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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Zika provoca anormalidade em quase um terço dos filhos de mulheres infectadas na gravidez

Meta-análise conduzida por diferentes grupos de pesquisa do Brasil consolida os principais achados sobre o vírus, da epidemia de 2015 até os dias de hoje (foto: Sumaia Villela/Agência Brasil)

 

Foi publicada na revista The Lancet Regional Health – Americas a maior e mais abrangente meta-análise já feita até o momento sobre os efeitos do vírus zika em filhos de mulheres infectadas durante a gestação. A partir de 13 estudos nacionais que reúnem dados de 1.548 gestantes, o artigo chega a conclusões robustas, como a de que quase um terço das crianças apresenta alguma anormalidade em decorrência da infecção e 4% manifestam microcefalia propriamente. Com isso, estabelece as bases para políticas públicas assertivas, melhores cuidados e para priorizações do ponto de vista de novas pesquisas.

Em 2015, quando a explosão de casos de microcefalia em crianças foi associada ao zika e o Ministério da Saúde declarou estado de emergência nacional, pesquisadores brasileiros foram obrigados a apertar o passo para trazer respostas sobre a epidemia o mais rapidamente possível. “Diante disso, não houve tempo para uma grande articulação nacional e diferentes grupos conduziram estudos independentes”, lembra o epidemiologista Ricardo Arraes de Alencar Ximenes, um dos autores da pesquisa e professor da Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Essa pulverização resultou em amostras menores de pacientes, protocolos com critérios díspares e variabilidade de resultados, que aumentavam as incertezas sobre as descobertas.

“Mas já em 2016 começamos a conversar com esses grupos para harmonizar os protocolos e, a partir daí, consolidar os dados dos diferentes estudos. A ciência brasileira mostrou sua maturidade e capacidade nessa epidemia”, ressalta Ximenes, que também é professor da Pós-Graduação de Ciências da Saúde da Universidade de Pernambuco. Dessas interações surgiu o Consórcio Brasileiro de Coortes do Zika, que hoje conta com cientistas de 26 instituições e que possibilitou a meta-análise recentemente divulgada. “O grande valor do artigo, o primeiro do consórcio, é a união de forças, que permite chegar a resultados mais confiáveis”, destaca o especialista.

O trabalho contou com o apoio da FAPESP por meio de seis projetos: (16/08578-017/21688-113/21719-316/15021-115/12295-0 e 16/05115-9).


Sistematização do conhecimento

Para serem incluídos na meta-análise, os estudos deveriam ter confirmado o diagnóstico de infecção por zika em mulheres grávidas por meio de exames de RT-PCR, considerados os mais confiáveis, antes de qualquer anormalidade ser detectada no feto. Eles também precisavam ter sido conduzidos no Brasil e acompanhar as mulheres e seus filhos até pelo menos o fim da gestação.

Os estudos incorporados na revisão contemplaram as quatro regiões mais afetadas pela epidemia de zika – Nordeste, Norte, Centro-Oeste e Sudeste. Os dados de cada participante foram analisados de forma individualizada e organizados em uma série de possíveis desfechos provocados pelo vírus nas crianças. Eles iam de baixo peso ao nascer até microcefalia, passando por questões oftalmológicas e neurológicas, como convulsões.

Ximenes destaca que, como a epidemia de zika foi detectada pelo aumento de casos de microcefalia, parte da população ainda acredita que essa é a única anormalidade mais preocupante ligada à infecção. Porém, ele reitera que a síndrome congênita ligada ao vírus pode se manifestar de variadas formas, que incluem dificuldades de visão e déficits motores, entre outras.

Considerando os episódios de microcefalia e as anormalidades neurológicas, oftalmológicas e de neuroimagem (alterações nos exames que miram o cérebro), foram encontradas alterações em 31,5% das crianças – quase um terço da amostra. “Não é uma surpresa encontrar um número tão alto, mas agora temos maior confiança nele”, diz Ximenes.

O virologista Maurício Lacerda Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) e membro do Consórcio Brasileiro de Coortes do Zika, pondera que as gestantes e as crianças foram superavaliadas justamente por participarem das pesquisas: “Isso gera uma detecção acima da média de alterações menores, que talvez passassem despercebidas”. É possível, por exemplo, que uma anormalidade no cérebro encontrada na meta-análise fosse assintomática, ou provocasse apenas sintomas leves. “Independentemente disso, um terço de crianças afetadas é um dado muito impactante, que mostra o potencial do zika”, complementa.

Além disso, Ximenes argumenta que mesmo manifestações menores podem, com o passar dos anos, desencadear problemas.


A microcefalia

Segundo a meta-análise, 2,6% dos filhos de mães infectadas apresentaram microcefalia logo na primeira avaliação médica. No entanto, outras crianças receberam o mesmo diagnóstico com o passar do tempo – no total, 4% manifestaram o quadro ao longo dos primeiros anos de vida.

“Nossos resultados indicam que, entre crianças com microcefalia, a fração diagnosticada de maneira tardia não é negligenciável”, dizem os autores no artigo. “O risco de microcefalia pós-natal associada ao zika não havia sido documentado antes. Isso demonstra a relevância de monitorar o crescimento da cabeça de todas as crianças expostas ao vírus antes do nascimento, mesmo se elas tiverem uma circunferência normal de crânio ao nascimento”, arrematam.

Aliás, crianças com microcefalia associadas ao zika tendem a apresentar diferentes disfunções simultaneamente. “Isso levou pessoas a acreditarem que a síndrome congênita ligada ao zika é caracterizada, via de regra, por uma série de problemas”, diz Ximenes. “Mas isso, na verdade, não ocorre na maioria dos casos.”

Segundo a meta-análise, menos de 1% das crianças afetadas pela infecção da mãe exibiam mais de uma anormalidade. “Ou seja, verificamos que as manifestações costumam surgir de forma isolada”, reitera o epidemiologista.

A descoberta serve como alerta inclusive para profissionais, que às vezes podem não relacionar um quadro ao zika – ou mesmo deixá-lo passar – por se tratar de um sintoma isolado. “E o diagnóstico precoce da síndrome possibilita intervenções precoces, que beneficiam os pacientes”, afirma Ximenes.


Fatores associados?

Com o avançar da epidemia de zika, passou-se a avaliar se alguns fatores modulariam o risco de microcefalia causada pela infecção durante a gestação. Dengue, uso de larvicidas e mesmo questões socioeconômicas foram levantadas como possíveis catalisadoras dessas complicações. “Isso aconteceu porque muitos casos de microcefalia foram detectados no Nordeste, mas nem tantos em outras regiões. Então se postulou que algum fator ligado à pobreza influenciaria na associação entre zika e essas anormalidades”, esclarece Ximenes.

Entretanto, essa hipótese perdeu força com a publicação da meta-análise em questão. “O risco [de microcefalia após infecção por zika na gestação] foi similar em todos os locais estudados e em diferentes condições socioeconômicas. Isso indica que provavelmente não há outros fatores modificando essa associação”, aponta o artigo.

Ou seja, a concentração de casos de microcefalia no Nordeste resulta simplesmente do maior número de infecções. “Onde há pobreza, há mais mosquito”, destaca Ximenes. “Em muitos municípios do Nordeste, o fornecimento de água não é diário. Então a população precisa estocar água, o que aumenta os criadouros de mosquito”, complementa.

