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segunda-feira, 15 de maio de 2023

Doenças inflamatórias intestinais contam com novos tratamentos, mas conscientização e diagnósticos precisos continuam sendo necessários

 Dia 19 de maio é o Dia Mundial de conscientização sobre essas doenças; Maio Roxo também lembra das doenças durante todo o mês


O dia 19 de maio é marcado por ser o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal e, por consequência, todo o mês de maio se tornou célebre pelo Maio Roxo, que visa conscientizar o público em relação a essas doenças. “Em todo o mundo, no mês de maio são realizadas palestras, corridas e iluminação a monumentos públicos que visam conscientizar sobre essas doenças que são tão desafiadoras e que interferem muito na qualidade de vida de seus pacientes”, afirma a médica proctologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Maristela Almeida.

A especialista, que acabou de voltar do Digestive Disease Week (DDW 2023), maior congresso de gastroenterologia que aconteceu em Chicago, nos Estados Unidos, explica que constantemente novos conhecimentos sobre os mecanismos de inflamação intestinal vêm sendo desenvolvidos e, com isso também, novas drogas vêm sendo apresentadas para o tratamento dessas doenças. “É importante salientar, que a maioria das drogas já estão disponíveis no Brasil, inclusive no SUS, o que nos permite oferecer excelentes alternativas de tratamento aos nossos pacientes, permitindo que convivam da melhor forma possível com essas doenças inflamatórias intestinais”, afirma ela.

Segundo a médica, duas doenças em especial chamam a atenção e merecem o alerta por parte da comunidade médica: a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. Abaixo, Maristela explica o que são essas doenças, suas causas e sintomas.


Doença de Crohn (DC)

O que é e principais causas – é uma doença inflamatória crônica, recidivante e que pode acometer desde a boca até o ânus, além de atingir todas as camadas do intestino. Sua causa ainda está em esclarecimento, mas sabe-se que muitos fatores se associam para o seu aparecimento: genética, microbiota intestinal e fatores ambientais, como por exemplo, o fumo.

Sintomas – a doença pode causar estreitamentos e até perfurações que causam fístulas. Então é muito comum o aparecimento de dor abdominal persistente em cólicas e diarreia. Pode causar aftas na mucosa bucal e aparecimento de múltiplas fístulas em região perianal. Como é uma doença que aparece mais frequentemente em adultos jovens (entre 15-30 anos), com um segundo pico após os 60 anos, nos jovens pode levar a um emagrecimento importante, desnutrição e anemia. Nas crianças, por todas essas alterações, pode ocorrer déficit de crescimento.


Retocolite Ulcerativa

O que é e principais causas - A retocolite também é uma doença inflamatória intestinal crônica e recidivante mas que acomete apenas o reto e o cólon (intestino grosso), daí o seu nome. Assim como a doença de Crohn, sua causa ainda está em esclarecimento e pode envolver fatores genéticos, ambientais, comportamentais e microbiota intestinal.

Sintomas - A retocolite se manifesta por diarreia com sangue e muco nas fezes. Outro sintoma muito comum, chamado de tenesmo, é a sensação de evacuação incompleta, que leva o paciente muitas vezes ao banheiro. Por conta de sangramentos frequentes, também é comum o aparecimento da anemia.

Para ambas as doenças, não há um tratamento específico. “O tratamento, baseado em corticoides, imunossupressores, medicamentos biológicos e até cirurgia, deve ser individualizado para melhor resposta. Ou seja, o que funciona para um paciente pode não funcionar para outro e só o médico vai poder ajudar nessa escolha”, afirma Maristela, ressaltando que, se houver um diagnóstico e tratamento adequados, seus portadores terão uma boa qualidade de vida.

Por fim, ela ressalta que não há prevenção para as doenças, mas que a adoção de certos hábitos pode ser de grande importância. “A realização de uma dieta saudável e a adoção de bons hábitos alimentares, não fumar, praticar exercícios e um trabalho de controle sobre emoções como ansiedade, além da realização de exames do intestino com certa frequência colaboram para dificultar seu aparecimento”, finaliza a médica do Hospital Edmundo Vasconcelos.

 

Hospital Edmundo Vasconcelos
www.hpev.com.br


A prótese de silicone rompeu. E agora?


Traumas mecânicos, qualidade do implante, desgaste natural e contratura capsular podem ser as causas de ruptura do implante. Mas como perceber a prótese de silicone rompeu?

 

Alteração no formato, perda da consistência, assimetria mamária e dor podem ser alguns dos sinais que apontam para o rompimento da prótese de silicone. Porém, muitas vezes a paciente não apresenta sintomas ou sinais clínicos.

 

Exames como a ultrassonografia e a ressonância magnética podem identificar alteração na integridade da prótese mamária, como a ruptura, nesse caso sendo recomendável retirar o implante o mais breve possível. “Apesar do gel de silicone ser coeso, em alguns casos a ruptura de implante pode ter o silicone extravasado, podendo até migrar para linfonodos da axila, gerando dor e incômodo", explica Dr. Fernando Amato, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

 

No explante é recomendado que o implante seja retirado em bloco, ou seja, dentro de sua cápsula, para evitar o extravasamento de silicone no campo cirúrgico. “A cápsula é comum de se formar ao redor de qualquer material que tenha sido implantado no corpo. Muitas vezes, sua resseção completa pode ser difícil por estar aderida a músculos e costelas. A reconstrução pode ser feita com ou sem uma nova prótese de silicone e realizada na mesma cirurgia do explante”, comenta Dr. Amato.

