Na fase inicial, é tratado com cirurgia. Após passar por uma avaliação, os médicos podem recomendar um tratamento adjuvante.
 

“Quando a cirurgia não é mais possível, como nos casos da doença localmente avançada, recomenda-se uma combinação de sessões de quimioterapia e radioterapia, que podem ser acompanhadas de imunoterapia”, afirma o médico Eduardo Paulino. Já a doença metastática é tratada com quimioterapia paliativa.
 

O tratamento de outros cânceres causados pelo HPV — como nas regiões da orofaringe, do ânus e dos órgãos genitais — varia de acordo com o tipo de tumor e o estágio da doença no momento do diagnóstico.
 

Oncologia D'Or

 

 

Referências

  1. Sung H, Ferlay J, Siegel RL et al. (2021). Global Cancer Statistics 2020: GLOBOCAN Estimates of Incidence and Mortality Worldwide for 36 Cancers in 185 Countries. CA Cancer J Clin 71:209–249.
  2. Instituto Nacional de Câncer (Brasil). Estimativa 2023: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer. – Rio de Janeiro: INCA, 2022.
  3. Volpi CR, Giuliano AR, Morais E, et al. Shifting HPV-cancer burden: from cervical cancer to oropharyngeal cancer. Infect Agents Cancer 20, 21 (2025).
  4. Lechner M, Liu J, Masterson L. et al. HPV-associated oropharyngeal cancer: epidemiology, molecular biology and clinical management. Nat Rev Clin Oncol 19, 306–327 (2022).
  5. Ministério da Saúde. Disponível em: Link.
  6. Fabrício dos Santos Menezes et al. The emerging risk of oropharyngeal and oral cavity cancer in HPV-related subsites in young people in Brazil. Plos one, 2020.

Alzheimer desafia famílias brasileiras e exige cuidados crescentes com pacientes e cuidadores, afirma SBGG

 

Além de afetar a memória e a autonomia, a doença sobrecarrega familiares, que também precisam de atenção para preservar sua saúde física e emocional.

 

Mês de conscientização da doença de Alzheimer e outros tipos de demência, o Setembro Lilás chama a atenção para essas doenças que acometem milhares de pessoas no mundo. Em 2024, o Ministério da Saúde divulgou o Relatório Nacional sobre a Demência: Epidemiologia, (re)conhecimento e projeções futuras e o estudo mostrou que cerca de 8,5% da população com 60 anos ou mais convivem com algum tipo de demência, o que representa cerca de 1,8 milhão de casos. Até 2050, a projeção é que 5,7 milhões de pessoas sejam diagnosticadas no Brasil. 

De acordo com a geriatra, Dra. Maria Aparecida Bicalho, membro da Comissão de Inovação em Doença de Alzheimer e Demências, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), o Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que evolui durante vários anos de maneira assintomática, comprometendo as funções cognitivas, principalmente a memória, além de promover alterações comportamentais e da personalidade. Ela explica que além da idade e dos fatores de risco genéticos, em especial o alelo e4 da apolipoproteína E, principal gen envolvido no desenvolvimento da doença, são definidos 14 fatores de risco modificáveis para a doença, como baixo nível de escolaridade, hipertensão arterial sistêmica, diabetes, colesterol LDL elevado, redução da acuidade auditiva, depressão, traumatismo craniano, inatividade física, tabagismo, obesidade e uso abusivo de álcool na meia idade, isolamento social, poluição do ar e perda visual no idoso. “Juntos, estes fatores de risco são responsáveis por 45% do risco para demência. Outros fatores, como alteração de sono, têm sido estudados, mas ainda não estão definidos.”

 

Cuidados

Além do tratamento medicamentoso disponível, Dra. Maria Aparecida afirma que pelo fato desses pacientes apresentarem declínio da capacidade de realizar atividades do dia a dia de maneira progressiva, é necessário auxiliá-los na execução das tarefas à medida que elas são comprometidas, a fim de protegê-los e evitar a piora da fragilidade. “Inicialmente, é importante supervisionar o uso de medicamentos, que podem ser uma importante causa de efeitos adversos e levar, também, ao descontrole das doenças de base. O fato é que à medida que a doença progride, esta atividade deve ser assumida por um cuidador”, ratifica a geriatra, ao comentar que os familiares também devem assumir o controle financeiro para proteger o patrimônio da pessoa. 