Nogueira acrescenta que, como o Nordeste foi a primeira região a ser afetada pelo zika no Brasil, a população local foi a que mais sofreu com a falta de informações: “Quando o vírus chegou ao interior de São Paulo, por exemplo, já havia mais notícias e até recomendações como a de evitar gestações, que obviamente evitaram casos de microcefalia”.

Ele, aliás, orientou um trabalho que descartou a hipótese de que uma infecção prévia por dengue aumentaria o risco de microcefalia após o zika (leia mais em: agencia.fapesp.br/35942/).


Próximos passos

“Talvez a maior limitação do nosso trabalho seja a falta de um grupo-controle”, afirma Ximenes. Essa ausência é justificável, na medida em que os estudos incluídos na meta-análise foram aqueles conduzidos durante a epidemia de zika e que, portanto, precisavam trazer respostas rápidas. De qualquer forma, futuros levantamentos podem fazer comparações com crianças cujas mães não foram infectadas com o vírus durante a gestação para sedimentar ou aprimorar os achados.

Os autores da meta-análise sugerem pelo menos dois caminhos no artigo que futuras pesquisas podem trilhar: uma investigação aprofundada, com métodos de diagnóstico avançados, para identificar complicações que podem aparecer ou se tornar mais evidentes em crianças com microcefalia, para além de mortes e hospitalizações; e, em crianças sem microcefalia, seria possível estudar o risco de manifestações relacionadas ao desenvolvimento comportamental e neuropsicomotor que seriam diagnosticadas com o avançar da idade, a partir de ferramentas específicas.

Para além disso, Ximenes e Nogueira concordam que os dados desse trabalho reforçam a necessidade de um monitoramento constante do zika. E, para isso, os centros de pesquisa e as autoridades devem priorizar o desenvolvimento de testes precisos e baratos para diagnosticar o vírus.

“Seu uso ajudaria a minimizar o risco de novas infecções se disseminarem e causarem ondas de doença e complicações”, raciocina Ximenes. Seria possível, por exemplo, empregar esses testes para fazer uma vigilância ativa em locais estratégicos ou grupos populacionais específicos. A partir daí, as autoridades públicas adotariam medidas de controle para evitar surtos e epidemias. É importante lembrar também que, além dessas estratégias, intervenções públicas para melhorar as condições de vida da população, o saneamento e o controle de mosquitos podem ser mais eficazes e ter um efeito duradouro para reduzir o risco de transmissão.

Esforços também deveriam ser concentrados na criação de uma vacina contra o zika. “Há trabalhos nacionais e internacionais em andamento que podem contribuir para definir uma composição ideal desse imunizante. Mas deve demorar anos antes que se chegue a essa candidata a vacina, para então começarmos a avaliar sua segurança e eficácia”, estima Nogueira.

Em paralelo, Ximenes dá o recado de que os filhos de mães infectadas durante a gravidez deveriam ser avaliados pelo menos uma vez por especialistas e acompanhados de perto mesmo se não tiverem exibido sintomas. “No mais, a epidemia vai, mas as crianças ficam. Precisamos cuidar bem delas e fazer de tudo para amenizar seus problemas”, completa.


Vai vir de novo?

A atenção dada ao zika arrefeceu, em especial durante a pandemia de COVID-19. Tanto Nogueira quanto Ximenes concordam que isso é compreensível, até porque os laboratórios tiveram de se dedicar ao SARS-CoV-2 e ao tremendo impacto que ele provocou na sociedade. Mas a verdade é que os novos episódios de síndrome congênita associada ao zika também diminuíram. Se em 2015 e 2016 foram notificados 12.716 casos suspeitos, em 2022 o número ficou em 419, segundo Boletim Epidemiológico de setembro, do Ministério da Saúde. Dos casos identificados no ano passado, 76% seguem em investigação, mas apenas um foi confirmado – e a criança nasceu em 2016.

“Isso é da dinâmica natural de doenças transmitidas por vetores como os mosquitos. Elas vêm, causam uma epidemia e aí desaparecem por um período”, analisa Nogueira. “Agora, podemos não estar vendo mais o zika porque também não estamos fazendo testes. Só gestantes ou pacientes com sintomas neurológicos costumam ser avaliados atualmente”, pondera.

O virologista da Famerp explica que o sobe e desce de casos de arboviroses é multifatorial. Os números podem cair porque parte da população desenvolveu imunidade por um curto período de tempo ao ser exposta, por alguma reação cruzada com outro vírus (como a dengue), pela adaptação aos mosquitos que funcionam como vetores etc. “É um fenômeno complexo, que inclusive estudamos no nosso grupo. Mas acredito que daqui a alguns anos poderemos ter um aumento de casos de zika e, com isso, de suas complicações”, alerta.

Diante dessa previsão, ele reforça a necessidade de uma vacina e de novos exames, além de incentivar medidas de conscientização da população sobre o zika e outras arboviroses.

O estudo Risk of adverse outcomes in offspring with RT-PCR confirmed prenatal Zika virus exposure: an individual participant data meta-analysis of 13 cohorts in the Zika Brazilian Cohorts Consortium pode ser acessado em: www.thelancet.com/journals/lanam/article/PIIS2667-193X(22)00212-5/fulltext.

 

Theo Ruprecht
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/zika-provoca-anormalidade-em-quase-um-terco-dos-filhos-de-mulheres-infectadas-na-gravidez/40590/


Fevereiro roxo combate ao Alzheimer -- com os mesmos sintomas, a doença pode não ser exatamente essa

Doença com os mesmos sintomas de Alzheimer pode ser tratada com cirurgia e devolve vida normal ao paciente
 

O médico Dr. Fernando Gomes, neurocirurgião, neurocientista e professor livre docente do Hospital das Clínicas de SP, revela que a doença, considerada um dos problemas neurológicos que mais afetam a população mundial, causa declínio das funções intelectuais e reduzem as capacidades convivência. Confundidos com os sintomas da HPN (Hidrocefalia de Pressão Normal), a vantagem é que essa doença, se diagnosticada cedo, apenas com uma simples cirurgia já oferece vida normal ao idoso. 

“A Hidrocefalia de Pressão Normal é um tipo de demência que aparece em homens e mulheres a partir dos 65 anos e uma das poucas que tem tratamento eficaz. O diagnóstico é facilmente confundido com Alzheimer e o Parkinson. Quando os sintomas, como dificuldade em andar, incontinência urinária e esquecimento aparecem é comum que a própria família deixe de cuidar por achar que é “coisa da idade”, afirma. Dr Fernando é membro fundador da Associação da Hidrocefalia da Pressão Normal (AHPN) explica que exames de imagem, como a tomografia de crânio e a ressonância magnética de encéfalo, permitem a visualização do cérebro, que mostra se há ou não a HPN. 

Quanto mais cedo for iniciado o tratamento, mais chances de reduzir progressão do mal. Desde 2007, quando o médico iniciou a frente do Grupo de Hidrodinâmica Cerebral do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, já passaram mais de 6 mil pacientes pelo atendimento e cerca de mil pessoas foram diagnosticadas com hidrocefalia. Destas, 25% eram realmente HPN, fizeram o tratamento e hoje estão curadas e levam vida normal. “Nossa principal intenção é alertar a população que esta doença tem cura e não pode ser deixada de lado”, conclui Dr. Fernando.


