Cinco coisas que você precisa saber sobre
a Atrofia Muscular Espinhal
Informação
é a chave para combater o preconceito e aumentar a inclusão social de pessoas
com AME
O dia oito de
agosto marca o Dia Nacional da Pessoa com Atrofia Muscular Espinhal, uma doença
neuromuscular grave e progressiva que afeta aproximadamente um em cada 10.000
nascidos vivos e está entre as principais causas genéticas de morte infantil.
A AME é
caracterizada pela deterioração e morte das células nervosas da medula espinhal
responsáveis por controlar os músculos. A doença impacta progressivamente
funções vitais básicas, como andar, engolir e respirar, por isso o diagnóstico
precoce e o cuidado adequado são muito importantes.
Por ser uma doença
rara e complexa, muitos aspectos sobre como é conviver com essa condição podem
não estar claros para muitas pessoas, mas entender mais sobre a atrofia
muscular espinhal é essencial para criar uma sociedade mais inclusiva. A Ana
Carolina de Almeida, Medical Expert em doenças neuromusculares na Roche Farma
Brasil, aproveita o momento de conscientização para discutir alguns aspectos
que todo mundo deveria saber sobre a atrofia muscular espinhal.
Os
sintomas podem se iniciar em diferentes etapas da vida dependendo do tipo de
AME
A AME pode ser
diagnosticada em bebês, crianças, adolescentes e adultos. Isso acontece pois
não existe um único tipo da doença e sim, cinco, que são definidos de acordo
com a idade de início dos sintomas e o maior marco motor alcançado.
A pesquisa
“Retrato da AME no Brasil”, feita pela Editora Abril com apoio da Farmacêutica
Roche e do Instituto Nacional da Atrofia Muscular Espinhal (INAME), entrevistou
144 cuidadores e pessoas com AME de todo o Brasil a fim de entender as
barreiras de quem convive com a doença. A pesquisa mostrou que 53% apresentaram
os primeiros sintomas com até 6 meses de vida, 17% com até 1 ano e meio de
vida, 15% com mais de 1 ano e antes dos 5 anos de vida, 7% apresentaram
sintomas depois dos 5 anos e 6% com mais de 21 anos de idade.
Apesar
de não ter cura, há tratamento
Existem hoje
abordagens medicamentosas disponíveis, inclusive de forma gratuita pelo Sistema
Único de Saúde (SUS). Combinados com terapias de suporte, como a fisioterapia e
a terapia ocupacional, os medicamentos específicos podem alterar
significativamente o curso natural da AME. Quanto antes iniciado o gerenciamento
medicamentoso e não medicamentoso da doença, maiores são as chances de evitar a
degeneração dos neurônios e o acúmulo de comprometimentos que impactem
negativamente a qualidade de vida da pessoa acometida.
A pesquisa também
mostrou que 52% dos entrevistados relataram um melhor convívio com a doença com
o uso de medicamentos específicos, enquanto outros 54% relataram essa melhora
também com as terapias de suporte. Entretanto, muitos relatam ter dificuldade
de acesso a ambos tipos de tratamento: 78% relataram dificuldade em conseguir
acesso ao medicamento pelo SUS ou convênio médico, enquanto 63% apontaram essa
dificuldade também em relação às terapias de suporte. 11% dos pacientes
relataram não fazer qualquer terapia de suporte.
A AME
não afeta somente crianças
Como citado
anteriormente, a AME não é uma doença somente de bebês e crianças, podendo
afetar também adolescentes e adultos. Para essa parcela da população, conviver
com a doença traz outros pontos de atenção como autonomia, faculdade, lazer e
mercado de trabalho.
A pesquisa mostrou
que 15% das pessoas com AME concluíram o ensino médio, 17% estão cursando ou já
concluíram algum curso de nível superior e outros 12% exercem uma atividade
laboral. Entretanto, um dos pontos de atenção observado por 49% dos
entrevistados é a falta de inclusão no mercado de trabalho, que precisa
melhorar muito para acolhê-los.
Acessibilidade
em espaços públicos ainda é um desafio
Não é só o mercado
de trabalho que precisa ser mais acessível para as pessoas com AME. A pesquisa
revelou que 97% das pessoas com a condição já deixaram de frequentar um local
por falta de acessibilidade, devido à falta de elevadores, portas muito
estreitas, má condição de calçadas e até mesmo a ausência de alguma opção de
transporte adaptado para levá-los até os locais desejados.
Soma-se a isso o
fato de 69% dos cuidadores apontarem que uma barreira muito grande para a
sociabilização das crianças com AME é a falta de escolas preparadas para
recebê-las. A falta de acessibilidade priva essas pessoas da vida em sociedade
e do lazer, e nos mostra que é absolutamente necessário um olhar mais atento
para que todos sejam incluídos nos ambientes comuns.
O
cuidador da pessoa com AME também precisa de cuidados
O impacto da AME
vai além do paciente e dados da pesquisa mostram que, não apenas 64% dos
cuidadores - que na grande maioria das vezes são as mães - precisam deixar de
trabalhar ou reduzir a jornada para participar ativamente dos cuidados da
pessoa com AME, como 90% relatam problemas de saúde devido à falta de tempo
para cuidados com si próprio.
Ansiedade, dores nas costas, braços e
pernas, insônia e depressão são apenas alguns dos problemas de saúde relatados
pelos cuidadores. Isso mostra que é necessário fazer mais por toda a comunidade
em torno do paciente, visando melhorar a qualidade de vida de toda essa
comunidade.
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