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quinta-feira, 13 de junho de 2024

De onde vem o "Anarriê"? historiadora revela contexto cultural das festas juninas


De acordo com especialista do CEUB, símbolos do paganismo e santos do cristianismo se misturam em festa que remete à fecundidade do solo

 

Tradicionalmente conhecidas como celebração das colheitas, as festas juninas disputam com o Carnaval o posto de época mais aguardada do ano no Brasil. Com datas que remetem aos santos juninos – Santo Antônio (dia 13), São João (dia 24) e São Pedro (dia 29) –, essas festividades são marcadas por muita música e dança, comidas e bebidas típicas, decoração com bandeirinhas coloridas e fogueira. Scarlett Dantas, professora de História do Centro Universitário de Brasília (CEUB), explica a origem das festas juninas, seus significados e símbolos na história.

 

Confira entrevista, na íntegra:

 

Qual é a origem das festas juninas e como elas chegaram ao Brasil?

SD: As “Festas Joaninas”, com essa nomenclatura, surgiram no período medieval, embora seus antecedentes remontem à Antiguidade, quando ocorriam festividades rurais e pagãs celebradas no solstício de verão, no hemisfério norte, a partir de 20 de junho. Estas festas estavam associadas aos eventos celestes e a influência destes no ciclo produtivo agrário. Nelas se manifestavam os desejos de bons tempos para as próximas plantações. Seus ritos eram oferendas para os deuses relacionados à fecundidade e fertilidade do solo (Tamuz e Isthar para os sumérios, Osíris para os egípcios, Adônis para os gregos e romanos, Astarte para os fenícios).  

As celebrações permaneceram ao longo do tempo e foram se adaptando a novas realidades culturais, perpassando o Império Romano até sua fragmentação e sendo incorporadas na realidade do ocidente medieval e, assim, associadas ao nascimento de São João Batista. Elas chegaram ao que hoje entendemos como Brasil por meio da colonização portuguesa, iniciada no século XVI, e foram uma das festas mais bem recebidas pelos povos nativos que aqui habitavam. 

 

Quais influências culturais e religiosas moldaram as festas juninas ao longo dos anos? Como as festas juninas evoluíram desde suas primeiras celebrações até os dias de hoje?

SD: No Ocidente, muitos dos rituais dos gregos e romanos foram incorporados no período medieval por via romana, e isso valeu para as Festas Juninas. Os rituais de fertilidade que honravam o deus Adônis e a celebração do solstício de verão, envolvendo o uso de fogueira, água, ervas e práticas supersticiosas, foram incorporados nas Festas Juninas medievais. Tudo isso foi produto de um processo gradual de apropriação e representação simbólica conduzida pelo discurso da igreja medieval, que assim transformou vários rituais pagãos em rituais católicos, inclusive como instrumento facilitador da cristianização. Assim, os símbolos dos festejos pagãos do solstício de verão foram atribuídos à celebração do nascimento de São João Batista. 

 

Qual é o papel dos santos populares (Santo Antônio, São João e São Pedro) nas celebrações juninas?

SD: Os santos populares Santo Antônio, São João e São Pedro são fundamentais nas celebrações juninas por suas associações com tradições de fertilidade, casamento e previsões, ligando práticas antigas a símbolos católicos. 

- Santo Antônio: Conhecido como o santo casamenteiro, é invocado por moças solteiras que realizam simpatias para encontrar um marido. As práticas incluem colocar a imagem de Santo Antônio de cabeça para baixo, dentro de um copo, no congelador ou enterrá-la até o pescoço. Essas ações simbolizam o pedido desesperado por um marido, e o santo só é "liberado" quando o pedido é atendido. 

- São João: Associado a adivinhações sobre o futuro marido, São João é celebrado com várias superstições. As moças costumam colher pimentas de olhos vendados para prever a idade e características do futuro marido, baseando-se na maturidade das pimentas. Segundo a tradição católica, São João permanece dormindo no dia de seu aniversário e a fogueira o acorda, permitindo que ele desça dos céus para abençoar as lavouras. Há ainda o costume de se banhar ou banhar a imagem de São João Batista antes de 24 de junho, remetendo ao relato bíblico de seu batismo. 

- São Pedro: Celebrado no dia 29 de junho, São Pedro é o padroeiro das viúvas e dos pescadores e é visto como responsável por fazer chover. Sua festa marca o encerramento do ciclo das festas juninas, e ele é homenageado por sua importância tanto na fundação da Igreja Católica quanto na vida cotidiana dos fiéis, especialmente os que dependem da chuva para a agricultura. 

 

Como os elementos pagãos se misturaram com as tradições cristãs nas festas juninas?

SD: Visando ampliar o número de fiéis e a cristianização dos povos germânicos, a Igreja Católica buscou associar símbolos e figuras do paganismo às práticas e aos símbolos e santos do cristianismo. Diversos atributos das divindades pagãs foram associados a características dos santos católicos, de modo a facilitar a conversão ao cristianismo. Desse modo, as simpatias e superstições que ocorrem no mês de junho estariam relacionadas às oferendas que antigamente se faziam às divindades pagãs. A utilização da fogueira, as danças e banquetes foram mantidos, embora no discurso católico ambos sejam atribuídos ao nascimento de São João Batista.    

 

Quais são as principais diferenças entre as festas juninas celebradas no Brasil e em outros países?

SD: A primeira delas é a da culinária típica, que se baseia em alimentos da cultura agrícola local. No Brasil, os pratos típicos se baseiam na cultura do milho, dos grãos e das raízes, enquanto em Portugal, por exemplo, é costume comer sardinhas assadas e, na Noruega, se comem salsichas grelhadas, cachorros-quentes, carnes e frutas defumadas. 

No que se refere às danças e ao entretenimento, cada região adota danças folclóricas e músicas com características locais. Nesse caso, os festejos brasileiros podem ter tanto o forró, mais comum na região Nordeste, quanto o sertanejo, na região Sudeste e Centro-Oeste, além da apresentação da quadrilha. Em Alicante, na Espanha, costuma-se dançar ao redor da fogueira, queimando monumentos confeccionados em papel machê, desfiles e concursos.  