Espondiloartrite: conheça a doença reumática que afeta os homens de forma mais severa

Dra. Cláudia Goldenstein Schainberg evidencia grupo de doenças que provoca dores na coluna e articulações 

 

As espondiloartrites também conhecida por espondiloartropatia ou espondilopatia é um termo usado para descrever um grupo de doenças inflamatórias da coluna que afetam ligamentos e tendões entre o osso e a cartilagem articular (estesites). Os principais sintomas dessa doença são dor na lombar e rigidez pela manhã que pioram no repouso e melhoram a partir da movimentação do corpo.

As partes do corpo que podem ser acometidos por essa doença são a coluna, articulações da bacia, ombro, costela, pernas, nádegas, joelhos, região de tendão de Aquiles, calcanhar e em alguns casos os braços e mãos. Além disso, existem algumas manifestações em pele, mucosas, olhos, trato genitourinário e gastrointestinal podem ocorrer. Em geral, fatores genéticos, ambientais e infecciosos contribuem para seu surgimento.

Vale ressaltar que a espondiloartrite é três vezes mais frequente entre homens do que em mulheres e os acomete de forma mais severa, podendo manifestar a partir do final da adolescência até os 40 anos. Seu início é gradual e pouco expressivo com rigidez matinal que melhora com exercício e piora com o repouso. Após alguns meses torna-se persistente, com rigidez e sensação dolorosa na região lombar baixa. Com a evolução e se não for diagnosticada e tratada de forma adequada, pode haver redução importante dos movimentos da coluna vertebral.

A médica reumatologista Cláudia Goldenstein Schainberg evidencia as principais doenças que fazem parte deste grupo que são “Espondilite Anquilosante (EA), Artrite Reativa, Artrite Psoriásica (A Ps), artrite relacionada a doenças inflamatórias intestinais como o Crohn e a Retocolite Ulcerativa e as espondiloartrites indiferenciadas”.

Por fim, a Dra. Cláudia salienta que não há cura definida, mas existem tratamentos eficazes, incluindo medicamentos orais e injetáveis, exercícios regulares e várias terapias complementares que poderão melhorar a qualidade de vida de pessoas que sofrem dessa condição. Ainda ressalta que é essencial consultar um médico especialista para um diagnóstico e tratamento correto. 

 

Dra. Cláudia Goldenstein Schainberg - especialista em Reumatologia e Reumatologia Pediátrica. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal da Bahia, mestrado e doutorado em Medicina (Reumatologia) pela Universidade de São Paulo, especialização nos EUA e Canadá. Atualmente é professora e mentora de novos profissionais na Universidade de São Paulo.

 

Dia da mamografia: qual a importância do exame?


Mastologista dá todas as informações e recomendações sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama

Freepik


A mamografia é o principal exame de rastreio de câncer de mama. Através dele é possível fazer diagnósticos precoces para tratamentos menos mutilantes e tóxicos. Celebrado no dia 5 de fevereiro, o Dia da Mamografia lembra a importância do exame das mamas, feito por um equipamento que utiliza fonte de raios X chamado mamógrafo, capaz de identificar alterações suspeitas na região.

No Brasil, a recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) é a realização da mamografia de rastreamento (quando não há sinais nem sintomas) em mulheres com idade a partir dos 40 anos, anualmente, como forma de identificar o câncer antes do surgimento de sintomas. Se a paciente possuir familiares de primeiro grau com câncer de mama, deve procurar o especialista, mastologista, para individualizar o rastreio do câncer de mama. Nesses casos, a recomendação é que o acompanhamento seja feito 10 anos antes do diagnóstico, ou seja, se a mãe foi diagnosticada com câncer de mama aos 40 anos, a filha deve procurar o médico aos 30.

A mastologista Thais Vivan, do Hospital Anchieta de Brasília, lembra que é importante que as mulheres observem suas mamas sempre que se sentirem confortáveis para isso, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações, pois a maior parte dos cânceres de mama é descoberta pelas próprias pacientes. Ela conta o que a paciente deve fazer antes de ir ao laboratório.

“Existem algumas recomendações para que o exame possa ser feito. No dia do exame é importante que a paciente não passe cremes, desodorantes ou talco e que a mulher esteja vestida com duas peças de roupa, (ex: calça e blusa, saia e blusa)”, explica a especialista.

O câncer de mama é uma doença resultante da multiplicação anormal de células da mama, que forma um tumor capaz de invadir outros órgãos. A maioria dos casos tem boa resposta ao tratamento, principalmente quando diagnosticado e tratado no início.

“Algumas mulheres queixam-se de desconforto durante o exame, então o recomendado para as que possuem mais sensibilidade nas mamas é realizar o exame 7 a 10 dias após a menstruação. Caso o desconforto seja muito intenso, o uso de analgésicos comuns via oral pode ser usado”, explica a mastologista afirmando que o questionamento sobre as dores no exame é o que ela mais recebe.


Desgaste de dentes são mínimos para o uso de “lente de contato” dental, afirma dentista

Coordenadora do curso de Odontologia da Anhanguera explica quais são as opções para o uso de lentes dentais


Não é raro se deparar com fotos de celebridades nas redes sociais sem as lentes de contato dentais e com os dentes completamente comprometidos de forma aparentemente irreversível. O procedimento adotado por famosos para o embelezamento do sorriso consiste na fixação de lâminas finas de porcelana, com o desgaste mínimo, para que o resultado estético seja satisfatório. Contudo, especialistas afirmam que a redução no comprimento e espessura dos dentes nem sempre é obrigatória.

De acordo com a coordenadora do curso de Odontologia da Faculdade Anhanguera, professora Cristiana Maria Bertozzo, a transformação na aparência pode ser realizada com materiais diferentes, como a resina composta e o laminado de cerâmica. “Algumas opções podem ser adaptadas e esculpidas diretamente nos dentes naturais, que ficam íntegros em casos de remoção”, explica.

A recomendação para o uso de lentes deve ser avaliada de forma individual por um profissional qualificado, para garantir a naturalidade, durabilidade e estética agradável do sorriso. O dentista é capaz de indicar os tratamentos necessários que precedem o procedimento, como intervenções ortodônticas para correção da oclusão ou técnicas para cuidar de distúrbios como o bruxismo, por exemplo.

A professora da Anhanguera destaca os principais mitos e verdades sobre o uso de lentes de contato dental.

Falso: fragilidade. Os materiais utilizados são altamente resistentes e a técnica também é adotada para reparar casos de dentes fraturados ou lascados.

Falso: trocas constantes. O procedimento tem caráter definitivo e pode durar décadas, dependendo do material utilizado. A manutenção e cuidado de cada paciente é o que vai garantir o bom estado das lentes.

Falso: compromete a alimentação. Com a colocação correta das lâminas feita por um profissional experiente, não há restrições quanto à alimentação.

Falso: promove clareamento. A técnica pode melhorar o aspecto de manchas, porém, para mudança na tonalidade, um clareamento dental antes do tratamento é indicado.

Verdadeiro: apenas um dente. É possível que a técnica seja aplicada em um e alguns dentes, ao invés de toda arcada dentária. O processo irá depender da avaliação de um cirurgião dentista.