 



Dr. Fernando C. M. Amato – Graduação, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Membro Titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).
https://plastico.pro/
www.amato.com.br
https://www.instagram.com/meu.plastico.pro/


Conheça mais sobre o laser de CO2 utilizado na saúde íntima feminina


O laser de CO2 tem sido cada vez mais usado em diversas áreas da saúde e quando utilizado em tratamentos íntimos femininos, tem proporcionado resultados efetivos.

 

Uma das técnicas mais modernas para auxiliar na manutenção da qualidade de vida e ajudar na autoestima de mulheres, o laser de C02 atua na renovação dos tecidos (epitélio e colágeno) que revestem a vulva e a vagina. Por isso é indicado como um poderoso aliado de mulheres, principalmente na menopausa, quanta a renovação e manutenção desses tecidos se dificultam. Conheça agora os principais tratamentos e benefícios.


 

Quais são os benefícios do laser de CO2 em tratamentos íntimos?


- Ativação celular que promove formação de novos vasos, colágeno, síntese de epitélio e de diversas substâncias que melhora a qualidade do tecido;

 

- Resultados efetivos e duradouros: não depende da manutenção da paciente e em média seus efeitos duram 12 a 18 meses após o término do tratamento;

 

- Procedimento minimamente invasivo: os tratamentos com laser de CO2 são minimamente invasivos, não exigem cortes ou suturas;

 

- Procedimento no consultório: o laser de CO2 não exige período de internação hospitalar e o tempo de recuperação é curto, e as pacientes retomam suas atividades cotidianas no mesmo dia.

 

O laser de CO2, causa uma ativação celular no tecido no qual ele é aplicado. Esta ativação promove formação de novos vasos, colágeno, síntese de epitélio e de diversas substâncias que melhora a qualidade do tecido (exemplo mucosa vaginal).

 

Essa ativação, renovação e manutenção dos tecidos são realizadas por hormônios, principalmente o estrogênio, e com um tecido mais jovem esta função é preservada com mais facilidade. Mas com o passar do tempo, e a privação estrogênica, o tecido envelhece, fica difícil de reparar e torna-se danificado, envolvendo alterações vulvares, vaginais, da uretra e bexiga, levando a diversos sintomas.

 

A diminuição do estrogênio e outros hormônios, está presente na síndrome climatérica, paciente que estão amamentando, ou que fizeram cirurgia de retirara de ovário, ou em tratamento de alguns cânceres.

 

Assim, para caracterizar todos esses sintomas denomina-se A Síndrome Geniturinária da Menopausa (SGM), caracterizada pelo ressecamento na vagina e vulvar, queimação, ardor e irritação, sintomas sexuais de falta de lubrificação, dispareunia ou desconforto no ato sexual, e sintomas urinários como incontinência, urgência miccional, dor para urinar e infecções urinárias recorrentes. Atinge 27% a 84% das mulheres na pós-menopausa e se torna mais frequente com o passar do tempo e mais intensa se não tratada. Estima-se que em 2025 teremos mais de 1 bilhão de mulheres na menopausa com sintomas da SGM.


 

Quais são os principais tratamentos procurados por mulheres?


- Rejuvenescimento vaginal: o laser de CO2 pode ser utilizado para melhorar a aparência e a elasticidade da região vaginal, além de reduzir a flacidez e melhorar a lubrificação íntima.

 

- Tratamento de cicatrizes e marcas na região íntima: o laser de CO2 pode ajudar a reduzir cicatrizes e marcas causadas por cirurgias, partos ou outras condições.

 

- Clareamento genital: o laser de CO2 pode ser utilizado para clarear a região íntima, melhorando a autoestima e a confiança da paciente.

 

- Combate à incontinência urinária: o laser de CO2 pode ajudar a fortalecer os músculos da região íntima, reduzindo a incontinência urinária.

 

- Tratamento de fissuras e cicatrizes causadas por parto: o laser de CO2 pode ajudar a reduzir as fissuras e cicatrizes causadas pelo parto, melhorando a saúde e a estética da região íntima.

 

Em resumo, o laser de CO2 é uma tecnologia eficaz e segura para tratamentos íntimos femininos, proporcionando resultados duradouros e minimamente invasivos. É importante procurar um médico especializado em ginecologia e estética íntima para saber se esse tipo de tratamento é adequado para você.

 

Alergia à lactose? Intolerância ao leite?

 

Vamos resolver essa confusão? 

·         Conheça os principais alimentos que causam alergia

·         Alergia alimentar pode causar anafilaxia e até levar ao óbito

·         Alergia alimentar tem cura?

                                                       #semanaalergiaalimentar

 

De 15 a 19 de maio acontece a Semana de Conscientização em Alergia Alimentar e o Departamento Científico de Alergia Alimentar da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) preparou um Question and Answers para esclarecer algumas das principais dúvidas sobre o tema.

 

 No Brasil não há estatísticas oficiais, porém, a prevalência parece se assemelhar com a literatura internacional, que mostra cerca de 8% das crianças, com até dois anos de idade, e 2% dos adultos com algum tipo de alergia alimentar.