Na Dinamarca, costumava-se confeccionar uma bruxa com palha e pano e colocá-la para queimar na fogueira. Na França, na Fête de Saint-Jean é ateada uma grande fogueira em homenagem a São João e se celebra uma missa em sua homenagem. Em Quebec (Canadá), contudo, a festa tem uma conotação mais patriótica e politizada, com a utilização de instrumentos de sopro, acrobatas e bonecos gigantes homenageando figuras históricas da província.

 

De onde vem a tradição das quadrilhas e como ela se desenvolveu ao longo do tempo?

SD: No que se refere às danças, a mais difundida no Brasil foi a quadrilha (quadrille), uma dança de baile originada na França no século XVIII e que se tornou popular entre a aristocracia brasileira do século XIX. Isso explica vários termos do francês que foram aportuguesados e que marcam os passos da dança, como o “anarriê” (en arrière, para trás), “alavantú” (en avant tour, para frente), “changê” (changer, trocar) e “balancê” (balancer, balançar o corpo). Embora seja uma dança tradicional das festas juninas brasileiras, existem concursos de quadrilhas por todo o Brasil e que ocorrem em diferentes meses do ano.

 

Qual é a origem dos pratos típicos das festas juninas e como eles variam de uma região para outra? Como as influências indígenas e africanas contribuíram para a formação das festas juninas no Brasil?

SD: Embora na Festa Junina se associe à fogueira ao nascimento de São João, tanto as populações nativas que habitavam o Brasil no momento da colonização, quanto os povos escravizados que vieram de diferentes partes da África, já tinham o costume de utilizar fogo em seus rituais ou de aplicar a técnica da coivara para trabalhar o solo. Contudo, é na culinária típica que vemos a grande influência das culturas indígenas e africanas.  

A cultura do milho, comum entre os indígenas e muito aperfeiçoada pelos escravizados, resultaram na confecção de iguarias como a pamonha, a canjica, o milho cozido e o munguzá. O mesmo pode atribuído ao pé-de-moleque, doce produzido com amendoim torrado e rapadura, muito consumido entre árabes, que habitaram a Península Ibérica, e escravizados que vieram para o continente americano. A cultura de raízes, comum entre indígenas e africanos, resultou em pratos cozidos com mandioca, inhame e batata-doce e consumidos nas noites frias. 

 

Qual é o impacto das festas juninas na identidade cultural brasileira?

SD: As festas tradicionais, em geral, transmitem costumes e crenças entre gerações, fortalecem laços sociais e políticos e remetem aos esforços coletivos para manutenção da comunidade. No caso da festa junina, elas celebram o trabalho dos camponeses e as relações produtivas (pensemos nas funções de plantar, colher, caçar e pescar e a divisão de tarefas), as relações de parentesco e incentivo a interações entre casais (lembremos da cerimônia de casamento, do correio elegante e da barraca do beijo). São festas populares e voltadas para a família.  

Além disso, como qualquer festejo tradicional, estão relacionadas com a história do país e dos povos que habitam e deram contribuições para a cultura regional e nacional. Portanto, mesmo com variações de músicas, danças e trajes entre as regiões brasileiras, as festas juninas homenageiam um santo católico, embora permaneçam com elementos que remetem à celebração dos que trabalham com a terra, maior fonte de alimento, e mesclem culturas indígenas, africanas e europeias em um mesmo evento.


Caso Vini Jr. e os efeitos penais contra o racismo no esporte

A Justiça espanhola condenou três torcedores do Valencia a oito meses de prisão por ataques racistas contra Vini Jr., do Real Madrid, durante jogo pelo Campeonato Espanhol disputado em maio de 2023. A sentença é a primeira sanção penal aplicada na Espanha para esse tipo de comportamento nos campos de futebol. Trata-se de um acordo de cumprimento celebrado entre o Tribunal, as acusações e a defesa dos réus, que foi ratificado este mês perante o Tribunal de Valência. Além der um grande marco na Justiça europeia, essa condenação será um importante passo contra o racismo no esporte mundial. 

No dia do fato, o jogador identificou um dos réus e, após denúncia da LaLiga naquela mesma noite dos fatos, identificou os outros infratores nas instalações internas do Valência. A pena fixada no julgamento foi de oito meses de prisão e dois anos de proibição de acesso aos estádios de futebol onde ocorrerem jogos da Liga espanhola e da seleção nacional. Além disso, devem arcar com os custos do processo judicial. 

Segundo o Código Penal espanhol, as autoridades consideraram os réus culpados de um crime contra a integridade moral com discriminação agravada por motivos racistas. "art. 173.1 del Código Penal con agravante de discriminación por motivos racistas (art. 22.4 C.P.)" 

A pena máxima para esse crime é de 12 meses de prisão, que foi reduzida em um terço devido a confissão e pedido de desculpas formal com a leitura de uma carta em sede de audiência de instrução e julgamento, em que ficou demonstrado o arrependimento, bem como pelo fato de os réus serem primários e de bons antecedentes. A pena efetiva para os três acusados foi de oito meses da prisão, porém com pena suspensa, situação em que os réus não serão encaminhados à prisão propriamente dita. 

A condenação por este crime é a primeira proferida em Espanha e, certamente, abre um precedente para casos futuros. Uma vitória do jogador Vini Jr. que vem lutando contra o racismo em campos europeus. 

Importante, porém, destacar que, diferentemente do Brasil, o crime de racismo não existe na legislação espanhola. A condenação dos torcedores se deu por delitos contra a integridade moral, com agravante de discriminação por motivos racistas. Se o caso ocorresse em território brasileiro, os torcedores seriam julgados pelas letras da Lei 14.532/2023, que equipara a injúria racial ao crime de racismo. Ou seja, a pena seria mais severa, pois a legislação determina prisão com reclusão de dois a cinco anos, além de multa. E pela lei brasileira o crime não tem fiança e é imprescritível. 