 

Anhanguera
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Kroton
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Desenho em grupo permite estudar empatia no cérebro, sugere pesquisa do Einstein

Protocolo avaliou respostas vasculares cerebrais e comportamentais de grupo de voluntários durante a atividade 

Criação de novos métodos de análise são importantes para aperfeiçoamento de terapias na área de saúde mental

 

Toda a interação humana está baseada em processos cognitivos e cerebrais, que ainda são, em grande medida, desconhecidos para a ciência. Além disso, até aqui, grande parte do que se sabe no tema vem de estudos que investigam apenas um ou dois indivíduos, isso porque a experimentação em dinâmicas sociais com mais pessoas costuma apresentar uma complexidade metodológica desproporcionalmente maior. 

Pensando em viabilizar estudos para entender como este processo acontece, especialmente na criação de vínculos de empatia, pesquisadores do Einstein desenvolveram um protocolo experimental no qual voluntários produzem um desenho colaborativo enquanto a atividade cerebral é registrada.

O trabalho, orientado por Joana Bisol Balardin, resultou na dissertação de mestrado em Ciências da Saúde no Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa (IIEP) do Einstein de Valéria Gonçalves da Cruz Monteiro.

O desenho colaborativo permite uma forma natural de desenvolver empatia, ao observar o rosto do outro, sem a pressão de desenvolver comunicação social direta. O desenho em grupo acaba agindo como uma interação leve, como uma brincadeira que “quebra o gelo”, conta Valéria.

No protocolo, desenvolvido no Instituto do Cérebro do Einstein, a pesquisadora utilizou a técnica fNIRS (espectroscopia funcional em infravermelho próximo) -- método de monitoramento funcional, que permite entender que áreas do cérebro estão ativas a cada momento de interação, com a vantagem de permitir a mobilidade e uma condição mais natural dos voluntários.

A fNIRS foi usada em conjunto à observação em vídeo, que possibilita a mensuração de comportamentos de interação. Dessa forma, o protocolo permite relacionar os diferentes momentos de interação com a atividade cerebral.

A proposta pode promover o aperfeiçoamento de terapias na área de saúde mental. Isso porque protocolos como esse ajudam na compreensão da criação de vínculos de confiança e de compreensão mútua. Existe ainda o potencial de a técnica de fNIRS ser utilizada como método para investigar terapias complementares na área de saúde mental.

“Trazer para o laboratório o ambiente complexo que envolve as interações sociais no dia a dia do ser humano em condições naturais é um desafio em termos de pesquisa científica”, diz Valéria. Foram analisados quartetos de jovens desconhecidos, e para descrever as respostas comportamentais de interação e caracterizar habilidades individuais, foram quantificados os olhares compartilhados por meio da análise do vídeo.

Para Paulo Bazán, assistente de pesquisa do Instituto do Cérebro do Einstein e responsável por parte do estudo (especialmente o uso do fNIRS e os softwares de análise), protocolos com desenho colaborativo ainda devem ser mais estudados, já que podem auxiliar a entender as bases fisiológicas de alguns quadros clínicos e, eventualmente, até mesmo auxiliar no tratamento deles.

“Em geral, na literatura dessa área, acabamos nos deparando com mais estudos envolvendo música e sincronia de movimento, ou com troca de olhares entre mãe e filho, mas pouco sobre uma troca de olhares mais natural, que não é o foco direto da instrução dada ao voluntário ou sobre desenho colaborativo”, diz Bazán.

“Desenhar está em nossa natureza, em nossa estrutura psicológica. Aprendemos a desenhar antes de aprender a falar. Por isso, criar protocolos que utilizem desenhos é um passo importante para compreender, criar laços e aperfeiçoar as terapias”, afirma Valéria.

O protocolo na íntegra encontra-se publicado na revista digital JOVE.

 

Dia Mundial do Combate ao Câncer: testes inovadores contribuem para tratamentos mais eficazes

Com uma previsão anual de 704 mil novos casos de câncer no Brasil para o triênio 2023-2025, pesquisas têm demonstrado que os tratamentos individualizados estão revolucionando a medicina ao oferecer uma abordagem terapêutica personalizada. 

Dentre as novas ferramentas que proporcionam maiores chances de sucesso está o modelo “Organóides Derivados de Pacientes” (PDOs). Trata-se de um cultivo celular que melhor reflete in vitro as condições observadas in vivo.

O teste Onco-PDOTM, trazido para o Brasil pela Invitrocue Brasil em parceria exclusiva com o OC Precision Medicine, o laboratório de medicina de precisão e genômica da Oncoclínicas, permite que as células do paciente sejam cultivadas e testadas para diferentes drogas quimioterápicas e analisa como as células respondem aos diferentes tratamentos.

A Invitrocue Brasil é uma empresa inovadora especializada no desenvolvimento de modelos baseados em células 3D como os organoides derivados de pacientes de diversos tipos de câncer. O teste está disponível no país para câncer de mama, pulmão, colorretal, pancreático, gástrico, próstata e ovário. 

Atualmente, as maiores dificuldades dos tratamentos anticâncer são a crescente resistência dos tumores às drogas, a heterogeneidade do tumor e o metabolismo individualizado de quimioterápicos. É necessário levar em conta que cada paciente é único, cada tumor é único e as respostas de tratamento também devem ser assim consideradas.

Alguns tumores mostram-se resistentes a certos medicamentos e saber previamente quais terapias são mais eficazes para cada caso particular auxilia na tomada de decisão dos médicos oncologistas.

O câncer origina-se de uma célula do organismo que sofreu alterações genéticas e passou a se comportar de forma anormal, proliferando-se mais do que deveria. Assim como cada indivíduo, o câncer tem características específicas e, por essa razão, pode não responder da forma esperada aos tratamentos quimioterápicos que são, em sua maioria, padronizados.

Danielle Dias Pinto Ferreira, biomédica com doutorado em neurociências, responsável pelo laboratório da Invitrocue Brasil no país, relaciona as vantagens do teste Onco-PDOTM: “o médico escolhe as drogas que serão testadas entre as 60 disponíveis. O resultado do exame sai em até 21 dias, permitindo a continuidade do tratamento”. Danielle enfatiza a importância de uma medicina personalizada que traz maiores chances de um tratamento eficaz.   



Os PDOs têm ganhado notoriedade ao longo dos anos. O Instituto de Células Tronco da Universidade de Harvard os classificou, já em 2017, como “uma revolução no descobrimento de drogas”. No ano seguinte, o PDO foi eleito o método do ano pela Nature. 

A Invitrocue Brasil iniciou suas operações no país em 2020, em parceria exclusiva com a OC Precision Medicine, do grupo Oncoclínicas. Por meio de uma joint venture com a empresa na Alemanha, a Invitrocue Brasil desenvolve e comercializa diversas tecnologias bioanalíticas, entre elas a cultura de células em 3D. O Teste Onco-PDOTM é uma análise em um modelo 3D in vitro preditivo e clinicamente relevante pois permite fornecer uma resposta quantitativa da ação dos quimioterápicos no tecido do próprio paciente. 

