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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Carnaval: especialista apresenta dicas para manter a saúde bucal durante a folia

Cuidados com a saúde bucal no carnaval aumentam o conforto nas comemorações/DIVULGAÇÃO

Coordenadora do curso de Odontologia da Anhanguera faz orientações para preservar o bem-estar durante as comemorações


Depois de dois anos sem as festas oficiais de carnaval, a volta dos trios elétricos e blocos de rua promete momentos de risadas, sorrisos e paqueras para os foliões por todo o Brasil. O período representa uma prova de resistência em nome da diversão, com chuva, sol e horas longe de casa. Os cuidados de prevenção com a saúde bucal ajudam a aumentar o conforto e o bem-estar durante os quatro dias de comemoração.

De acordo com a coordenadora de Odontologia da Faculdade Anhanguera, professora Patrícia Capellato, um dos principais problemas desse evento é a desidratação. “A soma do calor intenso com a tendência a se alimentar mal e beber pouca água pode acarretar problemas como o mau hálito e deixar os indivíduos vulneráveis a infecções pela boca. É preciso estar preparado para não comprometer a celebração”, alerta a docente.

A dentista destaca cinco dicas para preservar a saúde bucal durante o carnaval:


Hidratação. A perda de água e sais minerais por meio da transpiração faz com que as pessoas cheguem à exaustão e desenvolvam a halitose. A melhor alternativa para combater o cansaço é a hidratação constante, antes, durante e depois da festa.


Alimentação. Grandes períodos de jejum podem gerar mau hálito. A ingestão de alimentos detergentes, como maçãs, peras, cenouras, pepino e chicletes sem açúcar, irão ajudar, temporariamente, na limpeza dos dentes na falta de uma escova, pois auxiliam na remoção de gordura e de placas bacterianas.


Viagens. Foliões que pretender visitar outras cidades para aproveitar o carnaval devem permanecer com os cuidados com a saúde da boca. É importante levar um kit básico com itens de higiene bucal, com escova portátil, pasta de dente e fio dental.


Proteção labial. Os lábios podem ficar bastante ressecados com a exposição ao sol e a possível desidratação. É necessário proteger a pele da boca com um hidratante labial para proteção contra raios solares.


Bebidas. O álcool contribui para a desidratação e reduz a produção de saliva, o que representa um risco para os dentes com a acidez bucal. Os refrigerantes e outras opções açucaradas compromete o esmalte bucal por meio da desmineralização e aumenta as chances do aparecimento de cáries. O consumo dever ser feito moderadamente, intercalado com goles proporcionais de água.

 

Anhanguera

www.anhanguera.com

 

Residência Médica e o plantão: Os benefícios e aprendizado para a vida profissional e pessoal

  A Residência Médica é uma modalidade de ensino de pós-graduação, oferecida por instituições regulamentadas pelo Ministério da Educação (MEC) e regimento determinado pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). É considerada o “padrão-ouro” na formação de médicos no Brasil.

Nela, o residente realiza treinamento, em serviço, sob a supervisão do preceptor, médico de elevada qualificação ética e profissional, mediador do processo de ensino-aprendizagem, das inter-relações entre estudantes, docentes, usuários, gestores e equipe multiprofissional, nos diferentes estágios previstos pela CNRM.

Os estágios em urgência e emergência, pronto-socorro e atendimento a pacientes internados constituem em estágios obrigatórios com base na Resolução CNRM nº 2/2006, devendo constituir 10% da carga horária anual.  São determinadas, no máximo,  24 “horas de plantão”, dentro da carga horária de 60 horas semanais.

A Matriz de Competências em Cirurgia Vascular, aprovada pela CNRM, descreve em seus objetivos gerais: Formar e habilitar médicos, na área de Cirurgia Vascular, a adquirir as competências necessárias para realizar procedimentos diagnósticos, terapêuticos clínicos, cirúrgicos e endovasculares, no ensino, na pesquisa e assistência aos pacientes portadores de afecções circulatórias congênitas, adquiridas, degenerativas, “urgências traumáticas e não traumáticas”. E em seus objetivos específicos: Adquirir competências para abordar os acessos vasculares invasivos ou não, “atendimento ao trauma vascular e às emergências cirúrgicas e clínicas”.

É durante os processos de estágios e plantões, no atendimento de urgências e emergências, que atitudes, habilidades e competências necessárias à especialidade devem ser desenvolvidas para a adequada capacitação do médico residente, nos serviços de urgência e emergência, tais como: capacidade de manter-se alerta e estável, tomar decisões rápidas e adequadas, dentro de normativas das melhores práticas, atuar com segurança diante das mais diferentes intercorrências e adversidades, saber lidar com as limitações de recursos, ter boa comunicação com pacientes e familiares e trabalhar bem em equipe.

É no plantão, em pronto-socorro, que o médico-residente tem maior contato com pacientes que necessitam de atendimento de urgência/emergência. Deste modo, é importante ressaltar que, os eventos cardiovasculares são considerados a principal causa de morte na população brasileira, enquanto as causas externas, incluindo causas intencionais e não intencionais, sendo, portanto a principal causa de morte, nas primeiras quatro décadas de vida (p.ex. trauma).

Esses eventos críticos, comuns no atendimento às urgências e emergências, apresentam-se cada vez mais desafiadores, sendo o pronto-socorro considerado área crítica para o desenvolvimento dos médicos, tendo em vista a evolução da própria medicina e a expectativa da sociedade atual, que estabelece novos padrões de exigência, desfechos e tempos de resposta às demandas individuais.