Conclui-se, pois, que a moldura penal para o crime que foi vítima o jogador Vini Jr. na Espanha é muito branda, mas já é um começo para coibir esse tipo de crime dentro dos estádios de futebol. A decisão da Justiça espanhola soou como um alerta aos racistas, que não deverão ficar mais impunes como antes. Além de ser um marco para uma nova cultura nos estádios, a decisão é um passo importante para a mudança na jurisprudência espanhola em casos análogos.

 

Eduardo Maurício - advogado no Brasil, em Portugal, na Hungria e na Espanha. Doutorando em Direito – Estado de Derecho y Governanza Global (Justiça, sistema penal y criminologia), pela Universidad D Salamanca – Espanha. Mestre em direito – ciências jurídico criminais, pela Universidade de Coimbra/Portugal. Pós-graduado pela Católica – Faculdade de Direito – Escola de Lisboa em Ciências Jurídicas. Pós-graduado em Direito penal econômico europeu; em Direito das Contraordenações e; em Direito Penal e Compliance, todas pela Universidade de Coimbra/Portugal. Pós-graduado pela PUC-RS em Direito Penal e Criminologia. Pós-graduando pela EBRADI em Direito Penal e Processo Penal. Pós-graduado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) Academy Brasil –em formação para intermediários de futebol. Mentor em Habeas Corpus. Presidente da Comissão Estadual de Direito Penal Internacional da Associação Brasileira de Advogados Criminalistas (Abracrim).



Segurança na piscina: saiba como evitar a proliferação da dengue

TRATABEM/Divulgação


  • Crescimento do número de casos da doença aumenta a atenção para os serviços de manutenção e produtos de limpeza nas águas;
     
  • Especialista da Progeu e da TRATABEM, marcas referências no desenvolvimento de soluções sustentáveis e tratamento de piscinas, spas e hidromassagens, dá dicas de como maximizar a eficiência da limpeza

 

Com um crescimento intenso nos números da dengue no Brasil e circulação de mais de um sorotipo do vírus DENV, os casos ultrapassam a marca de 5 milhões neste ano. Aedes aegypti é o nome da principal espécie que transmite o causador da febre chikungunya e o Zika vírus, e como põe seus ovos em locais que armazenam água, as piscinas se tornam foco de atenção. 

Dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, abastecido com a base do Ministério da Saúde, apontam, ainda, que, São Paulo lidera o ranking de número de casos graves da doença, com 13.120, seguido por Minas Gerais (9.228) e Paraná (8.339). Para evitar a dengue, é fundamental realizar uma manutenção cuidadosa utilizando os produtos de alta qualidade da TRATABEM – franquia referência no tratamento da água em piscinas, spas e hidromassagens com qualidade dos produtos desenvolvidos para maximizar a eficiência e minimizar os esforços de manutenção. 

"Dar continuidade aos processos de limpeza durante todas as estações do ano é crucial para manter uma piscina sempre limpa e segura. Além disso, existem dois aspectos fundamentais para ficar atento neste período de proliferação da Dengue: a limpeza das bordas, onde mosquitos podem depositar seus ovos e demais focos de contaminação que podem ser eliminados com a utilização do Solo da TRATABEM. A frequência da limpeza depende do uso, mas para as piscinas que ficam em áreas abertas é recomendado processo semanal”, comenta. 

Manter a piscina limpa e segura envolve filtrar a água diariamente, ajustar os níveis de cloro para eliminar larvas de mosquitos e controlar o pH para garantir a eficácia dos tratamentos. A limpeza regular das paredes e do fundo da piscina com escovas adequadas, assim como a aspiração dos detritos, previnem o acúmulo de sujeira. 

Os produtos exclusivos da TRATABEM também ajudam a manter a água cristalina e livre de contaminantes, com destaque para o Clorador da marca que converte sal em cloro, e o Solo, que é um desinfetante orgânico que age no combate os microorganismos causadores de doenças, desenvolvimento de bactérias e não agride a pele humana, olhos e cabelos. 

Além disso, é importante inspecionar regularmente as coberturas das piscinas e todos os equipamentos que possam acumular água parada, como o caso da Levita – cobertura retrátil, automatizada e exclusiva da iGUi –. Essas práticas, combinadas com tratamentos de choque periódicos, garantem que a piscina permaneça um espaço seguro e livre da dengue. 

 

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Direção defensiva e cuidados essenciais para evitar acidentes de trânsito

Envato Imagens

Especialista enumera dicas cruciais para segurança ao volante em meio a estatísticas alarmantes da Secretaria Nacional de Trânsito

 

Para os habitantes de grandes cidades, como as capitais, acidentes de trânsito são vistos como parte do cotidiano. Termos como “meia roda”, “barbeiro” e, para os mais antigos, “navalha” são bem conhecidos para descrever condutores cujo desempenho deixa a desejar. Ainda, segundo levantamento realizado pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), as cinco cidades com o maior número de acidentes são: São Paulo, com uma taxa de 16,4 por 10.000 habitantes; Rio de Janeiro, com 16,2; Belo Horizonte, com 16,1; Curitiba com 15,9; e Fortaleza, com 15,8. Ou seja: o perigo nas ruas é uma realidade comum.

Uma pesquisa realizada pela empresa líder em serviços de marketing digital, Gambling.com, enumerou as cidades com os piores motoristas do Brasil. O estudo, que entrevistou mais de 2.000 pessoas em todo o país, revelou resultados impressionantes. Em sexto lugar está a cidade de Curitiba, seguida de Maceió em quinto, ambas com 10,1% dos votos. Campinas está em quarto lugar, com 10,5%. Rio de Janeiro e Manaus empatam com 11,2%, configurando terceiro e segundo lugar, respectivamente. Liderando o ranking está a cidade de São Paulo, a mais populosa do país, que recebeu 24% dos votos.

Para os cidadãos de Curitiba, por exemplo, isso se traduz em um trânsito intenso. Um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) revelou que moradores de Curitiba e da região metropolitana passam, em média, de 27 a 73 minutos dentro do carro. “Os grandes centros urbanos são conhecidos pelo congestionamento e pela demora nos deslocamentos. No entanto, esse cenário pode ser revertido pelos próprios motoristas”, explica o Instrutor dos Motoristas do V1, Alexsandro Laures, aplicativo de aluguel de carros e mobilidade urbana. Abaixo, Laures separou dicas para ter um melhor desempenho no trânsito e evitar transtornos.


