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quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Falta de profissionais com formação universitária pode afetar todo o mercado de trabalho

De acordo com Daniel Toledo, advogado e especialista Direito Internacional, a nova geração está deixando o ensino superior de lado enquanto acreditam que podem enriquecer de outras maneiras


A atual escassez de profissionais qualificados com formação de nível superior é um desafio crescente enfrentado pelo mercado. À medida que a economia evolui rapidamente e as indústrias se adaptam a novas tecnologias e tendências, a demanda por talentos altamente capacitados e especializados aumenta consideravelmente.

Esse cenário revela lacunas entre as habilidades dos trabalhadores e as necessidades do mercado, afetando negativamente o crescimento das empresas e a competitividade global. Por essa razão, é essencial compreender o que causa a falta de profissionais qualificados e explorar soluções inovadoras para fortalecer a formação educacional e preencher essa lacuna, impulsionando o desenvolvimento socioeconômico.

De acordo com Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional, fundador da Toledo e Associados e sócio do LeeToledo PLLC, escritório de advocacia internacional com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, diversos fatores corroboram para esse cenário. “Além do ensino universitário ter piorado como um todo, as pessoas estão cada vez mais desinteressadas nesse tipo de formação. A tecnologia é uma das principais razões, facilitando cursos rápidos e, até mesmo, trabalhos informais”, relata.

O advogado, que é idealizador de um curso de pós-graduação na universidade PUC Minas, alega que as faculdades estão cada vez menos interessadas em investimentos para contar com os melhores professores em cada área. “O curso desenvolvido para a PUC, por exemplo, se tornou referência quando se fala em Direito Internacional. Com isso, outras instituições demonstraram interesse em criar algo semelhante, mas os projetos não saíram do papel porque os gestores acreditavam que os gastos seriam muito altos, trazendo um baixo número de alunos. É justamente aí que está o problema, onde os custos são mais importantes que a qualidade do ensino disponibilizado”, alerta.

Para Toledo, os estudantes em potencial, atualmente, estão com os interesses deturpados. “As pessoas não possuem mais a vontade de colocar um diploma na parede. Nos dias de hoje, vender produtos na internet e conseguir pagar as contas ao fim do mês já é o suficiente para muitos. Mas não acredito que esse seja o melhor caminho. Uma formação é fundamental para possuir conhecimento em determinada área, mesmo que essa profissão não seja exercida após a conclusão do curso”, declara.

O especialista em Direito Internacional acredita que, nos próximos anos, haverá uma deficiência ainda maior de profissionais que contam com ensino superior. “Existem cada vez mais relatos de grandes nomes, como Elon Musk ou Steve Jobs, que nunca terminaram o ensino superior, e isso encoraja essa nova geração a seguir o mesmo caminho, mesmo que a chance de sucesso, como dos exemplos citados, seja de uma e um milhão. A mentira de que cursos universitários não servem de nada, mesmo que repetida centenas de vezes, não irá se tornar uma realidade”, finaliza.

 

Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em Direito Internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e sócio da LeeToledo PLLC. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br. Toledo também possui um canal no YouTube com mais 180 mil seguidores https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente. Ele também é membro efetivo da Comissão de Relações Internacionais da OAB Santos, professor honorário da Universidade Oxford - Reino Unido, consultor em protocolos diplomáticos do Instituto Americano de Diplomacia e Direitos Humanos USIDHR e professor da PUC Minas Gerais do primeiro curso de pós graduação em Direito Internacional, com foco em Imigração para os Estados Unidos


Toledo e Advogados Associados
http://www.toledoeassociados.com.br

 

Brasileiros estão mais próximos de viverem o sonho americano; entenda


Demanda por profissionais altamente qualificados nos Estados Unidos é oportunidade para brasileiros conquistarem o direito de viver legalmente nos Estados Unidos, especialmente quem atua em áreas da engenharia ou medicina. Mooving Global, empresa especializada na solicitação de green card para profissionais altamente qualificados, prevê aumento de 200% na procura por este tipo de visto este ano. 

A instabilidade econômica e política, desafios em segurança pública e a falta de valorização da mão de obra são alguns dos fatores que têm feito com que brasileiros busquem, cada vez mais, morar nos Estados Unidos. No ano passado, um número recorde de vistos para residência permanente, o green card, foram emitidos para pessoas que nasceram no Brasil. No total, mais de 4,7 mil brasileiros conquistaram o visto baseado em empregabilidade. Este ano, o número deve ser bem superior, já que a Mooving Global, empresa especializada em assessoria imigratória, teve um aumento de 200% na procura por este tipo de visto no primeiro trimestre de 2023, se comparado ao mesmo período do ano anterior. 

Uma das maneiras de conquistar o green card e que tem chamado atenção de profissionais brasileiros é um tipo de visto que vai de encontro ao interesse nacional americano, ou seja, para profissionais acima da média, e que dispensa uma proposta de emprego. Segundo a diretora executiva da Mooving Global, Isabella de Cillo Medeiros, profissionais das áreas de engenharia, como civis, mecânicos, eletricistas e de petróleo, assim como profissionais de especialidades médicas, estão entre as profissões com maior chance de conseguir a residência.