Nesse contexto, os plantões médicos são idealizados para garantir pronto atendimento aos pacientes, internados ou que chegam à instituição, seja no pronto-socorro, unidades de emergência, UTI, enfermarias, garantindo atendimentos emergenciais e assistência contínua aos doentes. Desta forma, o enfrentamento das situações de urgência e emergência e de suas causas requer não apenas a assistência imediata, mas incluem ações de promoção da saúde e prevenção de doenças e seus agravos, o tratamento contínuo das doenças crônicas, a reabilitação e os cuidados paliativos.

A responsabilidade estratégica do atendimento é de extrema importância e os setores de Urgência e Emergência, dentro dos sistemas de saúde, são locais de alta demanda e existe sobrecarga dos serviços disponibilizados para o atendimento da população. Por outro lado, há necessidade constante de atualização e educação continuada dos médicos plantonistas.

O médico residente, dentro de um programa de residência devidamente credenciado pela CNRM, não deve ser o responsável pela Assistência Médica em substituição ao preceptor (assistente), pois a atividade-fim do residente se relaciona ao processo de ensino e aprendizagem.

A maneira apropriada do treinamento e capacitação do médico residente, em regime de plantão, objetiva fornecer formação adequada com ganho de autonomia e independência para ofertar tratamento adequado à população. Certamente, essas atividades de alta complexidade exigem supervisão adequada de preceptor habilitado.

Além de capacitar o médico residente para o atendimento, nos diferentes níveis de gravidade do doente, presentes nos serviços de urgência e emergência (pronto-socorro), os programas de residência médica, também, devem primar pela capacitação técnica, humanização e alinhar conhecimentos legais, portarias e diretrizes de saúde vigentes, que são pilares essenciais para a formação profissional do médico.

 

Dra. Regina de Faria Bittencourt da Costa  - Cirurgiã vascular. Membro do Departamento de Educação Médica Continuada da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo. Doutora em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM) e Chefe da Cirurgia Vascular do Hospital Heliópolis.


Carnaval: especialista dá dicas para evitar que excessos acabem com a diversão

Exposição prolongada ao som alto, consumo de bebidas alcoólicas e pouca hidratação estão entre os principais fatores que podem afetar os ouvidos, garganta e nariz


Com a proximidade do Carnaval, as principais cidades do país já iniciaram a programação de festas e bloquinhos de rua, ainda em clima de retomada após longo período de restrições devido à pandemia de Covid-19. Vale lembrar, no entanto, que os excessos do período do ano mais aguardado pelos foliões podem sobrecarregar a garganta e os ouvidos.

A exposição ao som alto por longos períodos, elevação da voz, consumo exagerado de bebidas alcoólicas e, até mesmo, os choques térmicos são elementos que podem causar dores, inflamações e desconfortos durante ou após as festas.

Pensando nisso, o otorrinolaringologista do Hospital Paulista Dr. Domingos Hiroshi Tsuji orienta sobre alguns cuidados importantes para evitar esses problemas e garantir a diversão dos próximos dias. Confira!



1. Proteja seus ouvidos

O som muito alto pode danificar as células sensitivas do sistema auditivo e causar surdez e tinnitus (zumbido) temporários ou permanentes. Por isso, o médico recomenda evitar a exposição por muito tempo a músicas com volume alto como, por exemplo, acima de 85 decibéis. “Não ficar muito perto das caixas de som ajuda a reduzir o impacto, bem como realizar pausas ao longo do período, se afastando do barulho por alguns minutos”, frisa.



2. Proteja suas cordas vocais

De acordo com o Dr. Tsuji, falar alto causa traumatismo na delicada mucosa das pregas vocais, podendo gerar inflamações, hemorragias e até mesmo lesões agudas mais sérias, que podem evoluir para um sintoma crônico.

Dessa forma, o ideal durante as festas de Carnaval é realizar pausas vocais intermitentes de 15 minutos. “No sistema otorrinolaringológico, tudo está interligado. O excesso de som, que prejudica o aparelho auditivo, também nos leva a aumentar o tom de voz, forçando as cordas vocais. Por isso, o ideal é evitar a exposição por muito tempo a esse estímulo”, reforça o especialista.



3. Proteja seu nariz e garganta

O álcool, sobretudo em excesso, causa irritação e ressecamento da garganta. Dessa forma, a primeira orientação é evitar o consumo desenfreado de bebidas alcoólicas e aumentar a hidratação bebendo muita água.

“Aliado a uma alimentação desregrada, o álcool pode causar refluxos, gerando mal-estar e irritação na garganta”, destaca o médico, orientando que as pessoas também evitem consumir produtos muito gordurosos e condimentados.

Ele alerta ainda para o risco de choque térmico, situação causada principalmente pelo consumo de bebidas muito geladas quando o corpo está quente. O fator é comumente relacionado à inflamação da garganta e do sistema fonador e seus sintomas podem acabar com o clima de festa.

Além da bebida, o uso de substâncias ilícitas também oferece inúmeros riscos à saúde e deve ser evitado. O especialista do Hospital Paulista explica que alguns tipos de droga podem causar danos à mucosa nasal, gerando sangramento nasal, perda de olfato e, principalmente, problemas relacionados às mudanças comportamentais que levam a consequências graves e, até mesmo, fatais.



Outros cuidados

O médico ainda destaca a importância de evitar o compartilhamento de objetos, como copos, por exemplo, além de manter os cuidados básicos que diminuem os riscos de transmissão de doenças virais, como gripe, resfriados e/ou Covid-19.