Direção responsável

A prática mais fundamental no trânsito, a direção responsável, segue um conceito simples: obedecer estritamente às leis de trânsito. Ações como indicar corretamente as mudanças de direção, usar cinto de segurança, respeitar os limites de velocidade e as prioridades das vias, não dirigir sob a influência de álcool e não mexer no celular enquanto dirige são algumas das normas essenciais que todo motorista deve seguir. “Pode parecer simples, mas muitos condutores acabam desrespeitando uma ou outra lei por causa de conforto, comodidade e pela falta de fiscalização. Isso pode prejudicar não apenas o próprio motorista, mas também os pedestres e os cidadãos em geral”, afirma.


Atenção é essencial

Possivelmente a habilidade mais crucial de um bom motorista, a atenção durante a direção é fundamental. O condutor deve estar atento ao que acontece ao seu redor, observando como os outros motoristas estão se comportando, para poder tomar decisões rápidas e evitar transtornos e acidentes. “É importante que os próprios motoristas exerçam um policiamento para evitar distrações enquanto estão ao volante, como usar o celular, por exemplo. Isso porque, a qualquer momento, um veículo à frente pode mudar de faixa, fazer uma curva sem sinalizar ou  frear bruscamente. Por isso, é imprescindível redobrar a atenção para reagir a essas situações”, orienta.


Direção defensiva

Aliada à atenção e à direção responsável, a direção defensiva representa a capacidade do motorista de identificar, com antecedência, possíveis riscos de acidente. “É primordial que o motorista saiba reconhecer situações de perigo para evitá-las. Isso também contribui para atenuar a gravidade dos acidentes.” 


Conhecimento

Para evitar quaisquer tipos de imprevistos durante a direção, é indispensável que o motorista esteja familiarizado com as leis de trânsito, tenha conhecimentos básicos de mecânica, conheça o veículo que está dirigindo e tenha noção da rota que irá percorrer. Verificar a previsão do tempo também ajuda a se preparar para o dia. Dessa forma, o motorista evita desgastes mentais e físicos, tanto para si quanto para o veículo, ao longo do percurso.


Conscientização dos motoristas 

Aprender a dirigir corretamente pode ser um grande desafio para quem não tem muita familiaridade com o volante. De fato, ao obter a carteira de habilitação, muitas pessoas ainda não se sentem confiantes para dirigir nas ruas, seja por medo ou falta de prática. Mas existem algumas dicas que podem auxiliar quem está começando agora a se tornar um motorista melhor. “Sempre digo aos meus colaboradores para terem calma ao dirigir. É importante, antes de mais nada, ter um bom instrutor e aprender as técnicas de direção na teoria. Destaco também a importância de praticar a direção defensiva, garantir um seguro para o automóvel e, se necessário, participar de cursos de treinamento e praticar em locais menos movimentados”, conta. 

Outro ponto que o instrutor destaca é o da manutenção do veículo. “Muitos motoristas acabam negligenciando a manutenção porque gera despesas, então optam por adiá-la, o que prejudica o bom funcionamento do veículo”, afirma. Para quem não possui carro próprio ou prefere não lidar com os custos de compra, manutenção e encargos, a locação ou assinatura é uma opção atraente. “Os veículos disponibilizados estão sempre com a revisão em dia, e o preço acessível facilita o planejamento financeiro do usuário, evitando gastos imprevistos”, enfatiza. “Ao pensar em locação, as pessoas geralmente imaginam agendamentos com antecedência, filas e balcões, além de ter que lidar com uma papelada. No entanto, com a locação por meio do V1, tudo é feito de forma on-line, por um aplicativo de celular. O cliente tem a opção de alugar por um período específico e ainda pode retirar o carro em questão de minutos após a aprovação do cadastro”, finaliza. 

 

V1


Cidadania portuguesa permite isenção de visto para os Estados Unidos

Especialista explica o benefício e conta que outros países também fazem parte do programa


Viajar para os Estados Unidos é um sonho para muitos brasileiros, mas a necessidade de obter um visto americano pode ser um obstáculo importante no momento de realizar essa meta. Para aqueles que possuem cidadania de países da União Europeia, no entanto, o desafio fica mais fácil de ser transposto. Isso porque a obtenção da cidadania europeia oferece a vantagem de isenção de visto para o país norte-americano, facilitada através da Autorização de Viagem Eletrônica (ESTA). O benefício é um atrativo adicional para imigrantes brasileiros que consideram a obtenção da dupla cidadania em um país europeu como Portugal.

De acordo com Patricia Valentim, administradora de empresas com MBA em marketing e diretora executiva da CV Assessoria Internacional, empresa especializada em imigração, nacionalidade e negócios internacionais, a cidadania europeia não só proporciona maior mobilidade e acesso a mais de 180 países sem a necessidade de visto, mas também simplifica bastante a entrada nos Estados Unidos através do programa ESTA. “Para os brasileiros que buscam novas oportunidades, esta é uma vantagem considerável na hora de decidir por dar entrada em sua dupla nacionalidade", conta. 

Além da facilidade, desde maio de 2023, todas as restrições de viagem impostas pela pandemia de Covid-19 foram revogadas. Cidadãos portugueses não precisam mais apresentar comprovativo de vacinação para entrar nos Estados Unidos. Os viajantes que se ausentam do país são incentivados a registrar suas viagens através da aplicação "Registo Viajante". Ele é voluntário e gratuito, facilitando a ação das autoridades portuguesas em situações de emergência com cidadãos nacionais no estrangeiro. A aplicação permite receber informações sobre as condições de segurança, acesso aos contatos das representações diplomáticas e consulares de Portugal, além de conexão direta ao Gabinete de Emergência Consular.

“Para brasileiros com cidadania polonesa, portuguesa, espanhola ou lituana, a entrada nos EUA é facilitada pela ESTA, essa autorização digital simples pode ser obtida em até 72 horas”, explica a especialista. Essa autorização permite uma estadia de até 90 dias e tem validade de dois anos. O processo é rápido e eficiente, eliminando a necessidade das complexas etapas de obtenção do visto americano.