“Em linhas gerais, os organóides são estruturas pequenas criadas em laboratório que imitam a função dos tecidos e órgãos humanos, como coração e pulmão, por exemplo, e também têm se mostrado eficientes como “clones” de tumores. A partir desse conhecimento científico avançado, podemos hoje criar em laboratório um organóide tumoral gerado a partir das células cancerígenas específicas de cada paciente e testar as respostas a diferentes alternativas terapêuticas. Com isso, conseguimos recomendar o tratamento mais eficaz para cada indivíduo, proporcionando uma abordagem médica personalizada e que garante ao paciente a combinação de medicamentos que será mais eficaz de acordo com as especificidades da sua doença”, sintetiza Mariano Zalis, Diretor de Genômica da OC Precision Medicine.

 

Link Vídeo: Como a Invitrocue está transformando a forma como tratamos o câncer  - https://youtu.be/1czYLC_X8wE

Responsável Técnico no Brasil: Invitrocue Brasil – Dra Danielle Ferreira (CRBM: 42180 - 1ª Região)

Responsável Técnico pela Medicina de Precisão da Oncoclínicas: Dr. Mariano Zalis - Diretor de Genômica da OC Precision Medicine (CRBM: 4769 - 1ª Região)

  


Oncoclínicas
www.oncoclinicas.com


Pesquisadores descobrem que cérebros com mais vitamina D funcionam melhor

Estima-se que 55 milhões de pessoas em todo o mundo vivam com demência, um número que deve aumentar à medida que a população global envelhece. Para encontrar tratamentos que possam retardar ou interromper a doença, os cientistas precisam entender melhor os fatores que podem causá-la. 

 

Pesquisadores da Tufts University concluíram o primeiro estudo que examina os níveis de vitamina D no tecido cerebral, especificamente em adultos que sofriam de taxas variáveis ​​de declínio cognitivo. Eles descobriram que os indivíduos desse grupo com níveis mais altos de vitamina D em seus cérebros tinham melhor função cognitiva. O estudo foi publicado em 7 de dezembro na Alzheimer's & Dementia. 

“Esta pesquisa reforça a importância de estudar como alimentos e nutrientes criam resiliência para proteger o cérebro envelhecido contra doenças, como Alzheimer e outras demências relacionadas”, disse a autora sênior e correspondente Sarah Booth, diretora do Jean Mayer USDA Human Nutrition Research Center em Envelhecimento (HNRCA) em Tufts. 

A vitamina D suporta muitas funções no corpo, incluindo respostas imunes e manutenção de ossos saudáveis. As fontes dietéticas incluem peixes gordurosos e bebidas fortificadas (como leite ou suco de laranja); uma breve exposição à luz solar também fornece uma dose de vitamina D. 

"Muitos estudos têm implicado fatores dietéticos ou nutricionais no desempenho ou função cognitiva em idosos, incluindo muitos estudos de vitamina D, mas todos eles são baseados em ingestão alimentar ou medidas sanguíneas de vitamina D", comentou o principal autor, Kyla Shea, um cientista da equipe de vitamina K e professor associado da Friedman School of Nutrition Science and Policy em Tufts. “Queríamos saber se a vitamina D está presente no cérebro e, se estiver, como essas concentrações estão ligadas ao declínio cognitivo”. 

Booth, Shea e sua equipe examinaram amostras de tecido cerebral de 209 participantes do Rush Memory and Aging Project, um estudo de longo prazo sobre a doença de Alzheimer que começou em 1997. Pesquisadores da Rush University avaliaram a função cognitiva dos participantes, idosos sem sinais de comprometimento cognitivo, à medida que envelheciam, e analisaram irregularidades em seu tecido cerebral após a morte. 

No estudo de Tufts, os pesquisadores procuraram vitamina D em quatro regiões do cérebro: duas associadas a alterações ligadas à doença de Alzheimer, uma associada a formas de demência ligadas ao fluxo sanguíneo e uma região sem nenhuma associação conhecida com declínio cognitivo relacionado ao Alzheimer, doença ou doença vascular. Eles descobriram que a vitamina D estava realmente presente no tecido cerebral, e altos níveis de vitamina D em todas as quatro regiões do cérebro se correlacionavam com uma melhor função cognitiva. 

No entanto, os níveis de vitamina D no cérebro não se associaram a nenhum dos marcadores fisiológicos relacionados à doença de Alzheimer no cérebro estudado, incluindo acúmulo de placa amilóide, doença do corpo de Lewy ou evidência de derrames crônicos ou microscópicos. Isso significa que ainda não está claro exatamente como a vitamina D pode afetar a função cerebral. 

"A demência é multifatorial e muitos dos mecanismos patológicos subjacentes a ela não foram bem caracterizados", falou Shea. "A vitamina D pode estar relacionada a resultados que ainda não analisamos, mas planejamos estudar no futuro". 

Sabe-se também que a vitamina D varia entre as populações raciais e étnicas, e a maioria dos participantes da coorte original do Rush era branca. Os pesquisadores estão planejando estudos de acompanhamento usando um grupo mais diversificado de indivíduos para observar outras alterações cerebrais associadas ao declínio cognitivo. Eles esperam que seu trabalho leve a uma melhor compreensão do papel que a vitamina D pode desempenhar na prevenção da demência. 

No entanto, os especialistas alertam as pessoas para não usarem grandes doses de suplementos de vitamina D como medida preventiva. A dose recomendada de vitamina D é de 600 UI para pessoas de 1 a 70 anos e 800 UI para os mais velhos -- quantidades excessivas podem causar danos e têm sido associadas ao risco de queda. 

"Sabemos agora que a vitamina D está presente em quantidades razoáveis ​​no cérebro humano e parece estar relacionada a um menor declínio da função cognitiva", diz Shea. Mas precisamos fazer mais pesquisas para identificar a neuropatologia à qual a vitamina D está ligada no cérebro antes de começarmos a projetar intervenções futuras”. 

 

Rubens de Fraga Júnior - Professor de Gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) e médico especialista em Geriatria e Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). 

Fonte: Formas cerebrais de vitamina D, declínio cognitivo e neuropatologia em adultos mais velhos residentes na comunidade, Alzheimer e demência (2022). DOI: 10.1002/alz.12836


Zona Franca de Manaus e os efeitos nocivos das propostas de reforma tributária


Terror e pânico. Esses devem ser os dois principais sentimentos que qualquer defensor do Modelo Zona Franca deve ter diante das duas propostas de reforma tributária em tramitação no Congresso Nacional. Em qualquer das hipóteses discutidas, quatro dos cinco 5 principais incentivos tributários do Polo Industrial de Manaus (PIS, COFINS, ICMS e IPI) seriam diretamente atingidos. 

E o sentimento de angústia aumenta após o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmar que uma revisitação da reforma tributária deve avançar no Congresso Nacional nos próximos meses. De acordo com Lira, a votação deve ser realizada de forma expressa em até 90 dias, após uma análise e discussão dos novos parlamentares e um estudo com municípios e Estados da administração pública e empresários. 

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o texto pretende se basear em duas propostas de emenda à Constituição (PEC) em tramitação no Congresso. A PEC 45 prevê a criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). O tributo substituiria o PIS e a Cofins — e três impostos — o IPI, o ICMS e o ISS. Atualmente, as contribuições ficam inteiramente com a União, o IPI é partilhado entre União e governos locais, o ICMS fica com os estados; e o ISS, com os municípios. PEla proposta, a alíquota do IBS seria composta por uma soma das alíquotas da União, dos estados e dos municípios. Cada esfera de poder poderia definir a alíquota por meio de lei ordinária. A base de cálculo seria regulamentada em lei complementar. 