Além disso, algumas DSTs podem ser transmitidas pelo beijo, como HPV (papiloma), herpes, gonorreia e sífilis. “Essa transmissão depende não só da imunidade individual, mas também da presença de feridas e lesões na mucosa oral. Portanto, é fundamental redobrar a atenção durante o Carnaval para garantir a diversão de forma segura e saudável”, finaliza Dr. Tsuji.

 

Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


Feriado de Carnaval: dez dicas para aproveitar a folia com saúde e segurança

Náuseas, vômitos e fadiga estão entre as principais queixas de atendimento em saúde


O carnaval é uma das maiores manifestações culturais do Brasil. São quatro dias oficiais de muita festa e diversão, com programações que arrastam multidões pelas ruas das cidades de todo o País. 

É tradição cobrir o corpo com fantasia, muitas cores e brilho, mas para garantir que a celebração seja segura e saudável são indispensáveis outros cuidados, principalmente, os ligados à saúde e bem-estar dos brincantes. 

“É comum neste período do ano realizarmos atendimentos médicos de pessoas se queixando de náuseas, dor de cabeça, vômitos, mal-estar pelo consumo excessivo de bebida alcoólica, fadiga e diarreia”, afirma a médica Gisele Abud, que atua como diretora Técnica da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h Zona Leste, em Santos (SP). 

A unidade, que pertence a rede pública de saúde da Prefeitura de Santos, sendo gerenciada pela entidade filantrópica Pró-Saúde, está localizada na região litorânea do estado de São Paulo e atua como referência para urgências em Clínica Médica, Ortopedia, Pediatria e Odontologia.

Para se manter saudável, seguro e ficar longe dos riscos de mal-estar, a médica elencou uma lista de precauções, que considera fundamental, para pular o carnaval sem peso na consciência. 

1.   Opte por roupas leves e confortáveis;

2.   Antes da folia, faça uma alimentação leve e saudável;

3.   Consuma bastante água;

4.   Por ser verão, não esqueça do protetor solar;

5.   Use camisinha e fique protegido de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs);

6.   Se for viajar, confira se está com a vacinação em dia;

7.   Não esqueça do documento de identificação atualizado (RG ou CNH);

8.   Se ingerir bebida alcoólica, cuide do seu copo e não dirija;

9.   Fique próximo dos seus amigos;

10.               Não é não! Saiba ouvir e dizer não. Isso vale para abraço, toque, beijo etc.

Não importa se você vai pular carnaval na praia, na rua, no baile, na escola de samba, no clube, aproveite a festa de maneira responsável. 

“Estar com trajes confortáveis, ter feito uma boa alimentação com salada, grelhados e sucos, beber bastante água, principalmente porque estamos no verão, são as dicas chaves para que a diversão não traga prejuízos para sua saúde”, afirma a médica.

Para quem é portador de doenças crônicas (hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares etc.), tem algum tipo de alergia ou usa prótese, a médica aconselha que a pessoa leve um aviso, para facilitar o atendimento em caso de emergência médica.

 

A profissional alertou também para a permanência dos cuidados relacionados a doenças respiratórias, como tosse, amigdalite e gripe, que neste período precisa de atenção, devido ao aparecimento contínuo de novas variantes da Covid-19. 

A médica finaliza recomendando atenção redobrada nas estradas. “É primordial usar cinto de segurança, não utilize o celular enquanto dirige, esteja descansado, e se a viagem for longa faça pausas para alimentação e outras necessidades do corpo”.


Atenção redobrada com as crianças no sol

Freepik
Sociedade Brasileira de Dermatologia - Secção RS orienta que pais fiquem bastante atentos especialmente com as crianças pequenas e bebês

 

Durante a temporada de praia é difícil convencer as crianças a não brincarem no sol. Porém alguns cuidados são importantes serem seguidos pelos pais com a orientação devida aos pequenos. A pele infantil é mais sensível e, assim como nos adultos, deve ser protegida diariamente. Queimaduras solares na infância aumentam muito a chance de desenvolver câncer de pele na idade adulta.

“Brincadeiras ao ar livre, principalmente no horário de maior incidência de radiação UVB (das 10h às 15h), devem ocorrer em áreas de sombra. As crianças devem estar protegidas com bonés ou chapéus e podem utilizar roupas de proteção solar. Nas áreas descobertas da pele deve ser utilizado protetor solar (preferencialmente FPS 50 ou maior) a partir dos 6 meses de idade”, explica a dermatologista e diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS (SBD-RS), Cintia Cristina Pessin.

O fator mínimo de proteção solar para todos os tons de pele é FPS 30. Crianças, pessoas com pele clara, olhos ou cabelos claros, indivíduos que têm história familiar ou já tiveram câncer de pele devem utilizar preferencialmente FPS 50 ou superior. Não esquecer que áreas como couro cabeludo, orelhas, mãos e pés também devem estar protegidos.


E o bebê? Qual o risco de queimadura mesmo na sombra?

Os bebês possuem pele mais sensível e delicada do que as crianças maiores e os adultos, além de uma área de superfície corporal proporcionalmente maior, o que aumenta a chance e a gravidade das queimaduras solares. Segundo a médica Cíntia Cristina Pessin, mesmo na sombra, queimaduras podem ocorrer (principalmente na praia) por reflexão da radiação UVB na superfície (como areia ou água). Assim, a recomendação é evitar que o bebê permaneça na praia ou piscina (mesmo à sombra) nos horários de maior incidência de radiação UVB (das 10h às 15h).