 

- O que é alergia alimentar?

Alergia alimentar é uma resposta anômala do sistema imunológico contra uma proteína de determinado alimento. Existe uma predisposição genética para isso e nos últimos anos se reconhece a influência do meio ambiente neste processo – mudança de estilo de vida e alimentação são alguns dos fatores mais associados. Ao reconhecer a proteína como algo prejudicial, o sistema imunológico deflagra algumas respostas que acabam por se manifestar em forma de sintomas desagradáveis e potencialmente graves.

 

- Existe alergia à lactose?


Não! Esse é um erro comum. Mas vamos explicar:


Alergia ao Leite – quando o paciente apresenta uma reação à proteína, seja a do leite ou de um outro alimento, como o ovo, que também é muito comum. Reações alérgicas podem ser graves e até fatais. Quem cuida da alergia à proteína é o especialista em Alergia e Imunologia.


Intolerância à Lactose – quando o paciente apresenta um desconforto no aparelho digestivo devido a uma reação ao açúcar do leite. Neste caso, não há risco grave para a saúde. Quem cuida da intolerância é o especialista em Gastroenterologia.

 

- Quais os sintomas da alergia alimentar?

Os sintomas são bastante variados e podem se manifestar de vermelhidões locais isoladas a um colapso cardiovascular. Entre as manifestações possíveis, destacam-se:

 

- Cutâneas: placas vermelhas localizadas ou difusas por todo corpo (urticária), inchaço de olhos, bocas e orelhas (angioedema), coceira. A dermatite atópica, lesão de pele extremamente pruriginosa (muita coceira), está associada a alimentos apenas nas formas mais graves (dermatite ou eczema disseminados pelo corpo e não apenas em dobras de cotovelos e joelhos).

 

- Gastrointestinais: diarreia e vômitos imediatos; um mecanismo imunológico conhecido por “não mediado por IgE” pode acarretar sintomas gastrintestinais mais tardios, horas ou dias após a ingestão (leite e soja são os alimentos mais comumente relacionados) e incluem um ou mais dos sintomas: diarreia com ou sem sangue, refluxo exacerbado, perda de peso, vômitos prolongados.

 

- Respiratória: falta de ar e chiado no peito (broncoespasmo) pode ocorrer de forma imediata após a ingestão do alimento. Pacientes com asma não controlada são mais predispostos a este sintoma. Mas é importante ressaltar que sintomas crônicos do sistema respiratório, como asma e rinite, dificilmente são manifestações de alergia alimentar quando não houver alterações cutâneas e/ou gastrintestinais.

 

- Cardiovasculares: a queda da pressão arterial, levando a desmaio, tontura, arroxeamento dos lábios (hipóxia) caracteriza o choque anafilático e representa a forma mais grave da doença.

 

Muito importante: a definição de anafilaxia não é apenas quando o paciente apresenta sintomas respiratórios e/ou cardiovasculares. O acometimento de dois ou mais sistemas (ex: cutâneo e gastrintestinal) caracterizam uma anafilaxia e devem ser tratados como tal (adrenalina intramuscular). Um exemplo: paciente com urticária (sistema cutâneo) e vômitos (gastrintestinal) já deve ser classificado como anafilático.  


- Quais são alimentos mais comumente alergênicos?

Existe uma lista de 8 alimentos principais: leite, ovo, soja, trigo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. No entanto, vários outros alimentos vêm paulatinamente ocupando espaço na lista dos alérgenos, caso das sementes (destaque para o gergelim) e algumas frutas. A frequência de alergia a amendoim e castanhas aumentou entre a população pediátrica nos últimos anos.

 

- Na primeira exposição ao alimento a pessoa já pode ter uma reação alérgica?  

Para apresentar uma reação alérgica, o indivíduo deverá ter tido algum contato com o alimento previamente, o que leva à sensibilização (formação de anticorpos sem reação clínica). Algumas vezes, esse contato não ocorre de maneira óbvia, por meio da ingestão. A sensibilização pode ocorrer por meio de contato com a pele (exemplos:  cremes, hidratantes e pomadas que contenham proteínas de alimentos em sua composição, como leite e algumas castanhas) ou até mesmo via leite materno. Alguns alimentos são ingeridos várias vezes antes do paciente apresentar reações, como os frutos do mar. Outros, como o leite e ovo, geralmente não necessitam de um tempo prolongado de exposição antes de desencadear sintomas.

 

- Alergia alimentar pode ser fatal?

Sim. A maior parte das anafilaxias em crianças de até 5 anos de idade ocorre por alimentos, com chance de óbito se não prontamente atendidas. Ainda que a adrenalina intramuscular (medicamentos de emergência) tenha sido administrada adequadamente no momento da reação, o paciente deverá ser observado por algumas horas, uma vez que há chance de apresentar a mesma reação horas depois (reação bifásica, registrada em cerca de 25% dos pacientes). No caso de ser a primeira reação, ainda que não anafilática, e o paciente/família não estiverem cientes do tratamento, a procura por atendimento médico também é recomendada. 

 

- Alergia alimentar tem cura?

Alimentos como leite, ovo, trigo e soja, tipicamente iniciados na infância, causam alergias mais efêmeras e grande maioria perde a alergia até a segunda década de vida. Amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar, passíveis de iniciar em qualquer idade, são tipicamente persistentes por toda a vida do indivíduo. As características das respectivas proteínas parecem estar relacionadas com a história natural da doença.