“Há nos Estados Unidos uma grande demanda por profissionais destas áreas, então eles consideram que são de interesse nacional, ou seja, trarão uma contribuição significativa e sustentada para os Estados Unidos, e por este motivo concedem o green card independentemente de oferta de emprego. Existem vários tipos de visto de trabalho americano, com requisitos próprios, sendo o EB-2 NIW um dos mais atrativos por conferir mais benefícios ao imigrante e à sua família e não depender de uma oferta de trabalho. Para solicitar o direito de morar legalmente nos Estados Unidos via EB-2 NIW, o ideal é que além do diploma de bacharel, o profissional tenha especializações, seja reconhecido no mercado de trabalho e também no setor de pesquisa, com participação em seminários e artigos publicados”, explica Isabella. A executiva destaca ainda que uma das principais vantagens desse tipo de visto é que ele é extensivo aos parentes próximos. “O cônjuge e filhos solteiros menores de 21 anos do profissional que conseguir o green card por meio dessas qualificações também terão direito a morar e trabalhar legalmente nos Estados Unidos”.

 

Como funciona o processo

Um dos vistos que dão direito a profissionais altamente qualificados e suas famílias a morar e trabalhar legalmente nos Estados Unidos é o EB2-NIW. A solicitação começa com a apresentação de documentos que comprovem a vida acadêmica e profissional e um requerimento técnico que justifica que o profissional é de interesse para os Estados Unidos, atendendo os requisitos estabelecidos pela lei de imigração americana. O processo pode demorar de 45 dias a mais de 24 meses para ser aprovado, mas a Mooving Global já teve casos deferidos em pouco mais de dois meses, seguindo o processamento comum, ou seja, sem o pagamento de taxas extras pelo cliente para avaliação expedita (denominado Premium Process). 

Com uma grande expertise no ramo, a empresa é a única que possui 100% de taxa de aprovação deste visto. “Fazemos um processo seletivo apurado dos candidatos e só aceitamos casos em que temos convicção de que há potencial de aprovação, mesmo assim, o deferimento depende da análise do oficial de imigração. Temos tanta confiança na qualidade impecável do nosso trabalho que cobramos de 20% a 30% no momento do protocolo do processo e o restante só recebemos se e quando o processo for aprovado, assumindo um risco financeiro pelo cliente”, explica Isabella.


Agrotóxicos ilegais: rótulos e etiquetas autoadesivas podem ser aliadas para reduzir uma prática presente em 25% do mercado

    Soluções de alta performance, como as oferecidas pela Avery Dennison, ajudam a preservar informações relevantes nas embalagens e a identificar as tentativas de violação e adulteração dos agroquímicos


Amplamente utilizados pelo setor agrícola brasileiro, como estratégia de aumento de produtividade e redução de perdas de diferentes tipos de lavouras, os agroquímicos integram um mercado que vivencia grandes desafios em termos de combate às adulterações. De acordo com o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF), os produtos ilegais já representam 25% das soluções utilizadas pelos produtores rurais; uma prática que pode ser mitigada com o apoio das indústrias químicas, ao optarem por rótulos e etiquetas de alta performance, que agreguem segurança a essas soluções.

“Estamos falando de um segmento, cuja cadeia produtiva envolve diversos protagonistas para que os itens cultivados e ofertados cheguem ao consumidor final de forma íntegra e segura. Agroquímicos ilegais colocam em risco a saúde e longevidade de todos os envolvidos, desde o meio ambiente e agricultores, até as pessoas que vivem próximo às lavouras e os consumidores finais. É nesse sentido que entra a importância dos rótulos e etiquetas de alta performance, tanto em termos de clareza das informações e instruções de uso, até os atributos que reduzem o índice de falsificações e violações”, destaca Carolina Moreton, Coordenadora de Produtos da Avery Dennison, empresa líder em ciência de materiais para rótulos e embalagens.

Analisando as necessidades deste segmento, especialmente no que diz respeito às exigências legais de comercialização dos agroquímicos, bem como a redução das práticas de adulteração, a Avery Dennison desenvolveu uma solução autoadesiva que une uma série de diferenciais de aplicação, o Fasson® Semigloss Agro/S2055/rPET23. Com alta performance de adesão em embalagens de PEAD (polietileno de alta densidade), bastante utilizadas na comercialização dos defensivos agrícolas, a solução de rotulagem conta com um frontal de baixa resistência ao rasgo, permitindo identificar tentativas de violação, além de impossibilitar a reaplicação de rótulos de produtos originais em itens falsificados. 

“Devido à própria composição química dos agrotóxicos e o manejo das embalagens, a legibilidade das informações pode ser um problema. Por isso, contar com rótulos como o Fasson® Semigloss Agro, que oferece alta qualidade de impressão, é essencial para garantir a integridade desses dados, que podem ser consultados a cada aplicação. Seu outro diferencial, de baixa resistência ao rasgo, impede que o rótulo seja removido e reaplicado em outras embalagens, tornando-o um aliado importante no combate a essas práticas ilegais, estejam elas atreladas aos contrabandos, que trazem os agroquímicos de outros países onde seu uso é permitido, ou ainda, estejam relacionadas às adulterações. A análise das embalagens é um dos fatores determinantes para identificar as soluções de má procedência”, conclui Carolina.

 

Avery Dennison Corporation (NYSE: AVY)
www.averydennison.com


Projeto de prevenção à violência transforma a realidade de centenas de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social

Somente em 2022, o Previna-se atendeu 690 crianças e adolescentes de seis a quatorze anos na cidade de São Paulo (SP)


De acordo com um boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, 202.948 casos de violência contra crianças e adolescentes foram notificados no Brasil entre 2015 e 2021. Deste total, 83.571 (41,2%) ocorreram com crianças e 119.377 (58,8%) com adolescentes. Ainda de acordo com o órgão, a maior parte dos agressores era do sexo masculino e, na maioria dos casos, tratava-se de um familiar ou um amigo/conhecido. Os indicadores expressam um panorama preocupante que exige medidas urgentes para assegurar os direitos, a segurança e o desenvolvimento de crianças e adolescentes.