Bebês de até 6 meses de idade não devem ser expostos diretamente ao sol e devem utilizar medidas de proteção física (como roupas e chapéu). A partir dos 6 meses de idade o filtro solar pode ser utilizado, mas deve ser mineral (também chamado de filtro solar físico ou inorgânico). Ou seja, é importante que seja verificado na embalagem se o filtro solar pode ser utilizado por crianças e a partir de qual idade.

Os filtros solares mais frequentemente encontrados e comercializados (filtros orgânicos) devem ser utilizados somente a partir dos 12 anos. Se um bebê ou criança pequena sofrer queimadura solar, principalmente se surgirem bolhas ou febre, deve ser realizado atendimento médico urgentemente.

 

Marcelo Matusiak


Carnaval e viroses: dicas para evitar contaminação e tratamento em adultos e crianças

 Banho de mar em água contaminada também pode ocasionar viroses

O Carnaval está chegando e, neste período, as viagens para lugares quentes são propícias. Também é neste período que aumentam o número de diagnósticos de viroses. As viroses de verão, geralmente são as respiratórias e as gastrointestinais, aquelas que fazem mal ao sistema digestivo e causam diarreia e enjoo. Elas são causadas, principalmente, pelo enterovírus que causa uma inflamação e é transmissível pelo contato com superfícies, águas e alimentos.

"Durante a estação mais quente do ano, as pessoas tendem a cuidar menos da saúde, como, por exemplo, ter uma alimentação desequilibrada e uma rotina mais bagunçada. Essas mudanças podem enfraquecer o organismo, deixando ele mais suscetível à doenças", afirma a infectologista, Viviane França de Macedo, do Eco Medical Center,

Para prevenção das gastroenterites a recomendação é higienização das mãos antes do consumo dos alimentos. "Se for comer fora das preferência aos alimentos cozidos, evitando alimentos crus. Já os líquidos, preferir latas e garrafas lacradas ao comprar fora de casa", orienta.

Entre os sintomas de virose estão a dor abdominal, diarreia - que pode ser mais líquida e pastosa - ou até mesmo o aumento da frequência da evacuação.

 

Banho de mar em água contaminada também pode ocasionar viroses 

O descarte incorreto do esgoto no mar pode ocasionar a transmissão de agentes infecciosos, viroses e até hepatite A. Isso porque estas são doenças que podem ser contraídas na água com alto índice de micro-organismos.
A infectologista Viviane França de Macedo, do Eco Medical Center, explica que praias impróprias para banho apresentam riscos à saúde. "A população deve estar atenta a sinalização dos órgãos ambientais estaduais sobre a balneabilidade das praias. Não havendo sinalização, o ideal é procurar informação no site dos órgãos públicos antes de entrar no mar", orienta.

Outra dica da infectologista é olhar no entorno a existência de rios, canais e esgoto a céu aberto que desembocam no mar próximo aos locais de banho, porque podem conter agentes infecciosos que podem trazer doenças.

 

Viroses em crianças

A pediatra Fabiana de Cássia Bernieri, do Eco Medical Center, chama atenção, primeiramente, da contaminação por objetos ou alimentos contaminados. Ela também chama a atenção para a água contaminada e também alimentos vendidos na praia sem a higiene adequada no preparo.

"A chave do sucesso é hidratação constante e cuidado no consumo de alimentos. Crianças pequenas, especialmente, não entendem a necessidade de tomar água, perdem líquido na transpiração e também não sentem tanta sede. É fundamental mantê-las hidratadas até mesmo para evitar possíveis perdas de líquidos que venham a ocorrer em casos de virose", orienta.

Diferentemente dos adultos, a orientação da pediatra é, ao primeiro sinal de febre, dor de estômago, vômito ou diarréia, levar o pequeno para avaliação médica para um diagnóstico correto.

"A criança come algo e começa a passar mal. São casos em que não pedimos para os pais esperarem, pois nesta época do ano sabemos que tem muito vírus circulando e o diagnóstico correto é imprescindível para a recuperação da criança", ressalta a pediatra.

Entre as orientações da especialista estão evitar oferecer à criança alimentos processados e fast food, evitar de comprar sucos e comida na rua, evitar comer alimentos mal cozidos e sempre optar por alimentos mais saudáveis e, por último, sempre que possível cozinhar em casa e levar sanduíches e lanchinhos saudáveis feitos em casa para a praia.
 

Tratamentos

O principal tratamento para as viroses é o sintomático e inclui uma boa hidratação para repor líquidos perdidos por vômitos e diarreias

Isso porque, apesar de comuns, não existem remédios específicos para os vírus que causam esse tipo de infecção. Eles são considerados autolimitados, ou seja, têm um período de sobrevivência no organismo que pode variar de três a sete dias.

O recomendado como tratamento para viroses é o repouso e, principalmente, a hidratação. Isso porque entre os principais sintomas da doença está a perda de líquido, seja por diarreia ou vômito. Além disso, deve-se consumir alimentos considerados leves, com menor índice de gordura e açúcar, para não sobrecarregar o organismo.

Quando o assunto é hidratação, o mais recomendado é o consumo de sucos naturais, água e água de coco. Já bebidas como café, chá e refrigerantes devem ser evitadas, pois são consideradas diuréticas, ou seja, elas ajudam a perder líquido.