 


ASBAI - Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
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Velocidade de comunicação das informações no cérebro aumenta até vida adulta, aponta pesquisa

Descoberta pode ajudar os médicos a oferecer terapias para tratar ansiedade, depressão e transtorno bipolar


Era comum pensar que a velocidade das informações transmitidas entre as regiões do cérebro se estabilizava durante o início da adolescência. Um novo estudo publicado na revista Nature Neuroscience pelos pesquisadores da Mayo Clinic e colegas dos Países Baixos descobriu que a velocidade de transmissão continua a aumentar até o começo da vida adulta.

O melhor entendimento do desenvolvimento do cérebro pode ajudar os médicos a oferecer terapias para tratar ansiedade, depressão e transtorno bipolar, uma vez que essas doenças podem aparecer no final da adolescência e começo da vida a adulta.

“O entendimento fundamental da trajetória de desenvolvimento dos circuitos cerebrais pode ajudar a identificar períodos sensíveis de desenvolvimento nos quais os médicos poderiam oferecer terapias aos seus pacientes,” afirma a Dra. Dora Hermes, engenheira biomédica da Mayo Clinic e autora sênior do estudo.

Chamado de conectoma humano, o sistema estrutural das vias neurais no cérebro ou sistema nervoso se desenvolve conforme a pessoa cresce. Entretanto, ainda não há uma boa descrição sobre a maneira como as mudanças estruturais afetam a velocidade da sinalização neuronal.

“Assim como o tempo de deslocamento de um caminhão depende da estrutura de uma estrada, a velocidade de transmissão dos sinais entre as áreas do cérebro depende da estrutura das vias neurais,” explica a Dra. Hermes. “O conectoma humano amadurece durante o desenvolvimento e envelhecimento, e pode ser afetado pelas doenças. Todos esses processos podem afetar a velocidade do fluxo de informações no cérebro.” No estudo, a Dra. Hermes e seus colegas estimularam pares de eletrodos com um breve pulso elétrico para medir o tempo que o sinal levou para viajar entre as regiões do cérebro em 74 participantes da pesquisa entre idades de 4 e 51 anos. As medidas intracranianas foram feitas em uma pequena população de pacientes que tinham eletrodos implantados para o monitoramento de epilepsia no Centro Médico Universitário de Utrecht, nos Países Baixos.

Os atrasos de resposta nas regiões conectadas do cérebro demonstraram que as velocidades de transmissão no cérebro humano aumentaram ao longo da infância e até o começo da idade adulta. Houve uma estabilização por volta dos 30 e 40 anos.

Os dados da equipe indicaram que as velocidades de transmissão em adultos foram cerca de duas vezes mais rápidas em comparação com aquelas encontradas na infância. As velocidades de transmissão foram mais rápidas em pessoas de 30 ou 40 anos quando comparadas com as dos adolescentes.

A velocidade de transmissão cerebral é medida em milissegundos, uma unidade de tempo igual a um milésimo de segundo. Por exemplo, os pesquisadores mediram a velocidade neuronal de viagem de um sinal entre as regiões frontal e parietal do cérebro de um paciente de 4 anos de idade em 45 milissegundos. Em um paciente de 38 anos de idade, a mesma via foi medida em 20 milissegundos. Em termos comparativos, um piscar de olhos leva de 100 a 400 milissegundos.

Os pesquisadores estão trabalhando para caracterizar a conectividade orientada por estímulo elétrico no cérebro humano. Uma das próximas etapas é entender melhor a maneira como as velocidades de transmissão mudam com as doenças neurológicas. Existe uma colaboração entre os estudiosos, neurocirurgiões pediátricos e neurologistas para entender como as doenças mudam as velocidades de transmissão em comparação com o que estaria considerado dentro da faixa normal para um certo grupo etário.

A pesquisa é subsidiada pelo National Institute of Mental Health dos National Institutes of Health (R01MH122258). Os autores não relataram nenhuma divulgação relevante. Uma lista completa de autores e afiliações pode ser encontrada no artigo da pesquisa.

Para obter mais informações, acesse a revista Discovery's Edge.

 

Mayo Clinic
Rede de Notícias da Mayo Clinic


Piscar sem controle pode ser sinal de blefaroespasmo: entenda a doença

 

Blefaroespasmo é uma condição neurológica caracterizada por contrações involuntárias dos músculos das pálpebras. Essas contrações podem ser leves, como uma sensação e piscar excessivo, ou mais severas, causando a interrupção temporária da visão.

A ciência ainda não identificou uma causa exata para o problema, mas pode estar relacionada a uma disfunção do sistema nervoso que controla os músculos das pálpebras.

“Os portadores dessa afecção piscam sem parar a ponto de não enxergarem nem de conseguirem fazer atividades simples do dia a dia, como cozinhar, dirigir e ler", explica o Dr. André Borba, oftalmologista, especialista em Cirurgia Reconstrutiva e Estética das Pálpebras e Via Lacrimal e professor-fundador da Ocuplastics Academy.

Alguns fatores que podem desencadear ou agravar a condição incluem estresse, fadiga, uso excessivo de cafeína e exposição prolongada do olhar para uma tela de computador.

