No estado de São Paulo, já são 87 idosos para
cada 100 crianças; fundo do idoso de Barretos é o que mais recebeu doações no
Brasil
Atualmente, já são mais de 36 milhões de brasileiros acima de 60
anos e, em 2050, o Brasil será o sexto país mais velho do mundo, segundo o
IBGE. Estamos envelhecendo muito rápido e é preciso preparar a sociedade e as
organizações para essa mudança no padrão demográfico.
Quando olhamos para os estados brasileiros, segundo o IBGE e a Fundação
Seade, em São Paulo, os idosos representam 17,4% da população, cerca de 7,73
milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Atualmente, são 87 idosos para cada 100
crianças (0 a 14 anos).
No ranking das cidades paulistas com mais idosos, o primeiro lugar
é de Santos com 18,73% da população em idade superior a 65 anos. Já a capital
São Paulo é a 2ª cidade com maior número de centenários no Brasil, totalizando
5.095 pessoas, ficando atrás apenas da Bahia.
“A Fundação Dom Cabral como escola de negócios está atenta à
contribuição e oportunidades que a população idosa no Brasil apresenta. Estamos
deixando de ser um país de jovens para apresentar um crescimento significativo
da população 60+ que, na maioria dos casos, é produtiva e participativa na vida
social, política e econômica do nosso país. Por esta razão, estudos desta
magnitude são fundamentais para que possamos entender todas as possibilidades e
necessidades desta população”, afirma Paula Simões, vice-presidente de
Conhecimento e Aprendizagem da Fundação Dom Cabral.
O novo estudo “Investimentos Sociais Privados e a Longevidade”, do
FDC Longevidade, traz números do envelhecimento populacional e explica como
oportunidades de investimento direto e via leis de incentivo fiscal poderiam
beneficiar a população idosa, mas ainda são desconhecidas pelas empresas.
O estudo da FDC coloca que as empresas que atendem aos requisitos
da lei poderiam fazer suas doações abatendo 100% do imposto de renda e, logo,
seriam milhões de reais todos os anos investidos se os fundos dos idosos e
conselhos tivessem regulamentados e se as empresas optassem por essa agenda.
Segundo dados do Censo GIFE, em 2022, foram R$ 4,8 bilhões de
Investimento Social Privado no Brasil, ou seja, mobilização de recursos
privados para fins públicos, realizado de forma planejada, monitorada e
sistemática para iniciativas sociais, ambientais, culturais e científicas de
interesse público. Destes, somente 10% foram destinados às leis de incentivo
fiscal, que têm um papel fundamental no financiamento para a transformação
social positiva no Brasil. E, quando adentramos nesse universo, uma porcentagem
mínima vai para a população 60+: por exemplo, apenas 26% no uso de leis
federais.
“Com este estudo temos a oportunidade de apresentar a um público
maior um mecanismo desenhado exatamente para canalizar recursos para projetos
que buscam cuidar dos maduros no Brasil: o Fundo do Idoso”, explica a
professora associada da FDC e coordenadora do FDC Longevidade, Michelle Queiroz
Coelho.
O Fundo do Idoso capta recursos financeiros para serem investidos
em ações que promovam o bem-estar e a qualidade de vida de pessoas 60+,
sobretudo aquelas em situação de vulnerabilidade social e econômica. Mas,
segundo o FDC Longevidade, em 2022, somente 19% dos municípios brasileiros
tinham fundos regularizados.
No estado de São Paulo está o Fundo do Idoso que mais recebeu
doações no Brasil, segundo dados da Receita Federal de 2018 consultados pela
Nexo Investimento Social, via Lei de Acesso à Informação. O Fundo Municipal de
Barretos-SP recebeu cerca de R$ 53 milhões.
O e-book “Investimentos Sociais Privados e a Longevidade” pode ser
consultado na íntegra aqui e também foi viabilizado por meio de fomento da Prefeitura
de Belo Horizonte, Conselho Municipal do Idoso e Fundo Municipal do Idoso, com
patrocínio da B3, BrasilPrev, Cemig, Instituto Unimed BH, Instituto Votorantim
e Usiminas e apoio técnico da Data 8.
Fundação Dom Cabral - FDC