Há diversas iniciativas para solucionar esse problema, como a vigilância sobre o cumprimento das leis, o reforço da importância de relações respeitosas, programas educacionais, de fortalecimento econômico e de suporte para familiares ou cuidadores. Nesse contexto, a educação é uma ferramenta estratégica para que crianças e adolescentes aprendam a se prevenir. Este é o eixo central do projeto que é direcionado a crianças e adolescentes de 6 a 14 anos em situação de vulnerabilidade social na cidade de São Paulo (SP). A iniciativa é realizada pela organização ASA, que oferece atendimento gratuito para crianças, adolescentes e idosos há mais de 80 anos.

Criado em 2015Previna-se aborda temas relacionados ao desenvolvimento e à formação de crianças e adolescentes, como sexualidade, saúde, violências diversas, transição para a vida adulta e questões de identidade de gênero. O projeto trata das questões relativas ao amadurecimento, às mudanças físicas e emocionais para que possam fazer escolhas saudáveis e seguras, além de aprenderem a se proteger em situações de violência. A receptividade ao projeto é extremamente positiva devido ao espaço de escuta seguro e aos vínculos de confiança criados.

Suporte de psicólogas e articuladores comunitários

O projeto prevê a contratação de dois tipos de profissionais. As psicólogas realizam Oficinas Previna-se de educação sexual, saúde e sexualidade. “É um trabalho que exige uma sensibilidade muito grande, especialmente das psicólogas, para acontecer. Nos primeiros meses, existe uma estratégia de aproximação muito cuidadosa para o estabelecimento de vínculos, porque tanto as crianças quanto os adolescentes precisam se sentir seguros para relatar seus sofrimentos e dúvidas, seja em oficinas ou em momentos específicos em que procuram as psicólogas individualmente para atendimento. Elas atendem crianças e/ou suas famílias quando estão em situações críticas ou são vítimas de algum tipo de violência. Em seguida, debatem com os gestores para decidir os melhores encaminhamentos para cada caso”, explica Thais Certain, Analista de Projetos da organização.

A confiança nas profissionais é fundamental e possibilita não só a continuidade, mas também o êxito do projeto, como mostra o depoimento da educanda Amanda Pacheco: “Eu gosto muito de conversar com a psicóloga, acho muito legal. Ela falou que quando eu estiver com muita raiva, posso fazer várias coisas, como tirar um tempo para mim ou pegar uma folha e riscar tudo de que estou com raiva. Ela falou com um jeito de paciência, achei muito bonito da parte dela”.

Além das psicólogas, o Previna-se conta com articuladores comunitários para ministrar Oficinas de Cidadania e desenvolver relações com as comunidades nos territórios onde a ASA atua, mobilizando as potencialidades desses locais a favor dos atendidos. Eles estão focados em fomentar e fortalecer as redes locais de proteção social às crianças, adolescentes e suas famílias.

Atualmente, a ASA realiza a gestão de 12 unidades, entre CEIs, CCAs e CDI, em diferentes bairros de São Paulo: Lauzane Paulista, Saúde, Bela Vista, Caxingui, Paraisópolis e Jardim Ester. E o atendimento gratuito é voltado para crianças de zero a quatro anos, crianças e adolescentes de seis a 14 anos e idosos com mais de 60 anos.


Parceria com iniciativa privada é crucial para execução de projetos

Previna-se já está em sua 3ª edição. Em 2022, atendeu 690 crianças e adolescentes, realizou 599 oficinas semanais sobre saúde, educação sexual e sexualidade e 249 oficinas mensais de cidadania. E para a entrega desses resultados, a ASA contou com o patrocínio via incentivo fiscal das empresas Ultragaz, Mattos Filho, Bayer, Rede D'Ór São Luiz, UBS BB, Avon e BR Partners e apoio do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente - CONDECA/SP.

“O patrocínio permite a execução de projetos que vão complementar o atendimento oferecido pelas nossas unidades. Temos o compromisso com a Prefeitura de São Paulo de prestar o melhor serviço possível com os recursos repassados. E essas iniciativas possibilitam que a ASA consiga oferecer mais atividades e, de certa forma, incrementam a qualidade do atendimento que é realizado com nosso público-alvo na ponta”, ressalta Melissa Pimentel, superintendente executiva da ASA.

Esse patrocínio desempenha um papel crucial na execução e na expansão do impacto de projetos de grande magnitude. Além disso, traz benefícios significativos para as empresas envolvidas, que obtêm isenção fiscal, aprimoram os indicadores ESG, fortalecem a imagem corporativa e despertam maior empatia entre os consumidores.

De acordo com Carolina Pecorari, gerente de Sustentabilidade e ESG da Ultragaz, apoiar projetos que se conectem, abraçam a comunidade e ajudam verdadeiramente crianças é fundamental. “A proposta da ASA de trabalhar com crianças e famílias por meio de atividades socioambientais, questões que empoderam, desenvolvam habilidades socioemocionais, está alinhado com proposito estratégico da Ultragaz”, afirma a executiva.  

“Olhar para os impactos gerados é um pilar importante na empresa, conectando a atuação social com a geração de valor para a transformação duradoura das realidades sociais. A ASA é a nossa parceira que entra como uma catalisadora na construção dessa jornada”, finaliza Carolina.