Uma outra opção para se manter hidratado é o soro caseiro. Para fazer são necessários apenas três ingredientes: água filtrada, açúcar e sal. Veja como é simples fazer:

Em um recipiente limpo, dissolva uma colher de sopa de açúcar (20 g) e uma de chá de sal (3,5 g) em um litro de água filtrada ou fervida. Deve-se consumir aos poucos, com intervalos de 20 minutos.

Além do repouso e da hidratação, é possível amenizar os sintomas com medicações específicas para febre, dor e enjoo. Mas atenção, se o quadro de desidratação persistir, é necessário buscar auxílio médico.


Síndrome de Asperger: crença sobre inteligência acima da média pode se tornar um peso

18 de fevereiro é marcado como Dia Internacional da Síndrome de Asperger chama a atenção para a integração de pessoas com a condição na sociedade


O Dia Internacional da Síndrome de Asperger, 18 de fevereiro, chama a atenção para um transtorno pouco visto pela população, mas associado popularmente à “genialidade” devido ao considerável número de celebridades que possuem esse diagnóstico, como Steven Spielberg, além de Tim Burton, Elon Musk, Anthony Hopkins. De acordo com a psicóloga Luciene Bandeira, diretora de saúde mental da Conexa, maior player de saúde digital da América Latina, apesar de a literatura apontar casos de excepcionalidade por quem tem essa condição, ainda não há necessariamente uma relação entre a síndrome e uma inteligência acima da média, e tal crença pode se tornar um peso para aqueles que possuem o diagnóstico e não alcançam desempenhos excepcionais. 

Considera-se síndrome de Asperger o transtorno do espectro autista que não traz tantos prejuízos para a vida do paciente e que não há atraso importante na fala, mas outros sintomas do autismo ocorrem, como o isolamento ou dificuldade de se relacionar com pessoas, falas inapropriadas e retração social. “Para se caracterizar Asperger é necessário ter interesses restritos e estereotipados, com a presença de hiper foco. O distúrbio no desenvolvimento neurológico é caracterizado por excentricidade, constrangimento motor, dificuldades nas relações sociais, interesses limitados e repetitividade do comportamento. É importante informar que a síndrome é uma condição e não uma doença, portanto, não há cura, mas sim tratamento para amenizar os sintomas”, explica a psicóloga. 

Assim como nos casos de autismo ou de qualquer outro transtorno do neurodesenvolvimento, a intervenção precoce é crucial. Logo que se percebem sinais atípicos, os responsáveis pela criança devem buscar, junto de profissionais de saúde, a possibilidade de um diagnóstico. O tratamento inclui a educação dos responsáveis, treinamento das habilidades sociais, fonoaudiologia, Análise Comportamental Aplicada (ABA), integração sensorial/terapia ocupacional, fisioterapia, psicomotricidade e, em alguns casos, pode ser utilizado algum tipo de medicação para sintomas associados (como ansiedade ou desatenção). “A abordagem da síndrome é interdisciplinar e individualizada, uma vez que cada criança tem suas características próprias. Encontrar profissionais de confiança para auxiliar nas decisões importantes que a família precisará tomar é de grande ajuda. A parceria entre família, equipe de saúde e escola potencializa os resultados”, complementa Luciene.  

 

Conexa

Como driblar o cansaço no carnaval

O carnaval está chegando e a expectativa é grande para muitos foliões. O período é de festa e diversão, mas é preciso ficar atento com os exageros que podem levar a um desgaste excessivo do corpo e da mente.

Nos dias de folia, muitas pessoas dormem pouco, ingerem bebida alcoólica em excesso, gastam muita energia e se alimentam de forma inadequada.

Toda essa combinação pode resultar em queda da imunidade e levar a problemas de saúde. 

De acordo com neurologista do Instituto de Medicina do Sono de Campinas e Piracicaba, Shigueo Yonekura, os maus hábitos e mudanças bruscas nesta época podem provocar irritabilidade, déficit de atenção, mau humor, além da baixa imunidade, que pode causar gripes, resfriados e infecções no geral. “É indispensável garantir qualidade do sono para que ocorra uma reparação das funções do organismo na maratona do carnaval. O corpo precisa de um descanso e o ideal é dormir entre sete e oito horas em um ambiente silencioso e escuro”, comenta. Ele recomenda ainda tomar um banho morno para refrescar e, principalmente, relaxar antes de dormir. 

Para quem não abre mão da festa madrugada afora e só conseguirá descansar durante o dia, a dica é escurecer o ambiente e privilegiar o silêncio para que o descanso não seja interrompido por algum ruído externo. 

Yonekura, que é especialista em sono pelo Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo), também recomenda refeições saudáveis durante o carnaval e, antes de deitar, é preciso evitar refeições pesadas, que podem dificultar a digestão e piorar o sono. 

Outra dica do neurologista para evitar ressaca e dor de cabeça no dia seguinte da folia, é repor o líquido que o corpo perdeu com a intensa atividade física, com o calor e até mesmo com as bebidas alcoólicas. “A água e o suco natural são grandes aliados do folião para repor os líquidos e sais minerais perdidos”. 

É preciso lembrar que a rotina volta ao normal na quarta-feira de cinzas e as olheiras e o cansaço precisam ficar para trás. E para quem não conseguiu dar uma pausa para cuidar do corpo e organismo, pode sentir os efeitos do pós-carnaval por dias e até semanas.


Ressaca de carnaval: estômago atacado, como evitar?