A direção veicular é outra atividade que deve ser evitada, segundo a Dra. Maria Aparecida. Já as atividades profissionais também ficam comprometidas e o ideal é que o paciente passe a ter outro tipo de atividade, especialmente no caso de profissões que exijam um alto desempenho e que gerem riscos. “Fazer compras é uma atividade que pode ser mantida com a ajuda de familiares ou cuidadores. Já as tarefas domésticas, podem ser realizadas com o auxílio necessário, desde que não incorra em riscos. Com a evolução da doença, o cuidador precisará assumir as atividades que o paciente apresenta dificuldades para executar e o paciente não deve ser deixado em casa sozinho, assim como deve-se evitar que ele saia sozinho para locais distantes, para que não corra o risco de se perder.” 

De acordo com a especialista, em fases mais avançadas da doença de Alzheimer, o paciente se torna incapaz de realizar as chamadas atividades básicas do dia a dia, e passa a necessitar de ajuda, até se tornar completamente dependente para tarefas simples, como tomar banho, usar o vaso sanitário, controlar a urina e as fezes, e sair da cama e se sentar em uma cadeira. “O paciente, inclusive, não consegue mais comer sozinho. Quando a doença chega nesse estágio as tarefas devem ser assumidas por um cuidador ou familiar. Já na fase final da doença, a pessoa fica acamada e dependente para todas as atividades.” 

Alguns pacientes apresentam alterações comportamentais, como agressividade, alucinações e começam a andar sem destino. “Alterações do sono e do apetite, desinibição e gritos são outras características, e os familiares e os cuidadores devem saber lidar com essas situações para que o quadro não se agrave e incorra em riscos para o paciente e para terceiros. É importante ressaltar que nessas situações não se deve confrontar o paciente, sempre agindo com calma. Familiares e cuidadores precisam ter em mente que não se trata de ‘pirraça’, mas sim de um efeito da doença”, relata.

 

Atente-se!

Lidar com um paciente com doença de Alzheimer não é uma tarefa fácil. Tanto, que muitos familiares e cuidadores também podem adoecer com transtornos de ansiedade e depressão, fadiga extrema, alterações do sono, entre outros. De acordo com a Dra. Maria Aparecida, este processo de adoecimento deve ser reconhecido e tratado. “Pessoas que cuidam de pacientes com demência devem se revezar, realizar atividades físicas, ter momentos de lazer e cuidar da higiene, a fim de garantir um sono reparador. Se por ventura desenvolverem este quadro de sobrecarga, devem se tratar”, diz. 

Ela explica que no início do quadro, o paciente costuma reconhecer que tem um prejuízo da memória, mas com o progredir da doença, ele acredita que a memória está perfeita. Além disso, ele pode ter dificuldade para encontrar objetos guardados por ele e passa a acreditar que está sendo roubado. “Outra queixa frequente se refere à ideia de infidelidade do cônjuge e muitos perdem o ‘filtro’ do que falam.” 

De acordo com a geriatra, é importante ressaltar que estas e outras alterações no comportamento da pessoa precisam ser reconhecidas e não são “normais da idade”. Ela explica que o paciente precisa ser avaliado para que seja realizado o diagnóstico correto e seja estabelecido um plano terapêutico. “O médico geriatra é o profissional treinado para avaliar e reconhecer as dificuldades cognitivas e da funcionalidade. além de definir a melhor abordagem terapêutica para o paciente, baseado na fase da doença, comorbidades, interações medicamentosas e grau de fragilidade da pessoa idosa”, afirma.

 

Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia - SBGG


Fisioterapia contribui para envelhecimento ativo e saudável, destaca especialista

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Comemorado em 8 de setembro, o Dia Mundial da Fisioterapia reforça o impacto da prática na saúde, bem-estar e independência dos idosos


Com o aumento da expectativa de vida, a fisioterapia se torna uma ferramenta essencial para garantir qualidade de vida e autonomia na terceira idade. Para marcar o Dia Mundial da Fisioterapia, celebrado em 8 de setembro, o coordenador do curso de Fisioterapia da Faculdade Anhanguera, Igor Rian Bonelli de Oliveira, ressalta a importância da atuação preventiva e da reabilitação para idosos. 