Essa PEC também prevê o Imposto Seletivo, que incidiria sobre o consumo de produtos que causam danos à saúde, como cigarros, álcool e derivados de açúcar. Esse imposto seria cobrado “por fora”, no início da cadeia produtiva, incorporando-se ao custo do produto e elevando a base de cálculo sobre a qual é aplicada a alíquota do IBS. O texto também traz a cobrança do IBS no destino, no estado onde a mercadoria é consumida. Haveria um prazo de transição de seis anos para a adoção do IBS, com a extinção do PIS e da Cofins nos dois primeiros anos e a redução gradual das alíquotas do ICMS e do ISS nos quatro anos restantes. 

A outra proposta é a PEC 110/2019, que cria dois tributos: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que ficaria com a União, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Pela texto, a CBS substituiria a Cofins, o PIS e o Pasep. O IBS substituiria o ICMS e o ISS. A proposta não unificou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e o salário-educação no novo tributo federal. 

Em relação ao IBS, o texto propõe uma lei complementar única para os 26 estados, o Distrito Federal e os municípios, porém traz mais flexibilidade aos governos locais. Cada ente público poderia fixar a alíquota do IBS, que seria a mesma para bens e serviços. A cobrança seria no destino, no local onde a mercadoria foi consumida, com um prazo de transição de 20 anos. 

A lei complementar poderia manter benefícios fiscais para vários setores da economia, mas as medidas seriam definidas nacionalmente, não a critério de cada estado ou município. A Zona Franca de Manaus, o Simples Nacional, as Zonas de Processamento de Exportação e o regime especial para compras governamentais (compras feitas pelo governo) seriam mantidos. 

O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) seria substituído pelo Imposto Seletivo, que incidiria sobre bebidas alcoólicas, derivados do tabaco, alimentos e bebidas com açúcar e produtos prejudiciais ao meio ambiente. Assim como ocorre no IPI, a União arrecadaria o imposto, destinando parte das receitas aos estados e aos municípios. 

Importante destacar que em ambas as propostas também preveem a tributação na localidade onde ocorrer o consumo, afetando diretamente estados produtores, como o Amazonas. 

Para piorar, se é que seja possível, retira-de do Presidente da República e do Governador do Amazonas qualquer poder para tentar minimizar ou reduzir impactos, ficando tudo a cargo da Câmara e do Senado, onde os estados suframados (AM, AC, AP, RO e RR) possuem apenas 40 Deputados Federais e 15 Senadores, respectivamente. 

Essa fragilidade da Amazônia Ocidental (área incentivada da Zona Franca) no Congresso é assustadora. Também não podemos esquecer que os três principais responsáveis pela reforma no Governo Federal (Geraldo Alckmin, Fernando Haddad e Bernardo Appy) são conhecidos opositores ao modelo, não se sabendo se sofrerão ingerências do Presidente Lula nesse jogo político. O momento, no entanto, é desesperador e nos resta unicamente torcer. Não se sabe por quem nem pelo o que.

 

Eduardo Bonates - advogado especialista em Contencioso Tributário e Zona Franca de Manaus e sócio do escritório Almeida, Barretto e Bonates Advogados.


Vale a pena declarar união estável para utilizar o plano de saúde do namorado(a)?

Em muitos relacionamentos, o plano de saúde acaba sendo o "cupido" responsável pela oficialização da relação. Muitos casais optam por declarar união estável para que um dos parceiros utilize os benefícios oferecidos pela empresa do outro, como o plano de saúde, acesso ao clube, aplicativos de exercícios físicos e outros. Mas, para que isso aconteça, é preciso que o relacionamento seja declarado como união estável.

Bom, na teoria e em termos simples, para que seja feita uma declaração de união estável, o casal deve ter uma relação pública, contínua e duradoura, ou seja, devem partilhar uma vida em comum e se apresentarem para sociedade como se fossem marido e mulher, no intuito de constituir uma família. E, a intenção real de constituir família é a parte mais sensível do tema: será que as pessoas estão cientes das consequências jurídicas das quais estão sujeitas por falta de conhecimento do que elas realmente estão declarando?

É claro que assim como diversos outros documentos, este também admite prova em contrário. Essa declaração quando feita com o cumprimento de todos os seus requisitos será válida, porém, sua presunção de veracidade será relativa, uma vez que ainda precisa ser reconhecida pelo judiciário. Se alguém apresentar uma prova em contrário pode ser que esse documento perca sua validade, já que não reflete a realidade e consequentemente perderá o seu valor.

No entanto, e se não for possível apresentar essa prova em contrário? É bom ficar ciente de que quando se está declarando na união estável que você convive com a outra pessoa, significa que você é “casado” com ela e que apenas não existe a formalização do casamento, definindo inclusive no documento o regime de bens escolhido na união.

Será que as pessoas sabem que essa declaração pode fazer do outro herdeiro, por exemplo? Ou que pode ter seus bens partilhados sob a alegação da dissolução da união? Além disso, não só do ponto de vista financeiro mas do social também, do próprio dever de alimentos, no qual pode acabar até tendo que pagar alimentos para o(a) ex namorado(a) por causa dessa declaração.

Quando essa realidade é exposta, muitas pessoas ficam assustadas. Então, se você fez uma declaração de união estável com um objetivo diferente de fazer prova da existência da relação, como para ajudar alguém, para colocar como dependente no plano ou até mesmo para poder entrar em um clube, saiba que não é tão irrelevante quanto parece. Essa decisão pode acabar refletindo no seu patrimônio, muito mais do que você mesmo gostaria, tanto na questão de partilha de bens em caso de separação ou na própria herança.

Se você morrer e tiver uma união estável, esse seu companheiro ou companheira também será seu viúvo herdeiro e você estará deixando de passar seu patrimônio para seus filhos, pais ou outros herdeiros para beneficiar alguém que na realidade não deveria ser beneficiado, já que essa declaração não representa a verdade.

Então preste muita atenção ao fazer um documento como esse se não for essa as suas intenções. Além disso, caso o plano de saúde venha a descobrir a fraude poderá processá-lo civil e criminalmente. A união estável nunca teve e não deverá ter qualquer propósito ardiloso, pelo contrário, é um instituto que veio para fortalecer e desburocratizar a união, a família, e não deve ser desvirtuado dessa forma.

 

Danielle Corrêa - advogada desde 2007, com pós-graduação em Direito de Família e Sucessões. Membro da OAB-SP e do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM).
contato@daniellecorrea.com.br
https://www.daniellecorrea.com.br/

 

Atestado de Antecedentes Criminais: em quais casos a empresa pode exigir do futuro colaborador?

O advogado trabalhista André Leonardo Couto lembra que a CLT não apresenta nenhuma previsão diante da consulta desses dados, seja ela a favor ou contra, porém, se houver discriminação, candidato pode acionar a justiça para ação de dano moral 

 

Ao receber a lista de documentos necessários para iniciar em um novo emprego, o futuro colaborador pode se assustar com um pedido feito pelo setor de recursos humanos, que é o Atestado de Antecedentes Criminais. Nesse cenário, a grande maioria dos candidatos tem uma certa dúvida se é permitido ou não os contratantes solicitarem esse documento. Por esse motivo, o advogado trabalhista André Leonardo Couto, com mais de 25 anos de experiencia no direito do trabalho, lembra que a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) não apresenta nenhuma previsão diante da consulta desses dados, seja ela a favor ou contra. Porém, para exigir a auditoria de antecedentes do trabalhador, a empresa deve basear-se na definição do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que descreve sobre a possibilidade da solicitação em alguns casos.