O tratamento do blefaroespasmo pode incluir injeções de toxina botulínica (conhecida como Botox) em pontos específicos da pálpebra, ajudando a corrigir a contração do músculo. Normalmente, a aplicação deve ser feita a cada 6 meses.

Além disso, algumas técnicas de relaxamento, como meditação e yoga podem ser úteis para aliviar o estresse e reduzir os sintomas do blefaroespasmo.

Em caso de qualquer alteração no movimento dos olhos, é fundamental procurar um especialista o quanto antes, para que seja feito um exame minucioso a fim de detectar a doença e, se necessário, iniciar o tratamento.

  

Dr. André Borba - doutor em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo (USP), pós-doutorando pela Universidade Estadual “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP). Fellowship em Oculoplástica pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA/ EUA). Autor do livro Técnicas de Rejuvenescimento Facial com Toxina Botulínica e MD Codes TM, relator do livro Oculoplástica e Oncologia ocular, tema oficial do Conselho Brasileiro de Oftalmología 2021. Membro da Sociedade Brasileira e da Portuguesa de Medicina Estética, e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular (SBCPO), da Sociedad Panamericana de Oculoplastía (SOPANOP), e das sociedades norte-americana e europeia de cirurgia plástica Ocular e reconstrutiva. (ASOPRS e ESOPRS, nas siglas em inglês).

Campanha de Voz de 2023: exames gratuitos para diagnóstico do câncer de laringe e conscientização sobre os riscos do tabagismo

A Campanha de Voz de 2023 é uma iniciativa para conscientizar a população sobre os riscos do tabagismo. Com o objetivo de combater o câncer de laringe, uma das principais doenças causadas pelo cigarro, a campanha oferece exames gratuitos para fumantes com mais de 40 anos, buscando diagnosticar precocemente a doença e aumentar as chances de cura. Os interessados devem fazer a inscrição até 31 de julho no site bocaegarganta.com.br. 

A campanha destaca a importância de se cuidar da saúde e reforça a necessidade de abandonar o cigarro para uma vida mais saudável. Vale lembrar que o tabaco é responsável por diversas mortes evitáveis em todo o mundo, sendo uma das principais causas de problemas respiratórios, cardíacos e até mesmo câncer. 

Embora haja diversas campanhas de conscientização e esforços para reduzir o consumo de cigarro, o número de fumantes ainda é alarmante em muitos países. Além disso, o uso do cigarro eletrônico, especialmente entre os jovens, é motivo de preocupação para as autoridades de saúde, já que os chamados 'pods' podem ser tão prejudiciais quanto os cigarros convencionais. 

Neste Dia Mundial do Combate ao Tabagismo, é fundamental lembrar que a prevenção e a adoção de hábitos saudáveis são essenciais para uma vida plena e livre de doenças. Abandonar o cigarro, praticar atividades físicas e manter uma alimentação equilibrada são algumas das medidas que podem contribuir para uma vida mais saudável e feliz.


Aumento de casos de assédio sexual no trabalho acende alerta no país

Especialista da área aponta que alta de 200% nos últimos cinco anos demonstra maior conscientização de colaboradores quanto ao assunto

 

De acordo com um levantamento da consultoria de jurimetria Data Lawyer, de 2018 a 2022, o número de ações trabalhistas que citam assédio sexual cresceu 200% no país. O estudo ainda indica que apenas no ano passado, cerca de 6440 processos movidos contra empregadores tratavam do assunto. No total, as 47,6 mil ações movidas totalizam R$6,25 bilhões em pagamentos, caso todos os casos sejam vencidos pelos ex-funcionários. 

Para a advogada Ana Paula Cardoso, do escritório Aparecido Inácio e Pereira, o crescimento de ações está ligado à uma maior conscientização do trabalhador quanto às situações ocorridas. “Este movimento tem como um dos grandes fatores, o maior conhecimento do assunto pelos trabalhadores, com divulgações de informações pelas redes sociais, palestras, treinamentos e a estruturação dos canais de denúncias”, comenta.

Ainda segundo a especialista, o avanço da comunicação interna e externa deve ser um importante aliado para colaboradores que sofram qualquer tipo de assédio no ambiente de trabalho. “A informação e a comunicação são utensílios poderosos para a melhoria do conhecimento e denúncia destas situações”, opina.


O que caracteriza o assédio sexual dentro do ambiente de trabalho

O assédio sexual em linhas gerais, trata-se de situações em que um colaborador constrange, por meio de condutas de conotação sexual, outro colega de trabalho.  Entre as várias situações que podem se caracterizar como assédio sexual, estão:

  • Insinuações de conotação sexual, por meio de mensagens, toques, olhares e gestos, entre outros.
  • Importunação por contato físico, criando situações de contato, sem a vontade recíproca de seu semelhante;
  • Constranger, por meio de comentários, piadas de duplo sentido e perguntas;
  • Promessas de benefícios em troca de favores sexuais.

É importante que, colaboradores que passem por situações idênticas ou semelhantes no ambiente de trabalho, procurem a empresa para informar os fatos, e que não tratem as interações com normalidade.

“No caso da empresa tomar conhecimento sobre alguma ocorrência, o primeiro passo é a apuração dos fatos. É importante também que a vítima junte o máximo de provas possível e caso haja uma ausência de intervenção por parte da empresa, o funcionário pode buscar auxílio no Ministério Público do Trabalho, com a ajuda de profissionais especializados”, explica Ana Paula.