“A fisioterapia não atua apenas na recuperação de lesões ou doenças, mas também na prevenção de quedas, melhora do equilíbrio, fortalecimento muscular e manutenção da mobilidade”, afirma o coordenador. “Investir em fisioterapia ao longo da vida contribui para que o envelhecimento seja mais saudável, independente e ativo”. 

Entre os serviços oferecidos estão programas de exercícios de fortalecimento, alongamentos, avaliação postural e reabilitação funcional, realizados por alunos dos cursos de graduação sob supervisão de professores especialistas. As ações proporcionam cuidado de qualidade à comunidade e formação prática aos estudantes. 

Segundo dados do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), do Ministério da Saúde, uma a cada três pessoas com mais de 65 anos sofre pelo menos uma queda por ano, e a fisioterapia preventiva pode reduzir significativamente esse risco. Além disso, a prática regular de exercícios guiados melhora a capacidade funcional, reduz dores crônicas e promove maior independência em atividades diárias. 

Para quem deseja iniciar cuidados preventivos, o coordenador recomenda:

  • Realizar avaliações periódicas com fisioterapeutas;
  • Manter exercícios de fortalecimento e equilíbrio;
  • Atentar-se à postura e ergonomia no dia a dia;
  • Procurar orientação profissional antes de iniciar qualquer atividade física intensa.

Vozes do Advocacy e Associação dos Diabéticos de Cambuí promovem capacitação em diabetes para profissionais de saúde da cidade mineira

  

O cenário de gastos relacionados com diabetes no Brasil chegou a 45 bilhões de dólares em 2025, sendo o terceiro país no mundo no ranking dos custos com a condição, segundo o Atlas 2025 da Federação Internacional do Diabetes. Dados da Pesquisa Vigitel, no conjunto das 27 cidades, a frequência do diagnóstico médico de diabetes foi de 10,2%, sendo maior entre as mulheres (11,1%) do que entre os homens (9,1%).

A Pesquisa Radar Nacional sobre Tratamento de Diabetes no Brasil, feito pelo Vozes do Advocacy no ano passado, a partir de uma amostragem de 1.843 pessoas, mostrou que 30% dos brasileiros com diabetes apresentam descontrole glicêmico, e 42% nem sequer recordam o último resultado ou não sabem do que se trata o exame. Os dados refletem em consequências para a saúde: 12% dos participantes relatam retinopatia diabética, que pode levar à cegueira; 32% têm neuropatia; 25%, doenças cardiovasculares; 10% relatam nefropatia e lesões nos pés, complicações graves, que poderiam ser prevenidas com acompanhamento regular e tratamento adequado.

Pensando em melhorar a adesão ao tratamento e assim prevenir as complicações do diabetes, o Vozes do Advocacy com a Associação dos Diabéticos de Cambuí, em parceria com a Secretaria de Saúde de Cambuí, farão o projeto Educar para Salvar, que consiste em uma atualização dos conhecimentos sobre diabetes para os profissionais de saúde do SUS, no dia 19 de setembro, das 8h às 12h, e para os agentes comunitários, das 13h às 17h, no Paço Municipal de Cambuí.

“Nós sabemos que o diabetes é uma condição que requer acesso aos insumos e aos medicamentos, tratamento multidisciplinar com profissionais devidamente capacitados e educação em diabetes para as pessoas, que convivem com a condição. Por isso, sabemos que por meio da educação, melhoraremos a adesão ao tratamento e, assim, diminuiremos os gastos do SUS com complicações, hospitalizações e internações”, explica Nelma Fonseca, Presidente da Associação dos Diabéticos de Cambuí.

Nesta edição, o projeto conta com o apoio das empresas: Amgen, AstraZeneca, Bayer, Roche e GSK.

Mais informações podem ser acessadas nas redes sociais: Instagram: vozesdoadvocacy e no Facebook: vozesdoadvocacy.


Sobre o Vozes do Advocacy em Diabetes e em Obesidade

Com a participação de 25 associações e de 2 institutos de diabetes, o projeto promove o diálogo entre os diferentes atores da sociedade, para que compartilhem conhecimento e experiências, com o intuito de sensibilizar a sociedade sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoces do diabetes da obesidade e das complicações de ambas, além de promover políticas públicas, que auxiliem o tratamento adequado destas condições no país.


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