Desde 2019, cidadãos poloneses podem entrar nos EUA sem visto, apenas com a ESTA. O passaporte polonês permite entrada livre em 182 países, tornando-o um dos mais poderosos do mundo. Além dele, desde 1999, Portugal faz parte do Programa de Isenção de Visto dos EUA, permitindo que cidadãos do país usufruam da estada do turista, além da possibilidade de obter o visto E-2 para negócios, facilitando ainda mais a mobilidade. Outras nacionalidades que se beneficiam do ESTA são a espanhola e a italiana. Por fim, a Lituânia permite que seus cidadãos viajem para o país norte-americano sem a necessidade de visto tradicional.

“Para brasileiros que ainda não possuem cidadania portuguesa, a CV Assessoria Internacional oferece serviços especializados para facilitar a obtenção da dupla nacionalidade. Com a cidadania europeia, é possível acessar uma gama de benefícios, incluindo a facilidade de viajar para os Estados Unidos com menos burocracias”, conclui Patricia, destacando que a obtenção da cidadania europeia abre portas para uma maior mobilidade internacional.

 

Patricia Valentim - Administradora de Empresas com MBA em Marketing pela FGV/SP, Patricia possui uma vasta experiência de mais de 25 anos nos mercados financeiro, administrativo e de gestão de negócios no Brasil. Ao longo de sua carreira, trabalhou em renomadas multinacionais, como o Grupo Pão de Açúcar, Fic (Financeira do Itaú em parceria com o Grupo Pão de Açúcar), Carrefour, MFS - Mobile Financial Services (uma joint venture da Mastercard e Vivo) e a Mais Solution Group. É fundadora e diretora executiva da CV Assessoria Internacional.


Estudo aponta solução arquitetônica para habitação para vítimas de desastres naturais

Estudante de Arquitetura do CEUB desenvolveu moradias temporárias e definitivas que podem se adaptar aos diferentes climas do Brasil‏‍
 


Muito comum no Brasil, regiões de risco são caracterizadas por condições inadequadas de moradia e maior probabilidade a desastres ambientais. A partir da alta demanda de habitação temporária no país e grande incidência de mudanças climáticas, a estudante de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Luísa Mello (28), propõe modelos habitacionais voltados a vítimas de desastres, adequados a diferentes climas brasileiros - conciliando a rapidez construtiva com demandas nas diferentes condições. 

“Além do conforto estabelecido para as diferentes zonas bioclimáticas brasileiras, a pesquisa buscou se atentar à garantia do direito à moradia adequada, sobretudo no que diz respeito à habitabilidade, acessibilidade e adequação cultural”, afirma Luísa. Para realizar o estudo, do tipo exploratório, foram analisados 77 livros científicos. “Com base nessa revisão de literatura, o que se pretendeu foi formar uma base teórica sólida para o desenvolvimento do modelo habitacional de caráter evolutivo, que se adequasse a diferentes contextos climáticos e que trouxesse a garantia de uma moradia adequada,” destaca a pesquisadora. 

Após a etapa da pesquisa qualitativa, as soluções propostas consideraram adaptações aos diferentes climas com critérios de área de ventilação e estratégias de condicionamento passivo para o verão ou para o inverno. O modelo habitacional considerou três diferentes contextos bioclimáticos identificados no Brasil: clima quente e seco, clima quente e úmido e clima frio e úmido. De acordo com Luísa Mello, a intenção é que os modelos desenvolvidos sirvam como um módulo embrião no contexto do abrigo temporário, podendo ampliar-se para atender às vítimas de desastres naturais de forma permanente. 

A pesquisa de iniciação científica foi orientada pela professora de Arquitetura e Urbanismo do CEUB Ludmila Correia, e usou como base as premissas do projeto "Fortalecimento da Cultura de Gestão de Riscos de Desastres no Brasil - BRA 012/17". O projeto é voltado ao desenvolvimento de um protótipo de habitação emergencial para situações pós-desastres, desenvolvido pelo Instituto Avaliação a partir de Edital da Secretaria da Defesa Civil Nacional (SEDEC/MDR), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 

A docente destaca o caráter inovador do projeto, a partir da necessidade de flexibilização dos modelos de casas para os diferentes climas brasileiros. “Um ponto muito positivo neste trabalho é o fato de não ser apenas um modelo de habitação temporária, especificamente. São habitações que vão ser instaladas em modo provisório, mas vão se adaptar a situações definitivas”, explica Ludmila Correia.
 

Detalhes da pesquisa

Uma vez que os acampamentos para desabrigados comumente se alongam por anos, o projeto partiu do pressuposto da flexibilidade do modelo habitacional, se adequando a diferentes modos de morar e permitindo ao usuário a escolha de elementos que conferem personalidade e identidade aos espaços. 

Para adequar os modelos habitacionais aos grupos climáticos, a estudante de Arquitetura optou por utilizar o sistema construtivo de paredes e cobertura em Wood Frame da marca Tecverde, material certificado pelo Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat com desempenho térmico favorável em todos os cenários estudados. A proposta inclui esquadrias com áreas de ventilação diferentes, estratégias bioclimáticas de condicionamento térmico passivo, além da orientação solar adequada dos cômodos. 

Considerando a quantidade de vítimas de desastres naturais que devem ser atendidas com medidas urgentes e céleres, foi fundamental conciliar a rapidez construtiva com as variadas demandas que podem existir entre diferentes famílias. “Espero que a pesquisa possa contribuir no âmbito social dando esse subsídio para as respostas habitacionais às vítimas de desastres naturais, principalmente no que diz respeito ao conforto higrotérmico dessas habitações,” completa. 


Desastres naturais no Brasil 

Os desastres naturais são divididos em cinco tipos pela classificação e codificação brasileira de desastres: geológico, hidrológico, meteorológico, climatológico e biológico. De acordo com levantamento feito pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), com base em dados do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres do Ministério do Desenvolvimento Regional (S2ID/MDR), ocorreram mais de 50 mil desastres naturais no Brasil entre 2013 e 2022. O estudo indica que esses desastres impactaram cerca de 340 milhões de pessoas.