Diálogo com famílias e suporte para colaboradores

Previna-se tem um grande diferencial. Somado ao atendimento direto aos atendidos da ASA, atua em conjunto com as famílias para debater temas que são trabalhados com os educandos e oferece orientações para estreitar vínculos familiares. As psicólogas do projeto promovem encontros bimensais com os responsáveis pelas crianças e pelos adolescentes em um espaço que exercita a escuta, o acolhimento e o suporte.

“A realidade dessas crianças pode ser muito dura, violenta e difícil. Quando conseguimos receber as crianças, adolescentes e seus familiares com paciência, cuidado, atenção, disposição para encorajar e dar conhecimento, isso muda a perspectiva de vida delas. Elas têm o direito de sonhar, de se prevenir e exigir que sejam protegidas. É tudo muito difícil, mas tem solução”, complementa Thais.

Conviver no dia a dia com esse cenário pode sobrecarregar a equipe. Por isso, as psicólogas oferecem suporte para assegurar a saúde emocional dos funcionários da organização e contam com a supervisão de profissional habilitada.

A ASA produziu um vídeo sobre o projeto Previna-se para mostrar a importância de oferecer conhecimentos sobre prevenção à violência para crianças e adolescentes. O material contém depoimentos de psicólogos, articuladores comunitários, mães e educandos. Clique aqui para saber mais sobre o projeto e a organização.


Como apoiar

Se você deseja apoiar o trabalho da ASA, é possível realizar doações financeiras e de materiais, como roupas, sapatos, brinquedos, móveis, eletrodomésticos e outros produtos. Os itens são destinados ao ASA Brechó e 100% do valor é revertido à manutenção das atividades da instituição. Outra possibilidade é participar do Programa de Voluntariado - ASA Move Pessoas.



ASA - Associação Santo Agostinho
https://asatransforma.org.br.

 

Dia Internacional dos Povos Indígenas: conheça cursos e materiais gratuitos que valorizam as tradições deste grupo

Conteúdos são oferecidos gratuitamente pelo Polo, ambiente de formação do Itaú Social, e já contabilizaram mais de 10 mil inscritos

 

Plataforma possui 200 mil cadastrados, sendo que a maioria desse número é composta por professores da rede pública

 

Biblioteca digital oferece materiais e ferramentas digitais gratuitas que apoiam o trabalho dos docentes na preservação e valorização dos povos originários


Utilizar banha de cobra para tratar de feridas, usar corda e cipó para a criação de uma tehêy (instrumento de pesca pataxoop) e a fruta jenipapos para pinturas corporais são alguns dos costumes transmitidos por gerações de indígenas. Mesmo que essas tradições permaneçam vivas dentro das comunidades, a falta de conhecimento sobre esses costumes tornam essas práticas alvos de preconceitos. 

“Utilizar ervas ou banha de cobra para fins medicinais parece uma cena boba, mas é uma dessas lições em relação à valorização que devemos dar para a medicina tradicional indígena. É preciso parar com essa ignorância, com o preconceito, olhar para isso com melhores olhos, sabendo que há bons resultados que precisam ser reconhecidos”, conta o escritor e professor Yaguarê Yamã. 

O autor foi um dos participantes da série de encontros “Jenipapos: Redes de Saberes”, realizada pelo Itaú Social e pelo instituto “Mina – Comunicação e Arte”. Nessas atividades, também estiveram presentes grandes nomes da literatura indígena e negra, como Conceição Evaristo, Ailton Krenak, Daniel Munduruku, Dona Liça Pataxoop, Dona Vanda Pajé, Eliane Potiguara e Julie Dorrico. 

“A escola é um espaço privilegiado para combater preconceitos contra manifestações culturais. A aprovação da lei 11.645/08, que trata da inclusão do estudo da história e cultura indígena na escola, foi um importante avanço no ensino que valorize as tradições dos povos originários, no entanto, ainda há um longo caminho para percorrer até chegarmos ao objetivo da equidade racial na educação”, comenta a gerente de Implementação do Itaú Social, Cláudia Sintoni. 

A série de debates resultou na criação dos cursos “Jenipapos – Literatura de Autoria Indígena” e “Jenipapos – Redes de Saberes”, oferecidos gratuitamente no ambiente de formação do Itaú Social, o Polo. Ambos despertaram o interesse de mais de 11 mil pessoas, sendo que mais da metade são professores.  

“Procuramos dar um olhar de maior representatividade para as culturas indígenas, trazendo para o centro do debate os saberes e a pedagogia indígena, para que a gente veja que é possível fazer uma interlocução, criar uma ponte entre os diferentes saberes. Queremos mostrar que podemos sim, construir uma educação transformadora”, explica Daniel Munduruku, um dos participantes da série e escritor selecionado três vezes pelo prêmio Jabuti.

 

Biblioteca digital

Ao longo de 2023, o acervo digital Anansi – Observatório da Equidade Racial na Educação Básica incluirá materiais com sugestões de como valorizar a cultura e tradições indígenas, quilombolas e afro-brasileiras dentro e fora da escola. Entre os produtos está o aplicativo “Educaya”, que apresenta pontos históricos que tiveram relação com a comunidade negra e indígena no território do Cariri Cearense.  

Todos os materiais da plataforma são fruto de pesquisas aplicadas desenvolvidas entre 2020 e 2022 em escolas públicas de todas as regiões do país. A realização desses projetos pedagógicos contou com o apoio do Edital de Equidade Racial, do Itaú Social e Ceert (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades). 

