Tecnologia de ponta utiliza de
tomografias ou ressonâncias para construir uma imagem 3D que permite localizar
lesões e tumores com mais facilidade
Reconstrução 3D feita
pelo Dr. Henrique Guenka para auxiliar em uma remoção de tumor no rim
Os exames de imagem revolucionaram a medicina por permitirem
visualizar o interior do corpo humano sem a necessidade de cirurgias invasivas.
O diagnóstico, tratamento e acompanhamento de diversas doenças só é possível
por conta de tomografias, ressonâncias, ultrassonografias ou radiografias.
No
entanto, essas imagens, especialmente para um médico sem especialidade em
Radiologia, podem dificultar a visão de algumas lesões ou alterações e impedir
uma localização espacial dos órgãos e partes do corpo. É nesse contexto que
surgem as tecnologias de ponta de reconstrução 3D para oferecer mais clareza na
visualização do corpo humano, com menor grau invasivo e mais precisão.
“A
principal vantagem da reconstrução 3D é a localização espacial das lesões,
principalmente tumorais, para o cirurgião conseguir enxergar. Porque o
profissional visualiza aquela imagem planar (2D) como uma tomografia ou uma
ressonância em escala de cinza e pode ter uma certa dificuldade em se localizar
espacialmente. O radiologista tem essa expertise. Então o que a gente faz é
facilitar essa visão espacial no plano tridimensional”, afirma o Dr. Henrique
Guenka, coordenador do Centro de Diagnóstico por Imagem e do Laboratório de
Reconstrução 3D da Casa de Saúde São José.
A
ferramenta é geralmente utilizada para visualizar a relação de uma lesão com
estruturas nobres ao redor, como artérias, veias ou outros órgãos próximos. A
tecnologia de ponta permite que os cirurgiões e médicos tenham noção exata da
distância: se a lesão encosta ou não encosta em algum órgão específico, por
exemplo. Outro fator importante é poder avaliar tumores com maior precisão e
entender melhor seu tamanho e formação específica.
O
radiologista é criador de um método próprio patenteado de reconstrução 3D e
explica que a ferramenta usada no hospital trabalha, principalmente, com
imagens tomográficas ou ressonâncias magnéticas para desenvolver as
reconstruções. A partir dessas imagens volumétricas é feita uma segmentação das
estruturas anatômicas, separadas órgão por órgão com auxílio de algoritmos de
inteligência artificial por Machine Learning. “O importante é fazer um double
check para saber se o contorno do que o software marcou está correto, para
então fazer o processamento das imagens até chegar a um modelo 3D, tridimensional”,
complementa o médico.
Além disso, o Dr. Henrique relata um caso específico recente
em que as reconstruções 3D foram fundamentais para um procedimento mais preciso
e menos invasivo. “O último caso foi um tumor renal que eu reconstruí. O feedback
que o urologista nos deu é que a reconstrução foi tão importante que sem ela,
ele não conseguiria enxergar a lesão a olho nu durante o ato cirúrgico, já que
ela estava encapsulada no rim. Quando reconstruímos, eu mostrei para ele a
posição exata e ele conseguiu apalpar a lesão no rim e retirá-la. Segundo o
médico, se não fosse a reconstrução, ele teria que tirar o rim inteiro”,
conclui o radiologista da Casa de Saúde São José.

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