Seguro viagem ganha destaque no mercado com cobertura amplas e flexíveis, superando planos de saúdes tradicionais

Nos últimos anos, foram registrados cerca de 3.960 casos de acidente em viagens turísticas

 

O seguro-viagem vem ganhando cada vez mais relevância no mercado, destacando-se como uma opção, muitas vezes, mais vantajosa, mesmo que o cliente já tenha um plano de saúde tradicional. Consumidores de todo o país têm optado por coberturas de seguro-viagem por oferecer maior flexibilidade, coberturas amplas, presença geográfica em âmbito nacional e internacional, e preços mais acessíveis para os viajantes. Segundo dados divulgados pela Medicina SA, os custos médicos e hospitalares são as garantias mais requisitadas nos seguros-viagem. Para se ter uma ideia, durante os primeiros meses deste ano, serviços desta categoria corresponderam a 51,9% de todas as reivindicações feitas pelos segurados.

Os dados estão de acordo com o Relatório Brasileiro de Acidentes no Turismo, feito pela Associação Férias Vivas. Segundo o levantamento foram registrados cerca de 3.960 casos nos últimos anos, sendo 93% dos incidentes causados pela falta de sinalização sobre riscos. Além disso, verificou-se que 49% dos incidentes foram causados por alguma falta de competência do profissional contratado, enquanto 70% dos acidentes resultaram de descuido por parte do prestador de serviço. A negligência em relação aos equipamentos de proteção é igualmente preocupante, especialmente quando se observam os erros no uso (57%) e a falta total de equipamentos de proteção (77%).

Para Guilherme Wroclawski, Co-CEO e cofundador da Hero Seguros, insurtech referência em seguro-viagem, a proteção ao viajante pode ser muita vantajosa para o cliente, comparado a um plano de saúde tradicional: “O seguro-viagem se destaca ao oferecer coberturas em dólar, com valores que podem chegar a 1 milhão de dólares para despesas médicas e hospitalares por evento. Além disso, oferece uma cobertura ampla para cancelamento de viagem por vários motivos, chegando a até 10 mil dólares, além de presença global. Esses benefícios garantem aos viajantes uma proteção completa e tranquilidade durante toda a viagem, que em muitos casos não são oferecidas pelos planos de saúde tradicionais.” ,comenta.

O turismo tem se tornado cada vez mais relevante.Segundo dados do Conselho Mundial de Viagens e Turismo, o setor já representa 7,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, chegando a movimentar R$ 752,3 bilhões anualmente. Com isso, o mercado de seguro-viagem segue um momento de crescimento expressivo. De acordo com dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), a procura por seguro viagem cresceu surpreendentes 230% em 2023. Neste ano, os dados apontaram um crescimento de 9,5% na pesquisa por um seguro viagem em relação ao mesmo período do ano passado, gerando cerca de R$ 143,1 milhões nos primeiros meses de 2024.

Por outro lado, os tradicionais planos de saúde têm feito mudanças em seu modelo de cobertura, o que muitas vezes tem deixado os viajantes sem nenhum tipo de proteção em casos de acidentes ou problemas de saúde fora de seu estado. 

“Nosso intuito é garantir o máximo de segurança e tranquilidade para os nossos clientes. Para melhorar ainda mais o processo, contratamos um diretor médico, que está responsável por acelerar os atendimentos e garantir a melhor condução médica em cada caso, além disso, contamos ainda com a parceria com o Hospital Israelista Albert Einstein”, conclui Guilherme Wroclawski, Co-CEO e cofundador da Hero Seguros.

 

Hero Seguros


quarta-feira, 12 de junho de 2024

Cardiopatias congênitas: diagnóstico precoce evita complicações graves

Gabriel Rodrigues da Silva é paciente mais jovem da história do Paraná
 a passar por um transplante cardíaco. 
Foto: Marieli Prestes/Hospital Pequeno Príncipe
Neste Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita, o alerta é para os exames disponíveis para diagnóstico e à importância do tratamento adequado para cada caso

 

A cada ano, cerca de 30 mil crianças nascem com algum tipo de cardiopatia congênita no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Nesses casos, há uma malformação na estrutura ou função do coração, que pode variar no tipo de gravidade e intervenção necessária. Por isso, o Pequeno Príncipe – maior hospital pediátrico do país e referência nacional para atendimentos a esses pacientes – destaca a importância do diagnóstico precoce ainda na gestação ou nas primeiras horas de vida. 

A cardiologista pediátrica Cristiane Binotto explica que as cardiopatias congênitas são alterações estruturais no coração que ocorrem no período embrionário. “O ecocardiograma fetal consegue identificar a maior parte dessas modificações. E o diagnóstico precoce determina a necessidade de procedimentos invasivos no período fetal, neonatal imediato ou tardiamente no primeiro ano de vida e na infância”, ressalta a médica responsável pelo Serviço de Cardiologia.

 

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico precoce é fundamental para garantir a qualidade de vida dos pequenos. Cerca de 90% dos casos podem ser descobertos ainda ao longo da gestação ou no início da vida. Além do ecocardiograma fetal, durante o pré-natal, é possível diagnosticar cardiopatias cianóticas por meio do teste do coraçãozinho, que é realizado entre 24 e 48 horas, ainda na maternidade. Um avanço significativo foi a sanção da Lei 14.598, em junho de 2023, que garante a realização de ecocardiograma e ultrassonografia para gestantes na rede pública de saúde. 

Cada caso de cardiopatia congênita é único e tem uma abordagem terapêutica específica indicada pelo médico. O tratamento pode ser feito com o uso de medicamentos em conjunto com o acompanhamento clínico. Mas em situações mais graves, pode ser indicado o cateterismo, cirurgia cardíaca ou transplante de coração. É o caso de Gabriel Rodrigues da Silva, que recebeu um novo coração com apenas 2 meses e meio de vida. 