De acordo com André Leonardo Couto, o trabalhador precisa entender primeiramente que o atestado é um documento que visa informar a existência ou não de registros de crimes. Ele não expõe a pessoa, apenas mostra pendências criminais. “Esse atestado mostra a situação da pessoa até o exato momento da pesquisa com base nos registros de pesquisas da polícia e dos institutos de segurança pública dos estados. Ele não apresenta uma ficha pessoal completa, nem detalhes sobre possíveis irregularidades cometidas por ele ao longo da sua vida. O documento apenas disponibiliza sobre possíveis pendências criminais que o candidato à vaga pode ter. Estamos falando do atestado de antecedentes criminais que também é chamado de certidão negativa ou famoso nada consta conhecido por muitas pessoas”, explica.

Segundo o especialista, não há previsão diante da consulta desses dados na CLT, seja ela a favor ou contra. Por isso, é importante consultar o TST antes. “Para solicitar a auditoria de antecedentes criminais do colaborador, a empresa deve basear-se na definição do TST que permite a solicitação em casos específicos dependendo da natureza ou grau de confiança necessário no cargo, em conformidade com a lei. Existem alguns cargos, conforme o tribunal, que são necessários fazer uma avaliação, como, cuidadores de menores, idosos e pessoas com deficiência, motoristas rodoviários de carga, empregados domésticos, empregados da agroindústria que trabalham no manejo de ferramentas de trabalho cortantes, bancários, trabalhadores que atuam com substâncias tóxicas, entorpecentes e armas, trabalhadores que atuam com informações sigilosas e vigilantes”, completa.


Discriminação

Se a atividade futura do trabalhador não justificar o pedido do documento, André Leonardo Couto lembra que a empresa pode estar cometendo um ato discriminatório. A Lei Nº 9.029, da Constituição Federal de 1988 (CF), é clara e direta quanto ao tema. “Conforme aponta o entendimento do TST, a consulta de antecedentes criminais ou a exigência da certidão negativa de antecedentes criminais, só é válida quando a atividade a ser exercida justificar o pedido. Caso não haja necessidade, a empresa pode estar cometendo um ato discriminatório conforme a Lei Nº 9.029 - Art. 1 da CF. ‘É proibida a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade, entre outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal’. Por isso é bom se atentar”, diz.


Processo

Para não enfrentar problemas na justiça, é necessário que as empresas tenham o conhecimento das bases legais, já que a falta de necessidade do pedido do documento pode ser passível de indenização. “Que fique claro para os contratantes que a exigência do Atestado de Antecedentes Criminais a um candidato, quando ausente alguma das justificativas colocadas pelo TST, caracteriza em dano moral e passível de indenização. Adiciono que isso é independentemente de o candidato ao emprego ter ou não sido admitido pela empresa que o entrevistou. Toda atenção é necessária nesse momento, por isso, se o trabalhador passar por uma situação de discriminação, visto a não necessidade de tal pedido, ele pode acionar a justiça para uma ação de dano moral”, conclui André Leonardo Couto.

 

ALC Advogados
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Saúde é um dos setores mais quentes para Fusões e Aquisições em 2023

Enquanto fusões e aquisições seguem em alta, investidores buscam pelos atalhos ideais em setores com maior potencial; descubra quais são eles


5 setores quentes para M&As em 2023

Enquanto fusões e aquisições seguem em alta, investidores buscam pelos atalhos ideais em setores com maior potencial; descubra quais são eles

 

A chegada de um novo ano traz excelentes oportunidades para investidores analisarem o mercado e contemplarem as expectativas para o futuro. Com base em pesquisas e estudos, bem como na expertise própria e anos acompanhando M&As no Brasil e no mundo, o economista Fernando Kunzel e o engenheiro de produção Willian May, sócios na boutique de investimentos L6 Capital Partners, reuniram importantes informações para quem está buscando entender o cenário de fusões e aquisições em 2023.

Em primeiro lugar, é preciso reconhecer o crescimento do número de M&As ao longo dos últimos anos e o modo como esse tipo de operação se tornou essencial no mundo dos negócios.

Só no primeiro semestre deste ano, o Brasil registrou 807 transações, contra 706 no mesmo período de 2021, segundo dados da PWC Brasil. Isso ocorre mesmo em meio a diversas instabilidades econômicas e políticas ao redor do mundo, seguindo uma onda ascendente que vem sendo registrada desde 2017 e passou a subir ainda mais após a pandemia.

Contudo, para saber onde investir, é necessário apurar o olhar. “Observar o mercado como um todo é fundamental”, destaca May. “Mas existem áreas com mais potencial que outras. Essas são as minas de ouro que o mercado deve ficar de olho daqui para frente”.

Os especialistas informaram cinco dos setores mais quentes para M&AS no próximo ano. Confira abaixo!


Saúde

“O boom da saúde em 2020 fez com que muita gente acreditasse que era uma ocorrência pontual”, comenta Fernando, “mas se trata de um exemplo pontual de um mercado continuamente forte. Não há um futuro em que a saúde não seja imprescindível na sociedade e, portanto, no mercado”.

Os fatores que mais indicam o potencial para crescimento da área são o aumento gradativo da população idosa, que naturalmente possui mais gastos com saúde, e da empregabilidade, o que, por sua vez, aumenta também a penetração dos planos de saúde nas mais diversas regiões e classes. A expectativa do IBGE é que as despesas com saúde cheguem a representar 1,5% do PIB até 2038.


Agronegócio

“No ano passado, o agronegócio representou cerca de 26% do PIB. É um mercado historicamente fundamental para a nossa economia. Por si só, isso já resulta em mais crédito para a área”, aponta o Kunzel. “Além disso, também estamos vivendo uma busca considerável por inovações, especialmente com foco em sustentabilidade e soluções financeiras, o que leva mais crédito especificamente para agtechs”, completa o economista.

As agtechs, empresas de base tecnológica que atendem diferentes pontos da cadeia produtiva do agro, são o destaque para 2023. O Radar Agtech, estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), SP Ventures e Homo Ludens, com apoio da plataforma Distrito e do Sebrae, identificou as principais tendências de atuações dessas startups: Insumos Biológicos, Agfintechs, Marketplace para o agronegócio e Climatechs.


Telecomunicações

O telecom é um mercado que está se consolidando continuamente, de acordo com Willian May. É uma área com muitos players e, por isso, o volume das transações pode não chamar tanta atenção a princípio — mas a quantidade de acordos sendo fechados costuma só aumentar.

“O telecom é conhecido por seus ciclos de injeção de capital ao longo dos anos. Mundialmente, tivemos picos de fusões e aquisições em 2016, 2018 e 2021. Entre eles, e agora também, este ano, houve algumas quedas relevantes. É provável que 2023 seja o retorno do crescimento neste ciclo”, afirma o especialista. Os dados são da Bain & Company.


