De acordo com Rica
Mello, líder da Câmara de Descartáveis e precursor do projeto Plástico Amigo, a
iniciativa possibilita que esses produtos apresentem um menor impacto ambiental
Além de serem objetos discretos, leves e fáceis de
carregar, as canetas de insulina são fundamentais para pessoas com diabetes,
que conseguem administrar a dose correta do medicamento a qualquer hora e em qualquer
lugar.
Essa ferramenta trouxe uma melhoria significativa
na qualidade de vida de quem convive com a doença, dispensando a necessidade de
andar com as tradicionais seringas de vidro. No entanto, trouxe preocupações
ambientais, tendo em vista que as canetas são 77% compostas por plásticos que,
por questões de saúde pública, não podem ser descartados em uma lixeira de
reciclagem tradicional.
Com isso, o destino mais comum das canetas de
insulina ao fim de sua vida útil, é a incineração.
No entanto, de acordo com Rica Mello, líder da
câmara de descartávei e precursor do projeto Plástico Amigo, a economia
circular pode ser fundamental para reutilizar esse tipo de material,
mantendo-os em uso pelo maior tempo possível, reduzindo a geração de resíduos e
minimizando a extração de novos recursos. “A empresa dinamarquesa Novo Nordisk
se propôs a encontrar uma solução para o fim da vida desses produtos,
transformando-os em recursos. Todos os anos, essa companhia distribui 600
milhões de canetas injetoras descartáveis em todo o mundo. Isso representa mais
de 12 mil toneladas de plástico. Para alcançar seu objetivo, a organização
anunciou o projeto ReturnPen, o primeiro esquema de recuperação e reciclagem de
canetas injetoras descartáveis na França”, relata.
Segundo o especialista, a iniciativa faz parte da
estratégia ambiental “Circular for Zero” e, até agora, foi desenvolvida em
outros três países, sendo eles Dinamarca, Reino Unido e Brasil. “Na Dinamarca,
em dois anos o programa já coletou 77 mil canetas, enquanto 15 mil foram
recicladas no Reino Unido desde o lançamento do programa, em novembro de 2021. A
projeção é de que 700 mil sejam recicladas até o final de 2023. Atualmente, o
programa também está sendo implementado nos Estados Unidos, Japão, China,
Alemanha e Itália”, declara.
O processo de devolução e reciclagem das canetas é
realizado com simples procedimentos, e possibilita uma nova vida ao material
utilizado. “Os usuários podem solicitar uma bolsa de reciclagem em uma farmácia
ou no site oficial do projeto. Após utilizar as canetas, as agulhas são
removidas e os objetos são colocados na bolsa, sendo entregues na farmácia ou
enviados pelo correio. Na Dinamarca, as injeções serão processadas e recicladas
pela Zirq Solutions, que criou um processo industrial para reciclar até 85% dos
materiais e reutilizá-los na fabricação de cadeiras de plástico, cada uma feita
a partir de 120 canetas usadas”, revela Rica Mello.
Até 2024, a empresa dinamarquesa pretende coletar 5
milhões de canetas usadas a cada ano na França.
Sem esse tipo de iniciativa, o líder da Câmara de Descartáveis acredita
que esses produtos poderiam gerar problemas no futuro. “Se nada for feito, é
possível que surja uma situação semelhante à das cápsulas de café, que geram
grandes quantidades de resíduos difíceis de serem reciclados, contribuindo para
a poluição do meio ambiente”, finaliza.
Ricardo Mello - líder da Câmara de Descartáveis, palestrante e empreendedor em diversas áreas de atuação. Encabeça, junto com outros membros, o projeto Plástico Amigo, que busca aumentar a conscientização sobre as propriedades benéficas do material. Para saber mais, acesse https://www.plasticoamigo.com.br/.
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