Diagnosticado ainda na gestação com um problema cardíaco, Gabriel nasceu com 36 semanas e passou 24 dias na UTI Neonatal em outra cidade antes de ser transferido para o Hospital Pequeno Príncipe. Em janeiro de 2024, ele entrou na fila para o transplante de coração e, 20 dias depois, recebeu um órgão compatível, tornando-se o paciente mais jovem da história do Paraná a passar por um transplante cardíaco.

 

Importância da doação de órgãos

A doação de órgãos é um ato de amor que proporciona esperança para as famílias. Muitas crianças, assim como Gabriel, dependem desse gesto de solidariedade para ter uma chance de vida. “Quando descobrimos a doença congênita do coração, foi um misto de sentimentos de emoção, desespero e dor, mas fomos à luta, não desistimos e tivemos fé. Gratidão à família que, em um momento de tanta dor, decidiu doar. Se não fosse esse coraçãozinho, não saberíamos até quando meu filho conseguiria esperar”, relata a mãe da criança, Aline Furtado Rodrigues da Silva. 

A cardiologista pediátrica também enfatiza a importância da doação. “Infelizmente, os doadores para crianças, especialmente abaixo de 1 ano de idade, são muito poucos. Isso dificulta muito os transplantes, pois essas crianças frequentemente precisam permanecer em unidades de terapia intensiva, com riscos associados, na espera de um órgão”, completa.

 

Sinais de alerta de cardiopatia congênita

Em bebês: pontas dos dedos e/ou língua roxas; transpiração e cansaço excessivos durante as mamadas; respiração acelerada enquanto descansa; dificuldade em ganhar peso; e irritação frequente e choro sem consolo.

 

Em crianças: cansaço excessivo durante a prática de atividades físicas e dificuldade de acompanhar o ritmo de outros garotos e garotas; crescimento e ganho de peso de forma não adequada; infecções pulmonares repetitivas, lábios roxos e pele mais pálida quando brinca muito; coração com ritmo acelerado; e desmaio.

 

Serviço de Cardiologia

O Hospital Pequeno Príncipe é um dos mais importantes centros brasileiros de cardiologia pediátrica e conta com uma estrutura única para atender pacientes com cardiopatias congênitas desde os seus primeiros dias de vida. O Serviço de Cardiologia realiza consultas ambulatoriais, disponibiliza exames, bem como alternativas de tratamentos, incluindo cirurgias e transplantes. 

O Serviço de Cirurgia Cardiovascular do Pequeno Príncipe é referência nacional em cirurgia cardíaca pediátrica de bebês com até 30 dias de vida, sendo uma das três instituições que mais realizam esse procedimento no Brasil. Há 20 anos, a instituição foi responsável pelo primeiro transplante cardíaco pediátrico feito com sucesso no Paraná. Somente em 2023, foram realizadas 525 cirurgias cardíacas, 5 transplantes de coração e 46 transplantes de válvulas cardíacas. 

Entre os diferenciais do Pequeno Príncipe está o Serviço de Eletrofisiologia, pioneiro no país; o Serviço de Hemodinâmica, referência para diagnosticar e tratar disfunções em um procedimento seguro e minimamente invasivo; e o Serviço de Ecocardiograma, exame indolor, mais detalhado e que não expõe o paciente à radiação. Além disso, a instituição conta com a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Cardiologia – que, em 2024, completa 25 anos de história – e equipe multidisciplinar – altamente capacitada para atender a população infantojuvenil.


Coalizão Vozes do Advocacy e a Associação Cearense de Diabéticos de Hipertensos debatem o diabetes e suas complicações no Estado do Ceará

 

A audiência pública será na Assembleia Legislativa do Ceará no dia 18 de maio


Segundo dados do Vigitel, Inquérito Telefônico do Ministério da Saúde, publicados em 2023, 11,6% da população de Fortaleza têm diabetes, sendo 9,2% composto pelo público masculino e 13,6% pelo público feminino. De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado, publicados pelo Jornal Diário do Nordeste, 1601 pessoas morreram no Ceará em decorrência da condição em 2019 e 30% do total de hemodiálises são causadas pelo diabetes mal controlado.

Outra complicação importante foi diagnosticada pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular no ano passado. Embora o crescimento de amputações realizadas entre 2012 e 2022 esteja estabilizado no país, no Ceará houve um aumento expressivo de 175% devido ao diabetes mal controlado. Em 2022, foram 1.573 no Estado.

Pensando nestes índices alarmantes, a Coalizão Vozes do Advocacy em Diabetes e Obesidade e a Associação Cearense de Diabéticos (ACDEH) de Hipertensos solicitaram uma audiência pública para a Deputada Estadual Gabriella Aguiar. O evento ocorrerá, no dia 18 de junho, às 14h, nos Auditórios 1 e 3, na Assembleia Legislativo do Ceará.

“A nossa ideia é discutir com as Secretarias de Saúde do Ceará e de Fortaleza políticas públicas que possam melhorar o diagnóstico precoce do diabetes e das complicações, desonerar o Sistema Único de Saúde e educar as pessoas a fazerem o autocuidado da condição de forma correta, além de dar mais qualidade de vida aos cearenses com diabetes, afirma Vanessa Pirolo, coordenadora da Coalizão Vozes do Advocacy em Diabetes e Obesidade.

Segundo dados da Secretaria de Saúde de Fortaleza, atualmente existem no município mais de 25 mil pessoas com diabetes tipo 1 e mais de 109 mil pessoas com diabetes tipo 2, acompanhadas pelo Programa de Hipertensão e Diabetes.

“Queremos discutir alguns pontos com as representantes da Secretaria Municipal: o motivo de os associados da ACDEH esperarem 9 meses para terem acesso aos especialistas  dos Centros Especializados de Atenção ao Diabético e Hipertenso -CEADH, não divulgarem o serviço de telemedicina e conhecer a nova linha de cuidado do diabetes, além de perguntar se os CEADHs podem se tornar uma política pública que se estabeleça no município sem ter o perigo de ser desmantelado com a mudança do prefeito. Também queremos perguntar à Secretaria Estadual por que não implantam o Programa dos CEADHs pelo Estado e saber quando vão atualizar a linha de cuidado do diabetes”, pontua Natasha de Alencar, presidente da Associação Cearense de Diabéticos de Hipertensos.