Vanessa Zanoni Carvalhaes, coordenadora do curso de Nutrição do Ceunsp, e Larissa Mazocco, professora do UDF, dão dicas para evitar o sistema digestivo irritado durante e pós folia

 

Com o feriado de Carnaval se aproximando é comum os foliões consumirem bebidas alcoólicas em demasia. Para alguns indivíduos, é difícil fugir da confraternização e alguns excessos dessa época do ano! 

Nestes casos, pessoas mais sensíveis ao álcool ou com doenças gastrointestinais, como a gastrite que é a inflamação na mucosa do estômago, têm restrições e não devem se esbaldar no excesso de bebida. 

Dra. Larissa Mazocco, professora de Nutrição do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), explica que a ressaca é causada pela desidratação que a bebida alcoólica provoca no organismo e por causa da sobrecarga no fígado, que tem a função de eliminar o álcool do sangue.  

Para evitar as ressacas de carnaval e o estômago atacado, a coordenadora de Nutrição do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (Ceunsp), Vanessa Zanoni Carvalhaes, ressalta que os principais cuidados que os foliões devem ter é intercalar junto com a bebida alcoólica o consumo de água constantemente, antes, durante e depois da diversão, para aliviar a desidratação e ajudar o organismo a eliminar o álcool. Assim como beber mais devagar. 

“Outra dica é nunca beber de estômago vazio, e consumir antes de se jogar nos blocos, alimentos ricos em carboidratos e proteínas, pois retardam a absorção do álcool,” salienta a nutricionista Vanessa.  

Larissa indica alguns alimentos que são essenciais para esse período e que devem ser consumidos durante o dia: carboidratos complexos como batata doce, mandioca, batata baroa, proteínas (carne, ovos, peixes e outros). Além de fibras, encontradas nas frutas e verduras, principalmente cruas e com casca. 

 
Em casos de estômago atacado, o que fazer? 

Dra. Larissa Mazocco, professora de Nutrição do UDF, destaca que depois de exagerar na bebida alcoólica, se o estômago começar com uma dor aguda é necessário tratar com alimentos leves ricos em amido, como pão de forma branco e batata cozida, sendo estes os mais indicados para esse quadro. 

Já a coordenadora do Ceunsp, orienta que para salvar o indivíduo de uma ressaca e estômago atacado, é fundamental uma alimentação saudável prévia, ricas em frutas, verduras e legumes, como fonte de carboidratos e proteínas. “O café pode ajudar também!”. 

Mazocco dá mais algumas dicas para driblar a ressaca e estômago atacado durante e pós a folia, confira: 

  1. Evite destilados puros ou mais de cinco doses. Entre uma dose e outra, consuma 300ml de água sem gás e durante o dia ou noite, prefira sucos com maior percentual de frutose: melancia, manga, goiaba, laranja, eles ajudarão na recuperação. 
  1. Mantenha as atividades físicas. Neste período não pause os exercícios, faça de forma leve uma caminhada, bicicleta no parque, nadar na piscina e outros. O sedentarismo durante esses dias aumenta o inchaço e faz com que a rotina seja mais "dolorida" para voltar. Capriche na alimentação! 
  1. Não durma de estômago vazio após beber. Faça uma refeição leve antes de deitar, isso vai melhorar (e muito) seu dia seguinte! 
  1. Evite longo períodos de jejum. Não fique mais de 5h sem comer para que a bebida não cause ainda mais intoxicação. O alimento é o principal aliado para ajudar na desintoxicação do álcool.   

Ceunsp
www.ceunsp.edu.br


Centro Universitário do Distrito Federal - UDF
www.udf.edu.br


Como diferenciar sintomas da Covid-19 de uma gripe comum ou alergias?

Quadros de rinite e sinusite podem confundir pacientes, prejudicando um tratamento eficaz e assertivo contra as doenças


Ainda que estivesse no centro das atenções globais durante os últimos anos, a Covid-19 ainda segue chamando a atenção da comunidade médica e população em geral pela forma como os sintomas se manifestam em cada pessoa.

Conforme o otorrinolaringologista Gilberto Pizarro, do Hospital Paulista, esse cenário faz com que muitos pacientes ainda tenham dúvidas para diferenciar o Coronavírus de uma gripe comum, rinite e/ou sinusite.

“Essa incerteza pode fazer com que o paciente relute em procurar auxílio médico, pois teme que o ambiente hospitalar aumente os riscos de infecção pelo Coronavírus (caso ainda não esteja infectado). Se, logo de início, ele se dirige a uma unidade especializada, é possível tratar com mais eficácia as doenças a partir do diagnóstico”, explica o especialista.

Alguns dos sintomas mais comuns da Covid-19 podem ser confundidos em uma análise superficial com os de uma gripe comum ou de doenças alérgicas, como rinite e sinusite. De acordo com o especialista, quadros de rinite e sinusite são mais concentrados no nariz, garganta e olhos do paciente.

“A rinite é uma inflamação da mucosa do nariz. A pessoa costuma apresentar coriza (secreção no nariz), coceira no nariz e espirros em sequência. Além disso, o nariz fica naturalmente congestionado”, afirma Dr. Pizarro.

Na sinusite, a inflamação ocorre na mucosa que reveste os seios da face. Com isso, os sintomas também incluem dor facial, nos ouvidos e atrás dos olhos. Além disso, o paciente pode relatar dor ou irritação na garganta e inchaço facial.

“No dia a dia, quem tem quadros recorrentes de rinite e sinusite consegue identificar os gatilhos das crises, bem como os sintomas que mais o acomete”, completa o médico.