 

Polo

Além das formações gratuitas e certificadas, o Polo também disponibiliza um acervo de conteúdos referentes à educação pública. São 260 arquivos com acesso aberto e gratuito, entre artigos, infográficos, estudos, pesquisas e galerias. Conta ainda com a seção editorial, que traz análises sobre temas desafiadores do setor, como equidade racial, pandemia, fortalecimento das vozes indígenas, monitoramento e avaliação.  

Em agosto de 2022, recebeu a medalha de prata do prêmio internacional Brandon Hall – Exccellence Awards 2022 na categoria: “Best Advance in Learning Technology Implementation / Melhor Avanço na Implementação de Tecnologia de Aprendizagem”.


terça-feira, 8 de agosto de 2023

A importância da Saúde Mental: Psicóloga fala sobre Angus Cloud, ator de Euphoria


Na última segunda-feira (31), foi divulgada a trágica notícia da morte de Angus Cloud, conhecido por interpretar o personagem Fezco na aclamada série 'Euphoria', da HBO. O ator de apenas 25 anos foi encontrado sem vida na casa de sua família em Oakland, Califórnia. Embora a causa da morte não tenha sido revelada oficialmente, um comunicado mencionou que Angus estava enfrentando uma batalha pela saúde mental e lidando com a recente perda de seu pai, ocorrida uma semana antes de sua morte.

 

A morte prematura do ator levanta questões importantes sobre a saúde mental e a necessidade de buscar apoio em momentos difíceis. A Psicóloga Clínica Tatiane Paula traz dicas importantes para entender como lidar com o luto de forma saudável e encontrar suporte nesses momentos.

 

De acordo com a especialista, quando se trata de lidar com o luto, é importante permitir-se sentir e expressar emoções, sem julgamentos. “É fundamental buscar uma rede de apoio, seja por meio de amigos, familiares, psicoterapia ou até mesmo tratamento medicamentoso, quando necessário. Embora grupos de apoio possam ser úteis, é importante lembrar que o luto é um processo individual, e cada pessoa precisa levar o tempo necessário para ressignificar sua perda e trabalhar a aceitação”.

 

Segundo Tatiane, Elisabeth Kübler-Ross, psiquiatra suíça, propôs seis fases do luto: negação, que é a dificuldade em aceitar a realidade da perda; raiva, sentimento que pode surgir em relação à situação, a si mesma, aos outros ou até mesmo à pessoa que faleceu; negociação, que consiste na tentativa de negociar com uma força maior, buscando formas de reverter a perda ou evitar o sofrimento; depressão, fase em que a tristeza profunda e a sensação de vazio podem se instalar à medida que a pessoa enfrenta a realidade da perda; aceitação, momento em que a pessoa começa a aceitar a realidade da perda e a encontrar maneiras de seguir em frente; e reconstrução, que envolve a construção de uma nova vida sem a presença da pessoa perdida.

 

Reconhecer quando um amigo ou familiar está com a saúde mental abalada e oferecer ajuda é crucial. “Alguns sinais de que alguém pode estar passando por dificuldades incluem mudanças de comportamento, oscilações de humor, isolamento social e alterações físicas”, explica a psicóloga. Observar esses sinais e oferecer apoio emocional, encorajando a busca por ajuda profissional, pode fazer a diferença na vida de alguém que está enfrentando problemas de saúde mental.

 

Embora não haja confirmação sobre a causa da morte de Angus Cloud, fontes indicam que a mãe do ator ligou para o socorro relatando uma possível overdose. Nesse sentido, é importante saber quando buscar tratamento para dependência em drogas ou remédios. A especialista destaca a importância de encaminhar a pessoa para ajuda profissional, como psicólogos especializados em terapia cognitivo-comportamental, médicos psiquiatras, grupos de apoio e programas de reabilitação. 

 

Além disso, existem alguns sinais indicativos de dependência, que são, conforme alega Tatiane: aumento do consumo, quando a pessoa precisa de quantidades cada vez maiores para alcançar os mesmos efeitos iniciais; impacto nas atividades diárias, que é quando o uso passa afetar negativamente aspectos da vida cotidiana; perda de controle, que consiste em não conseguir parar de ingerir as drogas ou remédios; prejuízos na saúde, quando o uso está físicos ou mentais; e estreitamento de repertório, característico do isolamento social.  

 

Quando uma pessoa é dependente e também possui transtornos mentais, o tratamento deve ser abordado de forma integrada. “Conhecido como tratamento dual ou concorrente, ele envolve uma equipe multidisciplinar, terapias individuais e grupais, além de avaliação médica psiquiátrica. A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem terapêutica eficaz nesses casos, aliada ao uso de medicamentos quando necessário. O tratamento dual busca tratar as duas condições de forma global, visando o bem-estar geral do paciente”, esclarece a psicóloga.

 

Viver com uma dependência química e não buscar tratamento pode trazer uma série de perigos para a saúde física, mental e emocional, além de afetar as relações pessoais e a qualidade de vida. Os perigos incluem danos irreparáveis aos órgãos, problemas cardíacos, pulmonares, hepáticos e neurológicos, aumento do risco de overdose, agravamento de transtornos mentais, isolamento social, conflitos nas relações familiares e amorosas, comprometimento acadêmico e profissional, risco de acidentes, envolvimento em atividades ilegais e aumento do risco de overdose e morte. É importante buscar tratamento para evitar esses perigos e melhorar a qualidade de vida. 