Alimentação saudável

Segundo as consultorias Statista e Mintel, o segmento global de alimentos saudáveis tem uma taxa média de crescimento anual estimada em 5,3% que deve se manter até 2025, pelo menos. O valor fica acima da própria categoria geral de alimentos, que cresce 3,6% ao ano.

No Brasil, o sucesso do setor não fica atrás. Em 2020, o mercado movimentou R$ 100 bilhões, segundo a Euromonitor. “Temos visto algumas transações importantes, como a compra da Jasmine, que possui a maior parte de sua linha vegana e orgânica, pela M. Dias Branco, uma das maiores empresas alimentícias do país”, lembra o sócio da L6 Capital, Willian May. O valor da operação em questão, apesar de não divulgada, é estimado em torno de R$ 350 milhões pelo Pipeline.


Educação

Outro setor impactado pela pandemia foi o da educação. Soluções tecnológicas se tornaram essenciais para que professores e escolas continuassem a dar aulas e, de lá para cá, mais possibilidades foram se formando.

No primeiro trimestre deste ano, a KPMG registrou 19 M&As no setor, uma alta de mais de 70% em relação ao mesmo período de 2021. “Um exemplo neste caso é a compra da Eleva pela Cogna, operação que foi avaliada em R$ 580 milhões. A Cogna é, inclusive, a maior compradora do segmento na última década, com 15 negócios concluídos”, conta o especialista.

“Todos esses setores estão sendo impulsionados por um motor comum: a tecnologia. Vale para praticamente qualquer outra área, na verdade. As grandes empresas seguem em busca de inovação e market share, e é mais frequente encontrar ambos onde há tecnologia aplicada de maneira firme e inteligente. De forma geral, minha dica é focar nos setores mais relevantes e, dentro deles, nas empresas mais inovadoras. É aí que pode estar verdadeiramente, um pote de outro”, conclui Kunzel.

 

L6 Capital Partners


As profissões do futuro

Plataforma digital educacional traz para a sala de aula, desde a infância, inovação intelectual e protagonismo 

 

O setor de tecnologia da informação (TI) enfrenta déficit de mais de 408 mil profissionais de diferentes áreas no Brasil este ano, segundo a organização social Softex. O mundo muda com uma velocidade que nem os mais engajados futurólogos conseguem acompanhar e as profissões se transformam no mesmo ritmo. Se a maior parte delas está relacionada a novas tecnologias, outra trata justamente das relações interpessoais. A plataforma digital educacional De Criança Para Criança (DCPC) prepara o futuro profissional, desde a infância, para a inovação intelectual e o protagonismo, ferramentas fundamentais para obter os melhores resultados neste novo mundo. 

O método utilizado pelo DCPC, voltado para a Educação Infantil, Fundamental I e Fundamental II, estimula o desenvolvimento individual e o trabalho em equipe, colocando a criança no centro da aprendizagem e da criatividade. A plataforma digital traz o aluno como protagonista do aprendizado, utilizando linguagens lúdicas e práticas para transformar e incentivar o conhecimento através de jogos e outras atividades. Os professores atuam como mediadores nesse processo. 

A DCPC prepara os futuros profissionais para as novas e cada vez mais exigentes demandas do mercado. Segundo a consultoria de Recursos Humanos Robert Half para a América do Sul, estão em alta não apenas profissionais de TI, mas também de Vendas e Marketing, Finanças e Contabilidade, Jurídico, Mercado Financeiro, Recursos humanos e Seguros, com salários que podem ultrapassar os R$ 30 mil.

Na TI, estudos realizados por diferentes consultorias e institutos de pesquisa apontam quatro grandes mercados para balizar os futuros profissionais: internet das coisas, cibersegurança, computação nas nuvens e inteligência empresarial para lidar com o enorme banco de dados, cada vez maior. Qualquer uma dessas áreas exige profissionais de múltiplas funções, capazes de desenvolver tecnologias inovadoras e interpretar uma infinidade de informações para a tomada de decisão. 

Um dos mais recentes indicadores dessas mudanças é o home office, organizado às pressas na pandemia e que já se tornou uma nova modalidade de trabalho, portanto, exigindo novas aplicações. “As pessoas vão ser chamadas para trabalhar em projetos, cada uma com suas habilidades. Cada um vai ter que aprender a trabalhar em um mesmo time, integrado, mas com habilidades diferentes. Vai ter o líder, o planejador, o desenvolvedor. Isso já acontece hoje com as novas metodologias de trabalho”, afirma o sócio da DCPC, Vitor Azambuja. 

Um dos objetivos do DCPC é preparar o estudante para, desde cedo, buscar seu lugar no mercado de trabalho, inclusive criando novos espaços que ocupar e antecipando tendências a partir da sua vivência de aprendizado. Nesse universo, conhecimento e criatividade são indissociáveis. 

Relatório do Center for The Future, da Consultoria Cognizant, traz apostas desafiadoras. Detetive de dados, facilitador de Tecnologia da Informação (TI), oficial de ética de infraestrutura corporativa, diretor de confiança e conselheiro de compromisso de saúde para usuários de pulseiras inteligentes são algumas das novas profissões apresentadas no relatório. 

Nesse sentido caminha a proposta da plataforma DCPC, de expandir os horizontes da educação e fazer com que os conteúdos criados pelos alunos sejam vistos e compartilhados. A partir do Criando Juntos, personagens do imaginário infantil ganham vida e passam a fazer parte das disciplinas escolares. Esses conteúdos são reunidos no EncicloKids, espaço digital que separa por categorias (matemática, saúde, ciências etc) os projetos realizados pelos alunos. 

A plataforma digital educacional De Criança Para Criança, criada em 2015 e que já está em fase de desenvolvimento nas versões inglês e espanhol, atua em mais de 20 instituições de ensino privadas e realizou pilotos em escolas públicas de São Caetano, Indaiatuba e outros municípios. A DCPC já produziu mais de 800 animações a partir das histórias criadas pelos próprios alunos e oferece um leque de metodologias de educação híbrida para escolas de todo o mundo. 

  



Vitor Azambuja - brasileiro nascido no Rio de Janeiro. Especialista em criação, é diretor de arte e artista plástico. Formado em publicidade e piano clássico, trabalhou em diversas agências de propaganda, tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo, criando filmes e anúncios para grandes anunciantes. Foi premiado em festivais de propaganda, tais como Figueira da Foz, Colunistas, Clube de criação de São Paulo, Art Directors em Londres e New York Festival. Realizou exposições de pinturas em São Paulo, Rio de Janeiro, Nova Iorque, Miami e Paris. Um dos criadores do programa De Criança Para Criança, Vitor é o diretor criativo da empresa. Seu propósito é fazer com que as crianças do mundo inteiro aprendam desenvolvendo a sua criatividade.



De Criança para Criança

O programa De Criança para Criança oferece um leque de metodologias de educação híbrida para escolas de todo o mundo. Do futuro para a escola, a proposta da startup é oferecer às crianças a oportunidade de serem protagonistas, colocando-as no centro da aprendizagem. Através de uma plataforma simples, os professores são orientados a serem mediadores, fazendo com que os próprios alunos desenvolvam conhecimento sobre temáticas diversas. A partir de discussões, constroem coletivamente histórias, fazem desenhos e gravam locuções relativas às narrativas criadas, que posteriormente serão transformadas em animações feitas pelo DCPC, expandindo os horizontes educacionais.


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