Na gripe comum, no entanto, o quadro de sintomas não fica restrito à congestão e secreção nasal. Nessa situação, o paciente relata febre, mal-estar e dor no corpo. A qualificação de todos os sintomas é importante porque a Covid-19 também gera febre, por exemplo.

“O paciente com Covid-19 costuma ter tosse seca e cansaço, mas, em quadros mais graves, pode apresentar dificuldade para respirar, falta de ar e pressão (aperto) no peito. No entanto, não necessariamente haverá coriza e congestão nasal. Isso é determinante para uma das diferenciações entre essas doenças (gripe comum, rinite e sinusite) e o novo Coronavírus”, destaca Dr. Pizarro.

“A perda de olfato é um dos sintomas características da Covid-19, mas, aqui, ela ocorre de forma súbita. Nas outras doenças citadas, essa perda de olfato é mais leve e está associada a um quadro de congestão nasal por conta da coriza. A Covid-19 também pode gerar perda de paladar, outra diferença em relação às demais”, completa.

 

Ajuda especializada

Algumas unidades hospitalares oferecem atendimento especializado para determinadas áreas da medicina. No caso do Hospital Paulista, diagnósticos e tratamentos são voltados à Otorrinolaringologia, permitindo que pacientes com rinite e sinusite procurem por auxílio específico e, assim, diminuindo sensivelmente as chances de contaminação por Covid-19 em um ambiente de atendimento generalizado.

Dr. Pizarro explica que se o paciente relatar sintomas específicos de Covid-19 ou informar que teve contato recente com alguém infectado pelo vírus ao chegar no Hospital, local em que o uso da máscara se mantém obrigatório, é realizado um teste para verificar se ela está com a doença e, em caso positivo, é realizada a avaliação para o início do tratamento.

Se os sintomas (e o histórico clínico relatado), no entanto, são característicos de uma gripe comum, rinite ou sinusite, o paciente é tratado na área principal do hospital, sem qualquer contato com a ala responsável pelo diagnóstico dos suspeitos de Covid-19. Vale ressaltar que o Hospital Paulista não é uma unidade hospitalar de referência para internação e tratamento dos casos de Coronavírus.

“Isso reduz os riscos e não deixa de oferecer um tratamento adequado, rápido e eficaz ao paciente, independentemente da doença que ele apresenta. Deixar de tratar quadros de gripe comum e alergias, como rinite e sinusite, é muito prejudicial, pois pode agravar os sintomas e dificultar o próprio tratamento posteriormente”, conclui.


Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

Verão exige cuidados redobrados para evitar o câncer de pele

O oncologista Ramon Andrade de Mello alerta para a importância do uso diário do protetor solar


O verão é um convite para aproveitar os momentos de lazer ao ar livre. A estação ainda é o período de maior intensidade de radiação ultravioleta, proveniente do sol com alto poder de penetração na pele. “Os cuidados devem ser redobrados para a prevenção do câncer de pele não melanoma. O uso de protetor solar deve ser um hábito o ano todo e usado com maior frequência nesses dias”, orienta o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), em São Paulo, e médico pesquisador honorário do Departamento de Oncologia da Universidade de Oxford, no Reino Unido. 

A prevenção deve ser adotada desde cedo. O câncer de pele não melanoma é o tumor maligno mais incidente no Brasil e deve responder por 31,3% dos casos registrados no período entre 2023-2025. Segundo o oncologista, os trabalhadores expostos ao sol com frequência devem usar o protetor solar durante todo o dia: “As barreiras mecânicas também são indispensáveis como bonés, chapéus e óculos de sol. Na praia, ficar protegido em barracas ou sob o guarda-sol reduz significativamente os riscos advindos da exposição ao sol”.

“As pessoas também precisam ficar atentas ao aparecimento de manchas na pele. O diagnóstico precoce é fundamental para o alcance de melhores resultados no tratamento. Além disso, reduz as chances de eventuais sequelas para o resto da vida”, afirma Ramon Andrade de Mello.


Dr. Ramon de Mello - oncologista do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da Unimed, em Bauru, SP.
ramondemello.com.br/


Estudo pode levar a tratamento para um tipo de câncer que afeta o sistema endócrino de crianças

Ana Carolina Bueno, bolsista de pós-doutorado da FAPESP e primeira autora dos três estudos publicados sobre o tema (foto: acervo dos pesquisadores)


Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descobriram um mecanismo celular associado à formação de tumores adrenocorticais (localizados nas glândulas suprarrenais ou adrenais) em crianças.

Estudos realizados em cultura celular e em camundongos mostraram, pela primeira vez, que a ativação do gene que codifica o receptor da vitamina D (VDR) induz efeito antitumoral nesse tipo de câncer. O achado aponta um caminho para o desenvolvimento de novas terapias para a doença. Atualmente a única opção terapêutica é a remoção cirúrgica dos tumores.

"Com os experimentos comprovamos que a ativação do gene VDR resulta em efeito antiproliferativo das células tumorais. Isso porque realizamos uma restauração dessa via que existe em células saudáveis, mas tende a ficar inativa em células tumorais", explica Sonir Antonini, professor titular do Departamento de Puericultura e Pediatria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e coordenador dos estudos.

A descoberta é fruto de três estudos apoiados pela FAPESP no âmbito de um Projeto Temático coordenado pela professora da FMRP-USP Margaret de Castro.