Fonte: Tatiane Paula - Psicóloga Clínica
@tatianepaula.psi

08 de agosto | Dia Nacional da Pessoa com Atrofia Muscular Espinhal

Cinco coisas que você precisa saber sobre a Atrofia Muscular Espinhal


Informação é a chave para combater o preconceito e aumentar a inclusão social de pessoas com AME


O dia oito de agosto marca o Dia Nacional da Pessoa com Atrofia Muscular Espinhal, uma doença neuromuscular grave e progressiva que afeta aproximadamente um em cada 10.000 nascidos vivos e está entre as principais causas genéticas de morte infantil.

 

A AME é caracterizada pela deterioração e morte das células nervosas da medula espinhal responsáveis por controlar os músculos. A doença impacta progressivamente funções vitais básicas, como andar, engolir e respirar, por isso o diagnóstico precoce e o cuidado adequado são muito importantes.

 

Por ser uma doença rara e complexa, muitos aspectos sobre como é conviver com essa condição podem não estar claros para muitas pessoas, mas entender mais sobre a atrofia muscular espinhal é essencial para criar uma sociedade mais inclusiva. A Ana Carolina de Almeida, Medical Expert em doenças neuromusculares na Roche Farma Brasil, aproveita o momento de conscientização para discutir alguns aspectos que todo mundo deveria saber sobre a atrofia muscular espinhal.


 

Os sintomas podem se iniciar em diferentes etapas da vida dependendo do tipo de AME


A AME pode ser diagnosticada em bebês, crianças, adolescentes e adultos. Isso acontece pois não existe um único tipo da doença e sim, cinco, que são definidos de acordo com a idade de início dos sintomas e o maior marco motor alcançado.

 

A pesquisa “Retrato da AME no Brasil”, feita pela Editora Abril com apoio da Farmacêutica Roche e do Instituto Nacional da Atrofia Muscular Espinhal (INAME), entrevistou 144 cuidadores e pessoas com AME de todo o Brasil a fim de entender as barreiras de quem convive com a doença. A pesquisa mostrou que 53% apresentaram os primeiros sintomas com até 6 meses de vida, 17% com até 1 ano e meio de vida, 15% com mais de 1 ano e antes dos 5 anos de vida, 7% apresentaram sintomas depois dos 5 anos e 6% com mais de 21 anos de idade.

 


Apesar de não ter cura, há tratamento


Existem hoje abordagens medicamentosas disponíveis, inclusive de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Combinados com terapias de suporte, como a fisioterapia e a terapia ocupacional, os medicamentos específicos podem alterar significativamente o curso natural da AME. Quanto antes iniciado o gerenciamento medicamentoso e não medicamentoso da doença, maiores são as chances de evitar a degeneração dos neurônios e o acúmulo de comprometimentos que impactem negativamente a qualidade de vida da pessoa acometida.

 

A pesquisa também mostrou que 52% dos entrevistados relataram um melhor convívio com a doença com o uso de medicamentos específicos, enquanto outros 54% relataram essa melhora também com as terapias de suporte. Entretanto, muitos relatam ter dificuldade de acesso a ambos tipos de tratamento: 78% relataram dificuldade em conseguir acesso ao medicamento pelo SUS ou convênio médico, enquanto 63% apontaram essa dificuldade também em relação às terapias de suporte. 11% dos pacientes relataram não fazer qualquer terapia de suporte.

 


A AME não afeta somente crianças


Como citado anteriormente, a AME não é uma doença somente de bebês e crianças, podendo afetar também adolescentes e adultos. Para essa parcela da população, conviver com a doença traz outros pontos de atenção como autonomia, faculdade, lazer e mercado de trabalho.

 

A pesquisa mostrou que 15% das pessoas com AME concluíram o ensino médio, 17% estão cursando ou já concluíram algum curso de nível superior e outros 12% exercem uma atividade laboral. Entretanto, um dos pontos de atenção observado por 49% dos entrevistados é a falta de inclusão no mercado de trabalho, que precisa melhorar muito para acolhê-los.

 

Acessibilidade em espaços públicos ainda é um desafio

Não é só o mercado de trabalho que precisa ser mais acessível para as pessoas com AME. A pesquisa revelou que 97% das pessoas com a condição já deixaram de frequentar um local por falta de acessibilidade, devido à falta de elevadores, portas muito estreitas, má condição de calçadas e até mesmo a ausência de alguma opção de transporte adaptado para levá-los até os locais desejados.

 

Soma-se a isso o fato de 69% dos cuidadores apontarem que uma barreira muito grande para a sociabilização das crianças com AME é a falta de escolas preparadas para recebê-las. A falta de acessibilidade priva essas pessoas da vida em sociedade e do lazer, e nos mostra que é absolutamente necessário um olhar mais atento para que todos sejam incluídos nos ambientes comuns.


 

O cuidador da pessoa com AME também precisa de cuidados


O impacto da AME vai além do paciente e dados da pesquisa mostram que, não apenas 64% dos cuidadores - que na grande maioria das vezes são as mães - precisam deixar de trabalhar ou reduzir a jornada para participar ativamente dos cuidados da pessoa com AME, como 90% relatam problemas de saúde devido à falta de tempo para cuidados com si próprio.


Ansiedade, dores nas costas, braços e pernas, insônia e depressão são apenas alguns dos problemas de saúde relatados pelos cuidadores. Isso mostra que é necessário fazer mais por toda a comunidade em torno do paciente, visando melhorar a qualidade de vida de toda essa comunidade.