Sobre a Coalizão Vozes do Advocacy em Diabetes e em Obesidade

Com a participação de 24 associações e de 2 institutos de diabetes, o projeto promove o diálogo entre os diferentes atores da sociedade, para que compartilhem conhecimento e experiências, com o intuito de sensibilizar a sociedade sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoces do diabetes da obesidade e das complicações de ambas, além de promover políticas públicas, que auxiliem o tratamento adequado destas condições no país.

 

Agenda da Audiência Pública:

Data: 18 de junho de 2024

Horário: 14h

Local: Assembleia Legislativa do Ceará

Endereço: Avenida Desembargador Moreira, 2807, Dionísio Torres, Fortaleza

  

Cerca de 40% a 50% das pessoas com Lúpus tem comprometimento renal

ANS abre Consulta Pública para obter opiniões sobre a incorporação de um tratamento para a Nefrite Lúpica na lista de cobertura obrigatória dos planos de saúde


O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), mais conhecido como Lúpus, é uma doença autoimune e crônica, com maior incidência entre as mulheres, que pode atingir diversos órgãos e sistemas do corpo, incluindo os rins, causando a chamada Nefrite Lúpica. Não há uma cura específica para o LES, mas atualmente, com o tratamento correto, pode-se atingir o controle adequado da doença. Reumatologistas e nefrologistas destacam a importância do acompanhamento médico, bem como da não interrupção do tratamento para boa resposta e prevenção de danos graves.
 

“O Lúpus é uma doença autoimune. Nos pacientes com Lúpus, o sistema imune começa a produzir anticorpos e alguns mediadores inflamatórios que atacam o próprio organismo. Um dos órgãos que podem ser acometidos são os rins, que chamamos de Nefrite Lúpica. Neste caso, os pacientes apresentam anticorpos e substâncias inflamatórias que atacam as células dos rins, responsáveis por filtrar o sangue e formar a urina”, explica o Dr. Edgard Reis, CRM-SP 114511, professor Adjunto da Disciplina de Reumatologia da Escola Paulista de Medicina /Universidade Federal de São Paulo, Coordenador da Comissão de Lúpus da Sociedade Brasileira de Reumatologia (2020-2024) e membro do Grupo Latino-Americano para Estudo do Lúpus (Gladel). 

O médico afirma que a Nefrite Lúpica causa um grande impacto na vida da pessoa com o Lúpus, pois a inflamação nos rins pode provocar inchaço nos pés e no corpo inteiro, aumentar a pressão arterial e a perda de proteína pela urina, além de outras possíveis complicações mais graves. “Pode gerar, ainda, ao longo do tempo, uma perda do funcionamento dos rins, o que chamamos de insuficiência renal crônica”, acrescenta Dr. Edgard Reis. 

A Nefrite Lúpica pode acometer cerca de 40% a 50% das pessoas com LES. Por isso, é fundamental o acompanhamento de um profissional de saúde, bem como o diagnóstico precoce. “Desta forma, podemos evitar um dano maior”, completa o reumatologista. 

O especialista também chama atenção para a jornada dos pacientes. Segundo ele, além da questão do acesso ao tratamento, é necessário pensar no impacto da doença para as pessoas que enfrentam o LES e a Nefrite Lúpica, principalmente, pois essa última pode ser silenciosa e sem sintomas significativos em seu estágio inicial. 

“Muitas vezes, o paciente já chega na primeira consulta com piora ou exacerbação da doença nos rins”. E acrescenta que há uma diferença de percepção entre as necessidades dos pacientes e o protocolo de tratamento sugerido pelo profissional de saúde. “Às vezes, nós médicos estamos muito preocupados com o exame de urina e a perda de proteína, o que é importante. O paciente, por outro lado, também se preocupa com o cansaço ou uma nova lesão de pele que apareceu. Então, acredito que a maneira de equalizar seja ouvir cada vez mais o paciente e suas demandas, compartilhar decisões e trazer o paciente para o centro do seu tratamento”, finaliza Dr. Edgard Reis. 

 

Os impactos da Nefrite Lúpica 

Os rins são órgãos fundamentais para o controle da pressão sanguínea, regular a formação do sangue e dos ossos, e equilibrar o balanço químico e de líquidos do organismo. A partir do momento que o órgão não funciona mais da forma correta, o paciente pode se sentir mais cansado e com menos energia, estar com o apetite reduzido, dificuldade para dormir, estar com os pés e tornozelos inchados e apresentar inchaço ao redor dos olhos, especialmente pela manhã. 

“Se você tem os rins comprometidos, eles vão perdendo a habilidade de ajustar o excesso ou falta de substâncias também”, comenta o nefrologista da Escola Paulista de Medicina/ Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Dr. Gabriel Montezuma. 

A Nefrite Lúpica é detectada por exames laboratoriais, como os níveis de creatinina no sangue e proteína na urina. Os sintomas do LES são diversos e variam em intensidade de acordo com a fase de atividade ou remissão da doença. “Muitas vezes, aquela doença já está presente há meses, ou até mesmo anos. Algumas complicações, como a parada completa da função dos rins, com necessidade de hemodiálise, acontecem em 10% a 20% dos pacientes que têm Nefrite Lúpica não tratadas adequadamente”, detalha Dr. Montezuma. 

O tratamento da Nefrite Lúpica é feito com imunossupressores e corticoide, que vão ajudar a reduzir o risco da inflamação renal. Uma das principais metas da terapia é atingir remissão rápida da doença ativa. Além disso, a terapia com imunobiológicos pode reduzir o risco do paciente com Nefrite Lúpica desenvolver doença renal crônica terminal, consequentemente diminuindo as chances de óbito por conta da doença.   

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável pela regulamentação do sistema privado de saúde, está com a Consulta Pública nº 132 - UAT 120 aberta para obter opiniões de pacientes, familiares, profissionais de saúde e sociedade em geral sobre a incorporação de um tratamento para a Nefrite Lúpica na lista de cobertura obrigatória dos planos de saúde. Contribuir é fundamental, pois significa ampliar o acesso ao tratamento do Lúpus com acometimento renal. Para participar, basta clicar neste link.


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