Os resultados foram publicados no European Journal of Endocrinology, na revista Endocrine-Related Cancer, da Sociedade de Endocrinologia do Reino Unido, e no periódico Molecular and Cellular Endocrinology. Os três artigos têm como primeira autora a nutricionista Ana Carolina Buenobolsista de pós-doutorado da FAPESP.

Segundo os pesquisadores, os tumores adrenocorticais pediátricos são raros, representando cerca de 0,2% de todos os cânceres pediátricos. Mas são até 18 vezes mais frequentes no Brasil, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste do país. Como os tumores estão localizados em componentes do sistema endócrino, responsáveis pela produção de hormônios como o cortisol, aldosterona e androgênios, a maioria das crianças com a doença apresenta sinais de excesso hormonal, como puberdade precoce ou ganho de peso com parada no crescimento.


Modificação bioquímica

Na primeira parte da investigação, o grupo de pesquisadores fez uma análise global da metilação em todo o DNA das células tumorais. A metilação é uma modificação bioquímica que consiste na adição de um grupo metil à molécula do DNA por meio da ação de enzimas. Trata-se de um processo natural e necessário para o funcionamento do organismo, pelo qual a expressão dos genes é modulada, mas quando desregulado pode causar disfunções nas células e contribuir para o desenvolvimento ou a progressão do câncer.

Com auxílio de ferramentas de bioinformática, os pesquisadores separaram os pacientes em dois grupos com tumores mais e menos agressivos. “Conseguimos encontrar o perfil de metilação daqueles pacientes – que correspondem a cerca de 20% dos casos de câncer adrenocortical – com a doença muito agressiva, que rapidamente avança para metástase, causa mais complicações e morte”, conta Antonini à Agência FAPESP.

A análise do padrão de metilação permitiu identificar em que partes do DNA tumoral a modificação bioquímica era maior quando comparada à das células saudáveis. “Para isso, extraímos o DNA do tumor, submetemos o material genético à análise de metilação e só então fizemos o sequenciamento para verificar em que região a modificação bioquímica ocorreu. Foi a partir daí, e com uma casuística grande, que encontramos um fenótipo específico de metilação para esse grupo de pacientes mais graves”, explica.

Receptor de vitamina D

A análise global da metilação serviu também como uma ferramenta importante para explorar novos genes e padrões ligados à formação de tumores. A partir dos resultados do primeiro estudo, os pesquisadores realizaram outros dois tipos de experimentos – um em células (in vitro) e outro em camundongos (in vivo) – para investigar o papel do gene VDR na formação dos tumores adrenocorticais.

“Observa-se que a diminuição da expressão da via da vitamina D se deve ao padrão de hipermetilação do gene VDR nos tecidos tumorais, o que não ocorre nos tecidos normais”, pontua Antonini.

Os pesquisadores demonstraram, pela primeira vez, que nos casos desse tipo de tumor pediátrico há diminuição ou perda da expressão do gene VDR. “Sobretudo nos tumores mais agressivos [20% dos casos], mas não apenas neles, ocorre uma perda grande tanto em nível da proteína quanto em nível do RNA mensageiro. Isso se deve ao padrão de hipermetilação do gene receptor da vitamina D observado apenas nas células tumorais”, explica o pesquisador.

Os achados sobre a redução na expressão do gene VDR foram obtidos a partir das amostras de tecidos tumorais de 108 pacientes pediátricos acompanhados no Hospital das Clínicas da FMRP-USP e no Centro Infantil Boldrini em Campinas.

“O perfil de metilação mostrou que o gene do receptor da vitamina D era um possível candidato a um estudo mais aprofundado. Fora isso, trata-se de um gene importante, pois tem função no controle do crescimento e do ciclo celular”, afirma.

Estudos anteriores do grupo já tinham mostrado, por exemplo, que a via da vitamina D interage com vias intracelulares importantes na formação desses tumores, como é o caso da via Wnt/beta-catenina. “Alterações nessa via, quando ela funciona demais, por exemplo, são uma das principais anormalidades moleculares observadas nesses tumores pediátricos”, conta Antonini.

Os pesquisadores também fizeram experimentos em células tumorais e em camundongos com tumores adrenocorticais. “Tanto nos ensaios in vitro quanto in vivo observamos que, quando aumentamos a expressão do gene VDR, as células tumorais deixavam de se proliferar. Ou seja, há um efeito antitumoral”, comenta.

O pesquisador ressalta, contudo, que o achado não sugere a necessidade de suplementação de vitamina D nesses casos. “O que ocorre é um problema na via da vitamina D no tecido tumoral, onde ocorre perda ou diminuição muito grande na expressão do gene VDR [que codifica a proteína que se conecta à vitamina D e possibilita sua ação no organismo]”, diz.

O artigo Vitamin D receptor hypermethylation as a biomarker for pediatric adrenocortical tumors pode ser lido em: https://eje.bioscientifica.com/view/journals/eje/186/5/EJE-21-0879.xml.

O artigo DNA methylation is a comprehensive marker for pediatric adrenocortical tumors pode ser lido em: https://erc.bioscientifica.com/view/journals/erc/29/11/ERC-22-0145.xml.

O artigo Vitamin D receptor activation is a feasible therapeutic target to impair adrenocortical tumorigenesis pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0303720722002052?via%3Dihub.

 

Maria Fernanda Ziegler
Agência FAPESP https://agencia.fapesp.br/estudo-pode-levar-a-tratamento-para-um-tipo-de-cancer-que-afeta-o-sistema-endocrino-de-criancas/40724/

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