Agosto Dourado: benefícios e dificuldades da amamentação

Enfermeiro obstetra destaca os ganhos para mulheres e crianças e ressalta como enfrentar desafios

 

O mês de agosto é marcado pela campanha “Agosto Dourado: Incentivo ao aleitamento materno”. Essa prática é fundamental e boa tanto para o bem-estar do bebê quanto da mulher. Além de ser uma fonte rica em nutrientes importantes no desenvolvimento saudável da criança e um tempo de criação de laços parentais únicos, o ato de amamentar também traz benefícios para o corpo da mulher. Paulo São Bento, enfermeiro obstetra, doutor em Ciências e professor do curso de Enfermagem da UNINASSAU Rio de Janeiro, explica quais são essas vantagens e como lidar com as dificuldades desse período.

 

Estimular o aleitamento nos primeiros 30 minutos após o parto, por exemplo, é de extrema importância. De acordo com Paulo, a ação é essencial na recuperação pós-parto. “Um dos benefícios é que a sucção dos mamilos provoca a liberação de um hormônio chamado ocitocina, fundamental para a contração uterina, elemento importante para a formação do Globo de Segurança, evitando hemorragia após o nascimento do bebê”, destaca o enfermeiro obstetra.

 

Além disso, os benefícios para a criança são diversos. O leite materno sai das mamas pronto para o bebê, com todos os nutrientes necessários para cada fase. Vale ressaltar que o ato do aleitamento também envolve o estímulo adequado das estruturas anatômicas da boca e mandíbula do recém-nascido, o que favorece o crescimento saudável, reduzindo os riscos de problemas ortodônticos.

 

Entretanto, a amamentação não está isenta de desafios, que vão desde as dificuldades dos primeiros dias até mesmo o retorno da mulher ao trabalho. Os desafios incluem a exaustão de dias e noites mal dormidas, complicações que possam surgir, medos, expectativas construídas e possíveis frustrações, dificuldades com a rede de apoio, desinformação, entre outros. Por isso, as campanhas de incentivo e a ajuda de pessoas próximas são extremamente importantes nesse período. Segundo o professor Paulo, paciência, não intromissão, escuta ativa e participação oportuna no encorajamento à mulher em um momento de dificuldade são essenciais. Ajudá-la com alguma tarefa que a esteja preocupando é uma forma de contribuir.

 

“Sobre os desafios, destaco um ponto que está estampado na mais recente Campanha da Semana Mundial de Aleitamento Materno – SMAM 2023 cuja temática é ‘Apoie a amamentação: faça a diferença para mães e pais que trabalham’. A ideia deste ano está relacionada a oferecer informações sobre a importância da licença remunerada e o apoio para facilitar o aleitamento nos locais de trabalho de mulheres que amamentam”, ressalta o mestre em Enfermagem.

Amamentar é uma ação que envolve a criação de vínculo entre a mulher e o bebê, uma interação em que ambos estão se conhecendo e criando laços fundamentais desta nova relação. “O ato requer disponibilidade de tempo tranquilo e de entrega para que seja um momento prazeroso. Uma amamentação bem-sucedida é sinônimo de qualidade de vida, pois as repercussões serão as melhores possíveis” finaliza o enfermeiro.

 

Análise do perfil molecular do câncer de pulmão promove uma revolução no tratamento que ainda é acessível a poucos

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Além de classificar os subtipos de câncer de pulmão, atualmente também é possível definir os diferentes perfis moleculares e, com isso, saber se o paciente poderá se beneficiar de determinado medicamento especialmente desenhado para as características da doença. Porém, alerta o Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT), a chamada Oncologia de Precisão ainda é pouco acessível na Saúde Suplementar e no Sistema Único de Saúde (SUS)

 

Com o avanço da ciência proporcionado pela revolução genômica, não é suficiente hoje saber que um determinado paciente tem um tumor maligno diagnosticado no pulmão. É fundamental definir a classificação molecular da doença, ou seja, se este tumor é, por exemplo, um adenocarcinoma pulmonar com mutação no gene EGFR. Esta informação, é essencial para se oferecer ao paciente um acompanhamento individualizado e tratamento personalizado. É a chamada Oncologia de Precisão, que tem no câncer de pulmão o exemplo mais efetivo de evidências consolidadas, que alteraram a história natural da doença.

O Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT), em alusão ao “Agosto Branco” - mês de conscientização sobre câncer de pulmão - alerta para a necessidade de ampliação do acesso dos pacientes à Oncologia de Precisão, em especial aos medicamentos especialmente desenhados para agir em mecanismo moleculares específicos.  Na prática, o diagnóstico molecular consiste em se identificar mutações genéticas específicas presentes nas células cancerígenas, permitindo um tratamento personalizado e mais eficaz para os pacientes.

O GBOT, que lança a campanha “Perfil Molecular em Câncer de Pulmão”, reforça que Instituições de saúde, governos e organizações da sociedade civil devem unir esforços para promover a capacitação de profissionais de saúde, aprimoramento da infraestrutura e conscientização da sociedade, garantindo que cada vez mais pacientes possam se beneficiar do diagnóstico molecular no tratamento do câncer de pulmão. Essa informação, aliada ao perfil clínico do paciente, grau de agressividade e extensão da doença, permitem a acurácia diagnóstica e o mais adequado planejamento terapêutico.