Conteúdos que podem servir como prova, auxílio à vítima e penalizações ao agressor

Diversos conteúdos podem ser utilizados como prova para a prática de assédio sexual no ambiente de trabalho. Gravações, prints de mensagens eletrônicos, como e-mails, whatsapp, e redes sociais, além de áudios, ligações, denúncias feitas para a própria empresa, e até mesmo ex-colegas ou colegas de trabalho, que possam servir de testemunhas dos assédios praticados.

“Além de ser demitido por justa causa, é possível que o funcionário que pratica assédio seja indiciado criminalmente. A vítima pode solicitar a rescisão indireta do contrato de trabalho, além de receber todas as verbas rescisórias correspondentes, como se fosse demitida sem justa causa, além de poder cobrar na justiça ressarcimento por danos morais”, finaliza a especialista.

 


Dra. Ana Paula Cardoso - Advogada no escritório Aparecido Inácio e Pereira Advogados Associados.

 

A relevância da educação parental para evitar conflitos familiares perante as leis brasileiras


A família é a base da sociedade e é natural que, em um ambiente tão importante e fundamental, haja conflitos e desentendimentos. No entanto, quando esses conflitos saem de controle e chegam às esferas jurídicas, a situação pode se tornar ainda mais complexa e difícil de ser resolvida. É nesse momento que a educação parental se torna uma importante ferramenta para evitar conflitos familiares perante as leis brasileiras.

A educação parental é o processo de educar os filhos, de forma intencional, consciente e amorosa, com o objetivo de formar indivíduos autônomos, críticos e responsáveis. Essa educação deve ser pautada em valores éticos e morais e deve levar em conta as questões culturais e sociais que envolvem a família.

Quando a educação parental é bem trabalhada é possível evitar conflitos familiares que possam acabar se tornando questões jurídicas. Afinal, é através da educação que se ensina o respeito ao outro, a convivência pacífica e a solução de problemas de forma justa e amigável.

Além disso, é importante lembrar que a legislação brasileira preza pela família como núcleo fundamental da sociedade e busca sempre preservar a integridade da família em seus julgamentos. No entanto, quando a situação chega ao extremo e a lei precisa intervir, ter uma base de educação sólida pode fazer toda a diferença.

Vale lembrar que a educação parental não é uma tarefa fácil e muitas vezes pode exigir ajuda externa, como terapeutas e psicólogos. No entanto é fundamental que os pais assumam a responsabilidade de educar seus filhos para que possam evitar conflitos e problemas futuros.

Em casos mais graves, como separações litigiosas e disputas de guarda, a educação parental pode ser um importante aliado para garantir que a decisão judicial seja justa e equilibrada, preservando os direitos dos envolvidos e evitando danos emocionais irreparáveis.

Em resumo, a educação parental é uma ferramenta valiosa para evitar conflitos familiares perante as leis brasileiras. Investir nessa educação é investir em um futuro mais justo e equilibrado, tanto para a família como para a sociedade como um todo. 



Paulo Eduardo Akiyama - formado em economia e em direito desde 1984. É palestrante, autor de artigos, sócio do escritório Akiyama Advogados Associados e atua com ênfase no direito empresarial e direito de família.
http://www.akiyama.adv.br/


STF marca novo julgamento sobre demissão sem justa causa: quais os possíveis impactos?

O possível término da demissão sem justa causa é uma pauta presente no judiciário há 25 anos. Após diversas discussões e paralisações sobre o tema, a retomada deste julgamento foi marcada para o final deste mês pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Caso aprovada, gerará mudanças significativas nas relações de trabalho, mas muitos mitos ainda são vistos sobre este entendimento, os quais devem ser compreendidos com clareza para facilitar a adaptação neste possível cenário.

Atualmente, as empresas que optam pela demissão sem justa causa devem arcar com multa de 40% dos depósitos de FGTS; aviso prévio indenizado, caso não seja trabalhado; 13° salário e férias proporcionais à quantidade de meses trabalhados no ano; e possíveis multas oriundas de acordo com a classe sindical.

Em 2022, dados divulgados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) relataram que 47% das demissões de trabalhadores no Brasil foram sem justa causa. A proposta, agora, seria a retirada desta opção para os empregadores, seguindo as diretrizes estabelecidas na Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em seu lugar, será preciso existir um justo motivo para o desligamento de um trabalhador, o que é diferente da justa causa que temos hoje na legislação.

Caracterizada como a punição mais grave ao colaborador, o rompimento por justa causa se dá pelo não cumprimento das obrigações acordadas entre as partes no contrato de trabalho, em situações como embriaguez, abandono do emprego, divulgação de segredos da empresa ou ofensa moral aos colegas de trabalho. Já no desligamento por justo motivo, como traz a Convenção 158, diz respeito a situações técnicas, estruturais, econômicas ou análogas que justifiquem a saída deste profissional, como alterações tecnológicas na companhia que não demandem mais os serviços do trabalhador ou alterações de cunho econômico que tenham trazido dificuldades financeiras ao negócio.

