Na última
segunda-feira (31), foi divulgada a trágica notícia da morte de Angus Cloud,
conhecido por interpretar o personagem Fezco na aclamada série 'Euphoria', da
HBO. O ator de apenas 25 anos foi encontrado sem vida na casa de sua família em
Oakland, Califórnia. Embora a causa da morte não tenha sido revelada
oficialmente, um comunicado mencionou que Angus estava enfrentando uma batalha
pela saúde mental e lidando com a recente perda de seu pai, ocorrida uma semana
antes de sua morte.
A morte prematura
do ator levanta questões importantes sobre a saúde mental e a necessidade de
buscar apoio em momentos difíceis. A Psicóloga Clínica Tatiane Paula traz dicas
importantes para entender como lidar com o luto de forma saudável e encontrar
suporte nesses momentos.
De acordo com a
especialista, quando se trata de lidar com o luto, é importante permitir-se
sentir e expressar emoções, sem julgamentos. “É fundamental buscar uma rede
de apoio, seja por meio de amigos, familiares, psicoterapia ou até mesmo tratamento
medicamentoso, quando necessário. Embora grupos de apoio possam ser úteis, é
importante lembrar que o luto é um processo individual, e cada pessoa precisa
levar o tempo necessário para ressignificar sua perda e trabalhar a aceitação”.
Segundo Tatiane,
Elisabeth Kübler-Ross, psiquiatra suíça, propôs seis fases do luto: negação,
que é a dificuldade em aceitar a realidade da perda; raiva,
sentimento que pode surgir em relação à situação, a si mesma, aos outros ou até
mesmo à pessoa que faleceu; negociação, que consiste na
tentativa de negociar com uma força maior, buscando formas de reverter a perda
ou evitar o sofrimento; depressão, fase em que a tristeza
profunda e a sensação de vazio podem se instalar à medida que a pessoa enfrenta
a realidade da perda; aceitação, momento em que a pessoa
começa a aceitar a realidade da perda e a encontrar maneiras de seguir em
frente; e reconstrução, que envolve a construção de uma nova vida
sem a presença da pessoa perdida.
Reconhecer quando
um amigo ou familiar está com a saúde mental abalada e oferecer ajuda é
crucial. “Alguns sinais de que alguém pode estar passando por dificuldades incluem
mudanças de comportamento, oscilações de humor, isolamento social e alterações
físicas”, explica a psicóloga. Observar esses sinais e oferecer
apoio emocional, encorajando a busca por ajuda profissional, pode fazer a
diferença na vida de alguém que está enfrentando problemas de saúde mental.
Embora não haja
confirmação sobre a causa da morte de Angus Cloud, fontes indicam que a mãe do
ator ligou para o socorro relatando uma possível overdose. Nesse sentido, é
importante saber quando buscar tratamento para dependência em drogas ou
remédios. A especialista destaca a importância de encaminhar a pessoa para
ajuda profissional, como psicólogos especializados em terapia
cognitivo-comportamental, médicos psiquiatras, grupos de apoio e programas de
reabilitação.
Além disso,
existem alguns sinais indicativos de dependência, que são, conforme alega
Tatiane: aumento do consumo, quando a pessoa precisa de quantidades cada vez
maiores para alcançar os mesmos efeitos iniciais; impacto nas atividades
diárias, que é quando o uso passa afetar negativamente aspectos da vida
cotidiana; perda de controle, que consiste em não conseguir parar de ingerir as
drogas ou remédios; prejuízos na saúde, quando o uso está físicos ou mentais; e
estreitamento de repertório, característico do isolamento social.
Quando uma pessoa
é dependente e também possui transtornos mentais, o tratamento deve ser
abordado de forma integrada. “Conhecido como tratamento dual ou concorrente, ele
envolve uma equipe multidisciplinar, terapias individuais e grupais, além de
avaliação médica psiquiátrica. A terapia cognitivo-comportamental é uma
abordagem terapêutica eficaz nesses casos, aliada ao uso de medicamentos quando
necessário. O tratamento dual busca tratar as duas condições de forma global,
visando o bem-estar geral do paciente”, esclarece a psicóloga.
Viver com uma
dependência química e não buscar tratamento pode trazer uma série de perigos
para a saúde física, mental e emocional, além de afetar as relações pessoais e
a qualidade de vida. Os perigos incluem danos irreparáveis aos órgãos, problemas
cardíacos, pulmonares, hepáticos e neurológicos, aumento do risco de overdose,
agravamento de transtornos mentais, isolamento social, conflitos nas relações
familiares e amorosas, comprometimento acadêmico e profissional, risco de
acidentes, envolvimento em atividades ilegais e aumento do risco de overdose e
morte. É importante buscar tratamento para evitar esses perigos e melhorar a
qualidade de vida.
Fonte: Tatiane Paula - Psicóloga Clínica
@tatianepaula.psi
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