Um exemplo de terapia-alvo da Era da Oncologia de Precisão é o alectinibe, medicamento incluído somente em 2021 no Rol de procedimentos obrigatórios da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e que agora está em fase de consulta pública para recomendação na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC). É um tratamento de primeira linha para pacientes adultos com câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) avançado e com mutação no gene ALK. Este medicamento inibe uma enzima produzida pela fusão dos genes ALK e EML4, que favorece a multiplicação das células tumorais no pulmão. Ao inibir essa enzima, o alectinibe dificulta o desenvolvimento e a sobrevivência das células cancerígenas, que deixam de progredir ou passam a regredir. Antes do Brasil, mais de 80 países já haviam aprovado esta droga. Outro exemplo é o osimertinibe, uma molécula desenvolvida para atacar o câncer de pulmão de não pequenas células que apresenta, especificamente, uma mutação no gene EGFR, que recentemente mostrou benefício para pacientes que foram operados. 

“Com o diagnóstico molecular, podemos selecionar as terapias direcionadas e inovadoras, aumentando as chances de sucesso e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Essas terapias personalizadas aumentaram a sobrevida dos pacientes com câncer de pulmão na última década”, ressalta a oncologista clínica Clarissa Baldotto, presidente do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT) e diretora do Núcleo de Integração Oncológica da Oncologia D'Or. Em linhas gerais, o painel de genes investigados em Oncologia de Precisão para câncer de pulmão inclui, atualmente, EGFR, KRAS, BRAF V600E, ALK, ROS1, RET, MET, HER2, NTRK1, NTRK2 e NTRK3

Apesar deste conhecimento e dos benefícios em ganho de sobrevida e melhora de outros desfechos para os pacientes, o acesso a essa tecnologia ainda enfrenta desafios no Brasil, tanto na esfera pública quanto na privada. Questões relacionadas à infraestrutura laboratorial, disponibilidade de recursos, financiamento e capacitação profissional são alguns dos obstáculos que precisam ser superados para democratizar o acesso, em todo o país, a abordagem. “Há evidências de que menos da metade dos pacientes brasileiros com câncer de pulmão recebem o diagnóstico molecular adequado. E a utilização do medicamento adequado depende dos testes”, lamenta o oncologista clínico Vladmir Cordeiro de Lima, vice-presidente do GBOT e titular do A.C.Camargo Cancer Center.


O QUE A CIÊNCIA SABE HOJE SOBRE CÂNCER DE PULMÃO – São duas as categorias principais de câncer de pulmão. A mais comum é a de não pequenas células (NSCLC), que responde por cerca de 85% dos casos de câncer de pulmão. Há vários subtipos de câncer de pulmão de não pequenas células que levam em consideração o tipo de célula epitelial onde a doença começa, incluindo o adenocarcinoma, carcinoma de células escamosas e carcinoma de grandes células. A segunda, que responde pelos outros cerca de 15% dos cânceres de pulmão, são do tipo de células pequenas (SCLC), doença que geralmente cresce e se espalha rapidamente para outras partes do corpo, incluindo os gânglios linfáticos.

O estágio do câncer no momento do diagnóstico é um dos determinantes para a eficácia das opções de tratamento. De acordo com o levantamento SEERs, do National Cancer Institute, dos Estados Unidos, quando o câncer de pulmão está restrito ao órgão (estadio 1) as chances de cura (o paciente estar vivo cinco anos após o tratamento, supera os 60%). Em casos de metástase (estádio 4), as chances de cura são inferiores a 10%.


CÂNCER DE PULMÃO EM NÚMERO: COMUM E O MAIS LETAL NO MUNDO - No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) o câncer de pulmão é o terceiro mais frequente entre homens e o quarto mais comum entre as mulheres, com estimativas de 32.560 novos casos em 2023, sendo 18.020 entre homens e 14.540 em mulheres. De acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer – SIM, em 2020 foram registradas 28.620 mortes por câncer de pulmão no Brasil.  No mundo, são 1,8 milhão de mortes anuais (o mais letal de todos, respondendo por 18,4% de todas as mortes por câncer), segundo o levantamento Globocan, da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer da Organização Mundial da Saúde (IARC/OMS).  


FATORES DE RISCO - Os principais fatores de risco para o câncer de pulmão são:

- História ou uso atual de tabaco
- Exposição ao fumo passivo
- Exposição a amianto, arsênico, cromo ou outros produtos químicos
- Viver em uma área com poluição do ar
- História familiar de câncer de pulmão
- Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)


SINTOMAS - Os sintomas do câncer de pulmão variam de pessoa para pessoa. Muitas vezes, os sintomas são facilmente confundidos com doenças respiratórias comuns, como bronquite ou pneumonia, atrasando um diagnóstico preciso. Os sintomas mais comuns do câncer de pulmão incluem:

- Tosse que não desaparece e piora com o tempo
- Dor no peito constante e muitas vezes agravada pela respiração profunda, tosse ou riso
- Dor no braço ou ombro
- Tosse com sangue ou catarro cor de ferrugem
- Falta de ar
- Chiado
- Rouquidão
- Infecções como pneumonia ou bronquite que não desaparecem ou voltam com frequência
- Inchaço do pescoço e rosto
- Perda de apetite e/ou perda de peso
- Sentir-se fraco ou cansado
- Alargamento das pontas dos dedos e leito ungueal também conhecido como “baqueteamento digital”


Se o câncer de pulmão se espalhar para outras partes do corpo, pode causar:

- Dor no osso
- Fraqueza no Braço ou dormência na perna
- Dor de cabeça, tontura ou convulsão
- Problemas de equilíbrio ou uma marcha instável
- Icterícia (coloração amarela) da pele e dos olhos
- Gânglios linfáticos inchados no pescoço ou ombro

 

 

GBOT - O Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica 

 https://www.gbot.med.br/.

 

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