Seguida por diversos países, as normas previstas por esta Convenção foram determinadas, dentre tantos motivos, para amenizar as perdas financeiras ocasionadas pela demissão sem justa causa. Afinal, além do pagamento de todas as verbas previstas na legislação para os cofres das empresas, bem como a alta rotatividade após custos com treinamento de determinado profissional,  há também um forte déficit para os cofres públicos ao arcarem com o seguro-desemprego até que o profissional seja recolocado no mercado.

Porém, como toda mudança, sempre existem os prós e contras. Aqueles que não defendem a vigência da Convenção alegam que já temos uma legislação que indeniza o trabalhador desligado sem motivo. Ainda, junto a um apoio governamental com seguro-desemprego, temos a questão da precarização: em certos países onde a Convenção 158 vigora, tem-se observado uma precarização e informalidade na contratação – já que, para não precisar burocratizar o justo motivo no desligamento, empresas acabaram optando por realizar contratos informais, em regimes avulsos ou como prestação de serviço por meio de PJ.

Analisando essa probabilidade no Brasil, a aprovação do fim da demissão sem justa causa acabaria alterando diversos pontos estabelecidos na CLT, em nossa constituição, em diversas leis já enraizadas e, até mesmo, em entendimentos jurisprudenciais concretizados. Uma decisão que, certamente, demandaria mudanças enormes com efeitos drásticos.

Não há como garantirmos o rumo que essa pauta tomará, muito menos como seria a prática do judiciário nos casos concretos. No momento, nos resta aguardar o desenrolar do tema, priorizando sempre a forma menos prejudicial possível, tanto aos trabalhadores quanto aos empregadores.

 



Caroline Garcia - Coordenadora da área trabalhista do Arbach & Farhat Advogados.

Arbach & Farhat
https://arbachefarhat.com.br/

 

Canetas de insulina se transformam em cadeiras plásticas com ajuda de projeto inovador na Dinamarca

De acordo com Rica Mello, líder da Câmara de Descartáveis e precursor do projeto Plástico Amigo, a iniciativa possibilita que esses produtos apresentem um menor impacto ambiental

 

Além de serem objetos discretos, leves e fáceis de carregar, as canetas de insulina são fundamentais para pessoas com diabetes, que conseguem administrar a dose correta do medicamento a qualquer hora e em qualquer lugar. 

Essa ferramenta trouxe uma melhoria significativa na qualidade de vida de quem convive com a doença, dispensando a necessidade de andar com as tradicionais seringas de vidro. No entanto, trouxe preocupações ambientais, tendo em vista que as canetas são 77% compostas por plásticos que, por questões de saúde pública, não podem ser descartados em uma lixeira de reciclagem tradicional.

Com isso, o destino mais comum das canetas de insulina ao fim de sua vida útil, é a incineração.

No entanto, de acordo com Rica Mello, líder da câmara de descartávei e precursor do projeto Plástico Amigo, a economia circular pode ser fundamental para reutilizar esse tipo de material, mantendo-os em uso pelo maior tempo possível, reduzindo a geração de resíduos e minimizando a extração de novos recursos. “A empresa dinamarquesa Novo Nordisk se propôs a encontrar uma solução para o fim da vida desses produtos, transformando-os em recursos. Todos os anos, essa companhia distribui 600 milhões de canetas injetoras descartáveis em todo o mundo. Isso representa mais de 12 mil toneladas de plástico. Para alcançar seu objetivo, a organização anunciou o projeto ReturnPen, o primeiro esquema de recuperação e reciclagem de canetas injetoras descartáveis na França”, relata. 

Segundo o especialista, a iniciativa faz parte da estratégia ambiental “Circular for Zero” e, até agora, foi desenvolvida em outros três países, sendo eles Dinamarca, Reino Unido e Brasil. “Na Dinamarca, em dois anos o programa já coletou 77 mil canetas, enquanto 15 mil foram recicladas no Reino Unido desde o lançamento do programa, em novembro de 2021. A projeção é de que 700 mil sejam recicladas até o final de 2023. Atualmente, o programa também está sendo implementado nos Estados Unidos, Japão, China, Alemanha e Itália”, declara.

O processo de devolução e reciclagem das canetas é realizado com simples procedimentos, e possibilita uma nova vida ao material utilizado. “Os usuários podem solicitar uma bolsa de reciclagem em uma farmácia ou no site oficial do projeto. Após utilizar as canetas, as agulhas são removidas e os objetos são colocados na bolsa, sendo entregues na farmácia ou enviados pelo correio. Na Dinamarca, as injeções serão processadas e recicladas pela Zirq Solutions, que criou um processo industrial para reciclar até 85% dos materiais e reutilizá-los na fabricação de cadeiras de plástico, cada uma feita a partir de 120 canetas usadas”, revela Rica Mello. 

Até 2024, a empresa dinamarquesa pretende coletar 5 milhões de canetas usadas a cada ano na França.

Sem esse tipo de iniciativa, o líder da Câmara de Descartáveis acredita que esses produtos poderiam gerar problemas no futuro. “Se nada for feito, é possível que surja uma situação semelhante à das cápsulas de café, que geram grandes quantidades de resíduos difíceis de serem reciclados, contribuindo para a poluição do meio ambiente”, finaliza.

 

Ricardo Mello - líder da Câmara de Descartáveis, palestrante e empreendedor em diversas áreas de atuação. Encabeça, junto com outros membros, o projeto Plástico Amigo, que busca aumentar a conscientização sobre as propriedades benéficas do material. Para saber mais, acesse https://www.plasticoamigo.com.br/.

 

Alerta CEO’s: 5 indícios de etarismo dentro das empresas


Nas últimas semanas, vimos casos de etarismo ganharem repercussão e as pessoas começaram a dar voz a um grupo que sofre há muito tempo com um preconceito velado, imposto facilmente no dia a dia. Esse sofrimento, em sua maioria, está atrelado principalmente à carreira profissional.

Conhecido popularmente como etarismo, esse preconceito também pode ser chamado de discriminação etária, idadismo ou ageismo - termo advindo de uma palavra já muito conhecida no ramo empresarial, o “aging”. Dessa forma é chamado o tipo de discriminação contra pessoas ou grupos baseado na idade.

Um bom exemplo foi o caso da estudante Patrícia Linares, de 45 anos, que ganhou repercussão após sofrer preconceito quando, duas colegas de classes mais jovens, gravaram vídeos a ridicularizando por "acharem um absurdo ter uma colega de sala com 40 anos".  Contudo, se verificarmos a nossa volta, facilmente iremos encontrar depoimentos não só de pessoas +40, +50, como também de pessoas consideradas jovens para o mercado de trabalho e que se viram sem credibilidade tão somente pela idade que tinham ou aparentavam ter.

É importante tirarmos um tempo para analisar essa realidade. Na sua empresa, termos como “muito velho” ou “novo demais” são citados nos momentos de tomada de decisão? Se sim, talvez seja a hora de ligar o alerta e recalcular a rota do que está sendo normalizado.

 

O primeiro sinal de etarismo na sua empresa

Um dos primeiros e mais perceptíveis sinais de etarismo dentro de uma empresa, são frases como “Ele não entende dessas coisas, pois já está velho”, ‘‘Ele está muito bem pra idade dele” ou até mesmo “Eu acho que isso não combina com sua idade”. Muitas vezes essas frases surgem como uma brincadeira, ou até mesmo a tentativa de um elogio ou conselho, porém não são nada além de preconceito velado.

 

Traumas e demissão marcam outra forma de etarismoA exclusão de funcionários de dinâmicas e conversas da equipe, devido a idade também é uma prática etarista. Segundo estudo realizado pela Universidade Sauder School of Business da Columbia Britânica, a exclusão pode gerar insatisfações maiores do que a prática de bullying no ambiente de trabalho. Inclusive podendo acarretar doenças psicológicas e constante vontade de demissão.

 

Desvalorizar opiniões ou ideias de acordo com a idade do colaborador

A desvalorização de opiniões, ideias e feedbacks é um assunto que já vem sendo trabalhado por muitas frentes, sendo elas frentes femininas, antirracistas e LGBTQIA+, e agora teremos também a frente contra o etarismo para endossar essa luta contra a desvalorização empresarial. Isso acontece porque grupos específicos veem constantemente suas ideias, falas e opiniões serem tratadas como irrelevantes apenas por serem quem são. Precisamos entender que desconsiderar a fala de alguém por ser muito jovem ou mais velho, coloca sua empresa em uma posição etarista, e leva ao desperdício de boas ideias, networking e de uma interação plural, que hoje é vista como cada vez mais agregadora.

 

Estacionar a carreira do colaborador

A prática de congelar um colaborador em um setor, levando em conta que ele é velho demais para outros cargos, ou até mesmo novo demais para ser promovido trata-se de uma ação preconceituosa. Imagine só, você sentir-se totalmente pronto para um novo desafio, ter plena consciência de sua evolução e ainda sim ver sua carreira estacionada pois estão levando em consideração somente a idade que possui. Parece péssimo, não?!

Em momentos como de promoção, considere outros pontos dos seus colaboradores. Avalie suas qualidades, pontos a melhorar e não esqueça que o feedback é uma prática muito importante, independente da decisão que for tomada.

 

Cuidado com os pedidos de contratação para o RH

Usar a cultura “jovem” da empresa como desculpa para não contratar pessoas mais velhas é mais comum do que parece. Muitas vezes, o time de recursos humanos encontra o perfil perfeito para aquela vaga, mas se vê impossibilitado de dar prosseguimento a seleção, devido a pedidos feitos pelos contratantes.

Cultura jovem está muito longe de ser relacionada tão somente com a idade, a experiência e o aperfeiçoamento ao longo de uma carreira com certeza pode agregar muita jovialidade a vaga. Ao tratar com pessoas, desculpas como essas serão totalmente prejudiciais ao candidato e afastará bons perfis para a empresa.

 

Ouvir é um caminho para a solução desses e outros problemas

Por fim, é importante sempre estar disposto a escutar seus colaboradores. Aprendi, ao longo da minha vida, que ouvir é um dos princípios do networking que mais trazem resultados. Ao escutarmos o que os outros têm para nos dizer, iremos enxergar além de nossos olhos, sentir além de nossas emoções.

Entendo que ainda estamos com um longo caminho para percorrer em busca do mundo empresarial equitativo, mas lembre-se que cada detalhe dessa jornada importa.

 

Mara Lemes Martins - PhD. Psicóloga e VP da BNI Brasil - Business Network International - a maior e mais bem-sucedida organização de networking de negócios do mundo. 


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